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LostBrasil - Índice do Fórum » Cinema  » Acervo » [Info] The Wrestler

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 [Info] The Wrestler « Exibir mensagem anterior :: Exibir próxima mensagem » 
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aplick
MensagemEnviada: Segunda Dezembro 29, 2008 13:51  |  Assunto: Responder com Citação

Moderador
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Win

Sexo: Sexo:Masculino
Idade: 37

Registrado em: Terça-Feira, 7 de Março de 2006
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haendeldias
MensagemEnviada: Quarta Dezembro 31, 2008 16:20  |  Assunto: Responder com Citação





Sexo: Sexo:Masculino
Idade: 84

Registrado em: Domingo, 8 de Maio de 2005
Mensagens: 5.354
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Ultimamente tenho uma preguiça quase que incontrolável de postar sobre o que acho sobre determinados filmes aqui. Mas esse, em especial, terei que falar minha humilde e besta opinião, porque esse filme não é um filme qualquer. Definitivamente não é.

Desde quando Darren lançou seu primeiro filme, e ainda sim uma obra prima, eu o venero. Mostrou-se capaz desde daquela época, em 98 pra ser mais exato, fazer um filme totalmente autoral, e diria até inovador - em questões tecnicas, ainda mais para um filme de tão baixo orçamento, ele foi capaz de criar e me perdoem pelo possivel exagero, mas revolucionar.
Passou pelo aterrorizador e talvez um dos filmes mais fortes que se encontra por ai, Requiem Para um Sonho, que apesar da formula já desenvolvida antes, teve mais uma vez a capacidade incrivel de criar mais uma obra prima, que novamente chamaria de autoral e genial. Mas isso todos nós que ficamos paralisados ao verem o filme já sabemos.

E antes de chegar ao Wrestler, ele fez o que para mim é uma das grandes poesias de amor do cinema contemporaneo: A Fonte da Vida. Filme no qual, apesar de em minha opinião ser o "menos bom" dele, me fez acreditar mais do que nunca em sua habilidade como roteirista e diretor. Menos bom é claro em comparação aos outros, mas que nunca o deixaria de desmerecer. Darren então se consagra e coloca os próprios pés no que acredito ser um ranking de um dos diretores que mais merece antenção no mainstream atualmente. Pela sua versatilidade com as atuações, com seu estilo de camera, ou sua interessante formula de narração em histórias.
É um diretor bastantemente ousado, e que se destaca muitas vezes em minha opinião pela sua visão pós-set, pensando e utilizando sempre recursos de edição para deixar seus filmes ou mais aterrorizantes ou mais apaixonantes. É de ficar de boca aberta.

Porém The Wrestler foi o que mais me surpreendeu talvez. ( acabo de ver o filme, é possivel que esteja muito abalado ainda ). Mas desta vez eu talvez poderia arriscar em dizer que agora sim ele fez seu trabalho mais autoral. Se distanciou dos artefatos da edição, ou da narrativa mirabolante, e fez um trabalho clássico. O filme, como todos nós previamos se desenvolve em uma grande drama, que não chega a beirar o melodrama, ou a novela, mas que fortemente te prende pelo personagem. Mickey Rourke nunca me surpreendeu tanto em um filme quanto o fez nesse, chega a dar orgulho de ver uma coisa dessas, mas não gostaria de me prender em atuações...até porque tirando ele, temos personagens secundários (que mesmo tendo um peso gigantesco na história), se dissolve ao longo do filme. É claro, Marisa Tomei semi-nua e Evan Rachel Wood são coisas que até deus orgulha de ver, but that's not the point.
Wrestler é um desses filmes que falam com a gente no final das contas. O filme não fala sobre luta em ringue, e sim sobre a luta na vida, uma metafora que beira ao genialismo. Aquela camera que nunca está movimento, mas também nunca está parada. Ela respira junto com Randy "The Ram".
Clássico e épico. The Wrestler é sem duvida um dos melhores filmes desse ano.

Chega, depois falo mais.


