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LostBrasil - Índice do Fórum  » Off-Topic » Grandes Guerras - Um Tópico Histórico.

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 Grandes Guerras - Um Tópico Histórico. « Exibir mensagem anterior :: Exibir próxima mensagem » 
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A Hidra
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MensagemEnviada: Domingo Agosto 19, 2007 19:02  |  Assunto: Grandes Guerras - Um Tópico Histórico. Responder com Citação





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Sou um grande adorador da história humana. Ainda mais das guerras.
Podemos citar: Guerras Romanas, Gregas, Médicas, Medievais, Modernas e a uso da polvora. Vamos relembrar alguns conflitos marcantes.

Começando por uma das primeiras grandes guerras, acho que todos já ouviram falar:

A guerra de Tróia foi um episódio sangrento da antigüidade, que teve lugar muito provavelmente entre 1300 a.C. e 1200 a.C, que culminou com a destruição da cidade de Tróia e facilitou o fim da Idade do Bronze no Mediterrâneo. A causa daquele conflito de mais dez anos foi o rapto de Helena de Tróia por Páris, príncipe de Tróia. Segundo a mitologia, a cidade de Tróia acabou por ser tomada após um longo cerco através do uso do Cavalo de Tróia.

Os gregos antigos acreditavam que a guerra de Tróia era um fato histórico, ocorrido no período micênico, mas durante séculos os estudiosos tiveram dúvidas se ela de fato ocorreu. Até a descoberta do sítio arqueológico na Turquia acreditava-se que Tróia era uma cidade mitológica.

A Ilíada, de Homero, descreve os acontecimentos finais da guerra, que incluem as mortes de Pátroclo, Heitor e Ajax que se matou com a espada que Heitor lhe deu. A obra Odisséia é a continuação da Ilíada, que conta a volta de Odisseu a Ítaca, onde passou mais dez anos até chegar a seu destino.


A guerra de Tróia se deu quando os aqueus atacaram Tróia, buscando vingar o rapto de Helena, esposa de Menelau, irmão de Agamenon. Os aqueus eram os povos que hoje conhecemos como gregos, que compartilhavam uma cultura e língua comuns, mas na época se enxergavam como vários reinos, e não como um povo só.

A lenda conta que a deusa (ninfa) do mar Tétis era desejada como esposa por Zeus e por Posídon. Porém Prometeu fez uma profecia que o filho da deusa seria maior que seu pai, então os deuses resolveram dá-la como esposa a Peleu, um mortal já idoso, intencionando enfraquecer o filho, que seria apenas um humano. O filho de ambos foi Aquiles e sua mãe, visando fortalecer sua natureza mortal, o mergulhou quando ainda bebê nas águas do mitológico rio Estige. As águas tornaram o herói invulnerável, exceto no calcanhar, por onde a mãe o segurou para mergulhá-lo no rio (daí a famosa expressão “calcanhar de Aquiles”, significando ponto vulnerável). Aquiles se torna o mais poderoso dos guerreiros, porém, ainda é mortal. Mais tarde, sua mãe profetisa que ele poderá escolher entre dois destinos: lutar em Tróia e alcançar a glória eterna, mas morrer jovem ou permanecer em sua terra natal e ter uma longa vida, porém ser logo esquecido.
Helena e Páris
Helena e Páris

Para o casamento de Peleu e Tétis todos os deuses foram convidados, menos Éris, ou Discórdia. Ofendida, a deusa compareceu invisível e deixou à mesa um pomo de ouro com a inscrição À mais bela”. As deusas Hera, Atena e Afrodite disputaram o título de mais bela e o pomo. Zeus não quis ser o juiz, para não descontentar duas das deusas, então ordenou que o príncipe troiano Páris, à época sendo criado como um pastor ali perto, resolvesse a disputa. Para ganhar o título de “mais bela”, Atena ofereceu a Páris poder na batalha e sabedoria, Hera ofereceu riqueza e poder e Afrodite, o amor da mulher mais bela do mundo. Páris deu o pomo à Afrodite, ganhando sua proteção e o ódio das outras duas deusas contra si e contra Tróia.

A mulher mais bela do mundo era Helena de Esparta, filha de Zeus e de Leda, rainha de Esparta. Helena possuía diversos pretendentes, que incluíam muitos dos maiores heróis da Grécia, e o seu pai adotivo, Tíndaro, hesitava tomar uma decisão em favor de um deles temendo enfurecer os outros. Finalmente um dos pretendentes, Odisseu (cujo nome latino era Ulisses), rei de Ítaca, resolveu o impasse propondo que todos os pretendentes jurassem proteger Helena e o marido que escolhesse, qualquer que fosse. Helena então se casou com Menelau, que se tornou rei de Esparta.

