LostBrasil :: Exibir tópico - 15% dos Deputados Federais respondem a processos

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Eleitos já têm contas com a Justiça

Levantamento feito pelo site www.g1.com.br, das Organizações Globo, proporcionou uma descoberta que poderá deixar muita gente estarrecida. Dos 513 parlamentares que tomam posse hoje, na Câmara dos Deputados, 74 - o equivalente a 15% - têm alguma pendência judicial, respondendo a processos na Justiça Federal. A maior ironia é que a partir de agora eles terão foro privilegiado.

Dos 74 deputados eleitos que vêm sendo processados ou investigados, segundo o levantamento do G1, cinco são responsáveis por mais de 30% de todos os 133 inquéritos e ações penais localizados: Neudo Campos (PP-RR), com 19; Jackson Barreto (PTB-SE), com nove; Jáder Barbalho (PMDB-PA), com seis; Zé Gerardo (PMDB-CE), com cinco, e Tatico (PTB-DF), com quatro. A maioria dos 74 deputados processados criminalmente, ou seja, 53, responde a apenas um processo, de acordo com o levantamento. Onze eleitos têm dois processos e cinco deputados possuem três processos.

Entre os deputados com quatro processos ou mais, quase todos os inquéritos ou ações penais localizados se referem a crimes contra a administração pública, contra a ordem tributária ou contra o sistema financeiro. A exceção é um processo de calúnia. Para o cientista político Leonardo Barreto, professor do Instituto de Ciências Políticas da Universidade de Brasília (UnB), ouvido pelo G1, a competição na política 'é tão profissional que exige dedicação total'.

Por isso, na avaliação do catedrático, 'é comum que os desvios estejam vinculados à gestão da máquina pública'. Os crimes financeiros e tributários, por sua vez, revelam a busca por recursos para o financiamento de campanhas eleitorais, de acordo com o cientista político.

O mapa da corrupção no país

Roraima (2)
Chico Rodrigues (PFL) e Neudo Campos (PP)

Amazonas (2)
Carlos Souza (PP) e Silas Câmara (PTB)

Acre (2)
Flaviano Melo (PMDB) e Petecão (PMN)

Rondônia (3)
Ernandes Amorim (PTB), Lindomar Garçon (PV) e Natan Donadon (PMDB)

Mato Grosso (3)
Carlos Bezerra (PMDB), Pedro Henry (PP) e Thelma de Oliveira (PSDB)

Mato Grosso do Sul (1)
Vander Loubet (PT)

Distrito Federal (1)
Tatico (PTB)

Minas Gerais (5)
Ademir Camilo (PDT), Aelton de Freitas (PL), João Magalhães (PMDB), Juvenil Alves (PT) e Márcio Reinaldo (PP)

Rio de Janeiro (3)
Edson Ezequiel (PMDB), Leandro Sampaio (PPS) e Nelson Bornier (PMDB)

Rio Grande do Sul (2)
Adão Pretto (PT) e Eliseu Padilha (PMDB)

Paraná (6)
Abelardo Lupion (PFL), Alceni Guerra (PFL), Dilceu Sperafico (PP), Giacobo (PL), Odílio Balbinotti (PMDB) e Ricardo Barros (PP)

Amapá (3)
Bala (PDT), Davi Alcolumbre (PFL) e Professora Dalva (PT)

Tocantins (2)
Eduardo Gomes (PSDB) e Osvaldo Reis (PMDB)

Piauí (3)
Ciro Nogueira (PP), Júlio César (PFL) e Marcelo Castro (PMDB)

Paraíba (3)
Armando Abílio (PTB), Ronaldo Cunha Lima (PSDB) e Wellington Roberto (PTB)

Bahia (5)
Alice Portugal (PCdoB), Fernando de Fabinho (PFL), Guilherme Menezes (PT), Nelson Pellegrino (PT) e Paulo Magalhães (PFL)

Sergipe (1)
Jackson Barreto (PTB)

