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NaNDo_ZeN · **Enviada:** Quarta Novembro 07, 2007 14:08 | **Assunto:**

Bom vou postar aqui o texto que me fez procurar essa série. Ainda não baixei nenhum episodio mas fazer isso agora mesmo. =D
Lembrando que isso é um texto informal, retirado do blog pessoal de Pablo Villaça.

"Tenho acompanhado outra série que chegou ao seu quinto episódio na semana passada: "Pushing Daisies", criada por Bryan Fuller. O conceito é, por si só, genial: Ned (Lee Pace, de "Confidencial" e "O Bom Pastor") tem o dom de ressuscitar os mortos (claro) com apenas um toque. Porém, com um novo toque ele transforma a pessoa novamente em cadáver - e, desta vez, para sempre. Além disso, se ele não voltar a tocar o ressuscitado, deixando-o vivo por mais de um minuto, uma outra pessoa instantaneamente morre em seu lugar.

Como ele usa seus poderes? Trabalhando ao lado de um detetive particular (Chi McBride, de "Eu, Robô" e "Os Espíritos") para reviver vítimas de mortes misteriosas a fim de desvendar os crimes. No primeiro episódio, isto o leva a ressuscitar um amor de infância, Charlotte (Anna Friel, de "Linha do Tempo"), que é mantida viva quando ele não consegue criar coragem para tocá-la uma segunda vez (há também o remorso por ter provocado a morte de seu pai, mas os detalhes você confere assistindo à serie).

De cara, isto já confere a "Pushing Daisies" vários atrativos: uma premissa original, um tom de humor negro eficiente e um par romântico que foge das convenções. Se normalmente as séries trazem subtramas românticas do tipo "Eles não vão ficar juntos nunca?!?!", aqui Ned e Chuck (o apelido de Charlotte) são declaradamente apaixonados e querem ficar juntos. O problema é que ele não pode tocá-la para não matá-la novamente - e, com isso, ganhamos cenas nas quais eles são obrigados a se beijar usando pedaços de plástico entre seus rostos.

Isto tudo já seria o suficiente para gerar uma série digna de nota, mas ainda nem mencionei o tratamento visual requintado de cada episódio, com suas fortes cores (toda a direção de arte é impecável), enquadramentos e movimentos de câmera criativos e tom de fábula que freqüentemente me fazem lembrar de "O Fabuloso Destino de Amelie Poulain".

Querem mais? Ok. Os diálogos. Escritos com uma elegância atípica nos dias de hoje (e me refiro a produções para tevê e cinema), eles não apenas ajudam a desenvolver a trama e os personagens como ainda merecem aplausos pela bela construção.

Para que tenham uma idéia, normalmente detesto diálogos puramente expositivos, daqueles que servem apenas para orientar o espectador com relação a algum incidente. Mas no episódio 4, por exemplo, quando o roteiro sente a necessidade de explicitar que determinada personagem sofre de narcolepsia depois que ela desmaia sem motivos, a fala que se segue prima pela inteligência com que disfarça a exposição gratuita através do bom humor (além de se adequar perfeitamente ao caráter do detetive Emerson Cod, que a diz). Olhando para a mulher adormecida, Cod pensa um pouco e conclui:

- Então, isto é uma narcoléptica. Necrófilo é a outra coisa.

E por falar em estabelecer o óbvio... já sou fã de "Pushing Daisies"."

Por Pablo Villaça, Cinema em Cena.

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