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23/05/2010
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Porque carro no Brasil é caro? |
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Autor |
Mensagem |
rafaelrss
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Sexo: Idade: 44Registrado em: Terça-Feira, 14 de Fevereiro de 2006 Mensagens: 5.436 Tópicos: 449 Localização: Salvador-BA
Grupos: Nenhum |
Lucro Brasil faz o consumidor pagar o carro mais caro do mundo
O Brasil tem o carro mais caro do mundo. Por quê? Os principais argumentos das montadoras para justificar o alto preço do automóvel vendido no Brasil são a alta carga tributária e a baixa escala de produção. Outro vilão seria o “alto valor da mão de obra”, mas os fabricantes não revelam quanto os salários – e os benefícios sociais - representam no preço final do carro. Muito menos os custos de produção, um segredo protegido por lei.
A explicação dos fabricantes para vender no Brasil o carro mais caro do mundo é o chamado Custo Brasil, isto é, a alta carga tributária somada ao custo do capital, que onera a produção. Mas as histórias que você verá a seguir vão mostrar que o grande vilão dos preços é, sim, o Lucro Brasil. Em nenhum país do mundo onde a indústria automobilística tem um peso importante no PIB, o carro custa tão caro para o consumidor.
A indústria culpa também o que chama de Terceira Folha pelo aumento do custo de produção: gastos com funcionários, que deveriam ser papel do estado, mas que as empresas acabam tendo que assumir, como condução, assistência médica e outros benefícios trabalhistas. Só a Mercedes-Benz tem uma frota de três mil ônibus para transportar funcionários.
Com um mercado interno de um milhão de unidades em 1978, as fábricas argumentavam que seria impossível produzir um carro barato. Era preciso aumentar a escala de produção para, assim, baratear os custos dos fornecedores e chegar a um preço final no nível dos demais países produtores.
Pois bem: o Brasil fechou 2010 como o quinto maior produtor de veículos do mundo e como o quarto maior mercado consumidor, com 3,5 milhões de unidades vendidas no mercado interno e uma produção de 3,638 milhões de unidades.
Três milhões e meio de carros não seria um volume suficiente para baratear o produto? Quanto será preciso produzir para que o consumidor brasileiro possa comprar um carro com preço equivalente ao dos demais países?
Segundo Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, “é verdade que a produção aumentou, mas agora ela está distribuída em mais de 20 empresas, de modo que a escala continua baixa”. Ele elegeu um novo patamar para que o volume possa propiciar uma redução do preço final: cinco milhões de carros
A carga tributária caiu e o preço do carro subiu
O imposto, o eterno vilão, caiu nos últimos anos. Em 1997, o carro 1.0 pagava 26,2% de impostos, o carro com motor até 100cv recolhia 34,8% (gasolina) e 32,5% (álcool). Para motores mais potentes o imposto era de 36,9% para gasolina e 34,8% a álcool.
Hoje – com os critérios alterados – o carro 1.0 recolhe 27,1%, a faixa de 1.0 a 2.0 paga 30,4% para motor a gasolina e 29,2% para motor a álcool. E na faixa superior, acima de 2.0, o imposto é de 36,4% para carro a gasolina e 33,8% a álcool.
Quer dizer: o carro popular teve um acréscimo de 0,9 ponto percentual na carga tributária, enquanto nas demais categorias o imposto diminuiu: o carro médio a gasolina paga 4,4 pontos percentuais a menos. O imposto da versão álcool/flex caiu de 32,5% para 29,2%. No segmento de luxo, o imposto também caiu: 0,5 ponto no carro e gasolina (de 36.9% para 36,4%) e 1 ponto percentual no álcool/flex.
Enquanto a carga tributária total do País, conforme o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, cresceu de 30,03% no ano 2000 para 35,04% em 2010, o imposto sobre veículo não acompanhou esse aumento.
Isso sem contar as ações do governo, que baixaram o IPI (retirou, no caso dos carros 1.0) durante a crise econômica. A política de incentivos durou de dezembro de 2008 a abril de 2010, reduzindo o preço do carro em mais de 5% sem que esse benefício fosse totalmente repassado para o consumidor.
As montadoras têm uma margem de lucro muito maior no Brasil do que em outros países. Uma pesquisa feita pelo banco de investimento Morgan Stanley, da Inglaterra, mostrou que algumas montadoras instaladas no Brasil são responsáveis por boa parte do lucro mundial das suas matrizes e que grande parte desse lucro vem da venda dos carros com aparência fora-de-estrada. Derivados de carros de passeio comuns, esses carros ganham uma maquiagem e um estilo aventureiro. Alguns têm suspensão elevada, pneus de uso misto, estribos laterais. Outros têm faróis de milha e, alguns, o estepe na traseira, o que confere uma aparência mais esportiva.
