LostBrasil :: Exibir tópico - [FREE] Lost e Evangeline Lilly na Profashional

dellmelo · **Enviada:** Terça Novembro 21, 2006 23:46 | **Assunto:**

“O mistério tem uma resposta para cada grupo humano”.
(Sandra Teschner)

Capítulo I - O mistério Lost

O misterioso seriado Lost seria apenas mais uma produção americana se não trouxesse como características principais elementos da filosofia, ciência e psicologia que há por trás de toda a trama.
A origem da série começou a ser desenvolvida a partir da idéia do diretor do canal de televisão americano ABC, Lloyd Braun, que queria uma mistura entre um roteiro no estilo do filme “Náufrago”, com o ator Tom Hanks, e um Reality Show. Foi então, com a contratação de J.J. Abrams e Damon Lindelof que a receita deu certo e os criadores da série inovaram criando o conceito Lost.
É interessante destacar que o episódio piloto do seriado foi a produção mais cara da TV, o que acarretou na demissão de Lloyd pelos executivos da Disney, donos do canal, devido à aprovação de um projeto tão arriscado; a vida como ela é.
Febre em vários países do mundo desde a sua estréia em setembro de 2004, a série ganhou espaço e conquista a cada dia mais adeptos, que garantem horas em frente à telinha tentando desvendar o enigma desse drama de aventura, se é que podemos caracterizá-lo assim, pois talvez devêssemos incluir também no gênero o item suspense.
Transmitido no Brasil pela Globo e AXN, a história se baseia em um momento pós-acidente aéreo do vôo 815 da Oceanic Air, que havia saído de Sydney, na Austrália, com destino a Los Angeles, nos EUA. Quarenta e oito sobreviventes, perdidos em uma ilha do Pacífico Sul, têm de conviver com as diferentes personalidades de cada indivíduo e ainda garantirem a própria sobrevivência dentro de uma ilha bastante “suspeita”.
Juntos – esse grupo de pessoas, onde alguns são amigos, familiares ou ilustres desconhecidos – eles enfrentam as adversidades da ilha que, além das dificuldades naturais da floresta, ainda traz, em seu misterioso universo, ursos polares, estranhos animais ocultos que produzem uivos estridentes, além de enigmas a serem desvendados.
Elementos do I Ching, o livro das Mutações – considerado o mais antigo livro de sabedoria do mundo ainda hoje de forte uso corrente – pode ser comparado com a sabedoria Dharma, onde até o símbolo e a numerologia se parecem. O projeto Dharma configura-se (ou assim o programa sugere) como um gigantesco centro de pesquisas onde cientistas e pensadores de todo o mundo podem realizar pesquisas sobre meteorologia, psicologia, parapsicologia, zoologia, eletromagnetismo e socialismo utópico.

Os misteriosos números

Chamados popularmente de números malditos, eles aparecem misteriosamente em todo lugar durante a história de Lost. São eles: 4, 8, 15, 16, 23 e 42, e estão relacionados de alguma forma com os participantes. Também constituem o código para o computador da escotilha. Esses algarismos aparecem soltos por toda a parte: a princípio eram quarenta e oito sobreviventes, o vôo 815 da Oceanic tem os números 8 e 15. Esses números aparecem sempre na série, muitas vezes disfarçados e escondidos, sendo no número de viaturas policiais ou até nos anos em que algum fato ocorre durante o enredo.

Evangeline Lilly
Nossa eleita da capa, Evangeline Lilly, é uma personagem muito importante dessa trama. Mulher sensual, que possui uma beleza natural dispensando “adornos”, atrai a atenção dos que a rodeiam, e a do espectador ainda mais, ela mostra muita força, coragem e capacidade de superar seus limites.
A bela canadense não é personagem conhecida de Hollywood, mas já demonstra grande talento e já garantiu milhares de fãs em todo o mundo. Sua sensualidade natural atraiu dois personagens de destaque no seriado, Jack – o médico queridinho da série – e Sawyer, o canastrão que no fundo deve ser bacana. Com quem a moça vai ficar? Faça sua aposta, mas em Lost tudo pode ser nada.
O Brasil não poderia ficar de fora desse quebra-cabeças tão enigmático e os produtores garantiram a presença do ator brasileiro Rodrigo Santoro no elenco. Seu personagem chama-se Paulo, deve fazer par romântico com a atriz Kiele Sanchez.

