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Entrevista : Bryan Burk

Como um dos produtores do sucesso LOST, Bryan Burk é uma das poucas pessoas que conhecem os segredos que se escondem na ilha onde o elenco está preso. Mas mais recentemente, Burk passou mais tempo num local um pouco mais reconhecível - especificamente, a ilha de Oahu, onde o show é gravado - respondendo questões sobre o box da segunda temporada de LOST

Além de falar sobre o que foi o principal foco na segunda temporada, Burk fala sobre a resposta da audiência, a estrutura de flashbacks da série e sobre o que é possivel se esperar para a terceira temporada.

Agora que vocês completaram duas temporadas, como você diferencia o trabalho da primeira temporada para o da segunda temporada?

Como eu diferenciaria a primeira temporada da segunda? Ah, é completamente diferente para mim. O que é mais excitante é tentar reinventar o show a cada ano, e a idéia da primeira temporada era realmente sobre essas pessoas tentando saber como iriam sobreviver e onde diabos eles estavam e o quê diabos estava acontecendo - Era mesmo um primeiro capitulo, por assim dizer, quando você cai de um avião numa ilha deserta cheia de coisas estranhas. A segunda temporada realmente abriu as portas e você percebe que haviam pessoas lá antes de você e que ainda havia gente lá - o Desmond. Realmente havia muita coisa acontecendo na ilha muito antes do acidente, e eu acho que definitivamente foi respondido o que havia lá e o que estava acontecendo com a escotilha. Nós realmente contamos muito daquela história - falamos tanto que as pessoas discutiam se nós davamos informações lento ou rápido demais. Pensamos: bem, isso está definitivamente no lugar certo, porque você olha muito mais longe agora do que no ano passado, quando as conversas se limitavam a: o que há na escotilha"? Se eu disesse que tinha um cara apertando um botão a cada 108 minutos você pensaria "O que!?!?!" e de repente, uma temporada depois, tudo faz sentido. Por sorte, poderemos nos inventar de novo porque vai ser muito sobre Os Outros - tudo que você precisará saber sobre os outros, o que vai dar muito mais informações sobre o que está acontecendo no mundo de LOST

Nunca vai haver um episódio em que tudo será revelado, tipo "aqui está"! mas o que vai acontecer é que quando o show chegar ao seu final, você será iluminado de uma maneira totalmente diferente. Enquanto você vê o show, sua percepção de como ver o show muda. Como na primeira temporada quando você não sabia nada sobre o Projeto Dharma ou nada dessas coisas. Indo para a segunda temporada, você ainda não sabia disso, mas agora é uma coisa completamente diferente. Agora você vai pra terceira e sua percepção do que está acontecendo vai ser completamente diferente, e assim a audiência vai mudar totalmente seu ponto de vista. Então, as informações que vocês terão seram de num nível totalmente diferente.

Então vocês pretendem continuar a usar a mesma estrutura para a série ou haverá um ponto onde vocês pretendem chegar onde a audiência não precisará mais de informações sobre o passado das personagens que vocês não precisarão mais de flashbacks para preencher os episódios?

Não. Eu acho que temos tantas histórias sobre as personagens que ainda não contamos que ainda fazem parte do quadro geral. Quando não tivermos mais histórias para contar, o show acaba, logo, os flashbacks são parte do programa.

A história da ilha é um elemento disso, mas acredito que os flasbacks de todos e tudo conta a história não só de quem são aquelas pessoas, mas eram elas e eu particularmente acho que isso se encaixa no que está acontecendo lá.

Quais são algumas das coisas que vocês aprenderam sobre a resposta do público durante a segunda temporada, ou coisas que vocês perceberam que não foram bem, mas pretendem melhorar na terceira temporada?

Boa pergunta. Bem, a grande copisa que aprendemos foi que as pessoas odeiam reprises tanto como nós e graças a deus a ABC realmente nos ajudou e ajudou a série de uma maneira que eu nunca tinha ouvido falar que eles fizeram, que foi ouvir as reclamações das pessoas e dividiram a série em duas partes. Então vamos exibir seis episódios, seguidos de uma pausa em que apresentaremos uma nova série, e depois voltaremos para 17 episódios direto. Então a ideia de que o show que é tão veloz como o nosso,ser quebrado em repitições não é nescessaria para ninguém. Então nesse caso acho que estamos tirando vantagem do fato de que teremos uma parte com seis episódios e outra parte com 17. Esse é o nosso maior aprendizado.

O quanto da opinião da audiência vocês escutam? Por exemplo: O fato das duas personagens menos queridas da série não terem sobrevivido foi sorte ou foi planejado?

Você sabe que eu não sei. É tipo - é a magia da TV, que quando fazemos nosso trabalho direito, não importa se você ame ou odeie, mas tudo pode acontecer. Eu me lembro de quando começamos LOST e fizemos os teste de elenco e Shannon, a personagem de Maggie Grace deixou todos malucos - uma menina rica e mimada. Porém, um ano depois quando a matamos, as pessoas ficaram horrorizadas. Essa é a magia da TV, onde você pode começar com personagens que as pessoas não gostam e dizem "tomara que morra!" e então recebemos reclamações - e recebemos mesmo - de pessoas horrorizadas. E nós dizemos: " espere um pouco, você detestava ela!"

A verdade é que a ideia que a personagen da Ana Lucia não chegaria até o fim da temporada já era algo que sabiamos desde o início, então é uma jornada que você faz. Mas ultimamente estamos cientes do que a audiência pensa e isso dá mais combustivel para fazer o necessário. Nós olhamos mais para saber se nossos objetivos estão sendo atingidos corretamente, se as pessoas estão gostando de quem não deveriam gostar, ou não gostando de quem deveriam gostar. Assim que vemos a resposta da audiência

Sabendo disso, vamos saber mais sobre a Libby, ou a história dela acabou?

Em LOST nada nunca acaba.

Fonte: IGN | Tradução: Kennewick