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Editor da Panini Comics explica mudanças e rebate críticas |
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jackelinediniz
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Sexo: Idade: 38Registrado em: Segunda-Feira, 16 de Outubro de 2006 Mensagens: 16.963 Tópicos: 3.701 Localização: Belo Horizonte / Governador Valadares - MG
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Editor da Panini Comics explica mudanças e rebate críticas de leitores
Helcio de Carvalho, editor-chefe da Mythos Editora, empresa que presta serviços de produção editorial para a Panini Comics Brasil, concedeu uma entrevista exclusiva ao Omelete explicando o raciocínio da editora por trás da chamada revolução editorial apresentada na última quarta-feira - que inclui várias mudanças nos títulos, entre redução de páginas e preço, cancelamentos e novas séries.
A notícia já rendeu mais de 200 comentários de leitores somente aqui no (o), e circula pela web - onde é criticada veementemente. As explicações na entrevista abordam tanto as mudanças anunciadas recentemente quanto outras questões relacionadas à Panini, como o atraso constante de material para livraria. Ao final, o editor ainda comenta alguns lançamentos que atraíram críticas dos leitores.
No fim da semana passada, entrou no ar um hotsite - aqui - que explica em detalhes todas as mudanças e dá mais detalhes. Estão confirmadas para este ano o início das sagas "A Noite Mais Densa" (julho) e "Batman: A Batalha pelo Capuz", bem como as minisséries "Flash: Rebirth" e "Superman: Secret Origin". E a Marvel terá um novo título bimestral, A Teia do Aranha (148 páginas, R$ 14,90) a partir de julho. O hotsite também detalha os novos planos de assinatura e diz que o site oficial da Panini em breve terá uma atualização que melhorará a venda online de HQs.
Confira a entrevista:
Qual é o perfil do leitor brasileiro de quadrinhos? Por que essas mudanças se adaptam a esse perfil?
Helcio de Carvalho: O leitor de quadrinhos médio brasileiro tem entre 15 e 35 anos. Costuma comprar quase todas as edições mensais publicadas pela Panini, bem como algumas edições especiais. Logicamente, com revistas mais baratas, ele terá a opção de consumir mais. E há também aquele leitor que passa de vez em quando por uma banca de jornal só para dar uma olhada no que vem sendo publicado. Se algum título o atrai e apresenta um preço convidativo, muito certamente ele sai da banca levando a revista.
Na ponta do lápis, as mudanças representam um aumento de preço em relação à quantidade de conteúdo. Gibi mais barato, mesmo com menos páginas, vende mais? E por quê?
A maioria dos leitores já deixou bem claro que compraria mais se as revistas fossem mais baratas. Entretanto, reduzir a quantidade de páginas não significa apenas dividir o valor do custo da revista com mais páginas e multiplicar pela quantidade de páginas da revista de menor número. O custo gráfico de uma publicação varia de acordo com a quantidade de páginas, mas é evidente que a diminuição de preço é muito mais atrativa para aquele leitor que está acostumado a desembolsar uma certa quantia em dinheiro e que acaba não ficando satisfeito por encontrar histórias de personagens que não curte tanto assim. Então, ao reduzirmos a estrutura das revistas para 3 histórias por edição, estamos deixando o mix mais de acordo com o que o leitor aprecia.
Mesmo com a baixa do dólar, o preço de produzir quadrinhos aumentou? Por quê?
Bom, o preço da gasolina e do álcool aumentam constantemente e não baixam só porque o dólar ficou mais barato. Outros custos são envolvidos nessa equação. Vamos exemplificar: temos a gráfica, com seus funcionários e seus custos operacionais, importação de papel, custos editoriais, custos fiscais, impostos e taxas, custos de distribuição, custos de divulgação, pagamento aos donos de bancas e livrarias, custos de arquivos digitais, pagamentos de royalties, compra de softwares originais, aquisição e atualização de equipamentos...
