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jackelinediniz

Quadrinista brasileiro fala do fechamento da Zuda Comics

A DC Comics anunciou na semana passada que o site Zuda Comics, a linha de webcomics da editora, será fechado e que os quadrinhos criados para o meio digital agora serão oferecidos somente através de plataformas como iPad, iPhone Touch, na Playstation Network e no site do aplicativo Comixology, seguindo a nova iniciativa digital da DC.

Com a mudança, aproximadamente 30 dos webcomics selecionados pela Zuda desde que o site começou, em 2007, não terão continuidade. Apenas alguns de maior sucesso, como Bayou e High Moon, continuarão - e agora pelo modelo pago, não mais gratuito (apenas a primeira edição de cada uma, por enquanto, pode ser lida de graça no aplicativo para iPad). A Zuda já havia encerrado suas competições para novos webcomics em maio.

O editor da Zuda, Ron Perazza, diz no blog da linha que está acontecendo não só uma remodelação das iniciativas digitais da DC, mas também do processo de seleção de novos talentos para toda a editora. "Faz parte do novo plano dos publishers da DC expandir o sistema de recebimento de propostas além da Zuda Comics e do grupo online para criar um sistema maior, que cubra toda a variedade de necessidades, habilidades e interesses da DC Comics. Jim [Lee] e Dan [DiDio] têm muita vontade de trazer e desenvolver novos talentos, então aguarde mais informações sobre isso enquanto os planos tomam forma", escreve Perazza.

O quadrinista brasileiro Igor Noronha, da webcomic Sidewise, premiada em junho de 2009, é um dos que pode continuar no site. Enquanto alguns criadores foram diretamente "demitidos" na semana passada, Noronha e seu colega Dwight L. MacPherson receberam um e-mail que não deixava claro se sua série continuaria ou não.

"Recebi um e-mail de Jim Lee, mas o conteúdo não dizia abertamente se continuaremos com Sidewise ou não. Outras séries foram cortadas logo de cara, mas isso não aconteceu com a gente. Estamos otimistas. Recebemos ótimo feedback neste ano em que Sidewise estava sendo publicado - os leitores curtiram muito o fato de inserirmos como personagens-chave figuras conhecidas como Nikola Tesla, Moriarty e a rainha Victoria, ainda que só o cérebro dela", escreveu Noronha, em conversa por e-mail com o Omelete.

Apesar do fim da proposta inicial da Zuda, o quadrinista avalia muito bem os três anos da linha: "[Em 2007] ninguém ainda estava falando de quadrinhos em iPhone ou sequer cogitava a idéia do iPad, e poucos webcomics eram levados a sério e/ou eram negócios rentáveis. Mas a DC inovou à sua maneira e, ao invés de fazer como a Marvel e colocar o seu acervo online para assinatura paga, o modelo decidido foi completamente diferente, indo em busca de novos talentos e criar material novo. Em três anos, a quantidade de artistas que puderam mostrar ao mundo seu trabalho através das competições foi enorme, e é uma pena ver isso acabar tão cedo".

Outro brasileiro, Felipe Sobreiro, também pode continuar a fazer parte da Zuda, como colorista da HQ Earthbuilders.

Fonte: Omelete