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Entrevista com Emilie de Ravin

Apesar da maravilhosa estrela australiana ter conseguido sucesso rapidamente em Hollywood com o papel da sobrevivente grávida Claire em "Lost" (ABC, 2004 -) após interpretar somente outros 2 papéis nos Estados Unidos, o caminho da linda estrelinha loira foi cuidadosamente estudado.

Natural de Melbourne, começou a estudar balé com 9 anos e foi aceita na prestigiosa Astralian Ballet School aos 15. Dançou com a companhia de balé australiano e com o Danceworld 301. Nascida em dezembro de 1981, de Ravin estudou teatro no National Institute of Dramatic Art na Austrália e também no Prime Time Actors Studio em Los Angeles.

Seu primeiro papel na TV foi no seriado internacional "Beastmaster: The Legend Continues" (Alliance Atlantis and Tribune Entertainment) como Curupira, que foi filmado na Austrália para a TV americana.

A doce jovem estava nos Estados Unidos por apenas um mês quando foi escolhida para o papel da misteriosa alien em "Roswell" de 2000 a 2001. de Ravin também apareceu no remake do clássico de Stephen King, "Carrie" (2002) antes de conhecer a fama como sobrevivente em "Lost" em 2004.
Também fez sua aparição no cinema, primeiro num pequeno papel no filme independente Brick, e agora no remake aterrorizante do clássico The Hills Have Eyes.

Num quarto de hotel em Los Angeles, depois de um longo dia de entrevistas, Paul Fischer passou um tempo sozinho com a atriz australiana, que falou sobre terror, Havaí e TV.

Eu imagino que vários trabalhos surgiram para fazer durante o intervalo de Lost. Hills Have Eyes foi um deles. Como decidiu embarcar neste projeto?

Foi uma daquelas coisas... Procurava por algo que fosse diferente e que seria um desafio para mim de uma maneira diferente, que fosse divertido e que tivesse pessoas com quem gostaria de contracenar. Eu também queria viajar um pouco - o que consegui - apenas para poder descansar, e daí eu decidi fazer o filme. Existem muitos filmes de terror por aí neste momento, mas este era bem diferente porque lidava com uma outra questão que realmente me interessou e desde a primeira conversa que tive com Alex e Gregory, o mais importante era se concentrar no desenvolvimento dos personagens, não queriam que fosse um filme sangrento onde você não se importa com os personagens. Isso era muito importante para eles.

Como você consegue evitar o estereótipo de dama em perigo num filme como esse?

Bom... minha personagem está toda hora com uma picareta golpeando as pessoas na cara, isso não tem nada de dama. Foi uma das coisas que me fez querer interpretar a personagem. Ela é uma mulher muito forte e passa por uma enorme mudança durante o filme. Ela é uma jovem mulher, ainda tentando descobrir quem é e daí praticamente cresce em três dias, por precisar lidar com tudo aquilo.

Então ela é violentada por algum tipo de personagem psicótico...

Sim, ela é violentada. Ela assiste sua irmã ser assassinada junto de seu irmão, eles precisam se proteger, mas ser a mais velha é um grande peso nos ombros.

Você utiliza muito da sua imaginação para interpretar coisas desse tipo, e quais são os desafios para um ator interpretar um personagem em constante perigo?

Eu nunca estive numa situação dessas, então apenas me coloco no lugar do personagem e penso como ela iria reagir numa circunstância como essa.

Você evitou ver o original Hills Have Eyes?

Alex implorou para que eu não visse nas nossas reuniões. E eu não vi. E estou bastante feliz de não ter assistido porque foi bom fazer isso como se fosse algo novo, não tendo nenhuma idéia preconcebida, do tipo como uma cena seria ou, será que devo fazer de maneira diferente?

O primeiro filme que você fez depois de Lost foi Brick, que vi em Sundance. E aquele foi outro papel bastante diferente. Você tem interesse em fazer papéis em filmes independentes?

Definitivamente, definitivamente. Acredito que existam ótimos filmes com grandes orçamentos e estes filmes do tipo blockbuster são, você sabe... existem filmes legais por aí, mas eu adoro o circuito indie. Tem tanto talento jovem e desconhecido nesse meio, scripts muito bons, que não são blockbusters. Eles não terão grandes lançamentos, mas eu me importo somente com o conteúdo.

Você se mudou para Los Angeles há seis anos atrás. Que tipos de ambição você tinha naquela época, e o que fez se mudar da Austrália?

Hmm. Esta é uma pergunta bastante eloqüente. Eu trabalhei por um ano em BeastMaster, que era um programa americano, então tinha que fazer um sotaque norte-americano. E daí eu recebi uma ligação da Fox perguntando se podia ler para um papel em Roswell. Talvez eles pensassem que eu já estava aqui. De qualquer modo, eu vim - pensei, OK, eu vou para Los Angeles e farei um monte de testes. Eu conhecia algumas pessoas na época então seria mais fácil. Daí eu fui naquele teste e em mais um monte. Consegui Roswell. Filmei 9 episódios. Então eles conseguiram meu visto para cá, acabei me tornando um dos personagens principais e fiquei. Minha mãe me ajudou com a mudança.

