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25/05/2010
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Curiosidades sobre filmes! |
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Bandit
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Sexo: Idade: 44Registrado em: Segunda-Feira, 5 de Setembro de 2005 Mensagens: 3.291 Tópicos: 38 Localização: Capão da Canoa - RS
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Guerra dos Mundos (2005)
Sinopse
Ray Ferrier (Tom Cruise) é um homem divorciado que trabalha nas docas. Ele não se sente à vontade no papel de pai, mas precisa cuidar de seus filhos, Robbie (Justin Chatwin) e Rachel (Dakota Fanning), quando eles lhe fazem uma de suas raras visitas. Pouco após eles chegarem Ray presencia um evento que mudará para sempre sua vida: o surgimento de uma gigantesca máquina de guerra, que emerge do chão e incinera tudo o que encontra. Trata-se do primeiro golpe de um devastador ataque alienígena à Terra, que faz com que Ray pegue seus filhos e tente protegê-los, levando-os o mais longe possível das armas extra-terrestres.
- Steven Spielberg tinha intenção de adaptar o livro "Guerra dos Mundos", de H.G. Wells, para o cinema há vários anos, mas teve que adiar o projeto durante algum tempo devido ao lançamento de Independence Day (1996).
- Inicialmente a intenção era que Guerra dos Mundos apenas fosse lançado em 2007. Como houve uma brecha na agenda de filmagens do diretor Steven Spielberg e do astro Tom Cruise, a dupla decidiu antecipar os planos e iniciar a produção em agosto de 2004.
- Como as filmagens tiveram início apenas 8 meses antes da data de lançamento nos Estados Unidos, Steven Spielberg rodou inicialmente as grandes cenas de ação do filme. Desta forma haveria tempo suficiente para que os efeitos especiais destas cenas fossem desenvolvidos.
- Steven Spielberg possui uma das poucas cópias do manuscrito usado por Orson Welles em sua transmissão pelo rádio do livro "Guerra dos Mundos", a qual leu em uma audição juntamente com o elenco do filme.
- As filmagens duraram 72 dias.
- Este é o 2º filme em que o diretor Steven Spielberg e o ator Tom Cruise trabalham juntos. O anterior foi Minority Report - A Nova Lei (2002).
- Filmado anteriormente como Guerra dos Mundos (1953) e Guerra dos Mundos (2005).
- Esta é a 3ª adaptação do livro "Guerra dos Mundos", de H.G. Wells, que a atriz Ann Robinson participa. Além da versão para o cinema de 1953, a atriz esteve na série de TV baseada no livro, exibida em 1988.
- O orçamento de Guerra dos Mundos foi de US$ 128 milhões.
Fonte: Adoro Cinema
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Bandit
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Sexo: Idade: 44Registrado em: Segunda-Feira, 5 de Setembro de 2005 Mensagens: 3.291 Tópicos: 38 Localização: Capão da Canoa - RS
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Batman Begins 2005
Sinopse
Marcado pelo assassinato de seus pais quando ainda era criança, o milionário Bruce Wayne (Christopher Nolan) decide viajar pelo mundo em busca de encontrar meios que lhe permitam combater a injustiça e provocar medo em seus adversários. Após retornar a Gotham City, sua cidade-natal, ele idealiza seu alter-ego: Batman, um justiceiro mascarado que usa força, inteligência e um arsenal tecnológico para combater o crime.
- Vários atores foram considerados para o papel de Batman, entre eles: Guy Pearce, Ashton Kutcher, John Cusack e David Duchovny.
- Oito atores fizeram testes para o papel de Batman: Christian Bale, Joshua Jackson, Eion Bailey, Hugh Dancy, Billy Crudup, Cillian Murphy, Henry Cavill e Jake Gyllenhaal. Bale ficou com o papel, mas Christopher Nolan gostou tanto do teste de Cillian Murphy que o escalou para viver o Espantalho.
- Antes de Christopher Nolan ser confirmado como diretor do filme, vários cineastas estiveram ligados ao projeto desde 1997, incluindo Joel Schumacher, David Fincher, Clint Eastwood, David Aronofsky e Wolfgang Petersen.
- Kurt Russell e Dennis Quaid foram considerados para o papel de James Gordon, sendo que Chris Cooper recusou o convite para trabalhar no filme.
- Viggo Mortensen se recusou a ser o vilão do filme, Ra's Al Ghul. Daniel Day-Lewis chegou a ser considerado para o mesmo papel.
- Anthony Hopkins recebeu o convite para viver Alfred, mas declinou.
- Natalie Portman e Sarah Michelle Gellar foram consideradas para o papel de Rachel Dawes.
- Os sets foram construídos em um hangar cujo tamanho equipara-se ao de 16 piscinas olímpicas.
- Batman Begins reconta a história do personagem desde o início e não tem nenhuma relação com outros quatro filmes da série.
- O título do filme mudou várias vezes. Inicialmente, o longa se chamaria Batman 5, depois Batman: The Frightening, em seguida foi confirmado como Batman: Intimidation Game, até que Batman Begins finalmente foi definido.
- Nos sets de filmagens, o trailer de Christian Bale não tinha seu nome na porta, mas sim “Bruce Wayne”.
- O roteiro de David Goyer já estava circulando na Internet muito antes de o filme ser lançado.
- Antes do início das filmagens, Christopher Nolan convidou toda a equipe de produção para assistir a Blade Runner. Após a sessão, o diretor disse para a equipe: “É assim que vamos fazer Batman”.
- Os custos de marketing do filme bateram em US$ 100 milhões, o mais alto da história para um único filme.
- Uma das possibilidades do novo filme era que fosse baseado na história "O Cavaleiro das Trevas", lançada nos quadrinhos e que mostrava um Batman mais velho. A possibilidade desta versão ser levada adiante chegou a ser cogitada, com Clint Eastwood assumindo a direção e também o papel de Batman.
- Darren Aronofsky chegou a ser contratado para dirigir o novo filme do Batman e, juntamente com Frank Miller, escreveu um roteiro baseado na história "Batman: Ano Um". O roteiro não foi aceito pela Warner e, com isso, o projeto não seguiu adiante.
- Em 2002 os produtores convidaram Wolfgang Petersen para dirigir Superman vs. Batman, que reuniria os dois principais personagens da DC Comics e serviria também para retomar as carreiras do super-heróis no cinema. Petersen preferiu dirigir Tróia (2004).
- Em 2003, seis anos após o início das conversas sobre um novo filme do Batman, Christopher Nolan foi contratado para dirigir Batman Begins.
- Apesar de ter assinado um contrato para estrelar dois filmes como Batman, George Clooney foi dispensado após o fracasso de Batman Robin (1997).
- Laurence Fishburne esteve cotado para interpretar o personagem Lucius Fox.
- Batman Begins é o 1º filme a mostrar como ocorreu o assassinato dos pais de Bruce Wayne como é realmente nos quadrinhos. A situação também foi mostrada em Batman (1989), mas com o personagem Coringa como autor do crime, o que não ocorre nas HQs.
- O Batmóvel usado no filme acelera de 0 a 100 km/h em apenas 6 segundos.
- Antes do início das filmagens o diretor Christopher Nolan reuniu todo o elenco para uma sessão privada de Blade Runner, o Caçador de Andróides (1982). Após o encerramento do filme, Nolan disse a todos que era daquele jeito que queria que fosse Batman Begins.
- O trailer de Christian Bale nos sets de filmagens não tinha seu nome, mas sim "Bruce Wayne".
- Durante filmagens realizadas nas ruas de Chicago uma pessoa acidentalmente bateu seu carro no Batmóvel. De acordo com o motorista, que aparentemente estava bêbado, ele bateu seu carro ao entrar em pânico quando viu o Batmóvel, que acreditou ser uma nave alienígena.
- Este é o 6º filme com atores em que o personagem Batman é visto. Os demais foram Batman, o Homem-Morcego (1966), Batman (1989), Batman - O Retorno (1992), Batman Eternamente (1995) e Batman Robin (1997).
- Batman Begins reinicia a série de filmes do Batman, não tendo qualquer ligação com os filmes anteriores lançados com o personagem.
- O orçamento de Batman Begins foi de US$ 135 milhões.
Fontes: Cinema em Cena e Adoro Cinema.
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Bandit
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Blade Runner, O Caçador de Andróides 1982
Sinopse
No início do século XXI, uma grande corporação desenvolve um robô que é mais forte e ágil que o ser humano e se equiparando em inteligência. São conhecidos como replicantes e utilizados como escravos na colonização e exploração de outros planetas. Mas, quando um grupo dos robôs mais evoluídos provoca um motim, em uma colônia fora da Terra, este incidente faz os replicantes serem considerados ilegais na Terra, sob pena de morte. A partir de então, policiais de um esquadrão de elite, conhecidos como Blade Runner, têm ordem de atirar para matar em replicantes encontrados na Terra, mas tal ato não é chamado de execução e sim de remoção. Até que, em novembro de 2019, em Los Angeles, quando cinco replicantes chegam à Terra, um ex-Blade Runner (Harrison Ford) é encarregado de caçá-los.
Inicialmente, Dustin Hoffman foi o ator escolhido para interpretar o personagem de Harrison Ford, Rick Deckhard.
O comerciante de cobras que aparece na rua tem uma minúscula tatuagem na nuca. Se você observar a imagem vai reconhecer a nave Millenium Falcon, pilotada por Harrison Ford em Star Wars.
A Millenium Falcon também pode ser vista em outra cena. Repare na seqüência em que Deckard e Gaff se aproximam do quartel da polícia: no canto esquerdo inferior do enquadramento, uma réplica da nave pode ser vista, dando a impressão de ser um prédio. A produção decidiu usar este truque em cima da hora e, para isso, utilizou um modelo projetado por um dos designers de cenário do filme.
