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LostBrasil - Índice do Fórum  » ABC | Geral » Final de LOST por um critico de cinema

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 Final de LOST por um critico de cinema « Exibir mensagem anterior :: Exibir próxima mensagem » 
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mellojack
MensagemEnviada: Segunda Maio 24, 2010 13:10  |  Assunto: Final de LOST por um critico de cinema Responder com Citação





Sexo: Sexo:Masculino
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Registrado em: Quinta-Feira, 22 de Setembro de 2005
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Leitura que recomendo. Pablo Villaça, do Cinema em Cena:

"Acabou.

Depois de seis instigantes anos, Lost chegou ao fim com um plano que remeteu diretamente à primeira imagem que nos apresentou à série - e se há algo que quem faz meu curso de Teoria, Linguagem e Crítica sabe, é que tenho um fraco terrível por rimas deste tipo. Com isso, Carlton Cuse e Damon Lindelof não apenas encerraram a jornada de maneira emocionalmente satisfatória, mas também extremamente elegante.

O episódio final, aliás, foi repleto de rimas visuais e temáticas do tipo: o movimento de câmera que traz Locke e Jack olhando para o fundo da caverna é uma clara referência ao plano final da primeira temporada, quando a escotilha foi finalmente aberta, e o nascimento de Aaron foi praticamente uma reencenação de sua "primeira" chegada ao mundo - e cada instante de reconhecimento proporcionado pelos criadores era fruto de um arrepio não só pela coesão da estrutura, mas também pelo reconhecimento de que estávamos mesmo nos aproximando do fim.

"Estrutura", vale dizer, é algo pelo qual Lost será lembrado eternamente pelos interessados em audiovisual. Como já escrevi no passado, é raríssimo ver uma série que tem coragem não apenas de investir em novos arcos dramáticos, mas que, acima de tudo, não hesita em alterar a própria estrutura de sua narrativa praticamente a cada nova temporada. Se House se mantém preso ao "doente da semana" e 24 Horas é limitado pela abordagem em tempo real, Lost jamais hesitou em investir em novas formas de contar suas histórias: embora os flashbacks funcionassem magnificamente bem, logo fomos introduzidos ao conceito do flashforward - e eventualmente fomos atirados em uma série de saltos temporais até chegarmos à inicialmente estranha idéia do flashsideways, que nos apresentava a um universo "alternativo/paralelo" cuja natureza não conseguíamos compreender completamente.

Mas que, para crédito de Cuse e Lindelof, se revelou um conceito que serviu perfeitamente para amarrar as trajetórias dos personagens de uma maneira satisfatória e profundamente comovente - afinal, o que poderia ser mais definitivo do que a morte de todos e um reencontro motivado pelo fato de terem dividido uma passagem fundamental em suas vidas? Mas, mais do que isso, o flash-limbo (fui o primeiro a cunhar o termo, hein?) acabou surgindo como um conceito que muito empresta do espiritismo, que alguns daqueles personagens parecem usar esta nova existência (reencarnação?) como uma oportunidade de crescimento ou, no mínimo, de pagar pelos erros cometidos anteriormente, justificando por que Ana-Lucia ainda "não está pronta" para acompanhar os demais ou por que Benjamin Linus opta por permanecer ali por mais algum tempo para continuar seu aprendizado, que, sem dúvida alguma, era um dos que mais tinham contas a prestar. (Da mesma forma, não deixa de ser curioso que Fionnula Flanagan encarne a Sra. Hawking/Widmore na série, que sua personagem acaba dividindo curiosas características com a governanta que encarnou em Os Outros. Mas divago.)