Quando Páris foi a Esparta em missão diplomática, apaixonou-se por Helena e ambos fugiram para Tróia, enfurecendo Menelau. Este apelou aos antigos pretendentes de Helena, lembrando o juramento que haviam feito. Agamenon então assumiu o comando de um exército de mil naus e atravessou o mar Egeu para atacar Tróia. As naus gregas desembarcam na praia próxima a Tróia e iniciam um cerco que iria durar 10 anos e custaria a vida muitos heróis de ambos os lados. Dois dos mais notáveis heróis a perderem a vida na guerra de Tróia foram Heitor e Aquiles.

Finalmente, seguindo um estratagema proposto por Odisseu, o famoso cavalo de Tróia, os gregos invadiram a cidade governada por Príamo e terminaram a guerra.

Fonte; Wikipédia.


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willzinho
MensagemEnviada: Domingo Agosto 19, 2007 20:50  |  Assunto: Responder com Citação





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As contemporâneas são entediantes.
Uma das minhas favoritas é quando o Napoleão volta do primeiro exílio. Que não é bem uma guerra, mas é nice.


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A Hidra
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MensagemEnviada: Segunda Agosto 20, 2007 11:08  |  Assunto: Responder com Citação





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O governo dos cem dias? Este?:

Guerras Napoleônicas é a designação do conflito mundial que opôs a quase totalidade das nações da Europa a Napoleão Bonaparte, herdeiro da Revolução Francesa e ditador militar.

Bonaparte, imperador da França, foi 1º Cônsul em 1799 e coroado em 1804, sob o título de Napoleão I. A partir de 1807 conduz o governo, sem atender aos Corpos Legislativos e com características autoritárias, imperiais e expansionistas.

As guerras, a princípio localizadas como conflitos entre soberanos, tornaram-se guerras nacionais a partir da resistência popular de Espanha e Portugal (Guerra Peninsular) aos invasores napoleónicos. Com o apoio da aristocracia inglesa, as nações europeias, derrotadas em sucessivas coligações acabaram por se impor a Napoleão na Batalha de Waterloo (1815).

A seguir às guerras da Primeira e Segunda Coligações contra a França, durante e logo após a Revolução Francesa, formou-se uma Terceira Coligação em 1804. A ideia desta coligação era tentar deter as crescentes ambições do governante francês, Napoleão Bonaparte, que em Maio de 1804 recebera o título de imperador. As acções de Napoleão provocaram uma nova entrada da Grã-Bretanha na guerra, logo seguida pela Áustria, Nápoles, Rússia e Suécia. A Espanha era então aliada da França.

Napoleão organizou uma enorme frota para atacar a Inglaterra, mas em Outubro de 1805 uma esquadra britânica comandada por Horácio Nelson destruiu uma força combinada franco-espanhola em Trafalgar, acabando com a ameaça francesa.

Napoleão lançou os seus exércitos num ataque à Áustria, que a derrotou na Batalha de Austerlitz em Dezembro de 1805. No ano seguinte invadiu a Prússia e derrotou-a nas batalhas de Jena e Auerstadt. Em 1807 derrotou os Russos na batalha de Friedlândia. Em 1809 a Áustria voltou à luta, mas foi novamente derrotada e obrigada a fazer a paz.

Na península Ibérica, em 1807, Napoleão atacou Portugal e, em 1808, a Espanha, nomeando o seu irmão José Bonaparte como rei de Espanha. Os povos ibéricos revoltaram-se e as tropas britânicas desembarcaram em Portugal. Napoleão forçou-as a uma retirada para a Corunha, no norte de Espanha. Arthur Wellesley, mais tarde duque de Wellington, tomou então o comando aliado na Guerra Peninsular. Enquanto as forças de guerrilha e os corajososos exércitos espanhóis, desgastavam os franceses e obrigavam Napoleão a manter um enorme exército na Espanha, o exército português, reconstituído e aliado aos britânicos sob o mando de Wellington, segurou Portugal através das Linhas de Torres e venceu no Buçaco, Albuera, Salamanca, Badajoz, Ciudad Rodrigo. Em Maio de 1813 o exército anglo-português iniciou a libertação de Espanha, obtida nas batalhas de Vitória e dos Pirinéus. Após a queda de Pamplona e San Sebastian, o exército anglo-português atravessou a fronteira francesa e alcançou sucessivas vitórias em Nivelle, Nive, e finalmente Toulouse, a 10 de Abril.