Goiás (3)
Carlos Alberto Leréia (PSDB), Roberto Balestra (PP) e Sandro Mabel (PL)

São Paulo (13)
Aldo Rebelo (PCdoB), Antônio Palocci (PT), Beto Mansur (PP), Celso Russomano (PP), Edinho Montemor (PSDB), Emanuel Fernandes (PSDB), João Paulo Cunha (PT), José Genoíno (PT), José Mentor (PT), Paulo Maluf (PP), Ricardo Berzoini (PT), Vadão Gomes (PP) e Valdemar Costa Neto (PL)

Maranhão (2)
Clóvis Fecury (PFL) e Sarney Filho (PV)

Ceará (3)
Aníbal Gomes (PMDB), Eunício Oliveira (PMDB) e Zé Gerardo (PMDB)

Rio Grande do Norte (1)
Fábio Faria (PMN)

Alagoas (1)
Olavo Calheiros (PMDB)

O 'Ranking' dos Partidos por quantidade de parlamentares enrolados

14 denunciados: PMDB
12 denunciados: PP
11 denunciados: PT
8 denunciados: PFL
6 denunciados: PSDB e PTB
4 denunciados: PL
2 denunciados: PCdoB, PMN, PV e PDT
1 denunciado: PPS

Analisando um caso

[/b] Jáder Barbalho (PMDB)[/b]

O ex-senador Jáder Barbalho (PMDB-PA) foi eleito deputado federal nas eleições de 2002 e 2006 depois de ter renunciado ao cargo no Senado em 2001. Ele responde à ação penal 374, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) e apura crime contra a administração pública, desvio de verbas, organização criminosa e lavagem de dinheiro. É o caso da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Na ação penal 339, do STF, Barbalho é processado por crime contra o sistema financeiro e evasão de divisas do País. Ele também responde pelos crimes contra a fé pública, falsidade ideológica, corrupção, quadrilha, estelionato, lavagem de dinheiro e outras fraudes na ação penal 397, também do STF.

Jáder também é réu na ação penal nº 398, no STF, que tramita em segredo de Justiça. Ele é acusado de peculato (apropriação de dinheiro por parte de funcionário público) no caso Banpará. As investigações remontam ao ano de 1984, quando ele era governador do Pará. O Ministério Público identificou a emissão de 21 cheques administrativos, entre outubro de 1984 e agosto de 1985, que totalizavam cerca de R$ 13 milhões. Relatórios do Banco Central (Bacen) mostram o rastreamento dos cheques.

Segundo a denúncia, o documento do Bacen aponta 'de maneira inquestionável' a participação do ex-senador no esquema como beneficiário em várias transações. As primeiras investigações foram feitas na Justiça Federal, em Belém. O inquérito acabou arquivado, mas foi reaberto em agosto de 2001, desta vez no STF, devido ao foro privilegiado de Jáder, que à época era senador. Ele renunciou ao mandato dois meses depois, em meio às investigações do caso e a denúncias de envolvimento em desvio de dinheiro da Sudam. O advogado José Eduardo Rangel de Alckmin classifica a denúncia da Procuradoria da República como imprecisa e afirma que não há provas contra seu cliente. O deputado responde ao inquérito 2052, do STF, que apura crimes contra a administração pública e peculato. Barbalho também é acusado de crime contra a administração pública, desvio de verbas e organização criminosa no inquérito 2051, do STF, que também apura o caso Sudam.

Fonte: O Liberal

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Como o poder legislativo pode 'andar' se 15% dele é composto por notáveis safados (os 'políticos profissionais') - sem contar aqueles mais lisos que não foram indiciados ainda -, e mais sei lá quantos % composto por 'celebridades' (Clodovil, Frank Aguiar e cia)?

Fica muito claro que o objetivo desse poder e (da imensa maioria) daqueles que o constituem é o auto-benefício e só.

Que tipo de leis e reformas esse tipo de gente é realmente capaz de propor e julgar?