Durante a decolagem do carro onde Deckhard se encontra, repare no vídeo mostrado na tela do computador do veículo. Em Alien, o Oitavo Passageiro (1979), também dirigido por Ridley Scott, o mesmo vídeo pode ser visto na tela do computador da personagem Ripley – note a palavra “purge”. A diferença é que, em Blade Runner, as imagens apresentadas são coloridas.
Um erro que alguns espectadores notam diz respeito ao número de replicantes. Este equívoco é “consertado” na cotinuação da história, que nunca foi filmada. Na verdade, ela foi novelizada e lançada em forma de livro, onde revela-se que Deckard é o replicante remanescente. Ridley Scott fez uma declaração a respeito em julho de 2000, e causou muita discussão entre os fãs do filme. Harrison Ford deu uma entrevista dizendo que tinha feito um acordo com o diretor, onde ambos concordaram que “Deckard definitivamente não era um replicante”.
A seqüência final do filme, na qual vemos Deckard e Rachael dirigindo pelo campo, contém imagens não utilizadas por Stanley Kubrick em O Iluminado (1980).
- Em 1992, dez anos após o lançamento de Blade Runner, o diretor Ridley Scott lançou uma versão pessoal para o filme, que contém cenas extras, a retirada da narração em off de Harrison Ford e um final bem diferente do exibido na versão original do filme.
Recebeu 2 indicações ao Oscar: Melhores Efeitos Especiais e Melhor Direção de Arte.
- Recebeu uma indicação ao Globo de Ouro, na categoria de Melhor Trilha Sonora.
Fontes: Cinema em Cena e Adoro Cinema.
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Bandit
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Herói (2004)
Sinopse
Na China ancestral, antes do surgimento do primeiro imperador, a nação divide-se em sete reinos. Qin (Daoming Chen), o soberano da província do norte, sofre constantes ameaças e tentativas de assassinato. O que mais o preocupa são três assassinos de elite, contratados por seus adversários políticos. Um dia um dos magistrados de seu reino entra no palácio carregando as armas dos assassinos, afirmando ter derrotado os três inimigos em combate após de ter passado mais de uma década estudando a técnica da espada.
- Herói é o filme mais caro da história do cinema chinês até a presente data (2005). Estima-se que a produção custou US$ 30 milhões.
- O papel do Rei foi oferecido a Jackie Chan, que recusou o convite.
- Tony Leung rompeu um ligamento durante a cena no lago. As filmagens foram interrompidas durante apenas um dia e depois reiniciadas.
- A cena do lago demorou três semanas para ser filmada porque o diretor Zhang Yimou exigia que a superfície do lago estivesse perfeitamente parada, formando um espelho d’água. Por questões naturais, isso só ocorre durante duas horas por dia, a partir das 10 horas da manhã. Dessa forma, a equipe de produção começava a preparar o set de filmagens às 5 da manhã.
- Esta é a primeira participação de Maggie Cheung em um filme de artes marciais. A atriz passou várias semanas em treinamento antes de começar a filmar. Até mesmo Zhang Ziyi, cuja participação em O Tigre e o Dragão já havia rendido comentários positivos, teve que passar por um longo período de treinamento para adaptar-se às lâminas gêmeas empunhadas por sua personagem.
- Em 2002, o filme foi um grande sucesso de público na Ásia. A Miramax comprou os direitos de sua distribuição, mas o filme só foi lançado nos cinemas americanos em agosto de 2004.
- Para fazer parte do filme, Jet Li concordou em ter seu salário reduzido.
- As 19 maneiras de se escrever a palavra “espada” referem-se apenas a estilos de letras diferentes, e não a formas distintas de escrita.
- Os diferentes flashbacks do filme são diferenciados pela cor predominante da cena e pelas roupas usadas pelos personagens. As tonalidades de cor e seus respectivos significados usados são: vermelho (paixão), azul (amor), verde (juventude), branco (verdade) e preto (morte).
- Os diálogos de Herói seguem a gramática do chinês clássico, apesar de serem pronunciados em mandarim.
- O personagem do Rei foi oferecido a Jackie Chan, que o recusou.
- Este é o 2º de três filmes em que o diretor Zhang Yimou e a atriz Zhang Ziyi trabalham juntos. Os demais foram O Caminho para Casa (1999) e O Clã das Adagas Voadoras (2004).
- Este é o 1º de 2 filmes em que os atores Tony Leung, Zhang Ziyi e Maggie Cheung trabalham juntos. O posterior foi 2046 (2004).
- O lançamento de Heróinos Estados Unidos teve a participação do diretor Quentin Tarantino, que entrou em contato com os executivos da Miramax de forma a convencê-los a lançar o filme comercialmente nos cinemas, sob o título "apresentado por Quentin Tarantino".
- Em seu fim de semana de estréia nos Estados Unidos, Herói arrecadou cerca de US$ 18 milhões. Trata-se da 2ª melhor estréia de um filme falado em uma língua que não seja a inglesa nos Estados Unidos, atrás apenas de A Paixão de Cristo (2004).
- Exibido na mostra Panorama do Cinema Mundial, no Festival do Rio 2004.
- Recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
- Recebeu uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro.
- Ganhou o Prêmio Alfred Bauer, no Festival de Berlim.
Fontes: Cinema em Cena e Adoro Cinema
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Cidade dos Sonhos 2001
Sinopse
Um acidente automobilístico na estrada Mulholland Drive, em Los Angeles, dá início a uma complexa trama que envolve diversos personagens. Rita (Laura Harring) escapa da colisão, mas perde a memória e sai do local rastejando para se esconder em um edifício residencial que é administrado por Coco (Ann Miller). É nesse mesmo prédio que vai morar Betty (Naomi Watts), uma aspirante a atriz recém-chegada à cidade que conhece Rita e tenta ajudar a nova amiga a descobrir sua identidade. Em outra parte da cidade o cineasta Adam Kesher (Justin Theroux), após ser espancado pelo amante da esposa, é roubado pelos sinistros irmãos Castigliane.
- Recebeu uma indicação ao Oscar, na categoria de Melhor Diretor.
- Recebeu 4 indicações ao Globo de Ouro, nas seguintes categorias: Melhor Filme - Drama, Melhor Diretor, Melhor Roteiro e Melhor Trilha Sonora.
- Ganhou o BAFTA na categoria de Melhor Edição, além de ter sido indicado na categoria de Melhor Trilha Sonora.
- Recebeu uma indicação ao César, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
- Ganhou o prêmio de Melhor Direção no Festival de Cannes.
- Recebeu uma indicação ao Grande Prêmio Cinema Brasil, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
- Recebeu 5 indicações ao Prêmio Adoro Cinema 2002, nas seguintes categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original, Melhor Crítica de Leitor (Kiko César) e Melhor Coluna (Francisco Russo)
Ps: Como este é um filme "diferente", achei que apenas algumas curiosidades não satisfariam a galera, então, tomei aliberdade de colocar, na integra, a crítica feita pelo Pablo Vilhaça, editor chefe do maior portal de cinema da américa latina. http://www.cinemaemcena.com.br.
Ai vai:
Dirigido por David Lynch. Com: Naomi Watts, Laura Elena Harring, Justin Theroux, Ann Miller, Mark Pellegrino, Robert Foster, Dan Hedaya, Katharine Towne, Lee Grant, James Karen e Vincent Castellanos.
(Aviso: Este artigo se divide em duas partes: na primeira, abordarei os aspectos técnicos e narrativos de Cidade dos Sonhos; e na segunda – que deve ser lida preferencialmente apenas por quem já assistiu ao filme -, falarei um pouco sobre os mistérios apresentados pela história.)
Por que as pessoas preferem condenar o que não entendem? Na época em que Magnólia foi lançado, há cerca de três anos, lembro-me perfeitamente das intermináveis discussões sobre a famosa 'chuva de sapos' que ocorria no terceiro ato da trama: enquanto algumas pessoas tentavam ao menos decifrar o significado daquela aparente insanidade, outras simplesmente rotulavam o filme de Paul Thomas Anderson como 'bobagem pretensiosa', negando a impecável lógica e a riqueza de simbolismos de seu roteiro (para ler a análise que escrevi sobre esta produção, clique aqui). Infelizmente, a mesma falta de compreensão vem cercando Cidade dos Sonhos, provavelmente o melhor trabalho da carreira de David Lynch.
Pelo menos, é o que pude perceber quando assisti a este magnífico filme pela segunda vez (a primeira fôra em uma sessão para críticos, que raramente se manifestam durante a projeção): durante os vinte minutos finais da história, quando as coisas começam a ficar um pouco menos claras, boa parte do público começou a rir e a tecer comentários de desaprovação em voz alta – e quando as luzes finalmente se acenderam, até mesmo vaias puderam ser ouvidas (algo que, pelo que me disseram, vem se repetindo em outras sessões).
A pergunta é: por que isso tem acontecido? Cidade dos Sonhos é um filme complexo, sim, mas não incompreensível. Então por que muitas pessoas não têm conseguido perceber a mágica que Lynch realizou desta vez? A resposta é simples: porque não têm paciência. Nos dias de hoje, a maior parte das produções cinematográficas (especialmente quando produzidas por Hollywood) não exige muito do espectador: as tramas são simples e auto-explicativas, excluindo o público da equação final. Não temos que pensar; o filme pensa por nós. E quando algum projeto foge deste padrão (como Magnólia, Clube da Luta ou Cidade dos Sonhos), normalmente é descartado com um aceno de desprezo (não é à toa que os três títulos citados fracassaram nas bilheterias).
