LostBrasil :: Exibir tópico - [Fringe] Entrevista com Phillip Broyles

jackelinediniz · **Enviada:** Sábado Novembro 22, 2008 20:59 | **Assunto:**

Entrevista com Phillip Broyles - Lance Reddick

Quer seja como John Basil em OZ ou Cedric Daniels em The Wire, a inconfundível presença de Lance Reddick rouba a cena. Atualmente, Lance pode ser visto irradiando tensão em FRINGE, o novo hit dramático pseudo-científico da FOX. Reddick faz o papel de um agente especial do Departmento de Segurança Interna Americano Phillip Broyles, incumbido de investigar “O Padrão”, uma série de crimes horrendos cometidos por inescrupulosos cientistas tratando o planeta como se fosse uma fazenda particular de cobaias. Lance é ainda um músico consagrado e seus trabalhos podem ser ouvidos em seu site oficial www.lancereddick.com. Conversei com Lance sobre a série e a entrevista completa encontra abaixo.

Como você vê a postura de Broyles sobre os eventos do Padrão? Ele é um tipo científico e frio ou você acha que existe algo de sobrenatural nele?

Bem, eu realmente não creio que Broyles ache que exista qualquer coisa de sobrenatural nele. Por outro lado, dado o estado da ciência mecânica no mundo como está atualmente … pode ser puramente científico e isso é bem assustador.

Existe algumas dúvidas levantadas sobre Broyles ser um cara do bem ou se ele está conspirando secretamente com o outro lado. Como você consegue fazer tais cenas uma vez que Broyles é tão ambíguo?

Bem, basicamente, primeiro de tudo eu acho que Broyles é um cara do bem. Por outro lado, com JJ- Eu prefiro dizer “nunca diga nunca” pois isso poderia acabar em qualquer direção assim como minha personagem em Lost é ainda mais ambígua mas basicamente é isso. Broyles é um cara do bem sim e sempre que você lida com algo relativo ao Governo e grandes reuniões de negócios, que eu acho que é um dos principais temas de [Fringe], o tema latente da série, geralmente são feitas concessões.

Até que que ponto você acha que os temas abordados na série se aproximam da realidade?

Bem, os temas da série estão tão perto quanto a ciência está e acho que esses temas se cruzam. Os temas da série são muito próximos da realidade pois meio que lida com essas questões… o episódio piloto … o que acontece quando ciência e tecnologia começam a avançar em um nível tão acelerado que se torna quase impossível legislar e controlar as coisas de modo que você acaba se deparando com a criação de multinacionais com cada vez mais influência e poder do que muitas outras corporações e muito mais do que em outros países do planeta.

Como você descreveria trabalhar com Walter Bishop? O contraste entre as personagens é bastante notável, a cena do aquecedor de assento por exemplo foi um momento clássico.

Wow – como personagem ou como ator? Pois as duas coisas são super diferentes.

Que tal em ambas as situações?

Bem, como personagem, é interessante porque algo acontece no episódio seguinte que meio que altera minha… não necessariamente o meu jeito de lidar com Walter mas altera minha atitude em relação a ele e eu realmente não posso dizer mais do que isso mas a atitude da minha personagem é quase a mesma ao ter que lidar com muitas coisas do Walter que envolve Nina Sharp. Eu preferiria não ter que lidar com esse cara poise eu o acho meio louco e às vezes me pergunto se estou lidando com o menor dos males. Mas ao mesmo tempo, ele é a chave que resolve os problemas em todos os nossos casos, então…
E para mim, como ator, é sempre um prazer trabalhar com John. Ele é ótimo e encena tão bem o seu papel! O maior problema que tive com John é que sempre que estamos juntos na mesma cena ele me faz rir. Ele está sempre me aparecendo com essas coisas “sem-noção“, exatamente quando eu estou tentando dar uma notificação séria ao grupo. Tenho que permanecer como Broyles senão eu acabo pirando.

Sua personagem é intensa embora você tenha tudo sob controle, no entanto isso parece realmente desafiar quem Lance Reddick é. De onde vem tudo isso?

Wow – Acabei de perceber que nunca alguém havia me perguntado isso antes. É estranho falar sobre mim mesmo como sendo tão intenso mas vejamos, wow… fúria.

Sério?

Parte disso vem do meu crescimento como adolescente meio nerd que eu era com quem implicavam bastante. Só quando fiquei mais velho foi que cresci atleticamente e virei um carinha legal mas meio tímido. Então para mim, quando comecei a atuar foi realmente uma oportunidade que tive de expressar todas aquelas coisas que eu temia expressar, quer fosse vulnerabilidade ou mesmo violência. Então, se eu fosse analisar a mim mesmo, diria que é daí que vem tudo isso e a outra parte a acrescentar seria apenas enfoque e concentração. Digo, eu trabalho muito e estou sempre tentando fazer cada momento único de cada papel que eu faço sem perder o foco.

Algo que me surpreendeu foi descobrir sua música. Você é fantástico…

A coisa incomum sobre mim em termos de atuar é que atuar é como minha segunda carreira. Eu sempre fui músico. Sou músico desde mais ou menos 6 anos de idade. Eu comecei tocando piano, comecei a cantar em coral aos 7 anos, comecei a compor canções também aos sete. Minha formação acadêmica foi em composição clássica. Eu achei que me tornaria compositor clássico e eu larguei a escola de música achando realmente que queria ser um cantor pop e sempre estive em dúvida com isso durante boa parte da minha vida e comecei a atuar porque pensei que assim ajudaria minha carreira musical, daí atuar meio que tomou conta da minha vida. Aliás, eu não comecei a atuar profissionalmente antes dos 27 anos de idade e quando eu tinha 29, voltei para a escola dramática, daí eu amadureci tarde nessa área. Então, a música é meio que um amor antigo meu para o qual estou voltando agora.

Seria descuido meu se não lhe perguntasse algumas coisas sobre LOST…

Bem, tem duas coisas. Número um: é muito cedo para isso. E número dois: não sei muito a respeito. Quero dizer, eu sei muito menos sobre Lost do que sei sobre Fringe e isso inclui minha personagem ou que rumo ela vai tomar, ou ainda, se ela se trata de um cara bom ou mau. O que eu posso dizer sobre minha personagem em Lost é que ele acredita no que está fazendo, ele não se acha um cara mau.

Como é trabalhar com o elenco de LOST, eles são extremamente relaxados?

Tenho que admitir que foi ótimo, especialmente desta vez pois nas vezes anteriores eu tinha uma cena e ia embora. Desta vez eu trabalhei todos os dias durante uma semana então eu realmente pude aproveitar estar em um set maravilhoso, é tao relaxado, é fantástico. A outra coisa que também foi ótima é que todas as minhas cenas eram com Terry O’Quinn e Terry na verdade é um músico fantástico e ele levava seu violão para o set todos os dias, era quase uma serenata. Era estranho, quase surreal pois estou nesse paraíso e todas as manhãs a gente tinha essa serenata ao vivo antes de começar o trabalho. Foi simplesmente ótimo!

Fonte: Fringebrasil.net