Para entender mais sobre a série

Primeira temporada

Ocorreu em vinte e quatro episódios. O vôo 815 da companhia aérea Oceanic Airlines cai na costa do que aparenta ser uma ilha tropical deserta, forçando o grupo de estranhos a trabalhar em conjunto para se manterem vivos. No entanto, a sua sobrevivência é ameaçada por vários mistérios, incluindo uma escotilha metálica enterrada no solo, uma criatura invisível que vagueia pela selva e os habitantes da ilha conhecidos como "Os Outros". Os sobreviventes descobrem que um dos seus não é quem parece ser e encontram uma mulher francesa chamada Rousseau, cujo navio naufragara na ilha dezesseis anos antes.

Segunda temporada

Com foco no conflito entre fé e ciência, a história continua quarenta e quatro dias depois da queda do avião. Vários personagens novos aparecem, incluindo os sobreviventes da zona da cauda do avião e ainda outros habitantes da ilha. A existência da Dharma Initiative e seu benfeitor, Hanso Foundation, é confirmada. A verdade sobre os "Outros" começa a revelar-se e descobre-se um traidor entre os sobreviventes.

Terceira temporada

Nesta terceira temporada os espectadores irão conhecer outros sobreviventes do acidente aéreo como sendo novos personagens e os flashbacks desses novos sobreviventes serão retratados como um componente principal e exclusivo da série.

Capítulo II – Filosofia

Os criadores J.J. Abrams e Damon Lindelof, inovam no quesito roteiro e fazem de Lost mais do que um simples seriado, um novo universo a ser explorado, cheio de intrigas, enigmas e muita filosofia.
Seus personagens foram criados baseados nas características da personalidade de grandes nomes que fazem parte da nossa história, tais como os filósofos John Locke, Jean Jacques Rousseau e do ditador Mao Tse-Tung.
As teorias do filósofo Jean Jacques Rousseau – que propôs a liberação do indivíduo, a exaltação da natureza, da atividade criadora, e a rebelião contra o formalismo e a civilização – são muito semelhantes à personalidade da francesa Rousseau que vive na ilha há mais de dezesseis anos, o nome não nega.
O Locke do seriado tem muito do filósofo John Locke, que afirmava que todos nascemos iguais, dotados de razão; mas, ao mesmo tempo, todos temos temperamentos diferentes, que devem ser desenvolvidos em conformidade com o temperamento de cada um, ele exclui absolutamente as idéias de que os princípios que deles se formam derivam da experiência; antes da experiência o espírito é como uma folha em branco, uma tabula rasa. Assim é Locke de Lost, que parece estar feliz na ilha, compactuando com o “estado de natureza”.
Se fizermos uma análise mais profunda sobre a característica de cada personagem de Lost, poderemos encontrar diversas semelhanças com grandes estadistas, filósofos e ditadores. Essa também é uma forma de desvendar o que cada um esconde atrás de suas aparências e talvez encontrar a solução do enigma.

Capítulo III –A rede

Lost apresenta mais de 1000 comunidades no orkut e diversos sites na internet, em vários idiomas. A comunhão pelos interesses, no caso a afeição à série, tomou conta da rede mundial de computadores.
Opiniões, bate-papo e diversas formas de expressar seus pensamentos tentando desvendar o quebra-cabeça são encontradas na rede. No Brasil o site mais conhecido é o lostbrasil.com, contudo ainda é possível achar bom material sobre a trama no site da própria AXN: lostinlost.globolog.com.Br, e muitos outros.
Nas centenas de comunidades do orkut há algumas que possuem mais de 110 mil participantes que discutem ativamente os segredos que envolvem o seriado.
As discussões sobre a série não cessam e a cada segundo é possível verificar novos pensamentos e idéias. Muitos dos internautas assimilam o seriado com o que já viram antes nas telinhas e há discussões sobre se realmente tudo que existe e é vivido na ilha é realidade ou imaginação de seus participantes. Inclusive há algumas comparações com o desenho Caverna do Dragão, onde crianças que estavam em uma montanha russa passam por um túnel e vão parar em um local cheio de mistérios e bichos estranhos. O final do desenho mostra que eles estavam na realidade no purgatório. Há quem diga, em bate-papo pela Internet, que Lost é uma espécie de “Caverna do Dragão” para adultos.
Quem conhece o desenho animado, que era mania nos anos 80, pode achar vários pontos em comum nas duas histórias. E as essas associações podem acontecer também com outros desenhos, filmes e histórias que vimos durante nossas vidas. Será Lost uma Matrix, uma realidade virtual? Estão todos dentro ou analisam de fora?

