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LostBrasil - Índice do Fórum  » Off-Topic » De quem é a Amazônia?

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 De quem é a Amazônia? « Exibir mensagem anterior :: Exibir próxima mensagem » 
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Aloprado
MensagemEnviada: Quarta Maio 21, 2008 08:39  |  Assunto: Responder com Citação





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RVangelis, é que os índios precisam ser civilizados... coitados... Rolling Eyes

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Kabessote
MensagemEnviada: Quarta Maio 21, 2008 10:39  |  Assunto: Responder com Citação





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Isso ainda vai terminar em guerra.

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rafaelrss
MensagemEnviada: Quarta Maio 21, 2008 10:55  |  Assunto: Responder com Citação


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Cristovam Buarque: A Internacionalização do Mundo


O Globo-10/10/2000- Cristovam Buarque

Fui questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia, durante um debate, nos Estados Unidos. O jovem introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro. Foi a primeira vez que um debatedor determinou a ótica humanista como o ponto de partida para uma resposta minha. De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia.

Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Respondi que, como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, podia imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.

Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia é para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Os ricos do mundo, no direito de queimar esse imenso patrimônio da humanidade.

Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.

Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar que esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, possa ser manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

Durante o encontro em que recebi a pergunta, as Nações Unidas reuniam o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu disse que Nova York, como sede das Nações Unidas, deveria ser internacionalizada.

Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro. Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir à escola.

Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar; que morram quando deveriam viver.

Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. nossa.

Fonte: Senador Cristovam Buarque


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RVangelis
MensagemEnviada: Quarta Maio 21, 2008 11:03  |  Assunto: Responder com Citação


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Onde estão com minha cabeça?

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Eu, NO MÁXIMO, aceitaria PARCERIA com órgãos internacionais para ajudar com a preservação e pesquisa.

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Fernanda Khurkhi
MensagemEnviada: Quarta Maio 21, 2008 23:56  |  Assunto: Responder com Citação





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Mensagens: 409
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Aloprado, o q eu disse é q deveriam incluir os índios no mundo civilizado, q alias, de civilizado não tem muito.. os índios estão certos!

alguns índios não fazem toda a raça levar a fama..

e pra falar a verdade, eu não gosto da cultura indígena, acho covardia o q pessoas tidas como civilizadas fazem com eles.. provavelmente estas são do mesmo escalão daquelas q queimam indigentes, q maltratam animais.. e quanto a mim, parei por aqui.


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.:Carol_MF:.
MensagemEnviada: Quinta Maio 22, 2008 14:55  |  Assunto: Responder com Citação





Sexo: Sexo:Feminino
Idade: 36

Registrado em: Quinta-Feira, 16 de Fevereiro de 2006
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Com certeza deveria existir uma política FORTE de proteção para a Amazonia. Mesmo sendo o país com mais biodiversidade no mundo inteiro, o Brasil não aprende a cuidar de p**** nenhuma. ¬¬

Eu sou contra cientistas/pesquisadores ESTRANGEIROS na Amazonia ou em qualquer outro lugar importante do nossso país: como o Pantanal, pra citar um exemplo. Isso porque qualquer coisa que os caras "descobrem", vão logo patenteando como se FOSSE DELES, como se o que eles descobriram fosse patrimonio de seu país! ABSURDO!

A nossa famosa caipirinha foi patenteada pela Alemanha ¬¬
Tão levando um processo na cara e vão perder!

Agora imagina o número de coisas que serão descobertas por estrangeiros NA AMAZONIA e patenteadas pelos mesmos?

QUEM VAI GANHAR DINHEIRO (LEIA-SE ROYALTIES) COM A DESCOBERTA VÃO SER OS OUTROS E NÃO O BRASIL, O VERDADEIRO DONO!

Enfim, além de proteção, O Lula devia mandar centenas de pesquisadores por toda a Amazonia e começar a desenvolver a região com outra coisa ao invés de desmatamento (que ele não faz o mínimo esforço de combater).


