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Almeidão ganhou de mim. Tenho um Gol 93. _________________ ***
The people in these towns, they're asleep.
All day at work, at home.
Sleepwalkers.
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Sometimes, life forces you to cross the line. You're going about your normal everyday routine, when suddenly something truly awful happens and all that pent-up rage you feel about your job, your marriage, your very existence, is released with unstoppable fury. Some call it 'reaching the breaking point' others call it 'breaking bad'.
***
Think of how stupid the average person is, and realize half of them are stupider than that. - George Carlin
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Quando o PedroJungbluth citou o perfil do consumidor brasileiro lembrei de uma tia.
Aqui em casa aprendi uma lição com meu pai desde criança. Nós sempre compramos carros semi-novos, com no máximo 2 anos de uso e 20.000 km rodados. A gente leva um carro novo, amaciado e desvalorizado. Quando vamos vender, perdemos pouco dinheiro, e já ocorreu casos de ganharmos dinheiro pois o carro valorizou no período.
Minha tia é o oposto. Ela nunca compra carros usados. Sempre carros zerados. Quando fui questionar ela sobre o motivo, ela disse que tinha "nojo" de carros usados, não sabia o que o dono antigo fez no carro e nunca teria coragem de comprar um carro que foi de outra pessoa. Cada doido com suas manias.
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Citação:
ela disse que tinha "nojo" de carros usados, não sabia o que o dono antigo fez no carro e nunca teria coragem de comprar um carro que foi de outra pessoa. Cada doido com suas manias.
Por isso ficou pra titia. Ficou a vida inteira procurando um homem virgem e tinha nojo de pênis usado.
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huahuahua sua tia nunca ouviu falar em higienização de veículos?
Eu sou viciado em carros, e mesmo assim nunca comprei um novo. Meu carro mais "recente" tem 15 anos, um A4 2.8.
Quando fui comprar ele, fiz algumas contas, nem sei se já pus no fórum.
Ele estava a venda por 16 mil, e faz 5,5km/l de gasolina.
Considerei que iria comprar um Gol 1.0 novo, que custa 29.500 sem tapetes e faz 13 km/l na cidade.
Resolvi computar que iria usar o carro por 5 anos. Ambos com seguro, dentro do que a seguradora permite, ou seja, total no gol e Contra terceiros no Audi. E minha rodagem, de poucos 300 km por mes.
Gol 1.0 0KM
Compra: 29500
Consumo: 3500
Manutenção: 1000
Seguro: 10500
Valor de revenda após período: 15500
Total: 29000
Por KM: R$ 1,61
Por dia: R$ 15,90
Audi A4 2.8 automático 1995 com 120 mil km
Compra: 16000
Consumo: 8500
Manutenção: 15000
Seguro: 2000
Valor de revenda após período: 12000
Total: 29500
Por KM: R$ 1,63
Por dia: R$ 16,20
Então cheguei as seguintes conclusões: O Audi empata em gastos com um gol zero, se usado pelo período de 5 anos. Isso se usado pouco, por que média de 300 km por mês não é para carro de uso diário.
O Gol tem vantagem quantos mais km se faz com ele, ou seja, carro bom para empresas, pessoas que trabalham muito com o carro.
O Audi por ser antigo já não desvaloriza mais nada, praticamente. Só que existe um custo alto para peças, além de dificuldade de encontra-las.
Não inclui na conta gastos com banco para financiamento, senão a diferença aumentava.
E devo confessar que mesmo com todas essas contas minha escolha caiu no Audi por questões emocionais, é um carro que tenho tara desde que era adolescente. Não precisava como carro principal, então sim, confesso que comprei um brinquedo de 16 contos por dia...
Mesmo assim, sendo emocional na minha compra, não a faria se fosse pra comprometer um valor de dinheiro que não tivesse sobrando.
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Por isso matemática e carro velho são foddas!