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+ 1 Jack
MensagemEnviada: Quinta Janeiro 22, 2009 18:07  |  Assunto: Responder com Citação


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Mastercard

Sexo: Sexo:Masculino
Idade: 80

Registrado em: Quarta-Feira, 17 de Janeiro de 2007
Mensagens: 3.737
Tópicos: 152
Localização: São Paulo

Twitter: @robsonpi

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Primeiro, sinopse dá primeira página está bem errada.

Segundo, FILMAÇO, não sobre Luta Livre mas sobre a luta contra a decadência, a luta contra a hora de parar, a luta pra não largar seu amor da vida inteira.

Rourke em auto-retrato merece a estatueta.


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Victor Cheliga
MensagemEnviada: Sábado Janeiro 31, 2009 15:36  |  Assunto: Responder com Citação


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What Is That Nonsense?

Sexo: Sexo:Masculino
Idade: 40

Registrado em: Quinta-Feira, 5 de Outubro de 2006
Mensagens: 4.791
Tópicos: 15
Localização: Caracas - SP



Grupos: Nenhum
Nossa, que baita filme.

Faço minhas as palavras do haendel e do Jack .

E além da Luta Livre simbolizar a luta do Randy "The Ram", também pode ser vista na vida da Pam "Cassidy".

Ela passa pelas mesmas coisas que o Randy, claro, de maneiras diferentes. Ela também está ficando mais velha e já "não faz tanto sucesso no trabalho", tem um filho, tem um "nome de luta" etc.

Olha, gostei muito.


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Barcellos
MensagemEnviada: Segunda Fevereiro 02, 2009 16:12  |  Assunto: Responder com Citação





Sexo: Sexo:Masculino
Idade: 35

Registrado em: Sábado, 9 de Fevereiro de 2008
Mensagens: 111
Tópicos: 3
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Nossa The Wrestler é muito bom mesmo, do começo ao fim, pra mim
junto com benjamin button são os melhores do ano com certeza,
falto uma indicação ao oscar de melhor filme e diretor, estou torcendo pro Rourke (o cara detona em quesito atuação) ganha, mas acho que Sean Penn leva.

E a cena do nintendo 8bit muito phoda!!!


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Gourmet Erótico
MensagemEnviada: Segunda Fevereiro 09, 2009 00:50  |  Assunto: Responder com Citação





Sexo: Sexo:Masculino
Idade: 54

Registrado em: Sexta-Feira, 24 de Junho de 2005
Mensagens: 2.537
Tópicos: 146
Localização: Secreta



Grupos: Nenhum
Acabei de voltar do cine. Os comentários abaixo não contem spoilers.

Curti pra cacete THE WRESTLER. A atuação do Mickey Rourke está muito föda. Marisa Tomei também está muito bem no filme, além de fazer uns strips födas. Pra uma mulher de 40 ela está gostosa pra c******, peitos maravilhosos e empinadinhos, rabão espetacular. E a edição do filme é espetacular.

A história é um drama de primeira. Nada de excessos e nada daquela coisa autopiedosa que a gente vê em ROCKY. Uma história franca e triste contada por um diretor föda. Randy "The Ram" é um lutador de telecatch, essas lutas livre forjadas, de entretenimento, e isso é o que ele sabe fazer bem. De resto, sua vida é um fracasso, ele fracassou como ser humano.

O filme começa sem que seja possível ver o rosto de Randy; a câmera sempre o acompanha pelas costas. É naquela farsa do ringue que está o verdadeiro sacrifício, a luta, a reconquista da honra, da dignidade e da identidade. É tudo que "The Ram", obcecado com o uso do apelido "Randy", sabe fazer, é o que lhe dá dignidade. Essencialmente a história conta a vida de um personagem que é mais importante que a pessoa por trás dele, e indaga sobre o momento em que a glória do personagem chega ao fim.

Aronofsky e Rourke impressionam forte.