A margem de lucro é três vezes maior que em outros países
O Banco Morgan concluiu que esses carros são altamente lucrativos, têm uma margem muito maior do que a dos carros dos quais são derivados. Os técnicos da instituição calcularam que o custo de produção desses carros, como o CrossFox, da Volks, e o Palio Adventure, da Fiat, é 5 a 7% acima do custo de produção dos modelos dos quais derivam: Fox e Palio Weekend. Mas são vendidos por 10% a 15% a mais.
O Palio Adventure (que tem motor 1.8 e sistema locker), custa R$ 52,5 mil e a versão normal R$ 40,9 mil (motor 1.4), uma diferença de 28,5%. No caso do Doblò (que tem a mesma configuração), a versão Adventure custa 9,3% a mais.
O analista Adam Jonas, responsável pela pesquisa, concluiu que, no geral, a margem de lucro das montadoras no Brasil chega a ser três vezes maior que a de outros países.
O Honda City é um bom exemplo do que ocorre com o preço do carro no Brasil. Fabricado em Sumaré, no interior de São Paulo, ele é vendido no México por R$ 25,8 mil (versão LX). Neste preço está incluído o frete, de R$ 3,5 mil, e a margem de lucro da revenda, em torno de R$ 2 mil. Restam, portanto R$ 20,3 mil.
Adicionando os custos de impostos e distribuição aos R$ 20,3 mil, teremos R$ 16.413,32 de carga tributária (de 29,2%) e R$ 3.979,66 de margem de lucro das concessionárias (10%). A soma dá R$ 40.692,00. Considerando que nos R$ 20,3 mil faturados para o México a montadora já tem a sua margem de lucro, o “Lucro Brasil” (adicional) é de R$ 15.518,00: R$ 56.210,00 (preço vendido no Brasil) menos R$ 40.692,00.
Isso sem considerar que o carro que vai para o México tem mais equipamentos de série: freios a disco nas quatro rodas com ABS e EBD, airbag duplo, ar-condicionado, vidros, travas e retrovisores elétricos. O motor é o mesmo: 1.5 de 116cv.
Será possível que a montadora tenha um lucro adicional de R$ 15,5 mil num carro desses? O que a Honda fala sobre isso? Nada. Consultada, a montadora apenas diz que a empresa “não fala sobre o assunto”.
Na Argentina, a versão básica, a LX com câmbio manual, airbag duplo e rodas de liga leve de 15 polegadas, custa a partir de US$ 20.100 (R$ 35.600), segundo o Auto Blog.
Já o Hyundai ix35 é vendido na Argentina com o nome de Novo Tucson 2011 por R$ 56 mil, 37% a menos do que o consumidor brasileiro paga por ele: R$ 88 mil.
Leia amanhã a 2º parte da reportagem especial LUCRO BRASIL:
•Por que o mesmo carro é mais barato na Argentina e no Chile?
Joel Leite
fonte:
UOL Carros
Cansei de falar isso aqui.. mais tem sempre alguém que leva tudo para "Política" e blá blá blá.
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Kollber
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Sexo: Idade: 39Registrado em: Quinta-Feira, 22 de Fevereiro de 2007 Mensagens: 1.378 Tópicos: 48 Localização: Minas Gerais
Twitter: @Kollber
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Opa,
Isso novamente me lembra a célebre cena dos Trapalhões na qual foram imediatamente tirados do ar pela consura: todos os quatro, em "trenzinho", andando para trás e cantando "esse é o Brasil que vai pra frente, lá lá lá lá"...
Vai tomar no c*.
Abraço!
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Gourmet Erótico
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Sexo: Idade: 54Registrado em: Sexta-Feira, 24 de Junho de 2005 Mensagens: 2.537 Tópicos: 146 Localização: Secreta
Grupos: Nenhum |
Concordo totalmente que a carga tributária é um absurdo, mas se o preço dos automóveis cai, as principais metrópoles do país entram em colapso porque o trânsito já é um completo caos.
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The people in these towns, they're asleep.
All day at work, at home.
Sleepwalkers.
We wake them up.
***
Sometimes, life forces you to cross the line. You're going about your normal everyday routine, when suddenly something truly awful happens and all that pent-up rage you feel about your job, your marriage, your very existence, is released with unstoppable fury. Some call it 'reaching the breaking point' others call it 'breaking bad'.
