O U2 está preparando um álbum de covers de Achtung Baby, que é tido como um dos mais importantes trabalhos da banda. Bono revelou a notícia durante a coletiva de imprensa do documentário From the Sky Down, mostrado pela primeira vez nesta sexta-feira, no Festival Internacional de Cinema de Toronto.
O lançamento comemora os 20 anos do disco e é patrocinado pela revista britânica Q, com versões preparadas por grandes nomes da música. Jack White regravou "Love Is Blindness", Depeche Mode ficou com "So Cruel", Patti Smith com "Until the End of the World" e Damian Rice com "One", segundo o vocalista do grupo irlandês.
"A lista continua. E é estranho porque quando eu ouço o álbum, tocado pelo U2, tudo que escuto é o que está errado ali. Mas quando ouvi todos esses outros artistas tocando, pensei, 'Está muito bom'", comentou.
A faixa "Even Better Than The Real Thing" ainda ganhou um novo videoclipe, criado por Damien Hirst, controverso artista plástico conhecido por uma série de instalações usando animais convervados em formol e, é claro, a caveira cravejada de diamentes, que faz sua aparição no vídeo. O U2 usou as imagens como projeção em seu show no festival Glastonbury. Assista:
Ao fim da entrevista, Bono deixou de lado seus próximos lançamentos para falar sinceramente sobre o U2 e admitiu que assistir ao documentário de Davis Guggenheim levou-o a refletir sobre a importância artística da banda atualmente.
"Existe um abismo gigante entre o 'muito bom' e o 'incrível', e o U2 agora está em perigo de render-se ao muito bom. Nesses momentos [as gravações de Achtung Baby], há 20 anos e antes disso, nós eramos péssimos e eramos incríveis. Não havia muita coisa 'muito boa', e acho que lembrei de como eramos ruins, assistindo ao filme. Achei isso muito horrível mas... Esse ruim era uma autoimposição. Nós estávamos tentando fazer um tipo de música que nós não compreendíamos e a banda parece fazer seus melhores trabalhos quando está nesse ambiente. Quando fica confortável, não é tão interessante. Então pode ser que tenhamos mais coisas péssimas pela frente", disse o vocalista, rindo.
"Eu estava me perguntando por que aceitamos fazer este filme, depois de termos passado toda a nossa vida propositalmente ignorando tudo que fizemos no passado, e acho que aceitamos porque estamos novamente naquele momento em que o U2 escapou por pouco de tornar-se irrelevante. [...] Bem, o U2 esteve a beira de tornar-se irrelevante durante os últimos 20 anos. Nós escapamos e fizemos ótimos trabalhos, com alguns erros ocasionais, mas no momento em que estamos, para mim, sinto que estamos muito perto da irrelevância. Nós temos sucesso, tocamos hits em lugares gigantes, mas é a nossa capacidade de tocar músicas singelas, na rádio e nas baladas, que precisa ser testada. E precisamos retomar isso, para sobreviver", explicou Bono, reflexivo.
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O U2 foi legal nos seus primeiros discos (década de 80) até o "filme" Rattle and Hum. Depois ficaram "grandes" "pop" demais, quiseram "abraçar o mundo" (ainda mais com as campanhas do Bono) e perderam a graça (pelo menos na MINHA opinião)... querem um exemplo de como a banda nos seus primórdios era boa? Ouçam o CD, ou melhor, assistam ao DVD:
Músicas matadoras, gravadas naquela famoso anfiteatro natural em Denver...