O cara vê um baixinho feioso cheio de amigos, gostosonas de biquini ao seu redor, curtindo férias eternas e super feliz, daí seu subconsciente fala que ele pode ter o mesmo.
E isso acontece não só com a Kaiser, mas com a Brahma, Skol, Antarctica e vááárias outra marcas.
A propaganda existe para criar necessidades e desejos no consumidor.
Eu sou da opinião de que ela vai direcionar as necessidades e desejos já existentes. Se eu gostaria de estar entre as gostosas? Claro. Mas eu sei que não vai ser por eu tomar a cerveja tal que isso vai acontecer. E propaganda de cerveja com gostosa tinha que ter acabado há pelo menos 6 anos, é tudo sem graça, eu preferiria que fosse a gostosa sozinha, que era melhor.
E que eu sabia a cúpula do CONAR tava discutindo o assunto pra justamente não fazerem merda. Eles iam rever e criar anexos. Mas isso eu tô sabendo faz umas semanas, não sei a que pé está a discussão no CONAR.
VTNC!
Odeio gente que vem dizendo que propaganda influencia. Se o cara quer encher a cara vai encher a cara com qualquer coisa.
Obviamente influencia.
Não é determinante, claro, mas obviamente influencia, todo mundo.
Não é tão fácil encarar a cerveja como algo leve e saudável sem ter as propagandas cheias de gente jovem, saudável, bonita e bacana tomando.
Se ao invés disso, aparecesse o cara completamente bêbado no boteco escuro, com barba por fazer e aquela barriguinha, tomando sua Skol, obviamente que isso influenciaria negativamente o consumo.
Dureza é os pais tentarem explicar os melefícios da bebida, e o adolescente pensar "nada a ver, se a propaganda diz que é bom, deve ser, senão proibiriam". Faz parte da confiança que as pessoas tem nos meios de comunicação e na indústria.
Já passou da hora de não fazerem propaganda de uma droga que causa tanto estrago em acidentes e violência doméstica.
Simplesmente odeio quem defende a propaganda de bebida.
Sinto muito vergonha de morar num país que está entre os maiores do mundo no consumo de cerveja per capita.
Olha gente, querem restringir propaganda de bebida alcoólica, que restrinjam... eu já perdi alguns grandes amigos no trânsito por causa de bebedeira, tenho certeza absoluta de que NENHUM deles pensava que a bebida fazia bem porque tinha gente bonita na propaganda... mas restringir a propaganda não é nada de mais.
Eu só acho que as pessoas deveriam conscientizar ao invés de proibir. Como faz a galera do
Vida Urgente, através da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga. Um trabalho digno de admiração e de respeito.
Essa mulher excepcional que é a Diza Gonzaga, perdeu seu único filho num acidente de trânsito porque ele estava de carona com um amigo embriagado. Ao invés de culpar a mídia, o governo ou sei lá mais quem, o que ela fez foi criar a Fundação e o Projeto Vida Urgente, onde adolescentes voluntários fazem um trabalho de conscientização em escolas, universidades, saídas de festas e shows por todo o Estado. Eles fazem um trabalho para conscientizar o jovem a não dirigir alcoolizado e a não beber ALÉM DA CONTA.
Ninguém nunca vai conseguir enfiar na minha cabeça que proibir algo é melhor do que educar para que esse algo não aconteça.
O que eu tenho vergonha é de tentar, ano após ano, escolher bem os candidatos nos quais voto, pra ver que no fim das contas aquele congresso é uma enorme festa, cara, cínica e debochada. _________________
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eu já perdi alguns grandes amigos no trânsito por causa de bebedeira, tenho certeza absoluta de que NENHUM deles pensava que a bebida fazia bem porque tinha gente bonita na propaganda...
Só existem duas possibilidades: Ou seus amigos nunca assistiam essas propagandas, ou então eram alienígenas.
Se eles assistiam e eram humanos, e possuiam cérebros humanos, podiam ser as pessoas mais cultas e conscientes do mundo, ainda assim é impossível não sofrerem influência de qualquer propaganda no cérebro.
Nossas mentes não são conceitos ideológicos perfeitos, nem nossas decisões apenas consequência de lógica e razão.
Esquecem que somos animais, e que nossa mente nada mais é que um amontoado de reações químicas com objetivos instintivos de sobrevivência. O fato de termos desenvolvido grande capacidade de processamento com esse sistema instintivo nos diferenciou, claro, criamos filosofia, mas supor que essa filosofia tenha qualquer proximidade com racionalidade e lógica absoluta é negar o que nos torna humanos e animais.