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doug.manoel
MensagemEnviada: Quinta Junho 05, 2008 11:36  |  Assunto: Responder com Citação


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Burn, motha' fucka'

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Localização: Guarulhos/SP

Twitter: @dougmanoel

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Internet espalha boato sobre internacionalização da floresta amazônica

da Folha de S.Paulo

Um spam (uma mensagem não solicitada) que vem entupindo as caixas de entrada dos e-mails alerta sobre um plano para transformar a Amazônia em uma reserva internacional, citando como prova um suposto livro ("An Introduction to Geography", de David Norman) adotado em escolas dos Estados Unidos, no qual a Amazônia já aparece separada do Brasil.

O spam traz a "horrorizante tradução" de um trecho do livro, segundo o qual "desde meados dos anos 80 a mais importante floresta do mundo passou a ser responsabilidade dos Estados Unidos e das Nações Unidas", que os países que a controlavam eram "reinos da violência, do tráfego [sic] de drogas, da ignorância, e de um povo sem inteligência e primitivo".


Inglês macarrônico do spam (uma mensagem não solicitada) revela que o texto certamente não foi escrito por um norte-americano

Esse livro não existe nas bibliotecas norte-americanas: basta consultar o site Worldcat (www.worldcat.org), que faz uma busca simultânea em mais de 10 mil bibliotecas, para constatar que se trata de uma obra fantasma.

Todas as publicações comerciais dos EUA são registradas na Biblioteca do Congresso e tal livro não consta de seus arquivos. Tampouco pode ser encontrado em livrarias como a Amazon e a Barnes&Noble.

Existem vários autores com esse nome --o mais produtivo é um paleontólogo com vários livros sobre dinossauros--, mas nenhum deles escreveu sobre geografia.

O inglês macarrônico da mensagem revela que o texto certamente não foi escrito por um norte-americano. Vários erros (padronização, grafia, concordância) sugerem que o autor da fraude é provavelmente um brasileiro com pouca fluência no idioma.

A própria montagem é tão grosseira que a página 76 do livro, onde aparece o suposto mapa (veja o quadro), fica do lado reservado às páginas ímpares.

Apesar das evidências de fraude, o e-mail se disseminou a tal ponto que chegou a ser reproduzido em um clipping distribuído pela SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), em 2001 --o que obrigou a Embaixada do Brasil nos EUA a apontar a fraude. Apesar disso, o spam circula até hoje.

***

Arrow Cara, eu ouvia essa historia desse livro há caralhaços de tempo, mas sinceramente não sabia que era falsa a informação. Tão pouco tinha visto a "foto" do mapa. Laughing

Mas de certa forma é um alívio saber que não existe.


_________________
Tem sempre um babaca falando merda.
- Ronaldo Fenômeno, 19/abr/09

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RVangelis
MensagemEnviada: Quinta Junho 05, 2008 12:04  |  Assunto: Responder com Citação


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Onde estão com minha cabeça?

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Putz, em época de Google, não acredito que até hoje tem gente acreditando nesse texto.

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PedroJungbluth
MensagemEnviada: Quinta Junho 05, 2008 22:05  |  Assunto: Responder com Citação





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ótimo tópico.

Na Amazônia fazemos televisões, enquanto os mais espertos pirateam nossas reservas químicas.

Eu sou a favor de transformar a zona franca de Manaus em Zona fármaco-química, e deixar para fazer televisores onde eles são mais comprados.

E liberar a exploração do jogo para os Índios, para que eles parem de precisar de ajuda e assistência e fiquem ricos defendendo sua cultura e ambiente através do turismo, como ocorreu nos EUA.


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PedroJungbluth está offline  Ver o perfil do usuários Enviar Mensagem Particular Enviar Email MSN Messenger
RVangelis
MensagemEnviada: Sexta Junho 06, 2008 08:57  |  Assunto: Responder com Citação


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PedroJungbluth2 escreveu:
Eu sou a favor de transformar a zona franca de Manaus em Zona fármaco-química, e deixar para fazer televisores onde eles são mais comprados.


Se duvidar, a cura do câncer está por ali no meio. Se houvesse estímulo à pesquisa e exploração racional das reservas químicas da floresta, haveria mais desenvolvimento para a região e seus habitantes.

Também sou a favor de uma zona farmaco-química, mas isso vai demorar enquanto houver uma ruma de militantes ecológicos e antropólogos que acreditam que a melhor maneira de preservar a floresta - e os índios - é mantê-la intocável, numa espécie de redoma.