Dirigindo com cautela, instalando dispositivos de segurança e estacionando em lugares seguros até daria para deixar de pagar o seguro, o que otimizaria mais ainda o Audi.
No meu caso, já são 7 anos com o mesmo carro. Não pago mais IPVA e nunca paguei seguro nele. Se eu for roubado a esta altura, ainda é lucro, porque meu carro já se pagou. _________________ ***
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Gourmet Erótico escreveu:
Não pago mais IPVA e nunca paguei seguro nele.
E se você se envolver num acidente com danos materiais e, pior, danos pessoais/humanos? Se nenhum dos dois tiver seguro? Imagine você com o seu carro todo cuidadinho e de repente uma brasília 1975 bate em cheio em você? Sabendo que o cara não tem onde cair morto?
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Aloprado escreveu:
Gourmet Erótico escreveu:
Não pago mais IPVA e nunca paguei seguro nele.
E se você se envolver num acidente com danos materiais e, pior, danos pessoais/humanos? Se nenhum dos dois tiver seguro? Imagine você com o seu carro todo cuidadinho e de repente uma brasília 1975 bate em cheio em você? Sabendo que o cara não tem onde cair morto?
Quem não tem onde cair morto sou eu.
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Gourmet Erótico escreveu:
Aloprado escreveu:
Gourmet Erótico escreveu:
Não pago mais IPVA e nunca paguei seguro nele.
E se você se envolver num acidente com danos materiais e, pior, danos pessoais/humanos? Se nenhum dos dois tiver seguro? Imagine você com o seu carro todo cuidadinho e de repente uma brasília 1975 bate em cheio em você? Sabendo que o cara não tem onde cair morto?
Quem não tem onde cair morto sou eu.
E o que tu (Aloprado) tem contra carros da dec de 70??
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cmtealmeida escreveu:
Gourmet Erótico escreveu:
Aloprado escreveu:
Gourmet Erótico escreveu:
Não pago mais IPVA e nunca paguei seguro nele.
E se você se envolver num acidente com danos materiais e, pior, danos pessoais/humanos? Se nenhum dos dois tiver seguro? Imagine você com o seu carro todo cuidadinho e de repente uma brasília 1975 bate em cheio em você? Sabendo que o cara não tem onde cair morto?
Quem não tem onde cair morto sou eu.
E o que tu (Aloprado) tem contra carros da dec de 70??
Nada contra: até hoje acho muito bonito o Pasat Pointer dos anos 80, por exemplo, mas as estradas ainda estão cheias de "fumbicas" caindo aos pedaços nos quais o dono não arruma mais nada, e no dia que bater simplesmente abandona o carro... não é por nada que os depósitos de recvolhimento de carros estão cheios de carros assim... carros antigos (Brasilias, Variants, Opalas, Fuscas, Chevettes, etc.) são belíssomop, desde que sejam bem cuidados, tanto esteticamente como mecanicamente.
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Tem muita gordura pra queimar - 3º e ultima parte.
A Anfavea, associação dos fabricantes de veículos, apresentou ontem (29) o seu Estudo de Competitividade no Setor Automobilístico, para mostrar ao governo o que considera uma “injusta concorrência” da indústria instalada no Brasil em relação aos importadores.
Cledorvino Belini, presidente da entidade, responsabiliza os custos dos insumos pelo alto preço do carro feito no Brasil. Disse que o aço custa 50% mais caro no Brasil em relação a outros países e que a energia no País é uma das mais caras do mundo.
Os fabricantes consideram que o custo dos insumos encarece e prejudica a competitividade da indústria nacional. “O aço comprado no Brasil é 40% mais caro do que o importado da China, que usa minério de ferro brasileiro para a produção”, disse Belini. Ele apontou também os custos com a logística como um problema da indústria nacional e criticou a oneração do capital: “É preciso que o governo desonere o capital nos três setores: cadeia produtiva, na infraestrutura e na exportação de tributos”.