Ainda assim, é preciso reconhecer que muitos não se interessarão pela descoberta do flash-limbo ou pelas rimas visuais, querendo saber simplesmente se "todas as perguntas foram respondidas". Aqui faço duas considerações:

1) Como já disse antes, Lost me cativou não pelas respostas, mas pelas perguntas e pelos personagens (mais sobre estes em um segundo). Os mistérios instigantes apresentados pela série despertaram, ao longo dos seis últimos anos, uma fonte de prazer em si mesmos; saber a origem das tatuagens de Jack, por exemplo, não era tão fascinante quanto o simples conceito de um cirurgião aparentemente tão recalcado que, de forma curiosa, trazia tantas marcas na pele. Assim, sou grato à série por criar indagações tão envolventes quanto os propósitos da Dharma, a presença de um urso polar numa ilha tropical e os números de Hurley - e se nem tudo foi respondido (e como poderia?), considero-me inteligente o bastante para compreender que as lacunas podem ser preenchidas com minhas próprias teorias e "viagens". O mundo real não oferece respostas a tudo (algo que Michael Haneke adora esfregar na cara de seus fãs) e, assim, é interessante que às vezes nos divorciemos de nosso comodismo de espectadores e percebamos que, por mais que exijamos respostas para tudo, nem sempre seremos atendidos - e mesmo que fôssemos, qual a diferença? Seria uma resposta tão arbitrária e maniqueísta quanto qualquer outra que pudéssemos imaginar sozinhos. Lembrem-se do casal brincando na praia ao fim de Desejo e-com Reparação e percebam que uma série de respostas atiradas no final seria algo tão artificial, falso, como aquela cena - embora certamente fosse despertar uma sensação de "satisfação" em boa parte do público. Portanto, agradeço aos realizadores por me tratarem com um pouco mais de respeito do que a maioria dos produtores que trazem seus personagens apagando a luz do cenário ao fim da série por saberem que resoluções do tipo, por mais infantis que sejam, evitam dores de cabeça e cobranças por parte de "fãs".

2) Quais respostas adicionais poderiam ser fornecidas? Sabemos o que é a ilha; sabemos o que representa; conhecemos os dois lados em conflito que motivaram a ida dos personagens para o local; descobrimos o que os números representavam e o que era a "lista de Jacob"; fomos informados sobre a origem do urso polar e da escotilha; compreendemos o que é a fumaça negra; como o Black Rock foi parar ali; quem é Richard e por que não envelhece; de onde vinham as "vozes" e os "fantasmas"; e por aí afora. E daí que não sabemos exatamente o que é a "luz"? Sua função é o que basta, não? Sim, a apresentação da "mãe" de Jacob e do Homem de Preto (Jacobina?) me frustrou justamente por perceber que os criadores estavam tentando utilizá-la como uma explicação artificial (vide parágrafo anterior), mas eventualmente eles ganharam meu respeito por não insistirem em apresentá-la como a "solução dos mistérios da ilha" - algo que eu temia que eles fizessem nos últimos episódios.

"Ah, mas o que era a Dharma?", podem questionar alguns. A Dharma era como os tripulantes do Oceanic 815; um grupo de pessoas que passou pela história da ilha. O mesmo vale para Widmore, Eloise, Richard, Ben, Desmond, etc. É realmente preciso saber mais do que isso? Será que precisamos saber também quem passou pela ilha entre a "posse" de Jacob e chegada de Richard? Ou quem veio depois que Hurley se tornou o novo Jacob?

Não podemos apenas aceitar que a ilha, protagonista da série, serviu de palco para muitos dramas pessoais e que tivemos, ao longo dos últimos seis anos, a oportunidade maravilhosa de acompanhar alguns destes?

Sim, porque Lost se tornou esta série tão memorável em função de seus personagens. Jack e sua racionalidade de homem da Ciência sempre querendo ajudar a todos; Sayid e sua culpa pelo passado de torturador; Sawyer e sua canalhice motivada por um terrível trauma de infância e por uma vida voltada ao desejo de vingança; Kate e sua força destrutiva inspirada por uma mãe ausente e um pai abusivo; Locke e sua determinação regada por sua Fé inabalável em algo maior. Personagens tridimensionais que cresceram diante de nossos olhos ao longo dos anos: vimos Jack se tornar um homem capaz de acreditar no desconhecido; Sayid descobriu sua própria humanidade; Sawyer permitiu-se estabelecer laços significativos com outras pessoas; e assim por diante.

