Electronic Arts pede que Fox News se retrate das acusações a Mass Effect Telejornal fala que game de Xbox 360 leva sexo digital às crianças
24/01/2008
Érico Borgo
No início de janeiro surgiu uma reportagem em um website conservador nos Estados Unidos afirmando que Mass Effect, game para Xbox 360 lançado em novembro passado, teria "cenas gráficas de nudez e sexo" e que o produto estava sendo vendido para crianças. Ninguém deu muita bola, afinal, o game está legalmente registrado em todos os orgãos classificatórios no país, é dirigido a maiores de 17 anos e as tais cenas, bem... digamos que há coisa muito mais "gráfica" em episódios de Smallville.
Pois a produtora Electronic Arts e a dona do console, a Microsoft, tiveram que se explicar a respeito quando a Fox News (sempre ela...) decidiu que a tal história era verídica. E, pior, que dava até para "controlar os atos sexuais dos personagens". Se você entende inglês, veja só a caça às bruxas que a emissora promoveu no segmento de seu jornal - o esforçado especialista em games até tenta, mas simplesmente não há como vencer um jogo quando os "chefes de fase" têm como poderes a teimosia e hipocrisia ultra-conservadora.
Em carta-resposta à Fox, Jeff Brown, vice-presidente de comunicação da EA, explica ponto a ponto as alegações. "Fato: As cenas de sexo em Mass Effect não são gráficas. São muito semelhantes às cenas do tipo comumente exibidas por emissoras de televisão no horário nobre. Fato: Mass Effect e todo o seu marketing foram aprovados pelo Entertainment Software Rating Board (ESRB) e classificados para maiores de 17 anos. A cobertura [da Fox] é um insulto às pessoas que passaram anos criando um jogo que foi aclamado pela crítica por seus altos padrões criativos. Mas conforme os videogames seguirem tirando público da televisão esse é o tipo de história que esperamos ver cada vez mais".
E Brown segue, certeiro: "Vocês assistem à Fox Network? Uma Família da Pesada? Já viram The O.C.? Vocês realmente acreditam que as situações sexuais em Mass Effect são mais gráficas que as rotineiramente apresentadas nesses programas? Vocês honestamente acreditam que jovens têm mais acesso a Mass Effect que a esses programas de horário nobre?".
A Electronic Arts encerra a carta solicitando à Fox que se retrate sobre o caso.
FONTE: Omelete
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"Vocês assistem à Fox Network? Uma Família da Pesada? Já viram The O.C.? Vocês realmente acreditam que as situações sexuais em Mass Effect são mais gráficas que as rotineiramente apresentadas nesses programas? Vocês honestamente acreditam que jovens têm mais acesso a Mass Effect que a esses programas de horário nobre?"
EA contra Fox News: Round dois - Psicóloga leva a pior Polêmica sobre o jogo Mass Affect
28/01/2008
Érico Borgo
Na semana passada, a Fox News exibiu uma matéria errônea sobre o game Mass Effect, enfurecendo as comunidades de gamers nos Estados Unidos (leia aqui e também assista à reportagem).
Na seqüência, a Electronic Arts, produtora do jogo, divulgou uma carta pedido retratação imediata - que foi rebatida com um comunicado da emissora dizendo apenas que antes de exibirem o segmento tentaram entrar em contato com a empresa, sem sucesso. Nenhum pedido de desculpas ou retração, portanto.
Pois no fim de semana ao menos um dos envolvidos decidiu voltar atrás. Cooper Lawrence, a suposta "especialista em psicologia" que debateu com desdém o caso no ar com o jornalista especializado em games Geoff Keighley, reconheceu que falou bobagem e que "agora que vi o game e as cenas de sexo sei que não tem nada de pornográfico. Já vi episódios de Lost mais explícitos", disse ao New York Times. Lawrence ainda teve que assumir publicamente que não tinha qualquer conhecimento do assunto que atacava na televisão antes do programa e que foi orientada nos bastidores do programa.
As razões para o pedido "sincero" de desculpas, porém, foram o mero desespero. Afinal, a comunidade de gamers atacou em peso o livro dela na internet, escrevendo quase 500 críticas negativas a ele na Amazon e dando notas 1 em massa. O argumento dos críticos? Exatamente o que ela disse sobre o jogo na TV "não li, mas provavelmente não presta". Genial.
A Fox News permanece calada depois de seu fraco argumento. Fica a tênue esperança, no entanto, que essa e outras emissoras comecem a fazer um pouco melhor sua lição de casa antes de atacar profissionais e uma indústria.