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Think of how stupid the average person is, and realize half of them are stupider than that. - George Carlin
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Kollber
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Sexo: Idade: 39Registrado em: Quinta-Feira, 22 de Fevereiro de 2007 Mensagens: 1.378 Tópicos: 48 Localização: Minas Gerais
Twitter: @Kollber
Grupos:
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Opa,
Concordo com você Gourmet no que tange à carga tributária, mas acho que você concorda que isso não justifica o abuso do tal "Lucro Brasil".
Abraço!
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SuperMT
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Sexo: Idade: 31Registrado em: Quarta-Feira, 18 de Janeiro de 2006 Mensagens: 3.075 Tópicos: 11 Localização: with your sis.
Twitter: @_matvieira
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Ultimamente tenho perdido o romantismo e pensado que as coisas são assim e ponto. Se fosse barato, teríamos outro problema pelo qual reclamar.
Os americanos gastam uma nota com maços de cigarro, moradia, etc.
Acho que não tem saída mais...
_________________ 'O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.' Drummond.
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PedroJungbluth
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Sexo: Idade: 42Registrado em: Sexta-Feira, 7 de Abril de 2006 Mensagens: 4.627 Tópicos: 17 Localização: Curitiba Paraná
Twitter: @pedrojungbluth
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Gourmet, discordando de você, acredito que os carros já são comprados de maneira completamente exagerada no Brasil. Aqui em Curitiba tem um carro para cada 2 habitantes. Não acho que baixar o preço vá piorar essa situação.
O grande pepino é o consumidor, eu sempre digo isso. Aqui no Brasil se compra carros por motivos emocionais, não racionais.
Hora, se você vai gastar 40 mil reais em alguma coisa, que seja algo muuito calculado. Quem compra coisas de 40 mil por motivos emocionais são milionários, não pessoas comuns, mas é o que se faz aqui.
Assim, as pessoas vão na loje de carros pra comprar um carro sem sequer ter pesquisado. Compram carros baseados no desenho externo e pacote de opcionais (a maioria dos que nunca vai usar) e sai da loja com carros com motores dos anos 80, acabamento em plástico vagabundo que em duas semanas vai estar rangendo, bancos desconfortáveis, etc. Mas acha o máximo, por que o farolzinho é bonitinho e vai arrasar com os vizinhos, ou quando chegar na balada com seu carro chamando muuuita atenção.
Fica com uma bomba nas mãos, logo o visual cansa, e quer outro. Vai na loja, aprova financiamento de outro carro de 40 mil, vende o seminovo por uma merreca (normalmente perdendo mais de 15% em relação a preço de mercado), se endivida, paga juros que lembram cartões de crédito e alimenta toda essa máquina.
Que máquina é essa? As empresas de carro que só investem em desing externo, não em qualidade tecnológica, os bancos que criam situações de venda cada vez menos racionais e mais impulsivas e os departamento de marketing que não demonstram a qualidade dos seus produtos, mas sim cada vez mais estimulam a compra emocional, impulsiva, em detrimento da compra racional.
Você chega na loja, pensando em comprar um carro de 22 mil, e o vendedor te diz "mas esse aqui é ótimo" e te mostra um carro de 40 mil. Você fala "estou sem grana" e o vendendor te diz "Não tem problema, você parcela a entrada, faz sem entrada, jogamos um balão para o final" e a pessoa não resiste a tentação de sair com um carro zero sem ter um centavo no bolso.
Só cabe a nós, consumidores, sermos racionais em nossas compras e quebrar esse esquema. Uma hora vai ter que cansar. Se os consumidores continuarem comprando mërda, as fábricas, bancos, etc vão sempre nos oferecer mërda, não dá nem pra culpar eles.
Fábricas que tentam melhorar esse mercado oferecendo opções mais racionais são rechaçadas pelo consumidor, como a Renault. Um amigo meu, que veio me pedir conselho sobre que carro comprar na faixa dos 30 mil, riu quando falei pra ele comprar um Logan, disse que o carro era "horrível, muito sem graça", mesmo tendo ótimo espaço, acabamento acima da média e mecânica moderna e econômica.
Comprou um Astra, lógico, sem me perguntar por que a minha opinião na agradou ele.