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Think of how stupid the average person is, and realize half of them are stupider than that. - George Carlin

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Kollber
MensagemEnviada: Terça Fevereiro 10, 2009 08:44  |  Assunto: Responder com Citação





Sexo: Sexo:Masculino
Idade: 39

Registrado em: Quinta-Feira, 22 de Fevereiro de 2007
Mensagens: 1.378
Tópicos: 48
Localização: Minas Gerais

Twitter: @Kollber

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Opa,


Achei a reportagem bem legal, conta um pouco sobre o tempo em que Rourke esteve no limbo e a entrevista também vale a pena...


fogo sob as cinzas

Com o desempenho sublime em O Lutador, Mickey Rourke
deixa de ser a mais melancólica ruína de Hollywood para
se tornar de novo, aos 56 anos, seu talento mais
absorvente e majestoso


Em 1981, com menos de cinco minutos em cena, Mickey Rourke se anunciou como um dos talentos mais magnéticos que o cinema americano poderia produzir na liga de Marlon Brando, James Dean e, bem, Marlon Brando e James Dean. Aos 28 anos, tendo deixado seus professores no Actors Studio de queixo caído, Rourke finalmente conseguiu uma ponta em Corpos Ardentes, um noir feito como veículo para William Hurt e Kathleen Turner. Hurt quer dar um jeito no marido de Kathleen porque está louco por ela. Procura então um jovem especialista em incêndios criminosos. Sai acabado de cena. Não apenas porque a presença de Rourke é hipnótica e sugere, nas suas inflexões, um mundo de coisas sobre o personagem que o roteiro nunca imaginou. Ele atrai também pela garra e pela insolência: ora Rour-ke se move pelo cenário, impondo o ritmo e obrigando o ator principal a segui-lo, ora fala tão baixo que Hurt não tem remédio senão se inclinar para ele. É um espetáculo de sujeição sujeição, antes de tudo, de virilidade e de dominância. Rourke, como é notório, começou a destruir sua carreira e a si mesmo não muito tempo depois disso. Na fase terminal do processo, pelo fim dos anos 90, chegou a depender da mesada de um dos dois amigos que lhe restavam para comer. Neste momento, porém, não há ator mais admirado e celebrado em Hollywood. Todo mundo, de David Letterman a Larry King, quer entrevistar Mickey Rourke; os paparazzi o seguem aonde ele vai; pela primeira vez em vinte anos, ofertas de roteiros chegam à sua porta; e, tendo já ganhado o Globo de Ouro no mês passado, ele é o candidato mais cotado ao Oscar do próximo dia 22.

razão dessa virada é O Lutador (The Wrestler, Estados Unidos, 2008), que estreia nesta sexta-feira no país e no qual Rourke faz Randy "O Carneiro" Robinson, astro da luta livre na década de 80 que, no presente, se apresenta em ginásios por cachês humilhantes, que complementa empilhando caixas num supermercado. É um fim de vida solitário, melancólico e indigno, retratado numa interpretação que muitas vezes atinge o sublime uma exposição sem pudor, mas também sem apelo à piedade, de todas as cicatrizes que Rourke acumulou no físico e na alma. "Randy é um homem que eu conheço bem de perto. É quase eu mesmo", disse o ator, agora com 56 anos, a VEJA (leia trechos abaixo).

O ressurgimento de Rourke não é uma reinvenção. Ao contrário de, por exemplo, Robert Downey Jr., outro ator que voltou com força redobrada no último ano, Rourke não se livrou da bagagem excessiva (no caso de Downey, um vício em drogas que quase o devorou). Ele continua a carregar seu peso apenas aprendeu a fazê-lo sem desabar sob ele. Aprendeu, sobretudo, a se valer dele, uma vez que o estrago que infligiu sobre si é de fato incancelável. O efeito mais visível da derrocada está, claro, estampado no seu rosto, uma versão massacrada da beleza que, para sua repugnância mas com sua colaboração , fez dele um símbolo sexual em meados da década de 80, em filmes como 9   Semanas de Amor. Em retrospecto, esse foi o início do fim: o ponto em que o narcisismo de Rourke, alimentado pelo assombro que seu trabalho despertava, colidiu com o desprezo que ele começava a sentir por um dom que lhe vinha de maneira tão fácil. Rourke foi também um garoto pobre, abandonado pelo pai aos 6 anos e transferido de Nova York para Miami para viver com um padrasto violento. Para se impor, aprendeu a ser valentão e arrogante; e, quando vieram o sucesso e o dinheiro, achou que eles eram uma recompensa natural que nunca lhe faltaria, porque ninguém jamais poderia ser melhor do que ele. "Eu achava que o talento era a única coisa que importava. Faltava-me até instrução para entender que o trabalho tem uma esfera política, com a qual é preciso conviver", diz.