Supor que exista algum homem ou mulher imune à imagem de uma mulher sensual dançando feliz é o mesmo que se declarar imune à lavagem cerebral, ou incapaz de se excitar sexualmente.
TODOS os humanos (e assim sendo, animais) possuem vergonha perante opinião alheia, vontade de aparecer bem perante opinião alheia, etc, e outros sentimenos instintivos que muitas vezes nos esforçamos em negar, rimos e ficamos ofendidos quando alguém sugere que temos esses sentimentos, mas TODOS sabemos que temos.
Você pode passar a vida inteira sem beber cerveja e vendo propaganda de mulheres e homens sensuais, felizes bebendo, mas supor que isso não lhe influencie é no mínimo ingenuidade.
Na melhor das hipóteses, ver todo dia propaganda que associe sensualidade e felicidade ao consumo de bebida no mínimo te faz enxergar a bebida como algo comum e aceitável, nem que seja nas camadas mais profundas do subconsciente.
A maneira de se defender disso, a ÚNICA maneira é não assistindo essas propagandas. Desligue a TV, vá ler um livro, assim você se livra da influência.
"Ah, mas eu não penso que cerveja é aceitável" diria algum. Ora, isso é algo deduzido logicamente através de vários raciocínios. E como eu já disse antes, não há nada mais distante de quem nós somos de verdade do que nossa lógica.
doug.manoel escreveu:
PedroJungbluth2, e seu avatar?
Eu bebo cerveja.
E bastante.
Isso não significa que eu apóie propaganda, de maneira nenhuma.
Não acho que a venda de cerveja, ou de maconha, ou de qualquer outra coisa deva ser proibida, mas sim regulamentada.
Mas sou totalmente contrário que se faça apologia ao consumo de qualquer dessas drogas.
Só existem duas possibilidades: Ou seus amigos nunca assistiam essas propagandas, ou então eram alienígenas.
Nem um nem outro, por óbvio. Bebiam sabendo que fazia mal e quais seriam as suas consequências. Eu não disse em momento algum que acho que a propaganda não influencia de algum modo, só disse que tenho certeza de que eles não pensavam que a bebida faz bem, porque não faz... se eu e você sabemos disso e não somos alienígenas é bem provável que eles também não fossem.
Os acidentes acontecem porque depois da bebida ter subido à cabeça, essa tal evolução não serve pra muita coisa. _________________
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Registrado em: Terça-Feira, 14 de Fevereiro de 2006 Mensagens: 5.436 Tópicos: 449 Localização: Salvador-BA
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Ensaio: Roberto Pompeu de Toledo
Desceu quadrado
A decisão do Congresso de protelar a restrição aos
anúncios de cerveja na TV é uma vitória do atraso
No projeto do governo que pretende restringir a publicidade de cerveja na televisão embutia-se um confronto entre o progresso e o atraso, a civilização e a barbárie, o interesse público e os interesses privados. Encaminhado ao Congresso em regime de urgência, estava na semana passada na iminência de ser posto em votação quando um acordo entre as lideranças partidárias, ao retirar-lhe a urgência, remeteu-o para as calendas gregas. Venceram o atraso, a barbárie e os interesses privados. Nos vídeos brasileiros a cerveja continuará jorrando, generosa e farta, em mensagens que identificam seu consumo à alegria, à jovialidade, ao sucesso, à beleza e às mulheres de biquíni.
O projeto visava a corrigir uma anomalia criada pela lei de 1996 que proibiu o anúncio de bebidas alcoólicas antes das 21 horas. A cerveja ficara de fora sob a justificativa de ter teor alcoólico menor. Não é preciso ser um profissional da saúde para concluir que o que importa não é o teor alcoólico, mas a quantidade de bebida ingerida. Falou mais forte, no entanto, o lobby da cerveja, representado pela coligação que reúne fabricantes, agências de publicidade e emissoras de televisão. Essa mesma coligação venceu outra vez na semana passada. Num Congresso coalhado de proprietários de emissoras de TV (eta, Brasil!), encontrou amparo amigo em deputados como o líder do PMDB, Henrique Alves (de uma família dona de concessões no Rio Grande do Norte), e Antonio Carlos Magalhães Neto (idem na Bahia).
O combate ao abuso do álcool é uma das principais bandeiras do ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Uma de suas iniciativas foi a tentativa de proibir a venda de bebidas nos bares e restaurantes à beira das estradas. Venceu apenas pela metade, pois no Congresso abriu-se uma exceção para bares e restaurantes situados em áreas urbanas. A tentativa de fazer com que a publicidade de cerveja não se espraiasse tão à vontade, lotando os intervalos do futebol, nos fins de semana, ou se imiscuindo nos noticiários e nas novelas, nos horários de maior audiência, era outra de suas prioridades. O argumento do ministro é a saúde pública. Este é o país dos 35 000 mortos por ano em acidentes de automóvel, em grande parte causados por embriaguez do motorista. É também o país dos assassinatos fúteis no bar e da violência doméstica, para os quais o álcool dá contribuição decisiva.