Pois bem: escrevi toda esta (imensa) introdução simplesmente para expressar minha frustração com a falta de reconhecimento ao brilhantismo de Cidade dos Sonhos, uma produção extremamente bem realizada e que traz uma protagonista trágica e comovente. Na realidade, poucas vezes senti tamanha afeição (e pena) por determinado personagem – e confesso que fiquei profundamente chateado ao perceber que sua angústia e seu sofrimento foram recebidos com gargalhadas por parte de vários integrantes da platéia. O filme tem seus momentos engraçados, é verdade, mas nenhum deles acontece no terceiro ato da história.
O roteiro, escrito pelo próprio David Lynch, conta a história de Betty, uma aspirante a atriz que chega a Los Angeles com a determinação de se tornar uma estrela de cinema. Sem ter muitos recursos financeiros, ela hospeda-se na casa de sua tia, que está fora da cidade, e tem uma surpresa ao encontrar uma intrusa no local: Rita, uma mulher misteriosa que, depois de sofrer um grave acidente, perdeu a memória. Juntas, as duas garotas tentam descobrir as verdadeiras circunstâncias em que o acidente ocorreu e a origem do dinheiro que Rita traz em sua bolsa (cujo conteúdo também inclui uma estranha chave azul). A história também aborda os problemas enfrentados por um explosivo cineasta depois que este se recusa a escalar, como protagonista de seu novo filme, uma atriz apadrinhada pela máfia.
É claro que, como estamos falando de um trabalho de David Lynch, tudo acaba se revelando mais complexo do que o esperado, já que o cineasta utiliza vários recursos narrativos para contar sua história: flashbacks (que aparecem sem aviso); sonhos; delírios; e até mesmo cenas exibidas fora da ordem cronológica. Além disso, Lynch brinca com a percepção do espectador sobre o que é real ou apenas uma ilusão (tema recorrente no filme) em diversos momentos da projeção: em certa cena, por exemplo, vemos alguém cantando em um estúdio de rádio - que acaba se revelando um cenário construído à frente de uma bela paisagem (que, por sua vez, também se revela apenas um painel localizado em um estúdio cinematográfico). Desta forma, o público é obrigado a reorganizar mentalmente o que vê a fim de compreender exatamente o que está acontecendo.
No entanto, ao contrário do que muitos podem pensar, Cidade dos Sonhos não é um filme chato de se ver: a maior parte da trama se desenrola de maneira 'lógica', funcionando (curiosamente) como um noir moderno. O 'problema', como eu disse anteriormente, reside nos vinte minutos finais da projeção, quando Lynch parece dizer: 'Muito bem... Agora vamos ver o que realmente aconteceu!' (a ironia: até que isso aconteça, o público não se dá conta de que há algo a se explicar, já que tudo parece tão óbvio – e a explicação acaba soando mais confusa do que o mistério em si).
Embalado por uma excelente trilha sonora (composta por Angelo Badalamenti, colaborador habitual de David Lynch), Cidade dos Sonhos ainda conta com uma atuação magistral de Naomi Watts, que não apenas merecia ter sido indicada ao Oscar, como deveria ter levado o prêmio. Infelizmente, não posso falar livremente sobre os méritos de sua atuação, já que isso acabaria revelando o 'mistério' do filme, mas o fato é que Watts consegue criar uma personagem que desperta nossa compaixão mesmo depois que descobrimos a cruel natureza de alguns de seus atos (e a cena na qual ela realiza um teste para participar de uma produção é fenomenal – principalmente porque, minutos antes, ela havia ensaiado aquele mesmo texto de maneira apenas convencional).
Meu conselho: assista a Cidade dos Sonhos, mesmo que apenas como um exercício de lógica. No mínimo, você viverá uma experiência bem diferente daquela que Hollywood está acostumada a produzir. E se no final das contas você ficar perdido(a), discuta a história com os amigos, pois isso é sempre um passatempo interessante.
Interpretando os Sonhos de David Lynch
(Aviso: o texto abaixo revelará todos os detalhes mais importantes de Cidade dos Sonhos e deverá ser lido, de preferência, somente por quem já assistiu ao filme.)
Há um motivo muito claro para a falta de 'lógica' existente em determinados momentos deste novo trabalho de David Lynch: a maior parte da história vista ao longo da projeção se trata, na verdade, de um sonho. (É espantoso como a distribuidora brasileira pôde traduzir o título desta forma. É o mesmo que traduzir The Sixth Sense como O Garoto e o Fantasma.)
No entanto, a coisa não pára por aí, já que Lynch não se contenta em surpreender o público ao revelar que, até então, testemunháramos apenas os sonhos de Betty: quando a moça acorda, a narrativa assume um caráter episódico, incluindo delírios da protagonista e outras cenas 'reais' situadas fora da ordem cronológica (algumas destas cenas acontecem antes mesmo que Betty durma e tenha seu longo sonho). E o que é mais interessante: na realidade, ela não se chama Betty, mas sim Diane – e a mesma troca de nomes (e rostos) se aplica a vários outros personagens (algo que já é simbolizado na primeira tomada do filme, quando vemos várias pessoas dançando ao som do jitterbug e percebemos que há várias 'cópias' de cada um dos dançarinos).
Mas estou me adiantando. Antes de mais nada, creio que seria mais prudente analisar o que é real em Cidade dos Sonhos: quem são, de fato, aqueles personagens? E de que maneira eles se relacionam? A maior parte destas informações é fornecida por Lynch em duas cenas: durante a festa na casa de Adam Kesher (o diretor) e ao longo da conversa que Diane tem com o assassino que contrata para matar Camille.
Então vamos lá:
Depois de receber uma herança deixada por sua tia Ruth, Diane viaja para Los Angeles para tentar alavancar sua carreira de atriz. Certo dia, ela faz um teste para participar do filme A História de Sylvia North, mas é rejeitada pelo diretor da produção, Bob Rooker, que acaba escolhendo a bela Camilla Rhodes para o papel-título. Porém, Diane e Camilla acabam se tornando amigas e, eventualmente, amantes - sendo que esta última, agora uma atriz de sucesso, freqüentemente arruma pequenas pontas para a namorada em seus filmes.
Infelizmente, nem tudo corre bem para as duas: durante as filmagens de seu novo projeto, Camilla se envolve com Adam Kesher, o diretor responsável pela empreitada (apesar de ser casado, ele logo se divorcia da esposa, alegando que ela o traíra com o rapaz responsável por limpar a piscina, deixando-a sem direito a nada). Enciumada, Diane passa a brigar com Camilla - até que, certa noite, é convidada para uma festa na mansão de Kesher, sem saber que será obrigada a testemunhar o anúncio do casamento de sua namorada e o cineasta.
Sentindo-se humilhada, Diane decide contratar um assassino profissional para executar Camilla, pagando 50 mil dólares pelo serviço. Depois de receber o dinheiro e pegar uma foto de sua vítima, o sujeito diz que Diane encontrará uma chave azul em seu apartamento quando tudo estiver terminado – e, de fato, logo a garota recebe o aviso de que sua ex-namorada está morta. No entanto, corroída pelo remorso, ela tem longos sonhos envolvendo Camilla e, mesmo quando acordada, não consegue parar de pensar no que fez. Torturada pelas lembranças e pela crueldade de seus atos, Diane finalmente comete suicídio.
Pois bem: toda esta complexa trama é revelada apenas nos vinte minutos finais de Cidade dos Sonhos, e pouco tem a ver com o que vinha acontecendo até então, quando acompanhávamos apenas o sonho de Diane sobre as investigações de Betty (Diane) e Rita (Camilla), que já descrevi na primeira parte deste artigo.
Mas quais são, para início de conversa, os indícios de que a história envolvendo Betty e Rita não passa mesmo de um sonho? A primeira 'pista' pode ser encontrada logo no início da projeção, quando vemos a câmera mergulhar em um imenso travesseiro (algo que é auto-explicativo: em câmera subjetiva, estamos vendo Diane/Betty ir se deitar). Observe, também, como todas as fontes de luz vistas nesta primeira parte do filme apresentam um caráter difuso, conferindo um formato peculiar (um 'X') aos faróis e postes que aparecem na tela. Além disso, certos diálogos presentes no roteiro são uma clara alusão ao caráter imaginário daquele universo, sendo que os exemplos mais óbvios são:
O apresentador do Clube Silêncio afirma que ali 'tudo é uma ilusão'.
Quando resolve ligar para a polícia para sondar sobre o acidente ocorrido em Mulholland Drive (uma estrada), Betty diz: 'Faremos como nos filmes: a gente finge ser outra pessoa'. Esta referência aos 'filmes' será abordada mais adiante, pois também é importante para a compreensão da história.
Quando telefona para Diane Selwyn, Betty diz: 'É estranho ligar para si mesma'.
No momento em que Louise Bonner (a vizinha vidente) toca a campainha, a garota diz: 'Meu nome é Betty', ao que a outra responde: 'Não, não é'.
Portanto, a partir do momento em que percebemos que estamos assistindo ao sonho de Diane/Betty, alguns elementos se tornam mais compreensíveis, como o fato de Betty ser 'perfeita' demais: ela é inocente, simpática, pura, belíssima, talentosa, independente, corajosa e causa forte impressão em todos que a conhecem (como podemos perceber na cena em que ela faz um teste de interpretação e também no momento em que ela chega a Los Angeles e se despede de um casal de velhinhos que conheceu no avião. Aliás, este casal também desempenha função importante na interpretação dos sonhos da moça, como explicarei mais tarde).
Não é à toa que, em seus sonhos, Diane se imagina como a perfeita 'heroína' de Hollywood: influenciada por uma cultura puramente cinematográfica (não se esqueçam de que ela realmente é aspirante a atriz, embora fracassada), a moça estrutura seu sonho de forma parecida ao roteiro de um filme noir, colocando-se no papel da 'mocinha' e utilizando vários elementos clássicos do gênero: a misteriosa mulher em apuros (Rita); a corrupção que domina a cidade; a visão cínica do mundo; os policiais com longas capas de chuva; e assim por diante. Betty é, na verdade, tudo aquilo que Diane gostaria de ser - e em seus sonhos, a pobre garota credita seu fracasso (no mundo real) a alguma misteriosa conspiração arquitetada por figuras sinistras.