Em 1991, no que parecia ser uma de suas bravatas típicas, Rourke largou uma carreira que então já ia muito mal, por conta de suas escolhas desleixadas, para se arriscar como boxeador profissional. Na adolescência, afirma, ele fora um peso-galo promissor, afastado por causa de uma lesão. O boxe, assim, era um negócio malresolvido, e Rour-ke, que tem tendência a cismar com pontas desatadas, foi resolvê-lo. Até 1995, participou de várias lutas e ganhou quase todas, o que poderia indicar um desempenho admirável. Exceto pela violência com que ele apanhou para obtê-lo. Rourke teve de reconstruir o nariz seis vezes, quebrou vários outros ossos da face, além da mão e de algumas costelas, perdeu parte da audição e sofreu concussões que o levaram a amnésias temporárias, a uma redução permanente do senso de equilíbrio e ao diagnóstico de que danos cerebrais seriam iminentes. Rourke deixou então novamente o ringue. Mas, dessa vez, sua carreira como intérprete era uma possibilidade morta e enterrada. Entre meados dos anos 80 e o fim de sua aventura no boxe, Rourke tratara de fazer inimigos entre os estúdios, produtores e diretores com meticulosidade notável e o fizera não por meio de sutilezas, mas com todas as impublicáveis letras. Reunira em torno de si um bando de bajuladores e brutamontes recrutados entre os Hell’s Angels e gangues cubanas. Com extravagâncias e explosões, cimentara a reputação de um ator em que só se podia confiar pela inconfiabilidade. Juntou ainda a essa imagem a fama de marido violento, que Rourke nega veementemente: segundo ele, sua ex-mulher, a modelo e atriz Carré Otis, o acusou de espancá-la porque estava tão doida pela heroína que não se lembrava realmente de quem havia batido nela (de acordo com Rourke, foram os sujeitos que ele cuidou depois de mandar para o hospital a socos e pontapés). E havia ainda seu rosto uma ruína forjada pelos golpes sofridos no ringue e por cirurgias plásticas em que, à reconstrução, iam se juntando implantes inexplicáveis.

Rourke entrou na década de 2000, assim, como o emblema da autodestruição, o homem que por nenhuma razão convincente se decidira a perder o Rolls-Royce, as motocicletas de colecionador, a casa de 5 milhões de dólares, a fortuna de muitos milhões mais, a mulher que amava loucamente (segundo ele, alguém caído do céu poderá suplantar a paixão que ele sentiu por Carré Otis), a carreira que deveria ter sido fulgurante. Não fossem uma ponta aqui outra ali, por caridade de gente como Sylvester Stallone e do diretor Robert Rodriguez, sua existência pública teria se encerrado. O próprio Rourke diz que, de todas as perdas, essa foi a que doeu mais a do respeito. Durante a filmagem de O Lutador, ele implorou ao diretor Darren Aronofs-ky que não o obrigasse a fazer a cena (aliás, soberba) em que Randy tem de trabalhar no balcão de frios servindo fregueses comuns, não figurantes. Aquela reação que ele desperta, de "você não foi alguém um dia?", mexe com sentimentos insuportáveis, diz. Aronofsky contratou Rourke com uma bronca de franqueza brutal. Enfiou o dedo na cara do ator, disse que ele virara uma piada, que estava correndo um risco insensato porque não conseguia levantar um tostão de financiamento assim que o nome dele era mencionado, e avisou que exigiria obediência e dedicação incondicionais. Como não há nada que Rourke respeite mais do que uma demonstração de valentia, o acordo foi firmado.