Mas para os importadores, o que os fabricantes querem é se defender de uma queda na participação das vendas internas, o que vem acontecendo desde a abertura do mercado, há duas décadas.
“As montadoras tradicionais tentam evitar a perda de participação tanto para as novas montadoras quanto para as importadoras”, disse José Carlos Gandini, presidente da Kia e da Abeiva, a associação dos importadores de veículos. “Mas o dólar é o mesmo pra todo mundo. As montadoras também compram componentes lá fora.”
Gandini disse que os carros importados já são penalizados; que as fábricas instaladas aqui estão protegidas por uma alíquota de 35% aplicada no preço do carro estrangeiro, por isso não se trata de uma concorrência desleal: “ao contrário, as grandes montadoras não querem é abrir mão da margem de lucro”.
Na verdade, o setor tem (muita) gordura pra queimar, tanto às fábricas instaladas aqui quanto os importadores. O preço de alguns carros baixou até 20% ou 30% depois da crise econômica, por causa da grande concorrência.
O Azera, da Hyundai, chegou a ser vendido por R$ 110 mil. Hoje custa R$ 70 mil. Claro que a importadora não está tendo prejuízo vendendo o carro por R$ 70 mil. Então, tinha um lucro adicional de R$ 40 mil, certo? Se você considerar que o carro paga mais 35% de alíquota de importação, além de todos os impostos pagos pelos carros feitos no Brasil, dá pra imaginar o lucro das montadoras.
Um exemplo recente revela que o preço pode ser remanejado de acordo com as condições do mercado: uma importadora fez um pedido à matriz de um novo lançamento, mas foi apenas parcialmente atendida, recebeu a metade do volume solicitado. Então, “reposicionou” o carro para um patamar de preço superior, passando de R$ 75 mil para R$ 85 mil.
A GM chegou a vender um lote do Classic com desconto de 35% para uma locadora paulista, segundo um ex-executivo da locadora em questão.
Entre os carros fabricados aqui, Fiesta, C3, Línea receberam mais equipamentos e baixaram os preços, depois da chegada dos chineses, que vieram completos e mais baratos que os concorrentes.
Um consultor explicou como é feita a formação do preço: ao lançar o carro, o fabricante verifica a concorrência. Caso não tenha referência no mercado, posiciona o preço num patamar superior. Se colar, colou. Caso contrário passa a dar bônus para a concessionária até reposicionar o produto num preço que o consumidor está disposto a pagar.
A propósito, a estratégia vale para qualquer produto, de qualquer setor.
Mini no tamanho, big no preço
Míni Cooper, Cinquecento e Smart, são conceitos diferentes de um carro comum: embora menores do que os carros da categoria dos pequenos, eles proporcionam mais conforto, sem contar o cuidado e o requinte com que são construídos. São carros chiques, equipados, destinados a um público que quer se exibir, que quer estar na moda, que paga R$ 50 ou R$ 60 mil por um carro menor do que o Celta, que custa R$ 30 mil.
O Smart (R$ 50 mil) tem quatro airbags, ar-condicionado digital, freios ABS com EBD, controle de tração e controle de estabilidade. O Cinquencento (R$ 60 mil) vem com sete airbags, banco de couro, ar-condicionado digital, teto solar, controle de tração. E quem comprar o minúsculo Míni Cooper vai pagar a pequena fortuna de R$ 105 mil.
Mesmo com todos esses equipamentos, os preços desses carros são muito altos, incomparáveis com os preços dos mesmos carros em seus países de origem. (A Fiat vai lançar no mês que vem o Cinquecento feito nom México, o que deve baratear o preço final.)
Os chineses estão mudando esse quadro. O qualquer, da Chery, vem a preço de popular mesmo recheado de equipamentos, alguns deles inexistentes mesmo em carros de categoria superior, como airbag duplo e ABS, além de CD Player, sensor de estacionamento. O carro custa R$ 22.990,00, isso porque o importador sofreu pressão das concessionárias para não baixar o preço ainda mais.