Mas não pára por aí: abandonada por Camilla, Diane transforma a ex-namorada em Rita, uma mulher vulnerável, frágil e sem memória, e que depende de seus cuidados para sobreviver (mesmo assim, em certo momento Betty declara seu amor a Rita, que não responde, provando que até mesmo em seus sonhos ela se vê descartada pela outra). Como se não bastasse, Diane aproveita o 'poder' de comandar seu próprio universo e 'vinga-se' de Adam, humilhando-o de todas as maneiras possíveis em seu sonho: ele realmente é traído pela esposa (e ainda apanha do tal limpador de piscinas); é demitido; perde todo o dinheiro; é ridicularizado por todos e ainda se vê obrigado a aceitar as exigências da 'máfia'.
(Aliás, acredito que Adam Kesher também atua como um desabafo/protesto de David Lynch contra os grandes estúdios, que freqüentemente massacram os impulsos artísticos dos cineastas enquanto procuram alcançar maiores lucros. Não pode ser coincidência o fato de que até mesmo o visual de Kesher nos faça lembrar de Lynch).
Porém, o mais fascinante de Cidade dos Sonhos é perceber como Diane insere os elementos de sua vida real na 'narrativa' que cria em seu longo sonho/pesadelo: observe, por exemplo, que Rita carrega, em sua bolsa, uma fortuna em dinheiro e uma chave azul – justamente os símbolos de sua morte (o dinheiro pago ao assassino e a chave – menos estilizada, claro – que este utiliza para avisar que o serviço foi feito). Além disso, o início do sonho de Diane mostra a tentativa feita para se matar Rita, que escapa graças a um acidente (ou melhor: é a forma que Diane – deus ex machina - encontrou para salvá-la). E mais: os dois detetives que investigam a morte de Camilla (e que são mencionados brevemente pela vizinha de Diane) aparecem no sonho como os policiais que inspecionam o local do acidente, ou seja: continuam a investigar, de uma forma ou de outra, o que aconteceu a Camilla/Rita.
Outros personagens que cruzam a fronteira entre o real e o imaginário são:
O assassino profissional: no sonho, ele aparece matando várias pessoas depois de recuperar uma misteriosa agenda preta (na verdade, a mesma agenda que estava à sua frente na cena em que ele conversa com Diane na lanchonete, quando é contratado para eliminar Camilla).
O 'cowboy': apesar de aparecer no sonho como um ameaçador emissário dos mafiosos irmãos Castigliani, o 'cowboy' é apenas um convidado que Diane vê de relance durante a festa na casa de Adam Kesher (sua aparência peculiar certamente chamou a atenção da moça).
O mafioso que cospe o capuccino: este é interessantíssimo. No sonho, um dos irmãos Castigliani é extremamente exigente com relação ao capuccino que lhe é oferecido pelos executivos do estúdio, chegando a cuspi-lo em um guardanapo depois de desaprovar seu gosto. Pois este mesmo sujeito (que é interpretado por Angelo Badalamenti, compositor do filme) é visto por Diane na festa de Kesher no momento em que a moça está tomando uma xícara de café (daí a relação inconsciente entre aquele rosto e a bebida).
Coco, a síndica do condomínio: esta é simples. Coco é, no mundo real, a mãe de Adam Kesher.
Camilla Rhodes: no sonho, Camilla é a causa dos problemas de Adam Kesher (afinal, é em função da verdadeira Camilla que Diane humilha o cineasta em sua imaginação). Pois, na verdade, a moça que se chama Camilla nos sonhos é a garota que beija a verdadeira Camilla na festa promovida por Kesher (como você pode observar, a festa é a seqüência-chave do filme).
Betty: este é o nome da garçonete que trabalha na lanchonete na qual Diane se encontra com o assassino (no sonho, a garçonete se chama Diane e Diane assume o nome de Betty).
Diane Selwyn: no sonho, Diane é companheira de quarto de Rita (algo que reflete o envolvimento entre Diane e Camilla no mundo real) e aparece morta, sem que jamais descubramos o porquê – embora isso possa ser interpretado como o desejo que Diane tem de morrer, agora que perdeu a amante.
O sujeito que tem medo do mendigo: é simplesmente um rapaz que Diane viu na lanchonete enquanto esta conversava com o assassino.
Bob Rooker: o diretor que realiza o teste com Betty é o mesmo cineasta que, anos antes, havia rejeitado Diane em favor de Camilla, durante a produção de A História de Sylvia North. No sonho, como não poderia deixar de ser, ele fica encantado com o talento de Betty/Diane.
O casal de velhinhos: isto é mais complicado. Particularmente, tenho a forte convicção de que eles são, na realidade, os pais de Diane. É por isso que a garota sonha que os dois estão felizes e orgulhosos de suas realizações e também é por esta razão que, posteriormente, ela se imagina sendo perseguida por eles (eles representariam a perda de seus valores morais, já que ela acaba de se tornar uma assassina).
Esclarecidas as origens dos principais personagens, resta-nos desvendar a explicação para outros símbolos criados por David Lynch, sendo que o mais importante seria, obviamente, a misteriosa caixa azul.
Agora procure se lembrar do que acontece quando Rita abre a tal caixa: a câmera mergulha no objeto, como se fosse sugada por ele. Como estamos vendo tudo pelo ponto de vista da moça, podemos presumir que ela é sugada pela caixa, desaparecendo em seguida. E o que foi utilizado para destrancar a caixa? A chave azul! Portanto, não seria ilógico concluir que a caixa azul é uma representação da morte de Rita. (E explicaria, também, porque tia Ruth aparece logo depois que a caixa é aberta, já que ela também está morta.)
Porém, esta não é a única explicação possível: o movimento da câmera em direção ao interior da caixa também é um reflexo do que aconteceu no início do filme, quando a câmera se aproximou do travesseiro. Assim, podemos supor que a caixa azul simboliza o retorno de Diane à consciência (o que explicaria, em parte, o estranho delírio envolvendo o casal de velhinhos saindo da caixa: são os valores morais da garota vindo à tona).
Já o Clube Silêncio é um pouco mais complexo de se analisar: à primeira vista, ele funciona como mais uma pista de que tudo ali não passa de ilusão ('Não há banda; é tudo gravado', diz o apresentador). No entanto, Lynch é conhecido por jamais fornecer respostas simples para seus problemas e, assim, é bastante plausível que o lugar tenha um significado oculto. Mas qual?
Em primeiro lugar, é sintomático observar que este é o instante em que vemos Rebekah Del Rio cantar a belíssima Llorando, cuja letra gira em torno do sofrimento de uma pessoa que perdeu seu grande amor (algo que, no sonho de Diane, serve como um momento de maior comunhão entre Betty/Diane e Rita/Camilla, que se abraçam e choram, comovidas). E mais: observe que o vestido que a cantora usa tem uma estampa parecidíssima com a roupa que tia Ruth deixa de presente para Betty. Então... seria Rebekah mais uma representação onírica da própria Diane? (Lembre-se de que a cantora 'morre' no final da canção.)
Mas não paramos por aí: é válido observar que o apresentador do Clube Silêncio tem um aspecto assustadoramente diabólico, com seu cavanhaque e sobrancelhas arqueadas – e seu monólogo faz Betty tremer incontrolavelmente. Por que? Creio que, pelo menos desta vez, a resposta é simples: o apresentador é, de fato, uma representação do castigo que será imposto a Diane por seus atos cruéis. Quer mais uma evidência disso? Quando ele encerra seu discurso, o palco é tomado por uma intensa fumaça, e o sujeito desaparece. Pois esta fumaça é idêntica àquela que toma conta do quarto de Diane depois que esta se mata, indicando que a garota pode realmente ter ido para 'o inferno' que tanto temia.
Para encerrar, faço uma última consideração: para tornar tudo ainda mais complexo, David Lynch prega duas peças adicionais no espectador.
A primeira: ele inclui sonhos dentro dos sonhos de Diane. Repare, por exemplo, que alguns dos momentos mais ilógicos da primeira parte do filme acontecem quando Rita está adormecida (são eles: o incidente envolvendo o misterioso sujeito na cadeira de rodas; e o encontro entre o mendigo e o rapaz da lanchonete). Assim, é possível que estes 'picos de insanidade' sejam, de fato, os pequenos sonhos de Rita ao longo do sonho maior de Diane.
A segunda: tenho a forte convicção de que, na segunda metade do filme, nem tudo o que testemunhamos aconteceu realmente da forma vista na tela. As risadas de Adam e Camilla durante o anúncio do noivado soam falsas demais – e o mesmo se aplica ao beijo que Camilla dá em uma outra garota durante a festa. Assim, creio ser possível que estejamos vendo não os fatos em si, mas as lembranças que Diane tem destes fatos. É por isso que, em sua mente, ela visualiza as risadas e o intenso beijo: ela se sente humilhada pelo que testemunhou e, assim, aumenta tudo em sua mente ao rememorar o que aconteceu.