Produzir quadrinhos não é barato. Em lugar nenhum do mundo. É só colocar na ponta do lápis que qualquer um pode ver isso. Tanto a Marvel quanto a DC Comics aumentaram recentemente o valor de suas revistas, as quais têm apenas 36 páginas (incluindo as capas), podendo chegar a U$ 3,99, o que, convertido pela cotação mais baixa do dólar, daria por volta de R$ 6,95. Detalhe: são apenas 22 páginas de quadrinhos! Uma revista mensal da Panini como Superman, por exemplo, passará a custar R$ 6,50, apresentando 3 histórias. Se um leitor comprasse três revistas importadas, teria que desembolsar R$ 20,85. Veja que diferença brutal! Então, sim, os leitores saem ganhando com isso. Por último, não podemos esquecer que a Panini manteve suas revistas sem rajustar preços de 2005 até 2008 -- fato absolutamente inédito nesta país.
Os leitores reclamam muito do atraso de material, principalmente de edições especiais, encadernados e outros. Por que isso acontece e quais são os planos para remediar este problema?
Edições especiais costumam atrasar por diversos motivos que fogem à nossa vontade. Por exemplo, em certa ocasião, decidimos publicar um material antigo da Marvel. Porém, perto da época de tradução e letreirameno, fomos surpreendidos com a notícia de que a editora americana não tinha os arquivos digitais e estava digitalizando a publicação naquele momento. Ou seja, tivemos de esperar. Em outros casos, como a minissérie "Grandes Astros: Batman Robin", tomamos a decisão de publicar depois que já tinham sido lançadas várias edições. Infelizmente, o roteirista Frank Miller parou de produzir histórias e o artista Jim Lee afirmou que só voltaria a desenhar quando tivesse o roteiro de duas edições completas. Graças a Deus, parece que finalmente estão acertando isso lá na DC.
De qualquer forma, uma medida que adotamos para sanar certos problemas foi publicar apenas o que já tivesse arquivos digitais. E, principalmente, arquivos digitais de títulos lançados ou republicados há não muito tempo, pois existe uma grande diferença na forma como certas edições são digitalizadas. Em produtos mais recentes, a arte recebe um tratamento melhor e chega até a passar por recolorização.
Outra reclamação é a opção por capa dura em lançamentos para livraria, que encarecem material (como Preacher, ZDM e outros) que no original não recebiam esse tratamento gráfico. Por que manter essa opção?
Isso é relativo, já que Preacher está saindo recentemente nos Estados Unidos somente em capa dura. E há também o fato de que a Panini decidiu atuar no segmento de livrarias com um diferencial na qualidade gráfica. O público de banca e o de livraria já demonstrou ser diferente, mais exigente. Daqui para a frente, alguns produtos designados para livrarias e lojas especializados poderão sofrer uma flexibilização no acabamento final. E estamos sempre avaliando formas de reduzir preços. A linha Panini Books com certeza trará boas novidades no curto prazo também.
Outros recursos, como distribuição digital, impressão sob demanda, vendas online direto com a editora ou outros foram considerados? Ou o mercado brasileiro não tem fôlego para sair do tradicional gibi de banca?
Além do nosso mercado não comportar essas mudanças, nada se compara a ler um gibi em papel. A grande maioria de nossos leitores prefere comprar seus gibis impressos, para guardá-los na estante, como ítens de colecionador, não em HDs ou aparelhos com recurso de leitura digital. O leitor médio brasileiro não necessariamente tem acesso à Internet em sua residência ou a equipamentos mais sofisticados, como o recente iPad, dependendo de lan houses para acessar o mundo da informática. Se tudo tudo virasse digital, ele com certeza não poderia acompanhar o que publicamos. Impressão sob demanda é uma possibilidade, mas não a curto prazo.
Existe algum dado de quanto a pirataria afeta o mercado de quadrinhos no Brasil? A "revolução" é comparada pelos leitores às mudanças editoriais falhas testadas pela editora Abril nos anos 90 e início deste século. Como a Panini responde a estes comentários?
