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Entrevista com Terry O'Quinn

Como o Locke da série-sensação LOST, Terry O'Quinn é com certeza um dos anciões venerados pelo elenco, mostrando bom senso e filosofia ao mesmo tempo. Fora das telas, o ator também é bastante experiente, e depois de mais de 25 anos como ator, deveria ser mesmo. Seu papéis anteriores incluem participações em filmes como Heaven's Gate, Silver Bullet, Young Guns e "O Padrasto", onde interpretou o malevolento paterfamilias não apenas uma, mas duas vezes.

Hoje em dia, entretanto, O'Quinn encontrou um trabalho relativamente seguro em LOST, e não apenas isso, porque é um dos personagens mais amados da série, até mesmo seus companheiros do elenco elegeram Locke como o favorito deles.

A IGN recentemente falou com O'Quinn durante a festa de lançamento do DVD da 2a temporada de LOST, e além de dizer quem é seu personagem predileto , falou bastante sobre sua experiência ao interpretar Locke, sobre ser um "apertador de botão", e sobre como aproveitar devidamente sua ainda inédito boneco do personagem.

Qual é o objeto que gostaria de ter encontrado na escotilha além dos pneus do seu carro?

Obviamente Locke desejava ter encontrado o sentido da vida na escotilha. Era isso que ele procurava, seu trabalho, seu destino, sua tarefa, seu significado, e acabou sendo apenas apertar um botão, e ele achou isso bastante desanimador.

Você já foi um "apertador de botão" na vida real?

Um "apertador de botão"? Não. Nunca. Trabalho desde a faculdade e antes disso não fazia nada. A apertação do botão foi uma nova experiência para mim e não fiquei nem um pouco satisfeita com ela, e fiquei infeliz pelo Locke. Locke estava infeliz e fiquei comovido por ele.

Acha que Locke estava frustrado devido a seu isolamento por estar apenas apertando um botão o tempo inteiro?

Acho que ele estava frustrado porque pensou que entrar na escotilha e encontrar o que estava lá dentro iria dar a ele alguma definição e talvez ser a resposta para o trabalho da vida dele. Era meio que o velho e a montanha: se ele subisse encontraria a resposta, e encontraria alguma paz e algum significado na vida, algo que o faria andar para a frente. Mas não teve esse efeito.

Acha que isso acontecerá na próxima temporada?

Não sei se ele encontrará o que procura, mas acho que continuará a procurar. Acho que ele tem que fazer isso. Acho que ele é levado a machucar a si mesmo e aos outros simplesmente para descobrir "porque estamos aqui?". Ele está se fazendo essa pergunta: "Porque estou aqui?"

Parece que todos na ilha são culpados de algo e talvez seja por isso que estão lá. Do que Locke é culpado?

Não sei. De um crime específico, não sei. Ele é culpado por ser um idiota, por ser maleável, e por ter um coração mole. De gostar de qualquer pessoa ou coisa que aparece na vida dele. Ele é culpado por confiar demais, mas por outro lado, isso o torna inocente de tudo porque ele quer acreditar, quer que exista magia lá, quer que as coisas sejam boas.

De modo geral, como caractezaria sua experiência de trabalhar na 2a temporada em comparação com a 1a?

A 2a temporada pareceu passar bem mais depressa de certa forma porque a experiência não foi tão variada. A 1a temporada foi sobre descobir essa personagem e descobrir todas essas outras coisas, ele sabia de muitas coisa e estava disposto a relacionar essas coisas com as pessoas. Já na 2a temporada ele desceu naquele buraco e começou a apertar o tal botão, e a mágica desapareceu. Então a 2a temporada para mim não passa de um longo episódio. Na 1a temporada haviam conversas bem específicas, conversas com as pessoas, lembro de cenas, lembro de falar com Jack sobre liderança, falando com o Sawyer sobre minha irmã, com Charlie sobre as drogas. Lembro de tudo isso com bastante clareza. Na 2a temporada era só apertar o botão, estou frustrado, estou com raiva disso e com raiva do Jack, Henry Gale está mexendo comigo. Era a escotilha, basicamente.

O quanto acha que influenciou ou inspirou os roteiristas a colocarem um pouco de sua personalidade e um pouco de suas frustrações com tudo que você poderia usar como inspiração para interpretar esse personagem?

Foi bastante, eu acho. Acho que os roteiristas respondem ao que vêm no elenco como um todo, não necessariamente quanto a estória em si, mas certamente quanto a pontos de atuação e de onde levarão o personagem. Se estão indo do ponto A ao ponto B, podem deixar o personagem decidir o que B e C são, quero dizer o ator, até um certo ponto, mas sabem que irão até D com eles. Então acho que os roteiristas são influênciados em boa parte pelos atores.

O que acha de ser um boneco?

Bem, não o vi ainda. Nunca foi um dos meus sonhos virar um boneco, então não sei. Alguém me perguntou se eu gostaria que o boneco viesse com acessórios, e disse que sim, um pistolinha para eu me suicidar (risos). Se achar um, compre-o e o solte no jardim com um faquinha para que ele possa caçar ratos.

Perguntamos a todos até agora quem é o personagem favorito deles, e todos disseram que é o Locke. Qual é seu personagem predileto?

Bem, terei que concordar com eles. Me curvo a inteligência superior de todos. Meu personagem predileto de se olhar é a Kate. Quero dizer, adoro trabalhar com o Sawyer, adoro trabalhar com Dominic Monaghan, adoro trabalhar com Matthew Fox, adorava trabalhar com Ian. São ótimos atores. Meu personagem predileto para se cumprimentar quando chego ao trabalho teria de ser o da Evangeline. Ela sabe dar um abraço como ninguém.

fonte: IGN | traduzido por: ogro