Napoleão estava decidido a esmagar a Rússia, que invadiu com seiscentos mil homens em Junho de 1812. Tomou Moscovo, a que os Russos tinham pegado fogo, mas encontrou-se com falta de mantimentos e em pleno Inverno russo. Teve de retirar, perdendo a esmagadora maioria dos seus soldados. A Áustria, Prússia e outros estados alemães recomeçaram a guerra, e em Outubro de 1813 uma força combinada de russos, prussianos e austríacos derrotou Napoleão na Batalha de Leipzig. Este abdicou em Abril de 1814 e foi exilado para a ilha de Elba.

As Guerras Napoleónicas repercutiram-se no Brasil a partir da invasão da península Ibérica desde 1807.

Com a chegada da Família Real portuguesa ao Brasil (1808), e a transferência da Administração para o Rio de Janeiro, o Príncipe Regente emite o Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas, assinando-se em seguida os tratados de 1810: o Tratado de Aliança e Amizade e o Tratado de Comércio e Navegação, com a Inglaterra, consolidando a ascendência daquela potência sobre Portugal e seus domínios ultramarinos.

Em represália à ocupação do território de Portugal continental, as forças portuguesas invadem e ocupam a Guiana Francesa (1809-1817), e incorporam a Banda Oriental (atual Uruguai) do rio da Prata.

Em 1815, o Brasil foi elevado à condição de "Reino Unido a Portugal e Algarve", na entidade chamada Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve..


Os Cem Dias.

Em Março de 1815 Napoleão escapou-se da ilha de Elba e regressou à França. O rei francês, Luís XVIII, fugiu e Napoleão viu-se de novo no poder. Reuniu-se apressadamente um exército aliado, sob o comando de Wellington e do marechal prussiano Gebhard von Blucher, que derrotou Napoleão na Bélgica, em Waterloo, em Junho. Napoleão foi novamente exilado, agora para a ilha de Santa Helena, no Atlântico Sul, onde morreu em 1821.


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Fabiano Costa Figu
MensagemEnviada: Sexta Agosto 24, 2007 22:11  |  Assunto: Responder com Citação





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A História Militar me interessa muito. Mais particularmente a Segunda Guerra Mundial.

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A Hidra
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MensagemEnviada: Sábado Agosto 25, 2007 10:21  |  Assunto: Responder com Citação





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Depois vou colocar um especial da Segunda Guerra, que sem dúvida é minha guerra favorita Smile

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willzinho
MensagemEnviada: Sábado Agosto 25, 2007 14:12  |  Assunto: Responder com Citação





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Sim. Os cem dias. A volta dele foi f***, na versão do meu professor pelo menos. =D

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A Hidra
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MensagemEnviada: Sábado Agosto 25, 2007 15:08  |  Assunto: Responder com Citação





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Irrompe a Grande Guerra

A crise de julho, os movimentos políticos e a cadeia de acontecimentos diplomáticos que levou ao início da Primeira Guerra.

A crise de julho teve início a 28 de junho de 1914, na cidade de Sarajevo, capital da província da Bósnia-Herzegovina, que a Áustria tomara à Turquia e anexara em 1908, após prolongado interregno. Os bósnios, como acontecia com muitos outros súditos do Império dos Habsburgos, eram eslavos, falavam o servo-croata e eram mais fortemente atraídos em sua lealdade para o reino independente da Sérvia do que para o Imperador em Viena. Essa lealdade era ainda mais forte devido ao fato de ser relativamente recente o reaparecimento deste reino sérvio independente, após 500 anos de sujeição ao domínio turco. Portanto, o arquiduque herdeiro dos Habsburgos não foi nada diplomático ao escolher o aniversário da comemoração do triunfo dos turcos sobre os sérvios em 1389 para visitar Sarajevo. Se havia intenção de descortesia ou não, o fato é que assim se considerou e um grupo de jovens nacionalistas sérvios resolveu tentar o assassínio, auxiliado por uma sociedade secreta terrorista, a Mão Negra. Mas foi tal a inépcia que a tentativa quase fracassou. Quase, mas o arquiduque Francisco Ferdinando acabou assassinado a tiros com sua mulher, Sofia. O assassino, Gavrilo Prinzip, foi capturado e, no seu interrogatório, soube-se que ele era sérvio de nacionalidade austríaca. Não obstante, o governo de Viena decidiu acusar a Sérvia de cumplicidade no ultraje e apresentar-lhe um ultimato redigido em termos tão humilhantes que ela seria obrigada a optar pela resistência militar irrealizável, em lugar de obedecer.