Como podem ver, Cidade dos Sonhos realmente despertou minha imaginação. Não é à toa que, até agora, já gastei quase 4 mil palavras para falar sobre o filme (algo que normalmente faço em menos de 900 palavras). E o mais irônico é que, ao contrário do que você pode estar pensando, não tenho a menor ilusão de ter decifrado o enigma proposto por David Lynch. Quando assisti a Cidade dos Sonhos pela primeira vez, saí do cinema com a certeza de que desvendara o mistério e, assim, resolvi conferi-lo mais uma vez apenas para 'preencher as lacunas'. Resultado: realmente encontrei respostas para muitas de minhas perguntas, mas, em contrapartida, acabei me deparando com outra dezena de indagações:
Quem é, exatamente, a vizinha de Diane? A princípio, pensei que ela pudesse ser a própria Camilla (cuja aparência teria sido 'melhorada' no sonho), mas depois percebi meu erro: quando a vizinha aparece, Camilla já está morta (a chave azul está sobre a mesa) e, além disso, ela cita os dois detetives que investigam o assassinato. É possível que a tal vizinha tenha se envolvido com Diane depois que esta terminou com Camilla? (Neste caso, como o cinzeiro em forma de piano poderia estar presente na cena em que Diane e Camilla transam no sofá?) Ou será que ela é apenas alguém que trocou de apartamento com a garota (talvez Diane não tenha conseguido permanecer em seu velho apartamento, em função das lembranças provocadas pela morte de sua ex-namorada). Mas (e as perguntas não param) por que, durante o sonho, Rita/Camilla e a vizinha se olham de forma tão embaraçada (Rita chega a desviar o olhar)?
E mais: durante a segunda vez em que assisti ao filme, percebi que as cores azul e vermelha são empregadas de forma intensa ao longo da história (observe, por exemplo, as cadeiras ao lado da piscina de Adam Kesher e também as roupas de Betty e Rita – além, é claro, da caixa azul, do livro ao lado da pia de Betty e dos cabelos da mulher sentada no balcão do Clube Silêncio).
E por falar nesta mulher... quem é ela, exatamente?
As perguntas são muitas, e complexas. No entanto, ao contrário do que afirmam algumas pessoas, tenho a mais absoluta convicção de que as respostas também estão no filme. (E se você leu este texto até aqui, imagino que compartilhe desta opinião.)
Portanto, é só procurar.
Fonte: Cinema em Cena.
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Bandit
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Sexo: Idade: 44Registrado em: Segunda-Feira, 5 de Setembro de 2005 Mensagens: 3.291 Tópicos: 38 Localização: Capão da Canoa - RS
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Magnólia 1999
Sinopse
Em San Fernando Valley, Califórnia, nove pessoas terão suas vidas interligadas através de "O Que as Crianças Sabem", um programa de televisão ao vivo que existe há vários anos, onde um grupo de três crianças desafia três adultos. O atual grupo de crianças está indo para a oitava semana e, com isso, faltarão apenas mais duas para elas quebrarem o recorde do programa. Se conseguirem o feito ganharão uma alta soma, mas neste time vencedor está Stanley Spector (Jeremy Blackman), um garoto prodígio que é quem realmente faz a diferença, mas ele está começando a ficar cansado disto, pois entre outras coisas está sendo usado pelo pai (Michael Bowen) para ganhar dinheiro. O programa é comandado por Jimmy Gator (Philip Baker Hall), um veterano da televisão que vai morrer de câncer mas não está em estado terminal. Por coincidência Earl Partridge (Jason Robards), o produtor do programa, também está morrendo de câncer no cérebro e pulmão, mas este tem os dias contados. Earl é marido de Linda Partridge (Julianne Moore), que se casou com ele pelo seu dinheiro mas agora está desesperada, pois descobriu que ama o marido. Earl tem um enfermeiro particular, Phil Parma (Philip Seymour Hoffman), que lhe dá toda a atenção como profissional e como amigo. Earl pede a Phil que entre em contato com Frank T.J. Mackey (Tom Cruise), que cresceu odiando Earl e agora dá um seminário para solteiros, onde ensina técnicas para seduzir uma mulher. O motivo da raiva de Frank é que Earl abandonou sua primeira esposa, e mãe de Frank, após vinte e três anos de casados, quando esta estava com câncer, e deixou Frank com apenas quatorze anos para cuidar da mãe até a morte dela. Desta época em diante os dois nunca mais se falaram, mas Phil tenta localizar Frank de qualquer jeito para avisar que seu pai está morrendo. Coincidentemente Jimmy Gator tem uma filha, Claudia Wilson Gator (Melora Waters), que também não fala com o pai, pois o acusa de tê-la molestado sexualmente. Claudia é viciada em crack e Jim Kurring (John C. Reilly), um policial, vai à casa de Claudia após sido recebido uma queixa de som muito alto no apartamento dela. Jim se apaixona imediatamente por ela, que sente-se atraída e ao mesmo tempo insegura de manter esta relação. Há ainda Donnie Smith (William H. Macy), que em 1968 estabeleceu o recorde de "O Que as Crianças Sabem" mas quando ficou adulto se tornou um patético fracassado, que recentemente foi despedido e busca desesperadamente a felicidade
O diretor Paul Thomas Anderson tem o costume de escalar os mesmos atores para o elenco de seus filmes. Do seu trabalho anterior, Boogie Nights – Prazer Sem Limites, também participaram William H. Macy, Julianne Moore, Luis Guzmán e Alfred Molina, entre outros. Já Philip Baker Hall, John C. Reilly e Philip Seymour Hoffman atuaram não só em Boogie Nights, como também em Jogada de Risco, primeiro longa-metragem do diretor, lançado em 1996.
Magnólia é repleto de detalhes muito sutis colocados em cena pelo diretor Paul Thomas Anderson. Um dos mais famosos é a presença dos números 8 e 2 em várias tomadas, sob diversas formas. Segundo o próprio diretor, estes números se referem ao versículo bíblico Exodus 8:2, que serve como referência para o climax do filme. Alguns dos momentos em que os números podem ser vistos são:
- No episódio do enforcamento, note os números pendurados no pescoço dos condenados;
- No episódio do cassino, um apostador precisa tirar um 2 enquanto joga Vinte e Um, mas acaba tirando um 8;
- Repare no número do avião do bombeiro que apaga o incêndio florestal;
- No episódio do suicídio, quando o garoto vai pular do telhado do prédio, note que há um rolo de arame formando os números 8 e 2;
- O número do apartamento dos pais de Sydney Barringer é 682;
- A previsão do tempo indica que há 82% de possibilidade de chuvas na região;
- O número da caixa postal do policial Jim Kurring na agência tem os números 8 e 2;
- A convenção de ciência tem início às 8:20;
- O cartaz de um filme no ponto de ônibus, na Avenida Magnolia, também apresenta os dois números;
- Na platéia do programa What Do Kids Know?, uma pessoa levanta uma placa onde se lê “Exodus 8:2”;
- Logo depois que Jim Kurring vê Donnie Smith subindo a escada lateral do prédio, há uma placa ao lado da rua que também diz “Exodus 8:2”. Esta placa também pode ser vista quando um sapo cai no carro de Jim.
Outra sutileza de Paul Thomas Anderson foi colocar um quadro com uma pintura de uma flor em cada sala de estar vista no filme.
Um dos livros que Stanley Spector está lendo na biblioteca é Learned Pigs e Fireproof Women, escrito por Rick Jay – que narrador e ator coadjuvante do filme.
Outro livro que Stanley está lendo é sobre o cientista e psicólogo Charles Fort, responsável pela expansão das fronteiras da pesquisa científica ao estudar estranhos fenômenos como o visto no filme. Tanto que, quando tal fenômeno ocorre, Stanley diz: “Estas coisas podem acontecer”. Paul Thomas Anderson disse em uma entrevista que os trabalhos de Fort também serviram como inspiração para Magnólia.
Jim Kurring e Donnie Smith se protegem da chuva debaixo de um posto de gasolina da refinaria Mobil, cujo nome original era Magnolia Petrolium – mais uma sutileza de Paul Thomas Anderson.
No filme, diz-se que o programa What Do Kids Know? é endossado pela PTA (Parent Teacher Association – ou, Associação de Pais e Professores). Estas também são as iniciais do diretor Paul Thomas Anderson.
No bar em que Donnie Smith passa boa parte do filme, podemos ver um fliperama ao fundo. O jogo da máquina não poderia ser mais apropriado: o clássico Frogger (aquele em que você tem que fazer um sapo atravessar a rua).
A New Line também foi sutil ao produzir Magnólia. O telefone do programa de Frank T.J. Mackey, Seduce and Destroy, é 877-TAME-HER. Quem ligasse para este número na época em que o filme foi lançado, ouviria uma gravação com a voz de Tom Cruise fazendo propaganda do curso de sedução que seu personagem ministra.
Outro detalhe curioso esteve ao alcance dos internautas. Quem acessasse os endereços www.seduceanddestroy.com ou www.wdkk.com (apresentado nos créditos finais do programa What Do Kids Know?), seria redirecionado para o site oficial do fime. A New Line já desativou estes domínios.
O telefone para o qual Phil Parma liga quando está procurando Frank é (818) 775-3993. Mais tarde, podemos ver que este é o mesmo número da farmácia em que Linda Partridge compra os remédios de seu marido (o número está impresso no saco da farmácia).
A cantora Fiona Apple, grande amiga de Paul Thomas Anderson, contribuiu com algumas músicas para Magnólia. Além disso, muitos dos quadros vistos nos cenários foram pintados por ela.
Paul Thomas Anderson fez algumas homenagens ao seu pai, Ernie Anderson, que começou a carreira apresentando filmes de terror em um programa de TV chamado Ghoulardi (por sinal, o mesmo nome da produtora do diretor – Ghoulardi Pictures):
- Neste programa, Ernie costumava fazer piadas com uma cidade norte-americana chamada Parma – o personagem de Philip Seymour Hoffman se chama Phil Parma;
- Um dos slogans do programa era “Stay sick!” (fique doente). Quando o personagem de Henry Gibson diz para Donnie Smith no bar que está doente, Donnie responde: “Stay that way” (fique assim).
Paul Thomas Anderson escreveu a maior parte do roteiro em duas semanas, quando ele estava na casa do ator William H. Macy, em Vermont. Durante este período ele não quis sair de casa, porque havia visto uma cobra do lado de fora (imaginem se fosse um sapo... ).
