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O Famoso Video Sobre Assasinato de Civis no Iraque
helicóptero americano assasinando civis em Bagdá/Iraque em 2007
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WikiLeaks revela manobras da Pfizer para evitar indenização
Companhia farmacêutica teria conduzido investigações atrás de provas de corrupção contra o procurador-geral da Nigéria para que ele desistisse de ação contra a empresa
A Pfizer disse que fez acordo com o governo nigeriano para encerrar as ações
Londres - A Pfizer contratou detetives particulares para encontrar provas de corrupção contra o procurador-geral nigeriano com o fim de chantageá-lo para se livrar de ações legais por conta de testes de medicamentos com crianças que sofriam de meningite, informou nesta sexta-feira o jornal "The Guardian".
O jornal reproduz o conteúdo de uma mensagem da embaixada americana em Lagos publicada pelo WikiLeaks, segundo a qual a Pfizer recorreu à manobra depois que foi processada pelas autoridades nigerianas pelos danos supostamente causados pelo antibiótico Trovan, que foi testado durante uma epidemia de meningite em Kano (norte da Nigéria), em 1996.
Segundo as autoridades locais, nas experiências com esse remédio 11 crianças morreram e dezenas ficaram com deficiências.
No ano passado, a multinacional americana chegou a um acordo provisório com o Governo estadual de Kano no valor de US$ 75 milhões, mas a mensagem vazada sugere que a Pfizer não queria pagar para resolver os dois processos - um civil e outro criminal - abertos pelo Governo federal nigeriano.
O documento relata uma reunião entre o responsável da Pfizer na Nigéria, Enrico Liggeri, e funcionários americanos realizada na embaixada dos Estados Unidos em Abuja em abril de 2009, bem como o recrutamento de detetives particulares para descobrir um possível caso de corrupção do procurador-geral, Michael Aondoakaa.
A mensagem em questão, qualificada como confidencial pelo conselheiro econômico da Embaixada, Robert Tansey, informa que "uma série de artigos muito prejudiciais sobre a suposta corrupção de Aondoakaa foram publicados em fevereiro e março".
Segundo o relato do "The Guardian", no auge da epidemia de meningite na Nigéria um avião com uma equipe médica da Pfizer aterrissou no país para testar o antibiótico Trovan, como forma de compará-lo ao que é normalmente utilizado no Ocidente: Ceftriaxone.
Para testá-lo, foram usadas 200 crianças afetadas, sendo que metade tomava Trovan e a outra metade, Ceftriaxone. A Pfizer conseguiu salvar 189 vidas com ambos os medicamentos.
A licença para Trovan foi retirada da Europa por sua suposta toxicidade hepática, e a administração a crianças não está autorizada em nenhum lugar.
Os parentes dos nigerianos tratados com Trovan dizem que nunca deram permissão para o experimento e desde 2001 tentam processar a Pfizer, que argumenta que não fez nada de errado e que as mortes ocorridas se devem apenas à meningite.
Em declaração ao "The Guardian", a Pfizer afirma ter resolvido em 2009, "por mútuo acordo", os casos relacionados com Trovan apresentados pelo Governo federal da Nigéria e pelo Estado de Kano e acrescenta que a empresa aceitou pagar as despesas legais do Governo nigeriano em relação a esse litígio.
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Folha de S.Paulo
13/12/2010
Petroleiras foram contra novas regras para pré-sal
Petroleiras foram contra novas regras para pré-sal
Segundo telegrama do WikiLeaks, Serra prometeu alterar regras caso vencesse
Assessor do tucano na campanha confirma que candidato era contrário à mudança do marco regulatório do petróleo
JULIANA ROCHA
DE BRASÍLIA
CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO
As petroleiras americanas não queriam a mudança no marco de exploração de petróleo no pré-sal que o governo aprovou no Congresso, e uma delas ouviu do então pré-candidato favorito à Presidência, José Serra (PSDB), a promessa de que a regra seria alterada caso ele vencesse.
É isso que mostra telegrama diplomático dos EUA, de dezembro de 2009, obtido pelo site WikiLeaks (www.wikileaks.ch). A organização teve acesso a milhares de despachos. A Folha e outras seis publicações têm acesso antecipado à divulgação no site do WikiLeaks.
“Deixa esses caras [do PT] fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava… E nós mudaremos de volta”, disse Serra a Patricia Pradal, diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações com o Governo da petroleira norte-americana Chevron, segundo relato do telegrama.
Um dos responsáveis pelo programa de governo de Serra, o economista Geraldo Biasoto confirmou que a proposta do PSDB previa a reedição do modelo passado.
“O modelo atual impõe muita responsabilidade e risco à Petrobras”, disse Biasoto, responsável pela área de energia do programa. “Havia muito ceticismo quanto à possibilidade de o pré-sal ter exploração razoável com a mudança de marcos regulatórios que foi realizada.”
Segundo Biasoto, essa era a opinião de Serra e foi exposta a empresas do setor em diferentes reuniões, sendo uma delas apenas com representantes de petroleiras estrangeiras. Ele diz que Serra não participou dessa reunião, ocorrida em julho deste ano. “Mas é possível que ele tenha participado de outras reuniões com o setor”, disse.
SENSO DE URGÊNCIA
O despacho relata a frustração das petrolíferas com a falta de empenho da oposição em tentar derrubar a proposta do governo brasileiro.
O texto diz que Serra se opõe ao projeto, mas não tem “senso de urgência”. Questionado sobre o que as petroleiras fariam nesse meio tempo, Serra respondeu, sempre segundo o relato: “Vocês vão e voltam”.
A executiva da Chevron relatou a conversa ao representante de economia do consulado dos EUA no Rio.
A mudança que desagradou às petroleiras foi aprovada pelo governo na Câmara no começo deste mês.
Desde 1997, quando acabou o monopólio da Petrobras, a exploração de campos petrolíferos obedeceu a um modelo de concessão.
Nesse caso, a empresa vencedora da licitação ficava dona do petróleo a ser explorado -pagando royalties ao governo por isso.
Com a descoberta dos campos gigantes na camada do pré-sal, o governo mudou a proposta. Eles serão licitados por meio de partilha.
Assim, o vencedor terá de obrigatoriamente partilhar o petróleo encontrado com a União, e a Petrobras ganhou duas vantagens: será a operadora exclusiva dos campos e terá, no mínimo, 30% de participação nos consórcios com as outras empresas.
A Folha teve acesso a seis telegramas do consulado dos EUA no Rio sobre a descoberta da reserva de petróleo, obtidos pelo WikiLeaks.
Datados entre janeiro de 2008 e dezembro de 2009, mostram a preocupação da diplomacia dos EUA com as novas regras. O crescente papel da Petrobras como “operadora-chefe” também é relatado com preocupação.
O consulado também avaliava, em 15 de abril de 2008, que as descobertas de petróleo e o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) poderiam “turbinar” a candidatura de Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil.
O consulado cita que o Brasil se tornará um “player” importante no mercado de energia internacional.
Em outro telegrama, de 27 de agosto de 2009, a executiva da Chevron comenta que uma nova estatal deve ser criada para gerir a nova reserva porque “o PMDB precisa de uma companhia”.
Texto de 30 de junho de 2008 diz que a reativação da Quarta Frota da Marinha dos EUA causou reação nacionalista. A frota é destinada a agir no Atlântico Sul, área de influência brasileira. _________________