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Conheça o Taikodom, o mais ambicioso projeto de games do Brasil

Conversamos com um dos criadores da novidade e jogamos a versão pública para testes
13/04/2008 Érico Borgo

Neste momento, um grupo de setenta pessoas está instalado em Florianópolis, Santa Catarina. Seus integrantes passam os dias discutindo tecnologia, arte, economia e a sociedade. Não se trata, porém, de uma força-tarefa governamental, membros de um simpósio ou uma ONG preocupada com os rumos da civilização... a sociedade que a empresa Hoplon Infotainment discute não é a nossa.

Fundada em 2000 e totalmente nacional, a empresa dedica-se à criação do que chamam de um MGS, ou "Massive Social Game", termo que eles mesmos cunharam para descrever seu primeiro produto, o ambicioso jogo Taikodom. Trata-se de uma fusão dos MMORPGs, sigla para "massively multiplayer online role-playing games", famoso estilo de jogos de interpretação de personagens jogados através da Internet por multidões, com os games de interação social, como The Sims.

A idéia surgiu quando os fundadores da empresa estavam na faculdade - cada um em um curso diferente. O que os unia era a paixão pelos videogames, especialmente por um jogo MUD (Multi-User Dungeon), totalmente textual, do tipo em que se lê a descrição de ambientes, objetos e eventos. "Com o tempo veio o sonho de fazer um jogo de computador", contou-nos por telefone Tarquinio Teles, presidente da Hoplon e um desses amigos. "E foi uma revista sobre Everquest que abriu nossos horizontes", continua, citando um dos grandes MMOs pioneiros.

O próximo passo foi a criação da empresa e um projeto de negócio que começou a circular entre investidores. O mercado da época, no entanto, ainda estava totalmente despreparado para uma inovação como a que a Hoplon propunha. "Alguns investidores até caçoavam de nós, mandando que crescêssemos", lembra Teles. A solução foi investir na criação de softwares "sérios", de administração e gerenciamento. Mas os games sempre permaneceram como aquele velho sonho a ser alcançado. "Criamos até um advergame [jogo que mistura algum tipo de ação e publicidade, com patrocínio de empresas], mas também era cedo demais pra isso e nunca foi vendido", fala Teles sobre a época que começou a correr atrás fundos de investimento em capital de risco.

Foi apenas em janeiro de 2004 que encontraram financiamento para seu projeto, por meio da Idee Tecnologia, que estava de olho no potencial de geração de receita do jogo - incluindo aí mensalidade, oportunidades publicitárias, product placement e item billing (compra de itens virtuais pelos usuários). Desde então, mais de 10 milhões de reais foram aportados no Taikodom.

O JOGO

Quatro anos de desenvolvimento se passaram até que em março de 2008 a primeira das quatro fases iniciais do Taikodom entrou em período de testes públicos. A etapa inicial, jogada pelo Omelete (faça o download gratuito aqui), é um game de ação em primeira pessoa no qual se pode pilotar naves como caças, bombardeiros, exploradores ou cargueiros pela galáxia. A bordo do cargueiro espacial TheOmelete aceitamos missões de mineração, recuperação de destroços e comércio. E, temos que admitir, em poucos minutos já estávamos preocupados com a força de canhões e cobiçando outras naves brilhantes que víamos por ali...

Impressionou também o cuidado com os detalhes. Taikodom não parece ter economizado nos conceitos. Há todo um passado sócio-político que embasa aquele universo ambientado no século 23 - criado em conjunto com o escritor de ficção-científica Gerson Lodi-Ribeiro -, com belas ilustrações, design interessante, interface intuitiva... O orçamento aparece desde a abrangente proposta até os pixels.

Os próximos passos do jogo serão um game tático tipo RTS (estratégia em tempo real), com ênfase na coordenação e grupos de pilotos e gerência de fábricas e estações; um game estratégico focado na criação de planos e coordenação dos gamers táticos da fase dois (atuando como gerentes e comandantes da organização do estrategista) e um ambiente de socialização, chamado de "metaverso". O que isso significa? "O MGS completo terá todas essas fases funcionando simultaneamente, todas compartilhando os mesmos servidores. A integração entre elas será completa. A compra de um sofá para sua residência no metaverso, por exemplo, demanda sua produção em outra área do jogo. Cada jogador gera conteúdo para todos os outros", explica Teles - e vai além, com outro exemplo bem mais dramático do que um objeto de decoração... "Se duas corporações do game estratégico entrarem em guerra, isso poderá gerar entretenimento para cerca de 800 pessoas". Tais fases, porém, ainda vão demorar um pouco. Na metade de 2008 deve começar o RTS, e a área de estratégia é prevista só para o fim do ano.

Fica a impressão, porém, que esse universo vai demorar um pouco a acolher os chamados "jogadores casuais" até que o metaverso, potencialmente mais amigável, seja inaugurado. Com a mitologia elaborada (a ser desenvolvida também em livros e quadrinhos pela própria Hoplon) e a curva de aprendizado alta, é provável que Taikodom incialmente fique restrito a quem já está habituado com expressões, conceitos e controles típicos dos estilos de jogo citados. Ainda assim, o mercado é promissor. "Estamos buscando a 'geração Atari', adultos e jovens adultos. Esses gamers têm que 'sair do armário'. Há grande potencial e é impossível estimar o tamanho do mercado", conclui Teles.

Para testar a novidade - e exercitar um certo orgulho nacionalista, afinal, tudo isso está saindo exclusivamente do Brasil e tem potencial para correr o mundo - basta acessar o site www.taikodom.com.br. Quem sabe não trocamos uns lasers por lá?

Fonte: Omelete

Eu acho que não vai pra frente, temática pouco interresante para o Brasil talves outros mercados como os Ásiaticos mas aí corredo o risco de se deparar com produtos tecnologicamente superiores

E essa capinha como rosto femenino é tão manjado que logo vão acusar de cópia ou no mínimo de falta de personalidade