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Entrevista de Michael Emerson no LA Times

O LA Times entrevista esta semana um dos favoritos à conquista do Emmy para melhor ator coadjuvante: Michael Emerson.

"Ele só se tornou um ator regular na série na terceira temporada. Antes disso, ele não sabia se Ben ia ficar ou partir: "Não sabia mesmo. Os produtores davam-me informação a conta-gotas. Diziam coisas em cima da hora como 'Não se arrume ainda' ou 'Ainda não pode ir para casa, participará do próximo episódio'. Depois passou a ser 'Na verdade, nós vamos te dizer quando pode voltar para casa'. Foi então que percebi 'Uau, nunca mais vou para casa, já participo mais na série do que muitos atores que estão aqui'".

A atriz Carrie Preston ("True Blood"), mulher de Emerson, já era uma fanática de Lost muito antes do seu marido ter se juntado à série. Ela até se sugeriu para o papel de mãe de Ben... bom, mais ou menos: "Ela fez com que isso acontecesse praticamente apenas com o seu pensamento fixo no assunto. Estava sempre a me dizer 'se algum dia participar em Lost, quero fazer sua mãe num flashback'. Eu contava essa história em festas, era tão disparatada. Toda a gente se desmanchava a rir. Mas, verdade seja dita, quando escreveram um flashback para mim, quem é que os produtores chamaram?"

Ele adivinhou que Ben seria um super-vilão muito antes de alguém lhe dizer. De fato, nunca ninguém lhe confirmou isso: "Eu fui descobrindo a história ao mesmo ritmo dos fãs. Não sabia onde aquilo ia dar. Por isso, como não tinha contexto, em algum momento comecei a olhar para o Ben como um líder misterioso. Quando filmamos a cena em que sou torturado na escotilha, o diretor da cena me disse para agir como se estivesse realmente receoso pela minha vida, como se não fosse um dos Outros. E eu disse-lhe 'então e se eu for o líder?' E ele olhou para mim e piscou o olho umas quantas vezes e respondeu 'não posso falar sobre isso' e fugiu. Tive que adivinhar o que se ia passar!"

Os atores de Lost não recebem os roteiros até ao último momento, mas Emerson diz que há formas de obter as informações de que precisam: "Se eu quiser posso ligar para algumas pessoas do departamento técnico - como o som e os adereços - e eles têm os roteiros mais cedo. Eles sabem o que se passa. Por vezes têm pena de mim e contam-me se vou andar a cavalo ou tocar piano num episódio vindouro. Tirando isso, estou no escuro. Mas já me habituei a isso. Agora, não saber o que se vai passar é parte do divertimento".

Na realidade, os atores não estão apenas relutantes. Eles não sabem nada. "Nós nunca vemos os roteiristas. Eles vêm uma vez por ano depois de o último episódio estar escrito. Vêm nos visitar no Havai. ´Passam lá uma tarde e é tudo."

O ator ficou tão surpreendido como os fãs quando descobriu que o Ben, sozinho, matou todos os membros da Iniciativa Dharma: "fiquei chocado com um ato tão sombrio e duro. Fiquei surpreendido. Pensei que os roteiristas estavam jogando um jogo do tipo 'vamos deixar toda a gente na dúvida sobre o Ben'. Nunca pensei que a minha personagem seria um vilão desse tipo. Falei com os roteiristas sobre isso e, claro, eles disseram-me 'não se preocupe, o ato vai ser recontextualizado'. Ainda não aconteceu. Talvez estivessem só me enrolando."

Ele tem várias teorias sobre Ben: "Será ele um industrialista? Será um comandante de tropas? Ou é apenas uma dimensão de algo mais? Será que, numa outra dimensão, veremos Ben e Charles Widmore bebendo uns copos e jogando um vídeo game? É um mistério".

Fonte: Lost In Portugal