A Áustria há muito desejava esmagar a Sérvia. A existência independente do Reino ameaçava a viabilidade do Império, não só por que dava esperanças aos descontentes súditos sérvios do Imperador como também porque seu descontentamento poderia facilmente contaminar outras minorias, eslavas ou não. Se Viena até então não se empenhara em um confronto, era porque carecia de um pretexto convincente, e mais importante ainda, porque não tinha a promessa de apoio alemão para levar a crise até o fim. Mas o assassínio em Sarajevo e uma mudança de opinião em Berlim removeram os dois obstáculos.

A disputa entre a Áustria e a Rússia devia-se ao fato de as províncias balcânicas da Turquia estarem sucessivamente se libertando, e disputando fronteiras entre si. As novas nações que surgiam libertadas do jugo turco e muçulmano eram predominantemente cristãs, ligadas à Igreja Ortodoxa, e assim buscavam ligação com a Rússia e sua proteção. À Áustria católica, mas com milhões de súditos ortodoxos sob seu domínio, este papel de protetor religioso desempenhado pela Rússia lhe era sumamente desmoralizante.

Anteriormente, Berlim sempre aconselhara Viena a ser cautelosa em sua política ao lidar com os Balcãs, pois não queria que ela se envolvesse numa situação que pudesse levá-la a uma guerra com a Rússia e, assim talvez, a um conflito europeu generalizado. A mudança de atitude deveu-se à compreensão que a Sérvia não fosse punida pelo caso de Sarajevo (quer seu serviço secreto tivesse provocado o assassínio ou não e de fato o tinha feito através da Mão Negra), a influência da Áustria nos Balcãs seria irrecuperavelmente danificada. A perda de poder da Áustria representaria um ganho de poder da Rússia, e a Alemanha não podia aceitar isso. Por outro lado, a Rússia ainda estava recuperando-se da derrota sofrida na guerra com o Japão em 1904 e das revoluções de 1905 e provavelmente ainda não tinha condições de lutar. Ela por certo protestaria e talvez até fizesse ameaças, caso a Sérvia fosse esmagada, mas isto era melhor do que esperar que ela recuperasse as forças num espírito de boa-vizinhança.

Assim, o Kaiser alemão aconselhou o embaixador austríaco no dia 5 de julho a agir contra a Sérvia e, no dia seguinte, seu chanceler, Berthmann-Hollweg, também deu seu apoio. Essa promessa de ajuda era bem específica: a Alemanha endossaria qualquer ação da Áustria contra a Sérvia, inclusive a guerra. Com tal garantia e a despeito da vigorosa oposição feita dentro do Conselho da Coroa Imperial, notadamente do Primeiro-Ministro húngaro, o Conde Tisza, que advertiu que a Rússia lutaria, o governo austríaco decidiu destruir a Sérvia.

Houve muita demora no envio do ultimato fatal à Sérvia, que só foi emitido a 23 de julho, e quando isso se consumou, toda a Europa reconheceu que as dez exigências nele contidas eram absurdas, inaceitáveis, tendo sido feito com essa intenção. A Áustria, cujos planos de guerra consideravam duas contingências: uma crise nos Balcãs exigindo mobilização parcial (Plano 'B'), e uma crise geral exigindo mobilização também contra a Rússia (Plano 'R'), deu ordens para a mobilização parcial, antecipando uma recusa dos termos de seu ultimato de parte da Sérvia. Esta também mobilizou-se no dia 25 de julho, mas enviou uma resposta tão conciliatória no fim do limite de tempo, que se os acontecimentos tivessem continuado num rumo puramente bilateral, é difícil ver-se como a Áustria poderia ter continuado o litígio. A situação foi tão forçada que quando a resposta sérvia chegou à embaixada austríaca, surpreendeu o embaixador, que não esperava resposta alguma, estando com suas malas prontas a caminho da estação, para embarcar para Viena.

se começara uma reação em cadeia de iniciativas militares na Europa, a começar pela Rússia. Ali, a 24 de julho, o Czar ordenara certas medidas de precaução e a execução do "Período Preparatório para a Guerra", a entrar em vigor a 26 de julho. Esse procedimento pré-mobilização tinha seus equivalentes em vários países europeus e se destinava a pôr o exército ativo em pé de guerra sem exacerbar uma crise; a atitude equivalente adotada pela Alemanha referia-se à proclamação do Kriegsgefahrzustland (Situação de Perigo de Guerra). Infelizmente, essas medidas, embora concebidas de maneira amistosa na teoria, estavam, contudo, na prática, perigosamente sujeitas à interpretações errôneas.