Como negar a força dos personagens de Lost se, ao ver Sayid reencontrando (e reconhecendo) Shannon após quatro anos, fui movido às lágrimas pela felicidade do casal? Se os olhares de reconhecimento entre Claire e Charlie, Jin e Sun e Saywer e Juliet me deixaram tão feliz quanto os próprios envolvidos na cena?

Se ver Jack se entregando à morte no mesmo local no qual abriu os olhos, confuso e ferido, seis anos, me fez sentir não só uma profunda tristeza por vê-lo finalmente partindo ao sacrificar-se pela ilha, mas também grato por ter testemunhado suas ações, conflitos, dúvidas e dores ao longo deste tempo?

E por mais que seja um cético na "vida real", confesso sem embaraço algum que ver todos aqueles indivíduos - não, mais! Aqueles meus amigos - se reencontrando no pós-vida, felizes por voltarem aos braços uns dos outros foi algo que me fez despedir de Lost com lágrimas, mas também com um imenso sorriso de agradecimento. Eu estava feliz por eles, mas também por mim, que tive a honra de conhecê-los e acompanhá-los por seis inesquecíveis e fantásticos anos.

Como foi bom ter sido fã de Lost."

http://www.cinemaemcena.com.br/pv/BlogPablo/


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Gourmet Erótico
MensagemEnviada: Segunda Maio 24, 2010 14:18  |  Assunto: Responder com Citação





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As críticas do Pablo são uma vergonha para a humanidade. As críticas de cinema dele são um amontoado de frases genéricas manjadas e clichês...

Um bando de críticos e cada crítica que um faz é uma praticamente uma punheta no companheiro ao lado, todos se elogiam reciprocamente e no final todos gozam. Um clube que só está errado quem não faz parte.

Coisa linda.

Applause


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The people in these towns, they're asleep.
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Sleepwalkers.
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Sometimes, life forces you to cross the line. You're going about your normal everyday routine, when suddenly something truly awful happens and all that pent-up rage you feel about your job, your marriage, your very existence, is released with unstoppable fury. Some call it 'reaching the breaking point' others call it 'breaking bad'.
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Think of how stupid the average person is, and realize half of them are stupider than that. - George Carlin

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vitaum
MensagemEnviada: Segunda Maio 24, 2010 15:26  |  Assunto: Responder com Citação





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Gostei do texto mellojack, ele falou muitas coisas que pensei tambem.

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Lost do Bem
MensagemEnviada: Segunda Maio 24, 2010 16:20  |  Assunto: Responder com Citação





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Registrado em: Segunda-Feira, 24 de Maio de 2010
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Tenho orgulho q um Brasileiro tenha escrito tão belo texto. Lost merece!

Applause


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Só sei que nada Sei. - Sócrates, O Maior Sábio de Todos os Tempos

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rataoloco
MensagemEnviada: Terça Maio 25, 2010 13:12  |  Assunto: Responder com Citação





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Registrado em: Segunda-Feira, 13 de Março de 2006
Mensagens: 411
Tópicos: 10
Localização: Itanhaém-SP



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Cara, me impressiona um crítico de respeito não ter capacidade pra ver certas coisas.

Até os fãs mais bitolados, que amaram o final, são capazes de perceber que a série vem caindo. Pro Vilaça, pelo jeito tá tudo perfeito, caiu no conto de que tava tudo planejado pelos produtores desde o começo.

Personagens Tridimensionais? Sim, vai falar isso pra kate no finale da 5ª temporada. "Jack, vou com você" "Não, explodam a bomba" "Sawyer, vou com você" "Explodam a bomba".

Amadorismo puro.


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Heleno Silvestre
MensagemEnviada: Terça Maio 25, 2010 22:47  |  Assunto: Responder com Citação





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Registrado em: Terça-Feira, 26 de Dezembro de 2006
Mensagens: 105
Tópicos: 17
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Que texto maravilhoso, ele falou quase tudo que eu senti.