Capítulo IV – O fascínio do telespectador

Forma de entretenimento que atrai multidões, os seriados são tão envolventes, porque vemos a nossa própria realidade através da “realidade fictícia” na telinha. Mesmo que as pessoas não se identifiquem exatamente com o personagem, há pontos de referência que fazem com que o expectador crie vínculos com ele.
O escritor John B. Thompson destaca em seu livro “A mídia e a modernidade” que este relacionamento torna-se tão intenso devido ao telespectador criar uma “intimidade a distância caracterizado com os relacionamentos pessoais que surgem através da mídia, não dialógica e não recíprocos”.
Mais do que a criação desse vínculo, Lost acima de tudo traz suspense, teoria e muitos enigmas. Não é um seriado previsível, mas um roteiro onde os fatos intrínsecos fazem com que as pessoas reflitam sobre os fatos e tentem desvendar os mistérios que cercam a ilha e seus habitantes.
A reflexão é fator importante para os amantes de Lost, que querem “participar” ativamente das discussões a cerca do enredo da trama. Esse é um ponto forte do seriado, pois faz com que um número grande de telespectadores seja atraído e com isso prende a atenção dos mesmos, fazendo com que eles se sintam parte integrante da história, mesmo é claro não participando efetivamente dela.
Aguçar o pensamento lógico das questões e descobrir a “verdade mais alta” é também um fator que leva as pessoas a se identificarem com o seriado e criarem o interesse por ele.
Há muito tempo não se via algo tão envolvente na rede de comunicação de massa.

Capítulo V – Dois lados

Escrevemos esta matéria depois de longos bate-papos e discussões desta filosofia-pop, já que é claro, não temos a pretensão de acreditar que sairemos menos “perdidos”, quanto às questões que envolvem a vida e todas as suas correlatas ações.
Marisa Abel pesquisou e escreveu – leiga enquanto telespectadora – e eu colecionadora dos DVDs de cada uma das séries, as quais assisti todas as vezes na íntegra, o que significa virar uma noite e mais meio dia.
Fascina-me mais do que os suspenses descritos, os encontros “casuais” dos personagens nas tramas de suas vidas antes do acidente (ou seja, tudo um incidente?), que dá pano de fundo a série.
Nós, “lostidos” das verdades universais somos – correndo o risco de abusar do absolutismo que na verdade pode ter – tantas vezes um misto do caráter ou dos acontecimentos que os papéis individuais do seriado retratam.
Nossas crenças, certezas – como saber que alguém desaparecido indubitavelmente está bem – como ocorre com a personagem que a princípio não encontrando o seu marido que esteve no momento do acidente no toalete do avião, nunca duvidou que voltaria a revê-lo.
Nossas fraquezas e vivências quando requisitadas a sorte da necessidade de sobrevivência também toma uma proporção própria.
O bem em sua perenidade sendo tentado a agir no instinto de chegar a algum lugar limítrofe da atitude humana em prol de sua existência. A liderança e suas ramificações, a inveja, os complôs, a luta pelo poder. Em meio ao caos está uma figura fascinante que incorpora isso. O bem é de alguma forma, o mal. Kate, Evangelline Lilly com seu retrato perfeito nada pintado, ainda mais sensualidade.

Curiosidades:

Lost ganhou o Emmy Award for Outstanding Drama Series e Abrams foi premiado com o Emmy, em setembro de 2005, pelo seu trabalho como realizador. Em janeiro de 2006, ganhou o Golden Globe Award para Melhor Drama Televisivo.
Foram lançados, no Brasil, dois livros sobre a série: Lost: Identidade Secreta e Lost: Risco de Extinção, de Cathy Hapka. Nos EUA, mais um livro sobre a série foi escrito, ainda sem previsão de lançamento no Brasil: Lost: Signs of Life - Book #3: Novelization (Lost) de Frank Thompson (Author).
A gigante dos brinquedos McFarlane Toys fechou acordo de licenciamento com a Disney-ABC para produzir os bonecos oficiais da série de TV. O primeiro lote de bonecos deve chegar ao mercado americano em novembro – e trará seis personagens: Jack (Matthew Fox), Kate (Evangeline Lilly), Hurley (Jorge Garcia), Locke (Terry O'Quinn), Charlie (Dominic Monaghan) e Shannon (Maggie Grace).

Fonte: Profashional