Aproveitando o tema "internacionalização da Amazônia", posto aqui um texto do meu jornalista blogueiro favorito: Janer Cristaldo. É um texto do ano 2000, mas infelizmente continua atual:

Brasil Invade Amazônia
Janer Cristaldo - http://cristaldo.blogspot.com

Tantos são os boatos travestidos de fatos a circular na mídia, que hoje a melhor forma de negar um fato é transformá-lo em boato. É o que parece estar acontecendo com as ameaças de internacionalização da Amazônia. Nestes dias, anda rolando nos jornais e na Internet a denúncia de uma brasileira residente em Austin, de que os mapas usados nas escolas dividem o Brasil em duas partes: a do sul, o Brasil propriamente dito, e a do norte, como "zona internacional de preservação". Como até agora ninguém forneceu à imprensa os tais mapas, tudo não passaria de mais um dos tantos hoaxes que infestam os meios de comunicação. A existência dos mapas até pode ser infundada. Mas não o são as pretensões internacionais à Amazônia brasileira.

A história está longe de ser nova. Em 1971, em Estocolmo, minha professora de sueco afirmou com todas as letras: "O Brasil está invadindo a Amazônia". trinta anos, se considerava naqueles nortes que Amazônia é uma coisa e Brasil é outra. Quando tentei mostrar-lhe que a Amazônia pertencia ao Brasil, ela nem discutiu. Olhou-me com a comiseração que reservamos aos defensores de idéias bobas.

De lá para cá, personalidades de mais prestígio que uma anônima estocolmense manifestaram posições semelhantes. François Mitterrand, que defendia o direito de ingerência da França nos países do Terceiro Mundo, chegou a proclamar: "O Brasil precisa aceitar uma soberania relativa sobre a Amazônia". Segundo Madeleine Albright, Secretária de Estado dos EUA, "quando o meio ambiente está em perigo, não existem fronteiras". Margaret Thatcher, ex-primeira ministra da Inglaterra, ia mais longe, em 1983: "Se os países subdesenvolvidos não conseguem pagar suas dívidas externas, que vendam suas riquezas, seus territórios e suas fábricas". Até Mikhail Gorbachev, administrador da massa falida soviética, se permitiu um palpite, em 1992: "O Brasil deve delegar parte de seus direitos sobre a Amazônia aos organismos internacionais competentes". John Major, ex-primeiro ministro da Inglaterra, foi curto e grosso: "As campanhas de ecologistas internacionais a que estamos assistindo, o passado e o presente, sobre a região amazônica, estão deixando a fase propagandista para dar início a uma fase operativa, que pode definitivamente ensejar intervenções militares diretas sobre a região".

Mas as pretensões à Amazônia não datam das últimas décadas. Entre 1840 e 1860, um obscuro tenente da Marinha dos Estados Unidos, Matthew Fontaine Maury, funcionário do Departamento de Cartas e Instrumentos do Departamento da Marinha de Washington, nutria um projeto simples e pragmático: uma vez alforriados os escravos negros de seu país, estes seriam enviados para colonizar a Amazônia brasileira. A república da Libéria, na África, resultou de um destes projetos. Deu no que deu.

E por que não colonizar a região amazônica com brancos? Maury empunhava argumentos de ordem geográfica. Se o europeu e o índio haviam lutado com suas florestas por 300 anos sem imprimir-lhe a menor marca, sua vegetação só poderia ser subjugada e aproveitada, seu solo só poderia ser retomado à floresta, aos répteis e aos animais selvagens e submetido ao arado e à enxada, pela mão-de-obra do africano. "É a terra dos papagaios e macacos e só o africano está à altura da tarefa que o homem aí tem de realizar".

O projeto de Maury não era original. Desde a década de 1830, os EUA planejavam abrir a navegação do rio Amazonas a todas as nações. Antes do oficial sonhador, um certo Joshua Dodge pensou estabelecer 20 mil imigrantes norte-americanos nas margens do Amazonas. Todos se comprometiam a reconhecer a soberania brasileira, pelo menos nos primeiros anos de colonização. À semelhança do que foi feito com o Texas, pretendia-se anexar a região aos Estados Unidos. A estratégia era simples. Bastaria comprar alguns brasileiros em Manaus, que passariam a ser "legítimos representantes de uma República da Amazônia, que se declararia estado independente do Império do Brasil, inclusive por discordar da forma como o país era governado, com sua monarquia".