O símbolo da Maçonaria pode ser visto em várias paredes no estúdio de What Do Kids Know?. Além disso, o símbolo pode ser visto no anel do produtor de Jimmy Gator, quando ele coloca a mão no ombro do apresentador. O mais impressionante, no entanto, é que o 82º escritório da Maçonaria (detalhe para os números 8 e 2) fica localizado no estado norte-americano do Arkansas, em uma cidade chamada Magnolia.
A palavra “fuck” é dita 190 vezes durante o filme.
Duas marcas registradas da direção de Paul Thomas Anderson podem ser observadas em Magnólia:
- O uso de uma tomada longa, quando Stanley e seu pai entram no prédio do estúdio em que What Do Kids Know? é gravado. Repare que não há um corte sequer nesta seqüência (que dura aproximadamente três minutos) até a câmera chegar ao escritório de Jimmy Gator;
- Os personagens fumam cigarros da marca Camel Lights: Phil Parma pede um pacote por telefone e Donnie Smith fuma um maço no bar.
Paul Thomas Anderson escreveu o papel de Frank T. J. Mackey especialmente para Tom Cruise. O diretor revelou em uma entrevista que precisava de um ator que estivesse vivendo uma intensa “tensão sexual”. Como Cruise passou quase dois anos envolvido com as filmagens de De Olhos Bem Fechados, do perfeccionista Stanley Kubrick, ele foi a escolha ideal para o papel.
Claudia Gator cheira cocaína em cima da capa de um CD. O album em questão é I’m With Stupid, de Aimee Mann, cantora que escreveu e interpretou a maioria das músicas do filme.
A música de Aimee Mann foi a fonte de inspiração de Paul Thomas Anderson para o roteiro de Magnólia. Depois de ouvir seus primeiros CDs, ele se tornou fã e amigo da cantora (que é casada com Michael Penn, colaborador musical de Anderson em Jogada de Risco e Boogie Nights). Em 1997, o diretor ouviu algumas músicas que ainda não haviam sido lançadas e as tomou como base para roteirizar seu novo trabalho. Tanto é que alguns versos da canção Deathly – presente na trilha sonora, mas que não é ouvida no filme – foram usados em um diálogo durante o encontro de Jim Kurring e Claudia Gator no restaurante. Ela diz: “Now that I’ve met you, would object to never seeing me again?” (Agora que te encontrei, você se importaria de nunca mais me ver novamente?), que é uma variação dos primeiros versos da faixa: “Now that I’ve me you/Would object to/Never seeing/Each other again”.
No filme, o elenco principal canta a música Wise Up, de Aimee Mann. Esta canção também foi utilizada em Jerry Maguire – A Grande Virada, que conta com Tom Cruise no elenco.
- Recebeu 3 indicações ao Oscar, nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante (Tom Cruise), Melhor Roteiro Original e Melhor Canção Original ("Save Me").
- Ganhou o Globo de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante (Tom Cruise) e foi indicado na categoria de Melhor Canção Original ("Save me").
- Ganhou o Urso de Ouro de Melhor Filme do Festival de Berlim.
- Recebeu uma indicação ao Grande Prêmio Cinema Brasil, na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
Ps: Bom, assim como Cidade dos Sonhos, este filme é muito questionado entre os cinéfalos pela dificuldade de interpretar todas as ideias apresentadas pelo seu diretor e roteirista (Paul Thomas Anderson). Então resolvi seguir o mesmo caminho que trilhei no filme de David Linch.
A seguir segue a crítica do Pablo Vilhaça na integra.
Outras críticas vocês encontram no http://www.cinemaemcena.com.br.
Dirigido por Paul Thomas Anderson. Com John C. Reilly, Melora Walters, Philip Seymour Hoffman, Tom Cruise, Jason Robards, Julianne Moore, Philip Baker Hall, Jeremy Blackman, Melinda Dillon, William H. Macy, Alfred Molina, Michael Bowen, Ricky Jay.
Há algum tempo atrás recebi uma mensagem de um leitor que reclamava dos diferentes estilos com que eu escrevia certas críticas. A título de comparação, ele observava o brutal contraste entre meus artigos sobre Campo dos Sonhos (repleto de referências pessoais) e Desconstruindo Harry (mais técnico e contendo associações à cinematografia de Woody Allen). O leitor em questão pedia que eu adotasse um estilo único, mais 'profissional'.
Infelizmente, creio que vou desapontá-lo mais uma vez. O fato é que julgo impossível escrever de uma só maneira, já que cada filme provoca uma reação diferente em quem o assiste - o que me leva a redigir diferentes estilos de texto. Em algumas ocasiões, sinto-me completamente à vontade para desafiar os dogmas jornalísticos e rechear a crítica com verbos na primeira pessoa (reza a regra que um crítico jamais deve dizer 'eu' em seus artigos). Por outro lado, muitas vezes opto por um texto mais 'seco' e objetivo. Depende do filme, do dia e - como sou apenas humano - de meu humor na ocasião.
O motivo que me leva a introduzir esta crítica de Magnólia de maneira tão incomum é um só: o filme de Paul Thomas Anderson é tão complexo em sua carpintaria dramática e tão repleto de simbolismos que simplesmente não consigo resenhá-lo em apenas um artigo. Eu estaria sendo relapso se me prendesse apenas aos seus méritos cinematográficos e ignorasse suas metáforas e, por outro lado, não estaria exercendo minha função de crítico caso me concentrasse apenas em suas mensagens e esquecesse de comentar seu lado técnico. Assim, a partir do próximo parágrafo passo a analisar o filme em si, deixando para dissertar sobre seus significados no artigo que vem logo abaixo deste texto (há um intertítulo em negrito separando os dois artigos). Peço perdão de antemão para o leitor que exigiu mais 'profissionalismo' - ser profissional, para mim, é mergulhar sem receios ou regras pré-estabelecidas em cada filme que vejo. Mas vamos ao trabalho:
Depois de surpreender cinéfilos de todo o mundo com o brilhante Boogie Nights (um dos melhores filmes de 97, injustamente esquecido pela Academia), o jovem diretor Paul Thomas Anderson tinha um belo desafio pela frente: como fazer jus às expectativas de seus fãs recém-conquistados, que aguardavam seu novo trabalho com ávida ansiedade? A maneira encontrada foi inusitada: Anderson inspirou-se em várias músicas de uma amiga, a cantora Aimee Mann, para escrever um roteiro absolutamente inovador e incrivelmente complexo, que seguia os acontecimentos da vida de nove pessoas durante um período de 24 horas na cidade de Los Angeles.
Apesar de ser comparado por alguns à Short Cuts, de Robert Altman, Magnólia prova sua originalidade logo em sua seqüência inicial, que de maneira engenhosa e criativa aborda três interessantes narrativas (supostamente reais) de mortes que envolveram coincidências inacreditáveis. A partir daí, o filme mergulha na vida de seus personagens, criando na platéia uma intensa expectativa de descobrir como todos serão inter-relacionados no final da trama.
Talvez a maior proeza de Paul Thomas Anderson em Magnólia seja sua capacidade de fazer com que o espectador se envolva com todas as figuras que cruzam a tela sem provocar um nó na cabeça de quem assiste ao filme. Intercalando as diversas tramas, o diretor consegue manter um ritmo constante enquanto desenvolve paralelamente as situações vividas por seus personagens. Assim, ao mesmo tempo em que acompanhamos o sofrimento do paciente de câncer terminal Earl Partridge, descobrimos que a esposa deste vem mergulhando em uma cruzada de auto-destruição por julgar-se culpada por suas traições. Neste meio-tempo, conhecemos Frank T.J. Mackey, um mestre da auto-ajuda que ensina homens inseguros a levar mulheres para a cama. No entanto, logo somos informados de que Frank é, na verdade, filho de Earl, que incumbe seu enfermeiro Phil de encontrá-lo. Além disso, há Jimmy Gator, o apresentador de um jogo de perguntas protagonizado por crianças-prodígio - entre elas, o pequeno Stanley, sempre pressionado pelo pai, Rick. Gator, por sua vez, é pai de Claudia, uma jovem viciada que saiu de casa há dez anos e que acaba de conhecer o sensível policial Jim Kurring. E não podemos nos esquecer de Donnie Smith, que em sua infância foi um dos grandes astros do programa de Gator... e isto é apenas o começo.
Com uma galeria de personagens tão interessantes, seria injusto destacarmos uma ou outra atuação, pois o elenco de Magnólia é homogeneamente competente: se por um lado temos Philip Seymour Hoffman, cujo olhar de bondade e compreensão é naturalmente emocionante, por outro temos um Tom Cruise performático e intenso (e que protagoniza uma cena absolutamente maravilhosa no final do filme). Enquanto isso, John C. Reilly prova mais uma vez merecer um lugar ao sol em Hollywood ao manter uma química perfeita com a bela e talentosa Melora Walters. E ao mesmo tempo em que o jovem Jeremy Blackman demonstra um talento promissor, o veterano Jason Robards encarna um dos papéis mais intensos de sua brilhante carreira. Temos, também, o sempre competente William H. Macy, que aqui vive um indivíduo patético e confuso com relação aos próprios sentimentos. A única decepção reside na atuação over de Julianne Moore, que já começa o filme em ritmo de histeria - o que impossibilita sua personagem de crescer ao longo da trama.
Assim como em Boogie Nights, a direção de Anderson é uma atração à parte: além dos belos movimentos de câmera e dos abundantes closeups, ele ainda abusa das longas e complexas tomadas que marcaram seu trabalho anterior (destaco a cena em que o diretor acompanha vários personagens enquanto estes caminham pelos corredores da emissora de televisão - um brilhante uso de steadycam). Em outro momento, ele mantém sua câmera fixa no interior da cozinha de Claudia enquanto esta conversa com o policial Jim na sala (algo que me lembrou a cena em que Robert De Niro era dispensado por Cybill Shepherd pelo telefone em Taxi Driver, quando até mesmo a câmera de Scorsese se afastava para evitar o embaraço da situação).