“A idéia original – disse o presidente da Chery no Brasil, Luiz Curi – era vender o qualquer por R$ 19,9 mil”. Segundo Curi, o preço do qualquer poderá chegar a menos de R$ 20 mil na versão 1.0 flex, que chega no ano que vem. Hoje o carro tem motor 1.1 litro e por isso recolhe o dobro do IPI do 1000cc, ou 13%, isso além dos 35% de Imposto de Importação.
Por isso não dá para acreditar que as montadoras têm “um lucro de R$ 500,00 no carro de 1000cc”, como costumam alardear alguns fabricantes.
Tem é muita gordura pra queimar
As fábricas reduzem os custos com o aumento da produção, espremem os fornecedores, que reclamam das margens limitadas, o governo reduz impostos, como fez durante a crise, as vendas explodem e o Brasil se torna o quarto maior mercado consumidor e o sexto maior produtor. E o Lucro Brasil permanece inalterado, obrigando o consumidor a comprar o carro mais caro do mundo.
E se você se envolver num acidente com danos materiais e, pior, danos pessoais/humanos? Se nenhum dos dois tiver seguro? Imagine você com o seu carro todo cuidadinho e de repente uma brasília 1975 bate em cheio em você? Sabendo que o cara não tem onde cair morto?
Quem não tem onde cair morto sou eu.
Meu seguro não cobre roubo nem o conserto do meu carro. Só cobre terceiros. O pepino não é uma Brasília bater em mim, o pepino é eu bater numa Mercedes SLK na rua, hahaaha
É barato, num universo de 30 mil reais, gastar esses 2 mil em seguro.
E esqueci de colocar na conta o Licenciamento, IPVA, etc, que no Audi é bem mais caro. Coisa de 500 ao ano.
Eu rodei anos com meu golzinho 1987 sem documento, por que estava com bloqueio judicial. Cansei de passar por blitz, nunca me pararam. O carro desmanchou de tanto uso, após 500 mil km foi pra um desmanche.
Depois tive um escort, que rodei desde 2007 sem documento, por que passei por uma crise pessoal, hehe. Ainda instalei GNV nele, de um kit sem docs, sem fazer vistoria, e rodei um ano com ele assim, e no período passei de gastar 300 reias por mes com gasolina pra 80 com gás. O carro se pagou. Depois passei ele para um tio, com a condição que ele pagasse as dívidas do carro, e eu passava pra ele. Esse tio ficou rodando sem docs, mas tinha medo de ser apreendido. E puliça cheira medo de longe, foi parado em menos de 2 meses, carro apreendido.
Agora eu estou pagando, pra não sujar meu nome. Mais de 3 contos, ui ui ui. E pedri o kit gás que foi apreendido junto, claro.
as um despachante camarada disse que retira o carro ainda com o gás, então vamos ver.
Atualmente, além do Audi, tenho uma Kangoo da minha empresa, e uma Parati quadradinha, meu xodó. Ou seja, no meu nome, são 4 carros, tudo "pauvéi".
Olho carros novos em concessionárias, chega a me dar nojo como oferecem pouco cobrando tanto. Com o preço de um zero, compro todos meus 4 denovo. E meus 4 não desvalorizam mais, hehe
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PedroJungbluth escreveu:
É barato, num universo de 30 mil reais, gastar esses 2 mil em seguro.
Pra você ver como seguro é coisa estranha: final do ano passado paguei menos que isso pelo seguro TOTAL do meu C4 2010, MAIS BARATO do que se fosse renovar o seguro do meu carro anterior (um Golf Sportline 2006)... quem entende isso?
Tem diversos fatores, carros mais populares e fáceis de roubar (Golf se abre até com desentupidor de pia) tem seguro mais caro mesmo. Mas carros franceses em geral tem fama de infurtáveis. O que é ruim em parte, por que se um bandido tiver encomenda de um C4, ele vai pegar no sinal, e armado...
