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copenhagen · **Enviada:** Segunda Julho 03, 2006 08:33 | **Assunto:**

Mulheres apitam

Era a festa de amigo secreto da TVCOM. As mulheres não entendem por que homem odeia festa de amigo secreto. Elas adoram amigo secreto, festa à fantasia e nenê. Precisa ver o que acontece com as mulheres da Redação, quando alguma chega com um nenê nos braços. Elas olham e:

- Uóóóóóóóóó...

Cara, mulher apita quando vê criança.

Mas a festa. O bom do amigo secreto é a parte introdutória. O sujeito pega o presente e começa: "O meu amigo secreeeto..." Aí vem a descrição do amigo. Sempre elogiosa, evidentemente, ninguém vai desancar o próprio amigo secreto em público. Então, fico esperando menos o presente e mais o elogio. Imaginei que alguma das belas colegas da TV poderia ter me tirado. Ela na frente de todo mundo, miando:

- O meeeu amiiigo secreeeto é um homem que provoca arrepios de desejo nas mulheres. Eu mesma, confesso, preciso me conter para não agarrá-lo, cada vez que o vejo. Ele tem, assim... sei lá... um magnetismo animal. Sorte da mulher que partilhar o leito de amor com ele.

Alguma coisinha assim.

Bom. Na festa da TV, a primeira a falar foi a Lilica Chagas, produtora. Anunciou que havia perdido o nome do seu amigo secreto, que não sabia quem era e acenou com um envelope que só poderia ser vale-CD:

- Quem sobrar e não receber presente, leva o meu.

Estremeci. Se fosse eu o amigo da Lilica, não apenas receberia um maldito vale-CD como não ganharia elogio. E havia grande chance de ser eu, porque minha mala sempre é a última na esteira do aeroporto e o meu caixa é sempre o mais lerdo do súper e meu presente sempre fica para o final nos amigos secretos.

De fato, as entregas de presentes se sucediam, e nada do meu. As pessoas se emocionavam com as homenagens. O Zé Antônio ganhou do Renato Matte um quadro com a foto da torcida do Grêmio carregando uma faixa com o seu bordão: "Voltareeemos!" A Tânia abraçava a todos, efusiva como uma debutante. A Maria Paula Letti e a Rodaika estalavam beijos de alegria.

Mas, à medida que trocavam pacotinhos, as pessoas iam se desinteressando da comemoração, fundando conversas paralelas ou até indo embora. A atenção delas se dispersava, pedaços de festa caíam pelos cantos do bar, rodeavam uma mesa afastada, jaziam escorados numa parede.

A animação foi se apagando feito um toco de vela. Sobraram umas quatro pessoas realmente interessadas no que estava se passando. Eu olhava para a Lilica. Seria a Lilica a minha amiga secreta?

Não era. Era o Ozíris Marins. Deu-me um fino Casa Silva, fez um discurso de amigo mesmo, pena que pouca gente ouviu. Bem, não ganhei vale-CD, o que é um alento, mas a festa...

Onde fora parar a festa? Tinham todos deslizado porta afora, com a sensação do dever cumprido e os presentes debaixo do braço. Maldição. Depois as mulheres não sabem por que homem odeia amigo secreto.

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Aproveitando a "onda" do amigo oculto organizado colocado em prática aqui no fórum pela Manuela e o Pablost, lembrei-me dessa crônica do David Coimbra, que eu ao menos achei bacana hehehe.