Caso o governo brasileiro enviasse navios e tropas para restabelecer sua soberania, os cidadãos do novo estado amazônico independente apelariam para a proteção norte-americana. Uma força de protocapacetes azuis se apresentaria na foz do Amazonas para proteger a vida e os bens ameaçados dos cidadãos americanos.

Quem nos conta este quase desconhecido projeto de expansão americana é a professora Nícia Vilela Luz, em A Amazônia para os Negros Americanos (Rio, Editora Saga, 68 ). Segundo a autora, muitos americanos, bem antes da eclosão da Guerra Civil, achavam ser mais interessante libertar todos os escravos e enviá-los para fora da América. O intérprete maior desta vontade é o tenente Maury: "Convencido da superioridade do branco, podia admitir o negro na condição de escravo e nunca numa posição de igualdade com o branco. Que fazer então com essa população negra uma vez posta em liberdade e cuja multiplicação ainda poderia submergir a raça branca?"

Felizmente, "Deus preservara a Amazônia deserta e desocupada para que os problemas do Sul pudessem ser resolvidos - prossegue Vilela Luz -. Acuados ao Norte onde não encontrariam mais terras do Mississipi por desbravar nem mais campos de algodão por subjugar, os sulistas, para se livrarem do seu excesso de população negra, salvando ao mesmo tempo sua economia e sua peculiar instituição, encontrariam a safety valve mais ao Sul, no vale amazônico".

Os mapas de Austin podem ser boato. Mas para a opinião pública lá fora, muito o Brasil está invadindo a Amazônia


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andrade
MensagemEnviada: Sexta Junho 06, 2008 09:03  |  Assunto: Responder com Citação





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O pior de tudo isso é o governo Brasileiro ao longo dos anos não dar a devida importancia para um polo farmaco-quimico na Amazonia.

Como o Vangelis disse, eu também acredito que a cura de inumeras doenças está la.. é so abrir espaço e para com essa idéia ultrapassada de intocavel e tals...

Os indios se respeitados e mantidos em sua terra com certeza trariam muitosconhecimentos que acrescentariam muito essas pesquisas. Eles como ninguem conhecem as plantas medicinais....

Concordo com o pedro também quanto a zona franca de Manaus....


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RVangelis
MensagemEnviada: Sexta Junho 06, 2008 09:09  |  Assunto: Responder com Citação


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Outro texto do mesmo autor:

O Projeto de Maury
07/12/2001

O anonimato na Internet tem suas vantagens: qualquer militante saudoso da luta de classes pode inventar qualquer teoria descabida e, se esta for de encontro a algum desejo difuso que paira no ar, ganha logo foros de veracidade. O boateiro permanece impune, protegido por pseudônimo.

Entre os tantos boatos que circulam na rede, volta e meia aparece e reaparece aquele que diz existirem nos Estados Unidos livros didáticos com mapas geográficos nos quais a Amazônia não faria mais parte do território brasileiro. Imediatamente ao boato, autoridades de lá e de cá, ongueiros cheios de nobres intenções e jornalistas supostamente bem informados correm aos jornais para desmenti-lo. O último é sobre um livro - Introduction to Geography, de um tal de David Norman - no qual existiria um mapa com a Amazônia está separada do Brasil.

Ano passado, teria sido uma brasileira residente em Austin, quem denunciou que os mapas usados nas escolas americanas dividiam o Brasil em duas partes: a do sul, o Brasil propriamente dito, e a do norte, como "zona internacional de preservação". Claro que ninguém sabe quem é a brasileira em questão, muito menos os livros citados. Mal circulou o boato, jornalistas se apressaram em atribuir a conspiradores de direita a difusão do mesmo. No caso deste último, o cronista americano Matthew Shirts, do Estadão, o atribui imediatamente a um site intitulado “Brasil, ame-o ou deixe-o”, onde você fica sabendo que “as reservas indígenas são grandes demais, que os cientistas não conseguem mais discutir a Amazônia direito por conta da pressão de grupos ecológicos e que foram os americanos que colocaram cocaína nos aviões da FAB, para desmoralizar as Forças Armadas brasileiras”. É uma obra da extrema direita”, conclui o cronista.

