Bem, ontem saiu o series finale, duplo, dois episódios com dois tipos de finais.
Um final mais sentimental para encerrar as pontas das histórias (não todas) e dar adeus aos personagens, e outra mais maluca, não explicada, pra deixar todo mundo maluco ao ver. E frustrado. E angustiado.
3x09 – The Return Part 09
3x10 – The Return Part 10
3x11 – The Return Part 11
3x12 – The Return Part 12
3x13 – The Return Part 13
3x14 – The Return Part 14
3x15 – The Return Part 15
3x16 – The Return Part 16
3x17 – The Return Part 17
3x18 – The Return Part 18
É acho que vou ter que rever tudo, pq ou eu não entendi tudo ou não foi explicado.
Essa parada de realidade alternativa e diferente linhas do tempo, levam tempos mesmo pra digerir e entender tudo. Sonhos x realidade é muito complexo. Is it future or is it past?
Mas o que quero dizer mesmo, é que não teve muito da essência de Twin Peaks nessa temporada.
Gente, Twin Peaks é a pequena cidade e seus habitantes peculiares. Sobre como eles levam suas vidas naquele ambiente instigante, bizarro, aquele toque gostoso e agradável.
Não teve aquela sinergia de outrora em Twin Peaks. Teve personagens e filhos de personagens que nem chegamos a ver direito ou a conhecer, foram meros figurantes. Como que perde essa oportunidade Lynch?
Filho da Audrey Horne? Isso no black lodge? Não entendi bem.
DETESTEI ter visto a Daiane (de todos os ângulos, realidades e linhas do tempo) ainda mais num romance com o Cooper, conseguiram matar icônica Daiane. Como pode?
Eu vou rever, com um tempo, mas vou. Ai eu volto pra comentar mais alguma coisa. _________________
Assisti o 3x10 , gostei demais, mas não sei porque, mas senti um clima muito muito do "Mulholland Drive (Cidade dos Sonhos)" Hahaha
Pode ter sido a cantora mexicana no fim, que também canta em Mulholland Drive.
Aproveitando o embalo Twin Peaks/David Lynch, preciso da opinião de algum entendedor haha... Seguinte, eu sou fã de Twin Peaks, amo mesmo, e dos filmes do David Lynch, só assisti 2 até hoje. Estrada Perdida (Lost Highway) e Cidade dos Sonhos (Mulholland Drive).
Estrada Perdida eu gostei bastante, mas Cidade dos Sonhos eu AMEI!! Tendo como base que gostei de um e AMEI o outro, alguém me indica outro filme do David Lynch? Grato!!!
Eu achei genial, mas muito frustrante. É arte, mas não a arte que nos dá prazer, e sim aquela que instiga nossas angústias.
Sobre entender, eu não acho que tenha muito o que entender. Alguns detalhes sim, como por exemplo, a Audrey Horne que estava em algum coma a mais de 20 anos, e despertou de um mundo de fantasias.
Ela foi engravidada pelo Bad Cooper, provavelmente via abuso, quando ainda estava em coma depois da explosão do banco. Foi isso, pelo menos, que eu entendi.
CONTINUANDO
E tem muita coisa que não é exatamente pra entender, e sim pra sentir. E muitos detalhes passíveis a multiplas interpretações.
Lynch avisou que iria respeitar a magia do mistério nessa temporada.
Ele não retratou a Twin Peaks que você queria, Jacke, porque ele parece que quis mostrar a degradação humana dos últimos anos. Ele mostrou uma cidade muito maior e caótica.
Quando eu vou para cidades pequenas que eu conheci 20 anos atrás é exatamente essa a sensação que tenho. As relações entre as pessoas deterioraram demais.
E tem toda a narrativa sobre a bomba atômica. Eu tenho minhas teorias.
Pra mim, desde a segunda guerra mundial quando a capacidade humana de aniquilação ficou clara que algo "quebrou" no inconsciente coletivo humano.
As armas nucleares são um risco permanente. Mais cedo ou mais tarde elas vão acabar com o mundo. Podemos ter paz mundial agora, acordos de não proliferação de armas nucleares, mas isso é tudo provisório. O risco dessas bombas seres usadas para acabar com o planeta, porém, é permanente.
Lidamos com isso nos últimos 90 anos. Mas quanto tempo vai durar? Quando teremos uma guerra em que teremos que nos armas para sobreviver?
Vivemos sob a sombra dessa obra maligna. Sabemos que a civilização humana tem milhares de anos, mas está condenada nos próximos curtos séculos. Estamos na terceira geração depois da última grande guerra e as lições aprendidas se mostram cada vez mais diluídas. Imaginem daqui a 10 gerações...
Então essa é a minha interpretação do oitavo episódio. O mal que surgiu da primeira bomba. Jow Day, a entidade de puro mal.
Essa lenta degradação humana é causada por essa sombra dessa certeza do nosso fim.
Isso foi o ponto principal de toda a série. Lynch não quis ser condescendente com os prazeres que a audiência perseguia, mas em alguns momentos ele até o fez, como por exemplo no beijo e na cena maravilhosa de Norma e Ed... Podemos nos contentar com isso.
Sobre reassistir para entender melhor, só daqui a alguns anos.
Essa série me esgotou demais.
Fiquei a última semana pensando sempre "vai ser frustrante, não vai explicar nada, vai ser de quebrar a cabeça, relaxe", mesmo assim quando vi quebrou minha cabeça, me frustou e me destruiu. E última cena, o último grito, me deixou tão mal que eu fiquei literalmente doente de cama. Ainda estou me recuperando. Não consegui sequer reassitir com legenda os dois últimos episódios. Me dá um frio na barriga quando vejo no PC a pasta com os episódios...