Aronofsky, porém, que faz ele próprio um trabalho belíssimo com O Lutador, diz que Rourke é, em certos aspectos, o mesmo de sempre. "Entre o ‘ação’ e o ‘corta’, não existe um ator mais imenso no mundo. O difícil é levar Mickey até. Depois de duas tomadas, ele já está perguntando se não pode ir para casa. O caso é que essas duas tomadas são ótimas mas as que vêm depois são magníficas. Mickey é um ator que precisa ser inspirado e pressionado, porque é um preguiçoso", brinca, mas não muito, Aronofsky. De certa forma, então, o grande teste de Rourke ainda está por vir. Com vários trabalhos já agendados, entre eles uma possível participação em Homem de Ferro 2 e a vinda ao Brasil, em março, para rodar Os Mercenários com Stallone, ele tem a oportunidade de se reerguer de vez mas não necessariamente contará com um diretor com a inteligência e lealdade de Aronofsky. Daqui para a frente, está de fato sozinho no ringue. Mas, a despeito da arrogância passada, dos instintos autodestrutivos, da humilhação que se impôs, Rourke estava certo em imaginar que o talento é, no fim, a única coisa que realmente importa. O seu ressurgiu com uma potência inalcançável. E é por causa dele, e só dele, que Rourke voltou a existir.

"NÃO TENHO NENHUM ORGULHO DE TER ME ARRUINADO"


Desde que O Lutador ganhou o Leão de Ouro no Festival de Veneza, Mickey Rourke não para de dar entrevistas. Em todas elas, seu tom é o mesmo: o de penitência por ter desperdiçado o que teve. A seguir, trechos de sua conversa exclusiva com VEJA.

As pessoas esperam que você seja grato por seu ressurgimento. É isso mesmo que você sente, gratidão?
Sou grato, sim. Por ter conseguido mudar. Digamos que as mudanças não vêm espontaneamente para mim. Elas resultam de trabalho duro. Não tenho nenhum orgulho de ter me arruinado de maneira tão estrondosa. Se pudesse voltar atrás, não faria igual.

A impressão que se tem é que você continua a carregar toda a sua bagagem apenas aprendeu como levá-la sem se machucar.
Meus demônios vêm da minha infância; eu tenho de vencê-los todos os dias. Tive de entender que as repercussões do que eu fiz sempre vão estar presentes e que tenho de me controlar e assumir a responsabilidade pelos meus atos. Eu tinha um pavio curtíssimo e, durante muitos anos, achei que podia fazer e dizer o que bem entendesse, sem pensar nas consequências. E, em Hollywood, elas são graves. Eu não tinha as ferramentas a instrução, a maturidade para entender o que ser um profissional implica.

Você acha que seria o ator que acaba de demonstrar que é hoje se não tivesse ido até o fundo do poço?
Não, não seria. Absolutamente não.

Você também era um arruaceiro e deliberadamente, certo?
E como. Além disso, eu me cerquei de outros arruaceiros, de gente cuja companhia não tinha nada de salutar.

Quando seu dinheiro acabou, para onde foram essas pessoas?
Pularam fora. Exceto por dois amigos e por meu irmão, Joey, que ficou ao meu lado até a morte dele, quatro anos atrás. Foi humilhante. E iluminador.

Em um dado momento, sua carreira foi dada como morta. Você mesmo chegou a desistir?
Não. Ter alguma esperança é a única coisa que faz alguém atravessar um deserto como o que eu atravessei. Eu tenho esperança nos punhos e nos nós dos dedos. Não sei desistir.


O boxe massacrou o seu rosto. Isso é um problema?
Quando decidi me arriscar como boxeador profissional, muita gente achou que se tratava de um gesto de autodestruição. Mas era algo de que eu necessitava, para minha paz de espírito. E para me testar como homem. Entrei no ringue para viver até as últimas conse-quências. Mas hoje acho que sei quem eu sou, e não me incomodo mais por ser o que sou. Esse foco, essa concentração, esse sentido de controle sobre o meu destino, eram coisas que eu não tinha antes do boxe.


Não é doloroso revisitar todas essas emoções e fracassos em O Lutador?
Essa, para mim, é a beleza desse papel eu conheço esse homem de perto. Exceto pelo fato de que, no final, ele está pronto para se ir. E eu não estou. Passei perto de estar, mas não mais.