Meu Audi, apesar de bem antigo, já tinha code na chave. Sem a chave ele não liga, não existe decodificação entre a bandidagem pra ele, por que é muito raro. Mas carros populares, dá 2 meses do lançamento pra bandidagem já ter sistema de descodificação nas mãos. Isso aconteceu com os novos code da Volks e da FIAT code Também. Dai o seguro estoura.
Mudando de assunto, quero falar sobre o nosso querido Itamar Franco, falecido ontem.
Aqui no Brasil quem morre vira santo. Só estão falando do que Itamar fez de bom, esquecendo as cagadas que ele fez.
Pois bem, dentro desse tópico, quero falar sobre uma herança maldita que ele nos deixou: o lobby hipepoderoso.
Porque lobby existe em qualquer lugar do mundo, todos os setores fazem, é meio obrigatório. Mas quando um setor consegue lucratividade absurda, o lobby gruda, sem concorrência, e é difícil retirar da sociedade depois.
Pois bem, Itamar Fanco assumiu depois da renúncia de Collor, no meio do processo de abertura de importações começada por Collor (pra quem não lembra, antes do Collor, na época da ditadura, para valorizar a indústria nacional, resolveram proibir produtos importados no país).
Todo mundo tinha medo desse processo de abertura. As empresas brasileiras estavam completamente defasadas, em preço e tecnologia, e sabiam que com as importações os defeitos seriam expostos radicalmente, e iriam quebrar se não houvesse muito cuidado.
Collor era meio cruel nisso. Ele chamava publicamente os carros nacionais de carroças, em especial de um Commodoro que ao vivo, na TV, emperrou uma porta e ele não conseguia sair. Detonaram ele por falar mal da "indústria nacional", mas pensa bem, poxa, o Commodoro era um Opala com plástico, Opala um projeto de 1968... por favor, chamar de carroça era até elogio.
Collor abriu as importações a seco, com uma taxa de 80% de imposto sobre os importados, e ainda assim os carros menores chegavam aqui com preços bem competitivos. E ainda tinha o plano de redução progressiva desse imposto sobre importados, o que fez os executivos que lucravam horrores aqui tremerem nas pernas.
As importações estavam abertas, as fábricas nacionais com medo de quebrar pediram, via lobby, que a presidência reduzisse os impostos para melhorar a concorrência. O maior Lobby foi da FIAT, emrpesa sediada no estado de Itamar, portanto com melhores conexões e facilidade de comunicação. Veio a idéia do "carro popular" uma faixa de cilindrada que não pagaria imposto. Curioso que a faixa de cilindrada, que pela média nacional de carros mais baratos seria 1.6, foi fixada em 1.0, e a FIAT era a ÚNICA fabrica nacional com um carro 1.0 pronto, que ela exportava (mas que aqui não vendia nada, por que consumia mais do que o Uno 1.3) e assim foi lançado o Uno Mille.
Com a saída de Collor, Itamar assumiu todo esse lobby.
Em 1992 a Autolatina, sentindo o golpe, já que não tinha nenhum projeto de carro 1.0, nem nenhum carro que aceitasse a adaptação, foi reclamar com o Itamar, e esse, bonzinho, perguntou o que a Autolatina queria, e essa, usando a desculpa de relançar o Fusca, pediu que na regra dos 1.0 entrasse também motores a ar Para quem não sabe, motores a ar são motores sem sistema de refrigeração a água, e no Brasil somente a Volkswagen tinha um motor assim, o motor do Fusca.
Itamar, claro, concedeu.
Só que era um golpe, a Volks nunca levou a sério o relançamento do Fusca. Gastou US 7 milhões reativando velhos equipamentos e relançou o carrinho, sob críticas da imprensa a sua falta de tecnologia (por favor, caro amigo comandante, não se ofenda, adoro fusca, mas como carro novo não dá), excesso e poluição, do ar e sonora, etc etc. O objetivo na verdade era reduzir o imposto da KOMBI, carro que Também tinha motor a ar.