Nas últimas semanas o lobby da cerveja se fez presente em anúncios nos jornais e na TV. O anúncio da TV começava com uma falsidade ("Querem proibir a publicidade de cerveja", dizia, quando na verdade se tratava de restringir sua veiculação) e avançava pela argumentação de que a publicidade nada tem a ver com a embriaguez dos motoristas ou a violência dos bêbados. No mundo angélico assim descrito, ninguém bebe porque viu anúncio da bebida. Ou seja: a publicidade não provoca efeitos. É um mero exercício platônico, inócuo como comprimido de farinha. O golpe de graça estava guardado para o grand finale, quando, em defesa da publicidade da cerveja, invocava-se a liberdade de expressão. Nada menos do que o nobre conceito, flor do Iluminismo, da liberdade de expressão – como se pairasse a ameaça de censura a algum evento ou se tramasse a repressão a alguma corrente de opinião.
Num anúncio nos jornais, em que também se insistia na tônica da inocuidade da publicidade – pintada como tão responsável pelos bêbados quanto os abridores de garrafa (!) –, o que estaria em jogo seria "o direito sagrado" de "se informar e formar a sua opinião". Como se os anúncios de cerveja tivessem algo a informar além da preferência do Zeca Pagodinho, e como se à vista deles se pudesse formar opinião mais complexa do que escolher o mais revelador entre os biquínis das moças.
Os anúncios foram elaborados pela Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap). Entidades da classe ou lideranças publicitárias também se opuseram, um ano e meio atrás (e também invocando o santo nome da liberdade de expressão em vão), à lei que proibiu os outdoors em São Paulo. Foi a melhor coisa que aconteceu na paisagem da cidade em muitos anos e conta com amplo apoio da população. Com a manobra da semana passada os anúncios de cerveja sem restrição de horário ganharam uma sobrevida talvez de anos. Mas é inevitável que um dia não mais se apresentarão sem freios. Fazem parte da consciência do nosso tempo as idéias de que não se deve estimular o consumo de produtos como cigarros e bebidas alcoólicas, especialmente junto às crianças e aos jovens, e de que a publicidade na TV é um dos mais poderosos estímulos, especialmente junto às crianças e aos jovens.
Há alguns anos também os anúncios de cigarro campeavam soltos. Fumava-se nos programas e os estúdios ficavam cheios de fumaça. Anúncios de cigarro, que costumavam ser tão glamourosos como são hoje os de cerveja, ou apresentadores puxando suas tragadas no ar hoje soariam chocantes. Não está longe o dia em que também os anúncios de cerveja soarão chocantes.
Como se os anúncios de cerveja tivessem algo a informar além da preferência do Zeca Pagodinho, e como se à vista deles se pudesse formar opinião mais complexa do que escolher o mais revelador entre os biquínis das moças.
Agora sério, esse congresso é de dar vergonha. O pior é que não é de hoje. E o pior ainda é que continuará sendo assim, porque o povo, em sua grande maioria, não tem a mínima noção de quem faz as leis nesse país. _________________
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"Nos vídeos brasileiros a cerveja continuará jorrando, generosa e farta, em mensagens que identificam seu consumo à alegria, à jovialidade, ao sucesso, à beleza e às mulheres de biquíni"
E é assim mesmo que a publicidade funciona, associando um produto à um sentimento ou idéia. Assim, sempre que sentirmos determinado sentimento ou termos determinada idéia, lembraremos, conscientes ou não, de determinado produto.
Nas propagandas, quais as principais situações em que a cerveja aparece? Balada, amigos, futebol, praia e paquera. Desta forma, uma criança após ser bombardeada por propagandas similares crescerá achando que é a coisa mais natural do mundo, se for para a balada, tomar cerveja; Se sair com os amigos, tem que tomar cerveja; Se for a um jogo, tem que tomar cerveja; Se for à praia, tem que tomar cerveja; Se for atrás de mulher ou sair com aquela gata, tem que tomar cerveja.
Se você possui uma vida bem ativa como os personagens desses comerciais, passará o dia todo bebendo.
Agora, pouco a pouco, estão associando a uma nova situação: o evento comemorativo. Em vez de abrir um champagne, abra uma cerveja!