Sazonov, Ministro das Relações Exteriores russo, concordara com a execução do Período Preparatório para a Guerra sob a condição combinada de que isto não aumentaria a tensão. Em particular, ele esperava que os austríacos aceitassem o fato de que a mobilização dos 13 corpos russos na sua fronteira comum nos Cárpatos, e que era a providência principal do Período Preparatório, não passava de uma resposta forma à mobilização parcial da Áustria-Hungria contra a Sérvia, e que, nessa conformidade, eles não adotassem contra-medidas. Mas quando o chefe do setor de mobilização russo disse a Sazonov que a Áustria-Hungria seria obrigada, em defesa própria, a recorrer à mobilização total, e que os termos do tratado austro-germânico provavelmente obrigavam os alemães a se mobilizarem ao lado dela, Sazonov foi em frente com a execução do Período Preparatório e decidiu também fazer o rascunho de uma proclamação de mobilização geral. Ele pretendia submeter ambas à assinatura do Czar, para que este, à luz dos desenvolvimentos subseqüentes, resolvesse qual das duas seria executada. Entrementes a França estava experimentando uma sensação de crise cada vez mais forte, para a qual contribuía o fato de o Presidente Poincaré, que estava de visita oficial a São Petersburgo, ter embarcado de volta para a França e estar ainda em alto-mar, arriscando-se a ser surpreendido pela guerra e até mesmo ser capturado pelos alemães, enquanto atravessava o Báltico.

A 25 de julho, seu governo ordenara o retorno de todos os soldados que estavam de licença e, no dia seguinte, o embarque de 100.000 homens para as guarnições da África do Norte. Mas sua preocupação básica, e mais ainda, do estado-maior-geral, referia-se às intenções dos russos, pois a notícia da mobilização parcial era extremamente inquietante para os homens que haviam contado com uma ofensiva russa imediata contra a Prússia Oriental, para aliviar a pressão sobre eles no caso de uma guerra de duas frentes. O embaixador francês, Paléologue, apresentou vigorosamente esses pontos de vista ao Czar; além disso, durante toda a crise, ele exortou a Rússia, da maneira mais antidiplomática, a entrar em guerra.

Contudo, a 29 de julho, Sazonov ainda não tinha resolvido concretizar a mobilização geral. Na manhã daquele dia, ele recebeu um telegrama do chanceler alemão Bethmann-Hollweg. Embora o embaixador alemão, que o entregara, dissesse que a mensagem fosse interpretada "não como uma ameaça e sim como uma advertência amistosa", Sazonov tinha a impressão de que ela era ao mesmo tempo condescendente e ameaçadora. O telegrama dizia que "outros progressos nas medidas de mobilização russas nos obrigarão a mobilizar; então, será difícil evitar a guerra européia". A reação de Sazonov foi aconselhar o Czar, depois de consultar o Chefe do estado-maior, quanto ao fato de que "não se podia aceitar o risco de atrasar a mobilização geral". Diante disso, Nicolau II concordou em despachar o necessário telegrama.

Mas o Czar, cujo desejo de paz era genuíno e profundo, mudou de idéia no último minuto e mandou despachar um segundo telegrama ordenando a mobilização parcial e que chegou aos quatro distritos militares a que se destinava à meia-noite de 29 de julho. Entretanto, como o estado-maior-geral russo percebeu, a notícia dessa mobilização parcial teria agora o mesmo efeito que a de mobilização geral, dado o estado de tensão provocado. Em Berlim, Moltke por certo foi da opinião de que, decretando a mobilização parcial nos quatro distritos militares ocidentais, a Rússia estava avançando sub-repticiamente contra a Alemanha. Ele estava particularmente alarmado com o boato de que Conrad von Hötzendorff, Chefe do estado-maior austríaco, afinal planejara ficar na defensiva nos Cárpatos e, a 30 de julho, usou seus próprios canais de comunicação com Viena a fim de insistir para que Conrad passasse imediatamente à mobilização geral e observando que assim ele automaticamente invocaria a ajuda alemã.

