LostBrasil :: Exibir tópico - Blu-ray vence a disputa com o HD-DVD

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A Warner e a Paramount optaram pelo novo formato da Sony. A Toshiba resiste, com o apoio da Microsoft

Por Felipe Marra Mendonça

Terminou a guerra dos formatos da próxima geração de DVDs de alta-definição e o vitorioso é o Blu-ray, da Sony. Embora o fim do formato HD-DVD ainda não tenha sido sacramentado pela Toshiba, a fuga dos principais estúdios que apoiavam o padrão mostra que a morte é uma questão de tempo.

O primeiro desertor foi a Warner, no começo do ano. “A janela de oportunidade para um DVD de alta definição pode se perder se a confusão sobre formatos persistir”, disse Barry Meyer, presidente do estúdio. “Acreditamos que distribuir exclusivamente em Blu-ray aumentará o potencial para o sucesso no mercado e beneficiará vendedores, produtos e, mais importante, consumidores.”
Segundo o Financial Times, a Paramount, em seguida, decidiu usar uma cláusula no contrato de exclusividade com o grupo HD-DVD, que permite à empresa passar a vender títulos em Blu-ray, a exemplo da Warner.

A fuga em massa causou um estrago importante na imagem do HD-DVD. O grupo cancelou uma apresentação de duas horas na principal feira mundial de eletrônicos, a CES, encerrada recentemente em Las Vegas. O anúncio do cancelamento dava o tom do golpe: “Estamos atualmente discutindo o potencial desse anúncio com os outros parceiros do HD-DVD e avaliando os próximos passos”. Um deles poderia ser agendar o velório.

O fim do HD-DVD pode simplificar o ato da compra, mas é também a repetição de uma história antiga. No advento da era do vídeo, a tecnologia VHS acabou por vencer um formato superior, o Betamax, que perdeu o apoio dos consumidores e dos grandes estúdios. À época, dois fatores foram decisivos. Uma fita VHS poderia ter até três horas de gravações, ante uma hora da rival, e as locadoras passaram a ter mais filmes nesse formato. Um terceiro fator, pouco lembrado, mas não menos importante, foi o apoio da indústria pornográfica ao VHS. Isso ainda não aconteceu na atual geração. De qualquer forma, uma parte importante para a escolha dos estúdios é o tamanho da base instalada no mercado. A Sony, antes do lado perdedor, é a principal apoiadora do Blu-ray e tem como carro-chefe o PlayStation 3.

O aparelho foi usado de forma inteligente como uma espécie de cavalo de Tróia pela marca. Além dos jogos, o PlayStation 3 toca discos Blu-ray a um custo muito menor do que simples “tocadores” do formato. Essa base instalada foi importante para convencer a Warner e a Paramount a passar para o outro lado.

A Toshiba, contudo, não produz nenhum console, mas tem na Microsoft uma aliada importante com o Xbox 360. O aparelho não sai de fábrica com a capacidade de ler discos HD-DVD, algo possível somente com a compra de um drive externo e caro. Além disso, embora tenha a capacidade instalada de tocar DVDs normais, a função só é acionada com o uso de um controle remoto especial, vendido separadamente.

O curioso é que, ao final da guerra mercadológica, o sucesso do Blu-ray pode acabar numa vitória de Pirro. A maioria dos usuários visados pelo formato, que reside nos Estados Unidos e quer conteúdo em alta definição, consegue os filmes livres de qualquer formato físico por meio digital ou por TV a cabo. Trocando em miúdos, o disco pode não ter mais tanta importância.

Carta Capital, edição 480