Com 188 minutos de duração, Magnólia nunca é cansativo, já que algo está sempre acontecendo na tela (seja através da ação ou das mudanças nos personagens). Sempre instigante, o filme possui três seqüências especialmente dignas de nota: a primeira acontece quando Jason Robards se lembra de sua primeira esposa e lamenta os erros cometidos no passado, fazendo um comovente discurso enquanto os demais personagens atravessam seus próprios momentos de dificuldade. A segunda é ainda mais emocionante, pois representa o clímax do sofrimento vivido por todos, que acabam se unindo ao cantar uma mesma música, Wise Up (cujo refrão diz: 'Isso não vai parar; portanto, apenas desista'). A terceira seqüência é justamente aquela que abordarei com maiores detalhes no próximo artigo e sobre a qual não discorrerei agora para não estragar a surpresa de quem não assistiu ao filme.
Repleto de mensagens, o belo roteiro de Paul Thomas Anderson ainda enfatiza questões como a recusa do amor (Frank T.J. Mackey ensina como evitá-la; Stanley canta um trecho da ópera Carmen; Jim Kurring tenta encontrar uma parceira através de um sistema de mensagens; e assim por diante) e as complicadas relações entre pais e filhos (Jimmy e Claudia; Frank e Earl; Stanley e Rick; o roubo do dinheiro de Donnie Smith; etc). E estes são apenas dois dos temas deste soberbo filme, que ainda investe em vários outros.
Apesar de não ter sido reconhecido no último Oscar, Magnólia é certamente um dos melhores - senão o melhor - filme de 1999 (levou o grande prêmio no Festival de Berlim). Talvez o estilo auto-indulgente de P.T. Anderson seja uma das causas que o tornam 'antipático' para os conservadores membros da Academia (não é todo mundo que agüenta mais de três horas de diálogo); talvez o problema resida em seus temas polêmicos (especialmente drogas e sexo). Seja como for, tenho a mais absoluta convicção de que chegará o dia em que este diretor/roteirista será reconhecido como uma das grandes revelações da década de 90. Ou você ainda duvida disso?
Êxodo 8:2 - A Surpresa de Magnólia
Muitas foram as pessoas que condenaram Magnólia em função de uma inesperada reviravolta que acontece na meia hora final de projeção. Para estas pessoas, o filme se torna ilógico e até mesmo insuportavelmente surreal a partir do momento em que os personagens da história são surpreendidos por uma intensa chuva... de sapos!
Mas será que este fenômeno que assola Los Angeles no final da trama é tão sem sentido assim? Não creio. Quando assisti a este filme pela primeira vez, interpretei a chuva de sapos como uma metáfora para o 'acaso' - aquele fator inesperado que pode alterar o curso da vida de qualquer pessoa: um acidente, uma briga, a descoberta de uma marca de batom no colarinho, um pneu furado... O que me levava a esta análise era a seqüência de abertura do filme, que abordava as incríveis coincidências que ocorriam a todo instante por todo o planeta. Pensem nisso: uma pessoa está passando em frente a um shopping center quando, de repente, sente fome e decide comer algo na praça de alimentação do lugar. Momentos depois, uma explosão provocada por um vazamento de gás acontece e ela morre (todos se lembram desta tragédia recente). Ou - para citarmos outro trágico caso real - uma garota caminha tranqüilamente pela Avenida Paulista quando, para seu infortúnio, um guindaste despenca de uma altura de mais de vinte andares, atingindo o chão no exato momento em que ela passava no local. Para mim, a 'chuva de sapos' representava a explosão de gás ou o guindaste. Um infortúnio. O acaso.
No entanto, depois de assistir Magnólia mais duas vezes, compreendo que estava equivocado. Há uma outra interpretação muito mais complexa, interessante e simbólica para a famosa chuva do filme. Na verdade, a pista inicial que me levou a esta análise partiu da observação de um curioso cartaz na cena em que o programa de Jimmy Gator está prestes a começar. Carregado por um membro da platéia do show, o cartaz traz a inscrição 'Êxodo 8:2'. Uma rápida consulta à Bíblia revela o seguinte versículo: 'Mas se recusares a deixá-lo ir, eis que ferirei com rãs todos os teus termos'.
E isso muda tudo, sendo o 'acaso' substituído por 'intervenção divina'. Em minhas visitas subseqüentes ao filme, percebi (para meu grande espanto) que os algarismo 8 e 2 estão presentes ao longo de toda a trama, provando que Paul Thomas Anderson não é apenas um diretor competente, mas também um autor capaz de sutilezas surpreendentes. Alguns momentos em que estas pistas podem ser encontradas são:
- Na seqüência inicial: na lateral do avião que apaga o incêndio na floresta; no formato de uma corda localizada aos pés do jovem que salta do prédio; e nas cartas distribuídas pelo homem que viria a ser atirado no alto da árvore.
E mais:
- No letreiro que diz 'Probabilidades de chuva: 82%';
- Na caixa postal de Jim Kurring;
- Na numeração de presidiária de Marcy;
- No quadro-negro do bar freqüentado por Donnie Smith;
- Na placa do carro particular de Kurring; e assim por diante.
Outro elemento de Magnólia que chamou minha atenção foi o garotinho que canta um rap para o policial Jim Kurring. Quem é ele? Por que está tão ansioso para que Worm (possível assassino do homem encontrado no armário logo no início do filme) seja capturado? É claro que Anderson introduziu este personagem na trama com algum propósito. Mas qual?
É então que uma frase dita por Henry Gibson (o sujeito com quem William H. Macy disputa a atenção do bartender) esclareceu a questão: enfastiado com a presença do rival, Gibson diz: 'É perigoso confundir crianças com anjos' - ao que Macy replica: 'NÃO é perigoso confundir crianças com anjos'. Uma análise apressada poderia nos levar à conclusão de que eles estavam se referindo a Brad, o jovem bartender por quem ambos estão apaixonados. Mas foi então que, ao assistir o filme pela terceira vez, prestei realmente atenção ao que o rap do garotinho dizia. Entre outras coisas, o menino dizia 'Eu sou o Profeta' e - o que é mais interessante - 'Quando tudo se complica, Deus faz chover'.
Pulemos para a cena em que Jim Kurring é quase morto por Worm: ao se atirar nos arbustos, o policial perde seu revólver. Em seguida, vemos o pequeno rapper correndo com a arma. E agora, faço a pergunta-chave: você se lembra de como o revólver reaparece? Exato! Ele cai do céu depois da chuva de sapos! E o garotinho não volta mais a aparecer...
Interessante? Pois a coisa fica ainda melhor quando paramos para analisar os resultados da chuva em si. Segundos antes dela acontecer, todos os personagens do filme atingiram seus próprios limites: Donnie Smith está prestes a ser preso por Jim (que, por sua vez, acaba de perder Claudia); Jimmy Gator resolve se matar depois de confessar para Rose que molestou a filha; Stanley se isola na biblioteca para fugir da opressão do pai; Frank passa pelo conflito de ver o pai (que pensava odiar) à beira da morte; e, finalmente, Claudia se entrega novamente ao vício. Todos parecem perdidos, solitários e tristes.
É então que Frank T.J. Mackey grita para o pai: 'Não se vá! Não se vá!'.
Lembre-se novamente de Êxodo 8:2: 'Mas se recusares a deixá-lo ir, eis que ferirei com rãs todos os teus termos'.
Em resposta ao pedido de Mackey, a chuva começa e, de certa forma, traz a redenção para todos: Donnie é atingido por um sapo e quebra os dentes (o que finalmente o leva a compreender sua própria capacidade de amar - além, é claro, de agora realmente precisar de aparelho); Claudia se reencontra com a mãe; Jimmy não consegue se matar, atingindo o aparelho de televisão (outra interessante metáfora, já que sua vida na TV o levou aos excessos que o condenaram); Frank e o pai se reencontram pela última vez (Earl acorda com o barulho da chuva); Kurring decide procurar Claudia ao recuperar sua confiança (e sua arma); e Stanley decide pedir ao pai que o 'trate melhor'.
Já o enfermeiro Phil Parma, sendo o único personagem estável do filme, presencia tudo com espanto, já que não precisa daquilo para resolver seus conflitos. Não é à toa que ele é o único a dizer alguma coisa com relação à chuva de sapos. Por outro lado, a personagem de Julianne Moore já havia sido salva graças à intervenção... do pequeno rapper, que chamara uma ambulância ao encontrá-la à beira da morte.
Sim, o que estou dizendo é que talvez o garotinho fosse realmente o 'Profeta' que dizia ser. Um anjo. E talvez este anjo seja a metáfora de Paul Thomas Anderson para o 'acaso'. E, assim, voltamos ao ponto-de-partida.
Não é maravilhoso ser levado por um filme desta maneira?
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schiavo
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Sexo: Idade: 37Registrado em: Quarta-Feira, 9 de Novembro de 2005 Mensagens: 664 Tópicos: 19 Localização: por aí.
Grupos: Nenhum |
Essas criticas do pablo villaça tentando explicar os filmes fedem. Mas as curisidades eu gostei, principalmente as de "Magnolia".
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Bandit
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Sexo: Idade: 44Registrado em: Segunda-Feira, 5 de Setembro de 2005 Mensagens: 3.291 Tópicos: 38 Localização: Capão da Canoa - RS
Grupos:
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É o seguinte:
Pensei em colocar esta compilação de informações sobre filmes aqui pra que gerasse algumas discussões inteligentes a respeito das obras citadas, ou quem sabe, que alguém que não conheça o filme em questão, pudesse ter interesse em assistir.