A Volks não precisou gastar para modernizar a Kombi, ou vender os modelos com motor a água que eram fabricados aqui mas apenas exportados. Continuou com a Kombi com motor a ar, com mais de 30 anos de projeto (na época) e aproveitou nela o desconto de imposto. Só isso já garantia muito mais lucro para a Volks do que tinha gasto com o Fusca.
A Ford, então braço da Autolatina, depois que recebeu o golpe da Volks no caso do Projeto Novo Gol, saiu da Autolatina sem lobby, sem nada, e não tinha nenhum 1.0, adaptou um motor muito fraco para um carro pesado, o Escort Hobby, que foi um fracasso de vendas. A GM, que deu bobeira, Também ficou sem carro popular, e lançou o péssimo Chevette Jr, cujo motor 1.0 gastava muito, torrava pistão fácil, e obviamente não vendia.
Curioso, as duas principais montadoras daqui que não obtiveram vantagem com lobby foram as que mais evoluíram: a GM lançou o moderno Corsa simultaneamente com a Europa, coisa que não se via por aqui a décadas, e a Ford trouxe toda a linha de motores Zetec 16v para cá. Eram de longe as duas fábricas mais modernas do país, enquanto FIAT e VOLKS, antiquadas com arremedos de projetos, vendiam juntas 80% do que o mercado consumia.
Até hoje, são as duas principais fábricas. Curioso era que a FIAT, antes do 1.0 popular, estava bem atrás de todas em vendas (menos de 15% do mercado), e hoje disputa pau a pau com a Volks. Não que ela tenha sido mais ágil e lançado 1.0 antes das outras, não, é que ela já tinha o 1.0 e fez lobby adaptando a lei ao seu produto, sabendo das dificuldades técnicas que as demais teriam em chegar nesse tamanho de motor (o motor base da GM e da Volks eram grandes demais para 1.0, e o motor FORD já tinha décadas de projeto).
Curioso é outro detalhe: o imposto de importação, que era para ser provisório e com redução progressiva, ainda hoje está em 60% para automóveis. Completamente absurdo, considerando que temos hoje no Brasil uma indústria tão atrasada e com preços inflacionados quanto tínhamos em 1994. Se fosse feita uma redução para 45% já, os carrinhso chineses que começam a invadir o mercado iriam aparecer a venda por 18 mil reais, completinhos. Seria uma revolução nesse mercado, que está precisando, em pouco tempo teríamos carros mais baratos e modernos.
Ah, e por fim, vale dizer: Itamar Franco, nessa idéia de carro popular, esqueceu que FIAT, VOLKS, GM e FORD não são nacionais, que todo o lucro que elas tem vai para acionistas fora do país. E que a única fábrica nacional mesmo, a
GURGEL, não teve nenhuma vantagem protecionista, e quebrou, bem quando estava no meio de um processo para nova planta, no Ceará, e foi abandonado por outro lobista de primeira, o Ciro Gomes.
O Brasileiro, genial e corajoso
João Augusto Conrado do Amaral Gurgel ficou tão abalado com a destruição do que ele levou décadas para construir, que ficou apático, doente, e se arrastou até sua morte em 2009.
Alguém chorou quando ele morreu? Teve reportagem sobre o que ele fez, sobre o que ele conquistou e o que tentou conquistar?
Não, mas agora pra esse boçal do Itamar tem gente indo na casa deixar flores e prestar orações.
Então, pra finalizar esse texto enrome, peço duas coisas a todos aqui: Quando forem pagar uma fortuna numa carroça nacional, lembrem-se de Itamar. E quando verem um Supermini BR-800 bravamente rodando, lembrem-se de Gurgel.
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