Não temos como mensurar o quanto a pirataria afeta o mercado de quadrinhos. Mas, por exemplo, se alguém escaneia Lanterna Verde #1, disponibiliza na internet e, consequentemente, mais 50 pessoas baixam a revista, 50 exemplares deixam de ser vendidos, pois é pouco provável que quem lê uma revista pirateada và até uma banca para comprar a mesma publicação depois de lida. Citando um outro exemplo, no caso as locadoras de DVDs, muitas estão fechando as portas, pois não conseguem competir com os piratas. O produto pirata não paga impostos, não precisa arcar com custos de funcionários, não precisa investir em marketing e nem se preocupar com qualidade. O pior é que, em última instância, o produto pirata acaba inviabilizando o modelo pirateado e, dentro de algum tempo, pode não existir mais nada para piratear.
É interessante perceber que a grande maioria dos leitores que vão a um site comentar algo sobre quadrinhos (como aconteceu em relação à divulgação das mudanças editoriais da Panini) são leitores de scans e afirmam que já não leem HQs impressas!
Cada período deve ser visto dentro de seu contexto. Quando a Abril lançou a linha Premium, há 10 anos (note bem a distância temporal e histórica), os quadrinhos se tornaram caros demais para aqueles que não tinham um poder de consumo mais elevado. Infelizmente, isso acabou afastando muita gente das HQs e o mercado encolheu. O que a Panini está tentando agora, assim como já fez em outras oportunidades, é trazer cada vez mais leitores a esse universo reduzindo preço de capa, oferecendo ainda mais qualidade em opções de produtos.
Por fim, mais alguns esclarecimentos:
- A linha Millennium não acabou. Só está sendo reestruturada, já que a própria Marvel fez isso nos EUA. Em breve, teremos outro título mensal da linha Ultimate.
- A Morte do Superman volume 2 sai neste ano. Os leitores não precisam se preocupar. A propósito, alguns reclamaram, dizendo que a Panini efetuou cortes nas histórias, principalmente na sequência em que foi mostrado o funeral do Superman. ERRADO. Nós seguimos exatamente o que a DC Comics republicou na edição "The Death of Superman Omnibus". Quem puder conferir, vai perceber que não cortamos nenhuma página ou balão. Está tudo exatamente como o original. A única diferença é que nós decidimos publicar em dois volumes.
- A Queda do Morcego volume 2 não foi lançado ainda porque, quando lançamos o primeiro volume, o segundo ainda não tinha sido publicado pela DC. Em breve, lançaremos a continuação aqui no Brasil. É só aguardar. O mesmo vale para Starman volume 2. Todavia, é impossível publicar tudo de uma vez. Já temos bastante produtos programados para bancas e para livrarias este ano, que com certeza deixarão nossos leitores muito contentes.
Fonte: Omelete
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PedroJungbluth
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Sexo: Idade: 42Registrado em: Sexta-Feira, 7 de Abril de 2006 Mensagens: 4.627 Tópicos: 17 Localização: Curitiba Paraná
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algumas coisas beem frustrantes, como começarem a publicar um título e não terminarem, problemas de adaptação, etc, tudo isso tira muito do crédito das editoras nacionais.
Eu vou numa banca, compro um livrão caro dos primeiros 15 títulos de ex machina, por exemplo, e meses depois nada de continuação, fico parecendo um idiota.
Leitores de gibi são colecionadores, e coleção picada não é coleção, não existe uma editora que pegue um especial e mantenha na mesma qualidade até o fim, a ida e volta de títulos assusta, lembra os tempos da abril.
E ficam rateando que pirataria isso, pirataria aquilo, o de sempre, mas não conseguem fazer um produto melhor do que tradutores independentes fazem por aí. O pessoal publica em blog, mas faz tudo certinho, do começo ao fim.
As editoras nacionais, ao invés de procurarem títulos novos e valiosos, apostam só nos principais, os mais pirateados, dai uma pessoa é chamada a gastar grana em algo pior do que aparece de graça na net.
Então, cortem o blá blá blá e comecem a trbalhar, droga!
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