De qualquer modo, o estado-maior-geral russo, cônscio de que a Alemanha e a Áustria poderiam declarar repentinamente a mobilização geral e apanhar de surpresa o exército russo que ainda estava realizando a mobilização parcial, insistiu perante o Czar para proclamar a mobilização geral a 31 de julho. Acidentalmente, ela veio em público na noite de 30 de julho, mas já então Moltke convencera o Kaiser de que a posição da Alemanha se deteriorara vis-à-vis à Rússia e à França a menos que se tomassem precauções militares imediatas. Nessa conformidade, o Conselho da Coroa decidiu proclamar o drohende Kriegsgefahrzustland (estado de perigo iminente de guerra) no dia seguinte, 31 de julho.

A Áustria, que na verdade estava em guerra com a Sérvia desde o dia 28 de julho, anunciou sua própria mobilização geral ao mesmo tempo em que o governo alemão proclamava Kriegsgefahrzustland. O estado-maior-geral alemão agora estava convencido de que não havia mais um jeito de evitar a guerra, e sendo assim ela deveria ocorrer, segundo ele, em circunstâncias que favorecessem seus próprios planos: isto é, que a França e a Rússia deveriam ser levadas a proclamar guerra contra a Alemanha simultaneamente. Assim, redigiram-se dois ultimatos, que exigiam o cumprimento de condições completamente inaceitáveis e dentro de um limite de tempo muito curto. A Rússia teria de suster a mobilização no prazo de 24 horas; a França deveria, dentro de 36 horas, declarar sua neutralidade e entregar como garantia as cidades-fortaleza fronteiriças de Toul e Verdun enquanto durasse a crise.

É claro que a França rejeitou incontinenti esse ultimato. Suas tropas de cobertura haviam sido deslocadas desde 30 de julho, embora estivessem recuadas de 10 Km da fronteira, para evitar o risco de incidentes considerados provocadores. Mas a 31 de julho, Joffre (chefe do estado-maior francês) advertira solenemente ao gabinete francês de que "a demora de 24 horas na convocação dos reservistas resultará no recuo dos nossos pontos de concentração de 16 a 19 Km para cada dia de atraso; em outras palavras, o abandono inicial dessa extensão do nosso território". Mais tarde, naquele mesmo dia, despachou-se uma ordem de advertência de mobilização que, de certo modo, era o equivalente do Kriegsgefahrzustland. Na manhã de 1º de agosto, sábado, Joffre avisou ao gabinete que não era seguro adiar por mais tempo a mobilização e, às 15h55, se podiam ver cartazes sendo afixados nas ruas de Paris. Cinco minutos depois, a Alemanha anunciou sua mobilização geral já iniciada secretamente dias antes.

A Grã-Bretanha permaneceu como a única das grandes potências européias a não apresentar qualquer reação militar franca à crise. A esquadra, que estivera fazendo seus exercícios anuais de mobilização, recebera ordens, a 29 de julho, no sentido de não se dispersar e o Almirantado notificara as suas unidades quanto ao início do que foi conhecido como "Período de Precaução". A 1º de agosto, em resposta a pedidos urgentes dos franceses para salvaguardar as travessias do Canal da Mancha, a Grã-Bretanha decretou a mobilização total da esquadra. Mas a mobilização de uma esquadra nunca traz consigo as mesmas inferências ameaçadoras da mobilização de um exército e o Gabinete ainda não estava preparado para recorrer a esta última. Aliás, somente depois de receber notícias definitivas sobre a tomada de território belga pela Alemanha a 3 de agosto é que Grey, Secretário das Relações Exteriores, sentiu-se capaz de revelar à Câmara dos Comuns a existência de um acordo entre os estados-maiores-gerais britânico e francês e que o governo estava pensando em cumpri-lo. Mais tarde, naquele mesmo dia, o War Oficce tornou pública a ordem de mobilização geral e, a 4 de agosto, a Grã-Bretanha anunciou formalmente o início das hostilidades contra a Alemanha.

então, milhões de jovens europeus haviam-se apresentado aos seus depósitos regimentais. Cinco grandes exércitos estavam sendo formados na França e oito na Alemanha. Um deles, o 8º, estava concentrando-se na Prússia Oriental, onde deveriam impedir o caminho da Rússia para Berlim. Os outros sete dirigiam-se para suas respectivas posições localizadas na fronteira ocidental, de onde avançariam na direção de Paris e rumo à vitória.

Fonte deste artigo: Agosto de 1914 - John Keegan - Ed. Renes


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