Sua mãe ficou preocupada?

Eu sou muito próxima da minha família. Eles dão bastante apoio em tudo que faço, tenho muita sorte. Sou mais apegada à minha mãe. Ela confia em mim. Ela sabe que não irei fazer nada estúpido e acho que você realmente precisa estar amadurecido para se mudar aos 18 anos para outro país. É claro que ela estava preocupada, mas ela confia em mim. Ela sabe que sou esperta. Eu nunca me mudaria se não fosse por trabalho; sou tão apegada à família, seria muito difícil. Mas quando você está trabalhando todo dia, fica concentrado naquilo e não pensa muito em outras coisas.

Atuar em seriados de TV é bem arriscado e Roswell foi cancelado depois de três temporadas, você chegou a pensar em voltar?

Para Austrália?

Sim.

Bom, eu ia para Austrália sempre que podia, mas daí eu fiz Carrie não muito depois do cancelamento - passei uns meses em casa porque sentia falta. Eu ainda sinto muita saudade de lá. Mas eu sempre estive trabalhando...

E Lost foi uma das muitas outras coisas que você pegou.

Eu nunca testei para um piloto e eu realmente não estava querendo fazer.

Por quê?

Roswell era uma coisa meio esporádica - você não trabalhava todo dia, mas eu tinha um pouco de medo por estar trabalhando com três pessoas constantemente por nove meses - o mesmo personagem. Não estava muito interessada em trabalhar na TV. Eu só fiz testes para alguns seriados e foi isso. Daí comecei a trabalhar em outra coisa e peguei Lost porque era tão diferente das outras séries. E basicamente existe o fato de que eles podem levar o seriado para tantos caminhos diferentes, são tantas pessoas trabalhando nele - você não precisa trabalhar o tempo inteiro, então não fica entediada com o personagem.

E J.J. Abrams também foi um fator.

Respeito muito J.J e amo muito seu trabalho e idéias.

Ela foi escrita como australiana?

Sim.

Então eles realmente estavam à procura de uma atriz australiana?

Sim, estavam.

Foi bom não ter que se preocupar com sotaques pela primeira vez?

Sim, foi bom e é bem divertido interpretar um personagem tão diferente de mim, grávida de 8 meses, tive que fazer toda uma pesquisa, o que pode e não pode fazer quando está assim - especialmente numa ilha.

Quais são as vantagens e desvantagens de filmar no Havaí?

A vantagem é que é provavelmente um dos mais lindos lugares que já estive e as pessoas lá são maravilhosas. É bem relaxante, ótimo ambiente. Nós temos bastante sorte em poder filmar lá. O problema é ter que viajar toda hora - eu não moro lá então divido meu tempo, quando estou trabalhando, fico lá, senão, estou em Los Angeles. Essas viagens ficam meio cansativas depois de um tempo, mas procuro utilizar este tempo lendo, dormindo ou falando no celular. É legal de uma maneira estranha. Odeio aeroportos. Odeio ir à aerportos - principalmente o de Los Angeles.

O que você espera ser revelado em Lost?

Eu quero saber porque estamos todos lá - [risos] - esta é a grande questão.

Por que vocês estão todos lá?

Eu quero saber... muito.

O que acha que acontecerá com seu personagem, o que você pode dizer de seu futuro?

Eu realmente não sei.

Você espera continuar até o final... ou acha que eventualmente irá se cansar?

Quem sabe? Estou gostando de trabalhar lá. Só posso te dizer como me sinto agora, estou me divertindo muito. Adoro trabalhar com aquelas pessoas, sou muito sortuda por trabalhar com algo que amo e que as pessoas gostam tanto de assistir - isso é muito especial. Mas os personagens irão morrer neste seriado. Isso vai acontecer sempre. E tenho certeza que é porque o show é bastante realista. Quer dizer, obviamente nós temos - [risos] - monstros e ursos polares e todas essas coisas, mas ainda assim eles não estragam com o seriado. O médico não consegue salvar a todos na ilha. Coisas acontecem quando você está numa ilha com armas, animais e monstros. Então, é triste quando alguém morre mas entendo que deixa o show mais interessante. Só nos resta esperar e ver o que vai acontecer.

Alguma idéia do que fazer durante o próximo intervalo do seriado?

Não, eu comecei a ler outros papéis agora.

Você está procurando algum emprego na Austrália? Já passou isso pela sua cabeça?

Eu adoraria trabalhar lá, dependendo do que for.

Quais são as vantagens e desvantagens de trabalhar em Los Angeles?

Los Angeles é um lugar louco. Se você tiver sorte o suficiente de fazer amizades certas em lugares certos, L.A. é fantástico. Tem algumas pessoas e lugares doidos, mas quando você realmente conhece a cidade, vê que existem coisas maravilhosas por aqui. É uma cidade bastante eclética.

Fonte: Lost-TV | Traduzido do inglês por: inertia