No seu discurso no Globo de Ouro, você agradeceu aos seus cachorros, dizendo que, às vezes, a única coisa que um homem tem no mundo é o seu cão. Sua solidão foi assim tão completa?
Tenho seis cachorros no momento, todos resgatados de abrigos. Na minha pior fase, meus cães me deram afeto e companheirismo e me ensinaram que posso cuidar de algo vivo, e não só destruir. Eu não estaria aqui se não fosse por eles. Espero reencontrá-los quando morrer. Acho que eles não vão ter nenhuma queixa de mim.

Você é católico praticante. Em algum momento chegou a perder a fé?
Sim, quando meu irmão morreu. Meu padre me disse que essa é uma reação comum ao luto. Agora estou de bem com minha fé. Nunca vou compreender por que meu irmão tinha de morrer, mas aceito que isso tenha acontecido.

Fonte: Veja da Semana
____________________________________________________________________________

Abraço!


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Gourmet Erótico
MensagemEnviada: Terça Fevereiro 10, 2009 09:57  |  Assunto: Responder com Citação





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Idade: 54

Registrado em: Sexta-Feira, 24 de Junho de 2005
Mensagens: 2.537
Tópicos: 146
Localização: Secreta



Grupos: Nenhum
Provavelmente foi a Isabela Boscov que escreveu a coluna, muito boa por sinal.

VEJA é sempre uma boa leitura. Primeiro por oferecer as ótimas colunas culturais e de cinema. Segundo, por saber pisotear como requintes de crueldade essa esquerdinha medíocre e afanadora que saqueia o país.


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Jmaxyyz
MensagemEnviada: Sábado Fevereiro 14, 2009 10:09  |  Assunto: Responder com Citação





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Gourmet Erótico escreveu:
Provavelmente foi a Isabela Boscov que escreveu a coluna, muito boa por sinal.

VEJA é sempre uma boa leitura. Primeiro por oferecer as ótimas colunas culturais e de cinema. Segundo, por saber pisotear como requintes de crueldade essa esquerdinha medíocre e afanadora que saqueia o país.


Cara, pra constar, tenho que dizer que seus comentários me fazem rir, principalmente aqueles do Lost( aquela do cientista que parecia um maconheiro, foi hilária, lembro até hoje). Mas essa da veja, superou as demais, que agora é rir pra não chorar.

Quanto ao filme, vou ficar na torcida pelo Rourke que "matou a pau" nesse filme. Mas não sei se os velhinhos da academia vão resistir a dar o Oscar para o Pitt em Button.
É estranho que a matéria não tenha citado o desempenho, também brilhante, do Rourke em Coração Satânico, filme que consta na minha lista dos melhores.
O Aronofsky mostra que é um diretor que veio pra constar, definitivamente, na lista dos grandes. Seu olhar é clínico, consegue mostrar as entranhas de seus personagens de uma maneira que poucos diretores conseguem.
Quanto à Marisa Tomei, seu "talento" é inquestionável.
Filme acima da média, mas confesso que esperava mais do roteiro em sí.


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Fabiano Costa Figu
MensagemEnviada: Terça Fevereiro 17, 2009 19:13  |  Assunto: Responder com Citação





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Grupos: Nenhum
Grande filme com bons trabalhos(principalmente de Mickey Rourke) Very Happy Applause , embora a história seja trágica e pesada.

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Earendil
MensagemEnviada: Sábado Fevereiro 28, 2009 17:14  |  Assunto: Responder com Citação





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Twitter: @Gabriel_GFV

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Filmaço.

Um dos filmes mais agoniantes que eu vi nos últimos tempos.

É realmente um Rocky Balboa mais agressivo, real. Não existe a glória, nem a redenção ou o final feliz, você sabe que vai acabar mal, e cada minuto do filme que passa você fica esperando toda essa jornada chegar ao fim.

O final foi perfeito, não precisava mostras mais nada depois daquilo, tudo que tinha que ter sido explicado sobre o personagem foi explicado.

Marisa Tomei muito bem no filme, em todos os sentidos. Mickey Rourke, sem comentários, excelente, da mesma maneira que o Stallone no último Rocky, parece que ali nem tem personagem, é o cara interpretando ele mesmo. Eu gosto pra caramba do Sean Penn, mas esse no o Rourke tinha que ter ganho o Oscar. Mas que se dane também, o importante é que o trabalho dele aqui foi reconhecido.