Applause


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Heleno Silvestre
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Oceanic Air: Vôo 815

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warrior_tharos
MensagemEnviada: Quinta Maio 27, 2010 22:38  |  Assunto: Responder com Citação





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Mensagens: 9
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ele deve fazer muitas criticas para novelas mexicanas tipo maria do bairro, a usurpadora e etc. Realmente emocionou meu c*.

AH vai a merda, os roteiristas deram graças a deus que acabou pq já não cnseguiam nem explicar porque raios a ilha precisava se protegida. Perguntem aos familiares dos criadores e nem eles devem saber o que é a ilha e vao dizer: - Ah cara inventi ai na hora os otarios cairam certinho, tv é bom pega varios trouxas, pedi ajuda a um amigo da faculdade sobre fisica quantica, mas me perdi nos calculos dai saquei fora. AH os ursos polares, foi so para criar um clima de "que p**** é essa", foi minha maconha que tava estrada.

FIM

I LOST MY TIME>


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Anderson_Chester
MensagemEnviada: Sexta Maio 28, 2010 14:18  |  Assunto: Responder com Citação





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/\ AuhAhuAHUAUHAHU... eu morro de rir quando as pessoas querem colocar os pensamentos dos roteiristas/produtores... XD é realmente divertido.

Gostei do texto... resumiu bastante coisa que eu senti, não só no ultimo episódio, mas em toda série.


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warrior_tharos
MensagemEnviada: Sexta Maio 28, 2010 15:45  |  Assunto: Responder com Citação





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Registrado em: Sexta-Feira, 16 de Junho de 2006
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Grupos: Nenhum
Anderson_Chester escreveu:
/\ AuhAhuAHUAUHAHU... eu morro de rir quando as pessoas querem colocar os pensamentos dos roteiristas/produtores... XD é realmente divertido.

Gostei do texto... resumiu bastante coisa que eu senti, não só no ultimo episódio, mas em toda série.


/\ hehehehe
Eu me divirto quando alguém tenta ser ironico mas não consegue nem ter a capacidade intelectual de debater usando de uma dialética lógica onde possa refutar cada argumentação de forma coerente, FORA do lado sentimental e emocional. Como se LOST fosse um parente da familia tipo aquelas velhas gordas que assistem novelas mexicanas e jovens que assistem RBD e se emocionam quando um personagem termina o romance e acaba o dramalhão.

Pra quem gosta de novela, realmente supera as da globo, e só. Laughing Laughing


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Anderson_Chester
MensagemEnviada: Domingo Maio 30, 2010 12:33  |  Assunto: Responder com Citação





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Eu não quis ser ironico. Surprised
Apenas falei a verdade, eu dou muita risada quando alguém quer colocar frases na boca (ou mente) dos outros. E não é preciso "refutar" de argumentação nenhuma, eu não dei um argumento pra você combater.

Mesmo assim, obrigado. Smile


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Gourmet Erótico
MensagemEnviada: Domingo Maio 30, 2010 12:40  |  Assunto: Responder com Citação





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EM BUSCA DO LOST PERDIDO

Como será a sua
vida sem a série
que aprisionou o
planeta Terra
numa ilha na TV?

Texto de Arnaldo Bloch

(Publicado este domingo na Revista da TV)




