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DarkJack

Relógio mais preciso do mundo não deve ter segundo

Em um sótão a seis metros de profundidade debaixo dos jardins do Observatório de Paris, alguns cientistas preparam aquele que será o relógio mais preciso do mundo, com o principal objetivo de questionar uma convenção que data de 40 anos: a definição de segundo. Os melhores relógios atômicos do Observatório atingem uma precisão espantosa: 0,0000000000000006 segundo por segundo. Em outras palavras, levarão 52 milhões de anos para atrasarem em um segundo.

Agora, o objetivo das atuais pesquisas é retardar esse atraso em 32 bilhões de anos. Isto poderá parecer um simples discurso intelectual. Entretanto, a indústria espacial é uma ávida consumidora de relógios de precisão. Os sistemas de navegação por satélite, que obtiveram um avanço espetacular nos últimos anos, se baseiam em instrumentos como estes.

A pesquisa relacionada aos planetas descobertos recentemente fora do sistema solar se apoiará em observatórios espaciais compostos por vários satélites voando em formação com órbitas ajustadas ao milímetro. Neste caso também serão necessários relógios de grande precisão.

"A principal aplicação de nossas pesquisas continuará sendo a navegação, como há centenas de anos, quando foi criado o Observatório e os cronômetros faziam falta. A diferença é que esta navegação será espacial e não marítima", ressalta Philip Tuckey, diretor do departamento "sistemas de referência Tempo-Espaço" do Observatório.

A metrologia do tempo é uma das principais tarefas do Observatório, que mantém uma importante atividade de pesquisa ainda pouco conhecida. Um dos principais pontos de sua pesquisa consiste no uso de átomos esfriados a laser para que se obtenham freqüências muito estáveis.

Trata-se de uma linha de trabalho muito desenvolvida pelos cientistas franceses, que se apóia nos trabalhos de Claude Cohen-Tannoudji que por estes estudos recebeu o Prêmio Nobel de Física em 1997.

Os relógios mais precisos de hoje em dia utilizam o césio, enquanto o Observatório, por sua vez, trabalha atualmente com o estrôncio e o mercúrio.

Bizarro não? Como seria o tempo de hoje em diante? s-maior