Sexo: Idade: 47Registrado em: Terça-Feira, 8 de Agosto de 2006 Mensagens: 1.817 Tópicos: 60 Localização: Goiânia
Grupos:
|
Adaptado ao calor de 50°C, Araújo quebra recorde de Batistuta no Qatar
A migração de jogadores brasileiros para clubes do Oriente Médio se tornou algo freqüente nos últimos anos, principalmente depois do aumento no número de propostas milionárias "irrecusáveis". Ainda assim, são poucos os que realmente se adaptam às novas condições de vida, o que faz com que boa parte destes atletas retorne ao Brasil após um curto período no exterior.
O atacante Araújo, no entanto, não se enquadra neste grupo. Contente com a vida no Qatar, o ex-cruzeirense está mais do que satisfeito no Oriente. E a estabilidade do jogador se reflete no campo: além de conquistar a Liga Nacional com o Al Gharafa, ele se tornou o maior artilheiro em uma edição do campeonato, quebrando o recorde de gols que pertencia a Gabriel Batistuta.
Com 27 gols em 27 jogos, Araújo fala com orgulho ao Pelé.Net sobre sua marca, ainda mais após garantir que todos no país achavam o feito quase impossível de ser batido. O centroavante argentino balançou as redes 25 vezes quando atuou na Liga Nacional, na temporada 2002-2003.
Nove meses depois de deixar o Brasil, Araújo destaca os pontos positivos de se viver em Doha, capital do Qatar, mesmo sob o forte que calor que chega até 50°C. Maior artilheiro da história do Goiás com 136 gols, o atacante também salienta seu interesse em cumprir o segundo e último ano de contrato com o Al Gharafa, time comandado pelo técnico brasileiro Marcos Paquetá.
Confira os principais trechos da entrevista:
Pelé.Net - Logo em seu primeiro ano no Qatar, você se tornou o maior artilheiro da Liga Nacional. Como foi sua adaptação e a que você credita o sucesso na temporada?
Araújo: Foi mais um marco na minha carreira. Algo muito bom para mim. No começo tive muitas dificuldades para me adaptar, mas quando comecei a jogar, vi que poderia me dar bem. Mais ou menos a partir da terceira rodada eu percebi que tinha tudo para dar certo aqui e foi isso o que aconteceu. Tudo fluiu naturalmente, principalmente minha confiança, que aumentou com o tempo.
Pelé.Net - Você sentiu alguma pressão ao longo do campeonato para quebrar o recorde do Batistuta? Quando se deu conta de que poderia conseguir o feito?
Araújo: Não foi bem uma pressão, mas todos comentavam que esse recorde não poderia ser batido nunca. Todo mundo falava que era quase impossível de ser batido, o que me motivou ainda mais. No começo eles não confiavam muito em mim, até porque não me conheciam, mas quando viram que eu caminhava para quebrar a marca todos ficaram surpresos.
Pelé.Net - Você chegou a receber propostas para deixar o Al Gharafa? Tem interesse em retornar ao futebol brasileiro?
Araújo: Tive algumas propostas sim, principalmente do futebol japonês e de outros times dos Emirados Árabes e do Kwait. Do Brasil ainda fui sondado pelo Fluminense, mas o problema é que o valor da multa rescisória é muito alto, o que complica minha saída. Mas não tenho interesse em deixar o clube no momento. Ainda tenho um ano de contrato e gostaria de cumpri-lo, pois estou muito bem por aqui. Você nunca sabe o que pode acontecer no futebol, mas tenho intenção de permanecer no momento.
Pelé.Net - Com esse desempenho na Liga Nacional, você chegou a receber alguma sondagem para se naturalizar e defender a seleção do Qatar?
Araújo: Fui procurado sim, mas é preciso trabalhar no país por dois anos no mínimo para a Fifa poder aceitar. Como fui convocado para amistosos pela seleção brasileira, poderia ser difícil. A Confederação do Qatar ainda vai analisar se é possível entrar com o pedido.
Pelé.Net - Você gostaria, então, de defender a seleção do Qatar?
Araújo: Ainda não entramos em detalhes, mas só aceitaria se fosse muito benéfico para mim e minha família. Se for algo que valha a pena, eu aceitaria, mas só poderia ver isso no fim desta temporada.
Pelé.Net - O Qatar é um país bem diferente do Brasil. Como é o seu dia-dia por aí?
Araújo: Como estou com minha família, não tenho nenhum problema. O país é tranqüilo, a religião que predomina é a islâmica, mas eles são liberais com estrangeiros, então não tem problema. Gosto muito daqui, pois tenho tudo o que preciso, desde bons restaurantes até praias lindas. Existem também vários hotéis e spas que são muito bons, principalmente para minha esposa.
Pelé.Net - Você sentiu muitas diferenças em relação à forma que o futebol é jogado aí no Qatar? O que foi que mais te atrapalhou?
Araújo: A parte técnica é o principal diferencial porque aqui não existem muitos jogadores com habilidade. Fica uma competição apertada, já que tem um ou outro jogador de mais qualidade. Mas em relação ao ritmo de jogo eles são parecidos com os brasileiros. Não são que nem os japoneses, por exemplo, que só se baseiam na velocidade. Além disso, o calor é muito forte, já que chega a fazer 50ºC por aqui. Por isso, o time precisa treinar de noite, mas não vejo problema nisso.
Nascimento: 08/08/1977 (Caruaru-PE)
Peso: 57 Kg
Altura: 1,72m
Clubes: Al Gharafa (Qatar), Cruzeiro, Gamba Osaka (Japão), Shimizu (Japão), Goiás e Porto (PE).
Pelé.net
|
|