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Spike Jonze fala bastante sobre "Onde Vivem os Monstros"
Onde Vivem os Monstros (Where the Wild Things Are), novo filme do diretor Spike Jonze, tem passado por problemas, mas parece que a coisa continua caminhando. Duas novas fotos foram divulgadas (veja logo abaixo) e, em extensa entrevista ao AICN, Jonze falou sobre a adatação ao cinema do livro homônimo escrito e ilustrado por Maurice Sendak.
"Estamos atualmente trabalhando com a companhia de efeitos visuais Framestore. Desde o começo eu queria que esse filme parecesse real. Levá-lo a sério como as crianças levam a sério sua própria imaginação, e não criar uma fantasia. Queria criar essa sensação de que você poderia estar ali [com Max e os monstros]", diz Jonze, que filmou bastante em exteriores em Melbourne, na Austrália, ao invés do tradicional estúdio fechado.
Publicado originalmente em 1963, o livro acompanha Max, um garoto malcriado mandado para a cama sem jantar. No quarto, ele começa a imaginar um mundo exótico, a terra de Wild Things, povoado por criaturas selvagens estranhas, que recebem o menino como seu regente.
Jonze prossegue: "Foi difícil pegar o garotinho, botar adultos nas roupas de monstro, filmar tudo isso. Por exemplo, se eles jogam uns aos outros e fazemos isso com cabos, temos que fazer isso em plena locação. Não era fácil, mas eu tentei não pensar nisso enquanto estava concebendo o filme. Eu queria manter o charme dos personagens de Maurice, queria que Max pudesse abraçá-los de verdade".
Pra "complicar", Jonze gravou a dublagem de forma invertida, antes de começar a rodar as cenas. Os diálogos entre os monstros e o menino nasciam com espaço para improvisos. Só depois de definir as falas e gravá-las, nesse grande ensaio teatral - com direito a encenação completa, na qual o próprio Jonze e a atriz Catherine Keener se revezavam no "papel" de Max - é que a filmagem começou de fato em locação, já com o garoto Max Records no papel principal. "Fizemos a encenação em um estúdio lacrado e acarpetado pra que não vazasse nada além das vozes. Eu queria que os monstros tivesses essa performance espontânea. [Depois, no set] os caras dentro das fantasias ouviam as fitas primeiro e depois atuavam em sintonia com o playback em altos-falantes, pra que a atuação acontecesse sincronizada com as vozes. Eric [Zumbrunnen, montador] já trabalha no filme há dois anos e meio, porque ele editou essa parte das vozes há dois anos."
Sobre a questão da má recepção das crianças nas primeiras exibições-teste: "Desde o começo eu dizia para o estúdio 'não acho que esse será um filme para crianças de quatro anos', e eles respondiam 'oh, ok'. Daí quando eles viram... E a forma como filmamos os monstros pode ser assustador. (...) Maurice sempre insistiu que eu fizesse o filme que traduzisse o que o livro representa pra mim, algo que leva as crianças a sério e não fica passando a mão na cabeça. Ele me contou que, quando o livro saiu, foi considerado perigoso. Psicólogos e bibliotecários criticaram, porque não era a forma como os adultos se comunicavam com as crianças. 40 anos depois, é um clássico".
O que muitos consideram agressivo no livro é o fato dos monstros, os "wild things", terem comportamentos literalmente selvagens. "Quando eu percebi que os monstros selvagens simbolizavam sentimentos selvagens, vi aí uma forma de trabalhar a adaptação. Sentimentos selvagens assustam porque são imprevisíveis. É isso que deve ter assustado o estúdio. Não era um filme tradicional para crianças. Era uma criança real em um mundo real, e o problema era esse mesmo. É como se eles estivesse esperando um menino e eu dei à luz uma menina. Então o estúdio precisou de um tempo pra aprender a amar essa menina. Demorou, foi difícil, mas no fim eu fiz o filme que eu queria."
"Nós finalizamos as refilmagens há três semanas, provavelmente vamos terminar os efeitos em maio. Daí fazemos a mixagem em maio e temos a estréia em outubro", completa. Jonze fala muito mais, então vale recomendar a leitura da entrevista completa -
aqui.
O elenco de vozes tem Catherine Keener, Benicio Del Toro, Forest Whitaker, Lauren Ambrose, Catherine O'Hara, Tom Noonan, Michael Berry e James Gandolfini. A Warner Bros. lança o filme em 16 de outubro de 2009.
Fonte: Omelete
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