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Demora na fusão com DirecTV prejudicou Sky

Um ano depois de ter aprovada a fusão com a DirecTV no Brasil, a Sky estima crescimento acima do mercado brasileiro em 2007.

Nos dois anos em que esperou pelo aval do sistema de defesa da concorrência, formalizado apenas em agosto de 2006, a Sky Brasil teve expansão inferior à média dos concorrentes, admitiu nesta terça-feira o presidente da empresa, Luiz Eduardo Baptista da Rocha.

As autoridades brasileiras foram as últimas na América Latina a autorizar a compra da Sky pelo grupo DirecTV, do magnata australiano Rupert Murdoch, que detém 74 por cento da empresa. A Globo possui outros 26 por cento. No Brasil, a marca Sky foi mantida e a empresa é hoje a segunda maior operadora de TV paga do país.

Com a fusão, a Sky Brasil conseguirá fazer até o final de julho a migração de 90 por cento dos clientes da antiga DirecTV, ou 410 mil assinantes, segundo Rocha. O total de assinantes da empresa resultante da fusão chegará a 1,6 milhão no final do ano, indicando crescimento de 10 a 12 por cento no período de 12 meses.

Um fator de estímulo à expansão da base foi a redução em média de 70 por cento da chamada "barreira de entrada" ou o elevado preço do decodificador. O câmbio foi parcialmente responsável por isso, já que o equipamento é importado.

Todos esses fatores --fusão, redução de barreira de entrada e câmbio-- levarão a receita da Sky Brasil este ano a superar 1 bilhão de dólares, de acordo com o presidente da empresa.

Da taxa estimada de crescimento de 40 por cento, 12 pontos são consequência do real sobrevalorizado; 14 pontos vêm da fusão e os demais 14 pontos retratam crescimento de fato. Nos dois anos que antecederam a fusão, a Sky cresceu entre 4 e 6 por cento.

A Net, maior operadora de TV por assinatura do Brasil, prevê manter em 2007 a taxa de crescimento da receita de 20 por cento registrada nos últimos anos. A integração da Net com a Vivax, adquirida em 2006, colocará o total de clientes em 2,1 milhões, sendo 350 mil da migração.

ENFRENTANDO A TELEFÔNICA

Depois de ter anunciado em fevereiro uma ação com as operadoras de telefonia Oi e Brasil Telecom para venda conjunta de serviços, a Sky informou que os resultados são animadores, mas não divulgou números. O projeto com a Brasil Telecom está "indo bem", mas com a Oi apenas "começa a engrenar".

A entrada da Telefônica no segmento de TV por assinatura, via parceria e com uma licença concedida pela Agência Nacional de Telecomunicações, provocou muita polêmica no setor --polêmica que parece longe de se arrefecer.

"Não entendemos que a Telefônica possa controlar todos os meios (de telecomunicações) no estado de São Paulo. Isso me parece óbvio", afirmou Rocha. "Não precisa ser um gênio da lâmpada para entender que, no médio prazo, não pode ser benéfico ao consumidor", afirmou.

Fonte: INFO