LostBrasil :: Exibir tópico - Nordestinos pagam mais caro pelo acesso ADSL

RVangelis

Morar na região Nordeste não é vantagem no que diz respeito ao acesso à internet em banda larga com a tecnologia ADSL (Asymmetric Digital Subscriber Line), que usa a linha telefônica. Esta tecnologia responde por 79,7% das conexões de internet rápida no Brasil. Mas, sem muitas opções por conta da baixa concorrência entre empresas de banda larga, o usuário de ADSL no Nordeste — que é atendido pela Telemar, com seu serviço Velox — acaba pagando pelo acesso mais que o dobro do que pagam os internautas do Rio de Janeiro e Minas Gerais, onde a operadora oferece o mesmo serviço.

Quem utiliza o acesso de 1 Megabit por segundo (Mbps) do Velox em Fortaleza paga 254% a mais do que quem utiliza o serviço na cidade do Rio de Janeiro ou em Belo Horizonte. Enquanto na capital cearense o Velox de 1 Mbps custa R$ 159,90 por mês, nas duas outras cidades o valor é de R$ 62,90 mensais. Este último preço, inclusive, é menor que o valor de R$ 69,90 cobrado pela conexão de 300 Kilobits por segundo (Kbps) em Fortaleza.

Mas não é apenas no preço que os internautas nordestinos saem perdendo. As velocidades oferecidas pela operadora no Sudeste são até oito vezes maiores. Enquanto por lá as opções são de 1, 2, 4 e 8 Mbps, no Nordeste só se pode acessar a rede a 300 e 600 Kbps ou a 1 Mpbs. Se morasse no Rio ou em Belo Horizonte, com o valor pago por uma conexão de 600 Kbps em Fortaleza (R$ 99,90), o usuário custearia o acesso de 4 Mbps. Poderia ainda economizar optando pela conexão de 2 Mbps, que custa R$ 79,90. Por lá, o acesso de 8 Mbps sai por R$ 199,90.

Além do Nordeste, o Norte do país também tem diferenças (ainda maiores) na política de preços e velocidades do Velox. No Amazonas, onde são disponibilizadas apenas duas velocidades, de 600 Kbps e 300 Kbps, os custos atingem os valores de R$ 429,90 e R$ 219,90, respectivamente.

Pelo que se observa, onde não há concorrência acirrada, os preços do serviço são mais altos. ‘‘Aqui e em outros Estados a concorrência é muito pequena. Então, ou você assina o serviço ou você não tem disponibilidade’’, afirma Renan Araújo Rebouças, usuário que sugeriu ao Diário do Nordeste a realização desta matéria, através do serviço ‘‘Alô Redação’’. Renan Araújo cita que no Rio há uma forte concorrência do Velox com o serviço de banda larga da NET, o Virtua, de 2, 4 e 8 Mbps.

‘‘Mas isso está deixando os clientes do mesmo serviço Velox de outros Estados indignados, pois pagam um preço por 300 Kbps que poderia ser pago por 1 Mbps’’, reclama Renan. A mesma insatisfação também é verificada em comunidades no site Orkut (www.orkut.com) que têm o Velox como tema. Lá, são muitos os comentários de internautas que reclamam dos ‘‘preços discriminatórios’’ e da ‘‘indiferença para com os nordestinos’’.

Em resposta ao Diário, a assessoria de imprensa da Telemar informa que Rio de Janeiro e Belo Horizonte foram as primeiras cidades a ter as novas velocidades, devido à grande demanda pelo serviço. Segundo a empresa, a expansão do serviço se dá conforme a demanda e a viabilidade mercadológica. ‘‘Estão sendo feitos estudos de viabilidade técnica do serviço nas demais localidades e o cronograma da empresa prevê a expansão do serviço para os outros Estados’’, informa.

Quanto aos preços mais baratos em outros Estados, a empresa esclarece que as ofertas fazem parte do novo portfólio do serviço Velox, que oferece preços promocionais para as novas velocidades. ‘‘Com a expansão do serviço, outras localidades também terão este novo portfólio com novos preços. Além disso, a definição de preços leva em conta a realidade mercadológica das localidades’’. O Velox atingiu em agosto deste ano 1 milhão de usuários e está presente em 222 municípios do país.

Para Antônio Carlos Azevedo, secretário-executivo do Decon (Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor), a uma primeira análise não há nada que impeça uma empresa de praticar preços diferentes de acordo com a oferta e a demanda em um mercado ou outro. ‘‘A princípio não há nada a contestar, mas por tratar-se de um serviço público, a questão merece uma análise mais detalhada’’, afirma Azevedo, que coloca o Decon à disposição dos usuários insatisfeitos.

FONTE: Diário do Nordeste ( http://www.diariodonordeste.com.br)

* * *

Não preciso dizer como fiquei indignado com a notícia. Sabia que pagava caro, mas não tinha idéia do quanto!

Outra coisa, além de careira, a Telemar é péssima em atendimento. Pra resolver problemas é um suplício. Não à toa, ela tem o dobro de reclamações que o segundo colocado campeão em reclamações junto ao Procon. Falta de concorrência dá nisso.

Costumo dizer que, depois das privatizações, o serviço de telefonia aqui no Nordeste foi de Telemar a telepior. Evil or Very Mad