Ora, se o boato desmoraliza quem o difunde, por sua tosca montagem, mais desmoraliza todos aqueles que estão cientes das pretensões internacionais à Amazônia. Desde François Mitterrand a Mikhail Gorbatchev, passando por Margareth Thatcher e John Major, os líderes internacionais manifestaram, sem papas na língua, as ambições de seus países. "O Brasil precisa aceitar uma soberania relativa sobre a Amazônia", disse Mitterrand, com todas as letras. Para Gorbatchev, "o Brasil deve delegar parte de seus direitos sobre a Amazônia aos organismos internacionais competentes". John Major, ex-primeiro ministro da Inglaterra, por sua vez, chegou a acenar com “intervenções militares diretas sobre a região".

Para que servem tais boatos? No fundo, servem para desautorizar qualquer jornalista que afirme ser a Amazônia um território ameaçado de muito em breve não nos pertencer mais. Servem para minimizar as ameaças das tribos indígenas, que já se pretendem “nações”, como se uma nação pudesse abrigar outras dentro de si. Ora, a causa indígena nunca foi bandeira da chamada direita. Mas sim das sedizentes esquerdas que, não conseguindo mais atiçar operários contra patrões, para não deixar esmorecer a famosa luta de classes, querem agora jogar índios contra brancos. A causa indígena será, indubitavelmente, a conversa de lobo que um dia a ONU e países ricos do Ocidente usarão para cravar suas bandeiras no Brasil.

As pretensões americanas ao território brasileiro existem desde os primórdios da nação. as desconhecem aqueles jornalistas que adoram teorias mas dos fatos históricos só querem distância. Ou ninguém mais lembra daquele obeso senhor, Herman Khan, que há alguns anos queria transformar a bacia amazônica em um grande lago?

Mas há projetos mais antigos. comentei, nesta coluna, os planos de um outro Matthew, no caso o tenente Matthew Fontaine Maury, do qual o Matthew do Estadão, como cidadão americano, deveria pelo menos ter ouvido falar. Como os boatos se repetem, repito os fatos.

Entre 1840 e 1860, este obscuro tenente da Marinha dos Estados Unidos, pensou seriamente na anexação de parte do Brasil aos Estados Unidos. O projeto do oficial americano era simples e pragmático: uma vez alforriados os escravos negros de seu país, estes seriam enviados para colonizar a Amazônia brasileira. A república da Libéria, na África, resultou de um destes projetos.

Para Maury, negros podiam colonizar a região: "Este vale é uma região para escravo. O europeu e o índio estiveram lutando com suas florestas por 300 anos e não lhe imprimiram a menor marca. Se algum dia a sua vegetação tiver de ser subjugada e aproveitada, se algum dia o solo tiver de ser retomado à floresta, aos répteis e aos animais selvagens e submetido ao arado e à enxada, deverá ser feito pelo africano. É a terra dos papagaios e macacos e só o africano está à altura da tarefa que o homem aí tem de realizar".

A pretensão não era nova. O projeto de Maury só tinha de original a insistência em colonizar a Amazônia com os negros libertos. Desde a década de 1830, os Estados Unidos pretendiam a abertura da navegação do rio Amazonas a todas as nações. Antes do oficial sonhador, um certo Joshua Dodge pretendia estabelecer 20 mil imigrantes norte-americanos nas margens do Amazonas. Todos se comprometendo a reconhecer a soberania brasileira, pelo menos nos primeiros anos de colonização.

No fundo, à semelhança do que foi feito com o Texas, pretendia-se anexar a região aos Estados Unidos. A estratégia era simples. Bastaria comprar alguns brasileiros em Manaus, que passariam a ser "legítimos representantes de uma República da Amazônia, que se declararia estado independente do Império do Brasil, inclusive por discordar da forma como o país era governado, com sua monarquia". Caso o governo brasileiro enviasse navios e tropas para restabelecer sua soberania, os cidadãos do novo estado amazônico independente apelariam para a proteção norte-americana, para "proteger a vida e os bens ameaçados dos cidadãos americanos".