Evan Rachel Wood muito bem nas poucas cenas que teve. Algumas cenas dela com Mickey foram mais emocionantes que qualquer cena que eu tenha visto, por exemplo, no Slumdog ou Benjamin.

E apesar de eu não ter visto, do alto de minha ignorância, muita coisa de espetacular na direção do Arronofsky, foi muito interessante ele ficar filmando muitas vezes as costas do Randy, até porque uma das primeiras frases dele no filme foi "minhas costas doem". Fora as metáforas de sempre, dele em direção ao ringue, etc,etc.

Pi
Requiem para um Sonho
Fonte da Vida
O Lutador

4 fimes. todos ótimos.

9/10

Obs: não entendi porque o Randy disse que achava que a filha era lésbica. Eu não consigo deixar de pensar que foi uma piada interna ou com o filme Pretty Persusasion ou então pela Rachel Wood ser casada com o Manson. Laughing Laughing Laughing


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Earendil está offline  Ver o perfil do usuários Enviar Mensagem Particular Enviar Email
giuliano'
MensagemEnviada: Domingo Março 01, 2009 13:52  |  Assunto: Responder com Citação





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Rapaz, que filmaço...

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ogro
MensagemEnviada: Domingo Março 01, 2009 14:17  |  Assunto: Responder com Citação


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Obs: não entendi porque o Randy disse que achava que a filha era lésbica. Eu não consigo deixar de pensar que foi uma piada interna ou com o filme Pretty Persusasion ou então pela Rachel Wood ser casada com o Manson.


Ah, mas pela reação de raiva da negona e depois a mesma indo embora quando o Randy foi falar com ela no dia que brigaram de vez, ficou bem claro que elas realmente colavam o carpete.

Pelo menos pra mim, anyway.


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ogro está offline  Ver o perfil do usuários Enviar Mensagem Particular Orkut Profile: http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=4302013222988543713
Gourmet Erótico
MensagemEnviada: Domingo Março 01, 2009 14:31  |  Assunto: Responder com Citação





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Grupos: Nenhum
ogro escreveu:
Citação:
Obs: não entendi porque o Randy disse que achava que a filha era lésbica. Eu não consigo deixar de pensar que foi uma piada interna ou com o filme Pretty Persusasion ou então pela Rachel Wood ser casada com o Manson.


Ah, mas pela reação de raiva da negona e depois a mesma indo embora quando o Randy foi falar com ela no dia que brigaram de vez, ficou bem claro que elas realmente colavam o carpete.

Pelo menos pra mim, anyway.


Minha teoria é que elas eram lésbicas mesmo. Randy vivia no submundo e não seria cego de não notar essas coisas. Ele deu o benefício da dúvida pra filha, mas no íntimo ele realmente tinha certeza de que a filha não tinha aracnofobia.

Não tem ser mais mal-humorado que uma lesbiana. O humor feminino já costuma ser uma lástima, imagina o humor de uma mulher tentando ser macho...

As duas eram rabujas pra cacete. E como se sabe, o sexo de verdade costuma fazer bem pro humor.


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The people in these towns, they're asleep.
All day at work, at home.
Sleepwalkers.
We wake them up.

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Sometimes, life forces you to cross the line. You're going about your normal everyday routine, when suddenly something truly awful happens and all that pent-up rage you feel about your job, your marriage, your very existence, is released with unstoppable fury. Some call it 'reaching the breaking point' others call it 'breaking bad'.
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Think of how stupid the average person is, and realize half of them are stupider than that. - George Carlin

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Earendil
MensagemEnviada: Domingo Março 01, 2009 14:57  |  Assunto: Responder com Citação





Sexo: Sexo:Masculino
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Grupos: Nenhum
Pois é, depois eu pensei nisso também, fiquei esperando que explicassem quem era aquela mulher, no começo até achava que poderia ser alguém da nova "familia" da filha do Randy, que nem disseram o que aconteceu com a mãe dela,etc. Mas como não explicaram só sobrou essa opção mesmo.

EDIT

agora li esse texto da Veja sobre o Mickey Rourke. Sensacional.


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