E fico profundamente magoado ao constatar, que apesar de considerar o nivel cultural das pessoas daqui do fórum bem acima da média da maioria das pessoas, não só de comunidades, foruns, ou qualquer coisa relacionada com internet, mas em geral, NINGUEM se interessou pelo tópico! (salvo alguns poucos individuos, que participaram ou agradeceram e que devem desconsiderar esse desabafo, por favor!)Tá certo que comecei colocando alguns dos meus filmes favoritos, que talvez sejam um pouco "fora do padrão", como Dr. Fantástico, mas ai fui colocando titulos mais pipoca de qualidade como Star Wars, Exterminador e De Volta Para o Futuro...
Mas ainda assim, ninguem comentou...
Tentei de novo, colocando os arraza quarteirões do ultimo verão americano, como Guerra dos Mundos e Batman Begins, mas mesmo assim ninguém deu bola!!!
E agora, pra fechar com chave de ouro, debulhei os 2 filmes-arte mais complexos dos ultimos anos E MESMO ASSIM NINGUEM COMENTOU????
Fechei o buteco...
*** ** *****!!!
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habow
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Sexo: Idade: 42Registrado em: Domingo, 27 de Novembro de 2005 Mensagens: 10 Tópicos: Nenhum
Grupos: Nenhum |
marciobandit, meu, como é que tu fez pra consiguir isso tudo?
Valeu pelo batman, star wars, exterminador e todos os outros!
Finalmente vou enteneder cidade dos sonhos!!!
Eu gostei!
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habow
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Sexo: Idade: 42Registrado em: Domingo, 27 de Novembro de 2005 Mensagens: 10 Tópicos: Nenhum
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Sei que tu não quer fazer meis, mas tu não pudia fazer um pra mim dos Kill Bill?
E se não for pedir muito queria do troia e do the doors.
Valeu!
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LucyK
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Sexo: Idade: 44Registrado em: Segunda-Feira, 24 de Janeiro de 2005 Mensagens: 2.394 Tópicos: 20 Localização: Campinas, SP
Grupos: Nenhum |
A única coisa quie eu peço e que vou continuar pedindo é... USEM O BOITÃO EDITAR. Não custa gente. Eu até entendo o Marcio querer fazer um post para cada filme mas as outras pessoas ? USEM O BOTÃO.
Obrigada.
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Bandit
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Sexo: Idade: 44Registrado em: Segunda-Feira, 5 de Setembro de 2005 Mensagens: 3.291 Tópicos: 38 Localização: Capão da Canoa - RS
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LucyK, Desculpa pelos trocentos posts, mas eu tava tentando fazer uma coisa de qualidade, completinha, mas desisti por falta de incentivo.
habow, Não te prometo nada brother, perdi o tesão pela coisa, mas como tu é novo aqui, de repente me presto a fazer sobre algum dos filmes que tu pediu.
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LucyK
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Sexo: Idade: 44Registrado em: Segunda-Feira, 24 de Janeiro de 2005 Mensagens: 2.394 Tópicos: 20 Localização: Campinas, SP
Grupos: Nenhum |
Marcio, como eu disse, entendo você colocar cada filme em um post, realmente, todos os filmes em um post só iria ficar super confuso. E se for por falta de incentivo aqui vai o meu.... continue por favor! Eu ainda estou na outra página lendo, mas com certeza estou lendo!
Mas o recado vale pro outros, continuem postando e falando do trabalho que o Marcio está fazendo mas sempre usando o botão editar!
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Earendil
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Sexo: Idade: 37Registrado em: Domingo, 3 de Julho de 2005 Mensagens: 6.976 Tópicos: 159 Localização: Rio de Janeiro
Twitter: @Gabriel_GFV
Grupos: Nenhum |
Q isso Marcio , n para de postar não.
Mas cedo ou mais tarde o pessoal vai começar a vir aqui.Esse topico tá fikando muito legal , se continuar crescendo,ateh c posts de outras pessoas, acho q merecia ateh um FIXO.
O do Cidade dos Sonhos ficou monstruoso de grande ,mas nunca vi ess filme.
Magnolia é muito ruim
Dont give up,marciobandit
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Bandit
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Sexo: Idade: 44Registrado em: Segunda-Feira, 5 de Setembro de 2005 Mensagens: 3.291 Tópicos: 38 Localização: Capão da Canoa - RS
Grupos:
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LucyK Valeu, vou continuar fazendo, por causa de pessoas como tu e o Aerendiu E por falar nisso, tu gostaria de algum(s) filme em especial?
Pode pedir!!!
Kill Bill Volume 1 2003
Sinopse
A Noiva (Uma Thurman) é uma perigosa assassina, que trabalha em um grupo liderado por Bill (David Carradine) e que é composto principalmente por mulheres. Ela está prestes a se casar com Bill, mas no dia de seu casamento seu noivo e companheiras de trabalho se voltam contra ela, quase a matando. Ela fica 5 anos em coma, até despertar com um único desejo: vingança.
O diretor Quentin Tarantino atrasou o início das filmagens devido à gravidez de Uma Thurman.
- O personagem Bill foi primeiramente oferecido a Warren Beaty, que acabou recusando o convite e sugeriu a Quentin Tarantino o nome de David Carradine.
- Kevin Costner também foi considerado para o papel de Bill, mas ao invés disso optou por fazer Pacto de Justiça.
- Quentin Tarantino ofereceu o papel da Noiva à Uma Thurman como presente no seu aniversário de 30 anos.
- A roupa amarela usada pela personagem de Uma Thurman é uma homenagem direta à roupa de Bruce Lee em O Jogo da Morte.
- O argumento para o filme foi concebido durante as filmagens de Pulp Fiction. Quentin Tarantino dizia inúmeras vezes para Uma Thurman a frase: “Uma Thurman will Kill Bill” (Uma Thurman vai matar Bill).
- Quentin Tarantino confirmou que o “Esquadrão Assassino Víbora Mortífera” foi inspirado na fictícia série de TV Fox Force Five, da qual a personagem Mia Wallace (Uma Thurman em Pulp Fiction) participava.
- A entrada do túnel em Tóquio é na verdade a entrada do segundo túnel de Los Angeles com a adição das placas em japonês.
- Quentin Tarantino queria que três atores de diferentes nacionalidades representassem seus respectivos países. Chia Hui Liu representa a China, Sonny Chiba representa o Japão e David Carradine representa os Estados Unidos. Se Bruce Lee estivesse vivo, ele também teria sido convidado para aparecer no filme.
- Ao final de cada tomada, os atores dirigiam-se à câmera e diziam: “Hello, Sally!”, em referência à editora Sally Menke. Não se sabe a opinião de Menke a respeito do assunto.
- Okinawa tem a má reputação de ser um péssimo lugar para se comer sushi. Em outras palavras, é um ótimo lugar para esconder-se.
- Na cena da Casa das Folhas Azuis, a Noiva mata 57 pessoas.
- Quentin Tarantino é dono da “Pussy Wagon” e dirigia o carro para promover o filme.
- Inicialmente, a personagem O-Ren Ishii seria japonesa e teria como interpréte uma atriz de mesma nacionalidade, mas o papel foi mudado para que Lucy Liu pudesse interpretá-lo. No filme, O-Ren tem origem chinesa, japonesa e americana, assim como a atriz.
- A cena em que a Noiva divide uma bola de basquete com uma espada foi realmente feita no set pela dublê de Uma Thurman, Zoe Bell.
- A divisão da tela na cena em que Elle Driver dirige-se ao quarto da Noiva, no hospital, é uma homenagem ao diretor Brian De Palma.
- A cena inicial é uma óbvia referência a uma cena similar do filme Três Homens em Conflito.
- O roteiro levou seis anos para ser escrito, até que se decidiu por dividi-lo em dois filmes. O primeiro rascunho tinha cerca de 220 páginas.
- Parte do filme foi rodada nos lendários estúdios Shaw Bros., em Hong Kong. Quentin Tarantino diz ter visto tantos filmes produzidos neste estúdio que considerou importante trabalhar lá.
- Christopher Allen Nelson, que trabalhou na produção dos efeitos especiais, revelou que foram usados mais de 450 galões de sangue falso para os dois filmes.
- Esta é a 2ª vez que o diretor Quentin Tarantino e a atriz Uma Thurman trabalham juntos. A anterior fora em Pulp Fiction - Tempo de Violência (1994).
- Esta é a 2ª vez que o diretor Quentin Tarantino e o ator Michael Madsen trabalham juntos. A anterior fora em Cães de Aluguel (1992).
- O xerife Earl McGraw, interpretado por Michael Parks, é o mesmo personagem assassinado pelos irmãos Gecko logo no início de Um Drink no Inferno (1996), filme que teve roteiro escrito por Quentin Tarantino.
- Cada personagem do grupo de assassinos de Kill Bill possui um codinome referente a algum tipo de cobra.
- Os símbolos japoneses que aparecem ao fundo do pôster de Kill Bill significam "kirubiru", que é o modo de dizer "Kill Bill" em japonês.
- A versão japonesa de Kill Bill possui mais violência explícita que a americana.
- O orçamento de Kill Bill foi de US$ 55 milhões.
- Recebeu uma indicação ao Globo de Ouro, na categoria de Melhor Atriz - Drama (Uma Thurman).
- Recebeu 5 indicações ao BAFTA, nas seguintes categorias: Melhor Atriz (Uma Thurman), Melhor Som, Melhor Trilha Sonora, Melhor Edição e Melhores Efeitos Especiais.
- Recebeu uma indicação ao Grammy, na categoria de Melhor Trilha Sonora - Cinema/TV.
- Ganhou 3 prêmios no MTV Movie Awards, nas seguintes categorias: Melhor Atriz (Uma Thurman), Melhor Vilão (Lucy Liu) e Melhor Luta (Uma Thurman e Chiaki Kuriyama).
Fontes: Cinema em Cena e Adoro Cinema
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