Assisti a meio episódio de “Lost”, um
ano, e, como numa novela, bastou para en-
tender tudo. A surpresa foi que, terminada
a série, encontrei, via facebook, nas pala-
vras de um amigo fissurado pe-
lo programa, a expressão do
que senti: “Foi uma perda de
tempo. Um bando de babacas
que não sabem de onde vêm,
onde estão e para onde vão”.
Refleti: mas não é o que so-
mos? Não é essa, aliás, a sínte-
se do existencialismo, filosofia
que difunde a ideia de que es-
tamos aqui por acaso? A ques-
tão é saber se isso justifica en-
rolar o mundo por seis anos!
Melhor não seria ler um pouco
de Sartre e ir fundo na questão? Em busca
de luz, mando um e-mail para Arthur Dapie-
ve: “Como é viver sem ‘Lost’?. “Quem?,
responde Dapi, de seu telefone esperto.
Sei que os fãs vão discordar, mas isso não
é problema: cada um discorda de um jeito,
o que me põe numa posição de igualdade
frente a quem assistiu! Aqui mesmo, na re-
dação de O GLOBO, cada um diz uma coi-
sa. Bruna Capurro acha que o xis da ques-
tão passa pelo espiritismo: o pessoal cair
na ilha é um limbo; depois, o sofrimento to-
do, um purgatório; e, no final, a luz salva a
todos na igreja, co-
mo se fosse um “O
anjo extermina-
dor” ao contrário.
Ufa! A fumaça cin-
za ficou pra trás,
presa na ilha! Tava
doida pra ser expe-
lida. “Como um
pum?, pergunta
um gaiato, enquan-
to Télio Navega na-
vega noutra onda:
“Cada um morreu
a um tempo e depois se reencontraram to-
dos”. Tom Leão acrescenta: “Casaram com
as almas gêmeas”. E diz mais: “Tem muito
de mitologia judaica na parada, com um to-
que cristão pra agradar os americanos, ti-
po bezerro de ouro, travessia do deserto e
coisa e tal”. Tom está tristão: “Viver sem
‘Lost’ é viver sem a expectativa de cada no-
vo capítulo e de baixá-lo ainda de madru-
gada para ver no dia seguinte, cedinho. E
contar os meses entre os hiatos das tempo-
radas. ‘Lost’ causava isso... . A colega
Ludmila Curi vitimiza-se, por outra razão:
“Nunca vi, mas vivo totalmente
lost. Outros, como André Mi-
randa, descobriram que não
ver não é motivo para estar de-
sinformado: seguiu tudo pelas
redes sociais e pela Wikipedia.
No final, concluiu: “Agora o trá-
fego no Twitter vai melhorar!.
Bianca Kleinpaul sentirá falta
das “piadas de fotomontagem
com gente sumida”, tipo “Acha-
ram o padre do balão!. Você
abria a foto e era a ilha de
“Lost”. Nesta linha, entre os ali-
viados, não faltam trocadilhos: “Get Lost”,
dizem uns. “Acabou Bost”, atacam os de-
tratores. “Eu não gost”, disparam os infa-
mes. Nada que desinflame a onda de comen-
tários que se propaga entre os órfãos. Jef-
ferson Lessa, chateado, diz que o final foi
preguiçoso, pois garantiram o tempo todo
que aquilo não era um purgatório, “e era,
! Era mesmo? Léa Cristina diz que “foi
tudo real, e a ilha apenas equilibra o mal e
o bem na Terra”. Lívia Brandão, que nun-
ca viu “Lost” mais gordo, se diz feliz por
ter seus amigos conversando civilizadamen-
te de novo. “Os fãs de ‘Lost’
que conheço se tornaram espe-
cialmente agressivos na última
temporada, que dividiu opi-
niões. Quem estava achando
ruim era ‘uma besta que não sa-
be interpretar texto’ pra bai-
xo.... Fiel a seu atual élan de
pensador da estética e da comu-
nicação, o jornalista Luciano
Trigo faz uma ode à era da in-
formação: “O seriado ultrapas-
sou os limites da TV e se tor-
nou um produto multiplatafor-
ma, mostrando o potencial de mobilização
do audiovisual no novo contexto de redes
sociais e de convergência. Não deu pra en-
tender se ele assistiu à série ou não, mas o
que importa?, se estamos todos perdidos
na ilha da aldeia global? Tanto que, do ou-
tro lado da aldeia, até o economista e lati-
nista Albert Fishlow, uma das feras da ve-
lha guarda da Columbia University, entra
na conversa, com e-mail endereçado a “Ar-
noldo”: “Infelizmente (ou felizmente) não
acompanhei... talvez na próxima. Mas não
haverá próxima, e o poeta Geraldo Carnei-
ro comemora no
improviso: “Se vi-
vo até sem o ‘Para-
dise Lost’ de John
Milton, imagine
sem ‘Lost’. Assisti a
dois episódios, e,
pelo que entendi,
não há nada para
entender. É o ve-
lho truque da histó-
ria que começa de-
pois do começo e
termina antes do
fim, celebrizado por Kafka. Last but not
least, vivo lost sem ‘Lost’. Mais relax é
Adriana Calcanhotto: “Nunca assisti, queri-
do, imagino que se minha vida mudar não
terá sido por causa do fim da série... Per-
didão está o DJ Jorge Luiz: “Vai fazer uma
falta danada! Viver sem ‘Lost’ é viver per-
dido... fica um vazio... Deste vazio com-
partilha Mariana Bernardes, do jornal,:
“Ainda não sei o que dizer, sentir... acho
que não caiu a ficha”, pondera, na retórica
dos rompimentos amorosos. Ramona Ordo-
ñez melancoliza, que mais conformada:
“Que jeito? Vida que segue...
Em pior situação está André Ma-
chado, poeta, roqueiro e repór-
ter: “Está sendo muito difícil pa-
ra mim suportar o vácuo deixa-
do por esta obra originalíssima,
marco da cultura transmídia.
Quero voltar para a ilha urgen-
temente! Precavido, o escritor
João Ximenes Braga agiu antes
de a coisa virar um romance
vão: “Eu me senti traído com o
final da primeira temporada,
que termina sem nenhuma res-
posta, um disparate, e nunca mais vi. A úni-
ca coisa ruim de viver sem ‘Lost’ são os fãs
chorando as pitangas.