Ou seja: se alguém quer discutir as pretensões americanas à Amazônia, não precisa fabricar boatos. Elas existiram desde sempre. Estes dados o leitor poderia encontrar no livro A Amazônia para os Negros Americanos, da pesquisadora Nícia Vilela Luz. Digo poderia, pois o livro não existe mais no mercado, nem em sebos. Mais útil seria reeditá-lo do que reproduzir boatos bobos, que só servem para negar uma evidência.


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PedroJungbluth
MensagemEnviada: Sábado Junho 07, 2008 12:42  |  Assunto: Responder com Citação





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A ameaçã à Amazônia não é mais algo teórico de parte de declarações de líderes pelo mundo. É uma realidade.

É uma riqueza brasileira, que pode ser calculada em dinheiro (como o RV disse, a cura do câncer pode estar lá na floresta, e eu pergunto, quanto vale a cura do câncer) está sendo roubada!

Estão nos roubando, não estão planejando fazer isso, é uma realidade, a Amazônia já pertence ao mundo todo, em especial àqueles que tem poder econômico para explorá-la.

A biopirataria é pura realidade, a cada minuto alguma riqueza química ou farmacológica extraída de maneira escondida da Amazônia é registrada como sireito intelectual de empresas estrangeiras.

Madeira é extraída a rodo, em especial para alimentar o mercado europeu e americano. Índios ajudam na tarefa, pois em geral é a única renda que eles podem ter. O mesmo ocorre com pedras preciosas.

Então, enquanto discutem se os EUA podem invadir a Amazônia, eles levam a Amazônia até eles.


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RVangelis
MensagemEnviada: Quarta Junho 11, 2008 19:24  |  Assunto: Responder com Citação


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Amazônia já está "internacionalizada", dizem ONGs
CAROLINA GLYCERIO
da BBC Brasil

O debate sobre o futuro da Amazônia já está internacionalizado seja pela importância que ganhou a questão do aquecimento global ou pela atuação de multinacionais na região, dizem ambientalistas entrevistados pela BBC Brasil.

"O Brasil se incomoda porque sabe que não tem soberania plena. Sabe que se quiser desmatar tudo, vai ter problemas [com a comunidade internacional]", afirma o pesquisador Paulo Barreto, do Imazon.

Ele cita como o exemplo o fato de qualquer acesso a crédito para projetos na Amazônia depender hoje de estudos sobre os impactos ambientais.

Além disso, diz Barreto, o próprio governo brasileiro tem interesse em mostrar ao mundo é capaz de fazer uma boa gestão da Amazônia para conseguir levar adiante sua ambição de desempenhar um papel maior no cenário internacional.

"O Brasil quer se colocar como um ator importante em relação a temas internacionais e a Amazônia é uma questão crítica para o país ter esse posicionamento estratégico. A gente tem que demonstrar que cuida da Amazônia."

Paulo Adário, do Greenpeace, argumenta que a economia da Amazônia é tão ou mais globalizada do que a de outras regiões já que os principais produtos da região --soja, madeira e carne-- são commodities no mercado internacional.

"Só que quando esses setores vão para a mídia, eles não falam das multinacionais, falam das ONGs", afirma Adário, ressaltando o fato de as maiores empresas da soja serem estrangeiras --Cargill, Bunge, ADM e Dreyfuss.

Barreto, do Imazon, diz não acreditar que essa internacionalização se traduza numa ocupação física, pelo menos não por enquanto.

"Não vejo nenhum plano de ocupar a Amazônia, pelo menos não no curto e médio prazo. Mas se o Brasil não cuidar da Amazônia, com uma política clara, imagino que possa haver no longo prazo."

Para os dois pesquisadores, a polêmica em torno da compra de terras por estrangeiros na Amazônia e a preocupação quanto a ingerências internacionais na região são riscos marginais que estão sendo extrapolados pelo governo.

A lei atual restringe a aquisição ou exploração de terras por estrangeiros na chamada faixa de fronteira, faixa de 150 km de largura, paralela à linha divisória terrestre do território nacional.

Uma empresa com sede no Brasil e capital estrangeiro, porém, não estaria sujeita a essas restrições desde que 51% do capital pertença a brasileiros.

FONTE: FOlha online


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