Registrado em: Sexta-Feira, 24 de Junho de 2005 Mensagens: 2.537 Tópicos: 146 Localização: Secreta
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Do G1
Programa da TV francesa força jogadores a ‘eletrocutar’ concorrente
Voluntários participaram do falso ‘Jogo da Morte’
Documentário quer provar poder manipulador da TV .
Participantes de um falso programa da TV francesa foram surpreendidos com uma cadeira elétrica no meio do cenário, onde aparentemente um dos selecionados é eletrocutado até a morte.
O Jogo da Morte faz parte de um documentário que a emissora 2 TV exibirá na noite desta quarta-feira (17) sobre como as pessoas se submetem a qualquer coisa para participar de um programa de televisão.
Chamados para participar de um novo jogo de perguntas e respostas, 80 voluntários foram instruídos a questionar um participante, que foi colocado em uma cadeira elétrica. A cada resposta errada, o homem levava um choque.
O que os jogadores não sabiam é que o equipamento elétrico era falso e o participante escolhido para se sentar na cadeira era, na verdade, um ator contratado pela produção.
Durante a rodada de perguntas, os voluntários e a própria plateia ficaram assustados com os gritos do homem na cadeira elétrica, mas não interromperam a brincadeira ou deixaram o estúdio. Todos acreditaram que se tratava de um game show real, mesmo quando a vítima errou uma pergunta, levou um choque de 460 volts e, aparentementem, perdeu a vida.
Christophe Nick, produtor do documentário, disse ao jornal “Telegraph” que apenas 16 dos 80 participantes se recusaram a “eletrocutar” o homem. _________________ ***
The people in these towns, they're asleep.
All day at work, at home.
Sleepwalkers.
We wake them up.
***
Sometimes, life forces you to cross the line. You're going about your normal everyday routine, when suddenly something truly awful happens and all that pent-up rage you feel about your job, your marriage, your very existence, is released with unstoppable fury. Some call it 'reaching the breaking point' others call it 'breaking bad'.
***
Think of how stupid the average person is, and realize half of them are stupider than that. - George Carlin
Peraí, isso será realmente exibido um dia só? Pelo q entendi a exibição é só no dia 17 e acaba ai. Correto?
Não vou manter esse topico no ''em exibição'' não...
Vou mover isso para o ''off topic'', por favor me corrigam se eu estiver errada. _________________ _________
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Pois é Jacke, nem eu sei exatamente como classificar esse programa. Por mim ele ficava dentro das séries, já que ele trata sobre o assunto, embora pareça que seja um programa "stand alone". Mesmo assim sou indiferente, desde que o tópico não vá parar na lixeira.
Mais um update no programa:
Citação:
As televisões públicas francesas estão em plena guerra contra os reality-shows - e sua principal arma é, adivinhem?, um reality-show.
Ontem foi ao ar na France 2 um documentário chocante sobre um falso jogo de TV produzido com o objetivo de desmascarar este tipo de programa.
Parte de uma pesquisa sobre os impactos da comunicação de massa, o "jogo da morte" selecionou 80 participantes reais que se imaginavam em um programa de auditório - com direito a cenário, câmeras, plateia.
Com o objetivo de ganhar um prêmio final, sua missão seria de aplicar choques elétricos em um outro participante caso ele não respondesse corretamente determinadas questões. Sem que os jogadores soubessem disso, o outro participante era um ator instruído a gritar e a pedir para deixar o jogo, simulando dor com os supostos choques.
O formato do "jogo" é uma releitura fiel da pesquisa realizada em Harvard por Stanley Milgram, em 1960, que colocava em causa a explicação dada por Adolphe Eichmann, carrasco nazista julgado em Israel, de que ao organizar a morte de milhares de judeus ele teria apenas "obedecido ordens".
A pesquisa acadêmica realizada então, sem palco nem apresentadores, teve um resultado já surpreendente: mais de 60% dos indivíduos que participaram da investigação travestida de "jogo" não hesitaram em aplicar nos outros "jogadores" a descarga elétrica mortal de 450 volts.
No documentário produzido pela France 2, sob a pressão de uma plateia, de uma equipe de filmagem e da figura de autoridade representada pela apresentadora, a resposta foi ainda mais expressiva: 81% dos participantes aplicaram a voltagem máxima proposta pelo jogo - de 460 volts, mais que o dobro da potência da descarga elétrica de uma tomada doméstica.
No livro lançado simultaneamente ao documentário, o depoimento dos participantes impressiona: "Apliquei o procedimento". "Simplesmente obedeci". "Ele podia gritar, não estou nem aí: vim aqui para ganhar". "Tem a pressão do público, das câmeras, da apresentadora - é difícil dizer não".
Sociólogos veem na experiência um efeito do que Le Bon apontou como o comportamento de massa - aquela velha história de fazermos em grupo o que não faríamos sozinhos. A ideia é que, na televisão, ainda que o indivíduo esteja sozinho na cabine de jogo, tem-se a impressão de estar "acompanhado" por todos os telespectadores.
Para os críticos radicais da televisão (como já contei aqui antes, isso é o que não falta na França), a lógica também contamina o telespectador comum, que "aceita" comportamentos amorais recebidos pela telinha graças à sensação de cumplicidade de se saber parte de um enorme grupo.
Além de tudo o que já sabemos - do tempo que a televisão nos rouba de atividades intelectualmente mais ricas, do convívio familiar, de tudo o que nos faz verdadeiramente ativos, e não simples espectadores - o documentário deixa uma pergunta profunda: será que essa televisão-trash nos torna piores? Não só menos bons, mas ainda por cima mais malvados?
Carolina Nogueira é jornalista e mora há dois anos em Paris, de onde mantém o blog Le Croissant (www.le-croissant.blogspot.com)
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