NOTA DO GOURMET: a formatação é essa merda mesmo. Fonte: http://oglobo.globo.com/blogs/logo/


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PedroJungbluth
MensagemEnviada: Domingo Maio 30, 2010 17:53  |  Assunto: Responder com Citação





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Twitter: @pedrojungbluth

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Um bom argumento: Lost teve um final vazio, não explicou mistérios, por que na vida é assim mesmo, a gente nunca descobre tudo, e as coisas não acabam se encaixando.

Pronto, gastei toda minha ironia por um ano.


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Marcus Valerio XR
MensagemEnviada: Segunda Maio 31, 2010 18:04  |  Assunto: Responder com Citação





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Registrado em: Quinta-Feira, 26 de Outubro de 2006
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Grupos: Nenhum
Sinceramente o final também me decepcionou, mas muito mais me choca é ver como os odiosos de plantão não suportam a satisfação alheia!

E daí se o cara gostou? É a opinião dele, a percepção dele, a subjetividade dele!

SUBJETIVIDADE É INVIOLÁVEL! Ninguém tem o direito de julgar a sensibilidade alheia.

Guardem seu ódio para si mesmos!


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Marcus Valerio XR
FREE MIND!!!
http://www.xr.pro.br

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warrior_tharos
MensagemEnviada: Quarta Junho 09, 2010 21:02  |  Assunto: Responder com Citação





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SuperMT
MensagemEnviada: Quarta Junho 09, 2010 21:27  |  Assunto: Responder com Citação





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Mensagens: 3.075
Tópicos: 11
Localização: with your sis.

Twitter: @_matvieira

Grupos: 
[ABC]
O mais interessante em Lost foi que os produtores nos levaram a acreditar, por muito tempo, que algumas coisas tinham importância e agora nos mostraram que não tinham, efetivamente.

Digo, por que diábos um japonês do templo ou a infertilidade na Ilha teria importância?
Acredito que a maioria das pessoas que não gostou do fim de Lost, ainda está presa à algumas questões que se mostraram não tão importantes.

Não fugindo do clichê, associo esses pontos à passagens da vida de uma pessoa: ela pode conhecer peças interessantes e ter dias estranhos ao longo de sua passagem pela Terra. Essas peças, pontos e dias talvez não tenham importância nenhuma se observado o cenário todo.

Basicamente, Lost falava de pessoas que sobreviveram e apenas mostrava histórias paralelas à isso.
A história principal foi terminada. O resto, não importa.

É entender isso tudo como uma série, e nada mais.


_________________
'O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.' Drummond.

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