Dai eu falei "mas p****, você não queria um carro de 30 mil??" e ele deu esses argumentos sobre balão, etc, que acho absurdo (balão serve pra que?). Depois eu comparei os carros: o Astra é MENOR que o Logan, tanto pra passageiros como principalmente pra carga, gasta MAIS combustível, tem manutenção MAIS cara, tecnologia quase 15 ANOS mais antiga (Astra = motor de Monza de 1986 com injeção de 1995+ estrutura e suspensão de projeto de 1998, Logan = Projeto de 2003 com mecânica de 2002). E a diferença de preço? Astra custa 10 mil reais a mais do que o Logan.
Oleh quantos Astras são vendidos por mês, e quantos Logan, e verá quantas pessoas tomam essa decisão. Por que? Porque o Astra é bunitinho, segundo falam.
Na me parece, se o carro é ruim,não o acho bonito quando vejo. Me parece uma bomba. Por que a GM tem lucros absurdos com o carro e a Renault pena com o Logan?
Por que o consumidor é burro, por que a Renault achou que trazendo um projeto de lugares mais racionais do planeta iria impactar o mercado. Mas o consumidor não foi esperto suficiente pra transformar isso em onda.
Como o caso do fusca com teto solar nos anos 70. Uma concessionária FORD chamou o carro de CornoWagen e as pessoas com medo do apelido pararam de comprar, e alguns mandaram até fechar a capota por causa disso.
p****, um fuquinha com teto solar é o máximo, mas não existe isso no mercado por causa dessas emotividades.
Só pra finalizar o raciocínio que comecei, discordando do Gourmet: Se os comsumidores ser tornarem mais racionais, as vendas vão cair muito, por que o exagero de carros novos indo pras ruas não tem a ver com o preço, e sim com a impulsividade. Então o mesmo mecanismo que pode baixar o preço também aliviaria o trânsito.
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Nabuco
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Sexo: Idade: 37Registrado em: Quarta-Feira, 22 de Março de 2006 Mensagens: 1.429 Tópicos: 19 Localização: Patrocínio/MG
Grupos: Nenhum |
E as montadoras nacionais estão esrradas?? Claro que não. Se eu fosse dono de uma montadora e colocasse minha taxa de lucro nas alturas e continuasse vendendo bem porque iria baixar?? Não faz sentido. Elas estão agindo racionalmente.
Quem tem que tomar uma atitude para baixar os preços dos automóveis é o governo. Basta reduzir o imposto de importação de veículos. Quando o brasileiro poder importar veículos a preço de banana, principalmente com o dólar barato como está, vocês verão como os preços dos carros nacionais irão reduzir drasticamente. É tudo mais simples do que parece.
O grande problema é que essas montadoras tem uma enorme força política. Pesquisem o valor doado nas campanhas políticas para os partidos pelas montadoras. São sifras milionárias.
rafaelrss escreveu: |
Cansei de falar isso aqui.. mais tem sempre alguém que leva tudo para "Política" e blá blá blá. |
No final tudo acaba na política rafaelrss.
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rafaelrss
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Sexo: Idade: 44Registrado em: Terça-Feira, 14 de Fevereiro de 2006 Mensagens: 5.436 Tópicos: 449 Localização: Salvador-BA
Grupos: Nenhum |
Por que o carro é mais barato na Argentina e no Chile?
- Veja o que as montadoras falam (e o que não falam) sobre o assunto
- O Lucro Brasil não fica só na montadora, mas em toda a cadeia produtiva
A ACARA, Associacion de Concessionários de Automotores De La Republica Argentina, divulgou no congresso dos distribuidores dos Estados Unidos (N.A.D.A), em São Francisco, em fevereiro deste ano, os valores comercializados do Corolla em três países:
No Brasil o carro custa US$ 37.636,00, na Argentina US$ 21.658,00 e nos EUA US$ 15.450,00.
Outro exemplo de causar revolta: o Jetta é vendido no México por R$ 32,5 mil. No Brasil esse carro custa R$ 65,7 mil.
Por que essa diferença? Vários dirigentes foram ouvidos com o objetivo de esclarecer o “fenômeno”. Alguns “explicaram”, mas não justificaram. Outros se negaram a falar do assunto.
Quer mais? O Gol I-Motion com airbags e ABS fabricado no Brasil é vendido no Chile por R$ 29 mil. Aqui custa R$ 46 mil.
O Corolla não é exceção. O Kia Soul, fabricado na Coréia, custa US$ 18 mil no Paraguai e US$ 33 mil no Brasil. Não há imposto que justifique tamanha diferença de preço.
A Volkswagen não explica a diferença de preço entre os dois países. Solicitada pela reportagem, enviou o seguinte comunicado:
“As principais razões para a diferença de preços do veículo no Chile e no Brasil podem ser atribuídas à diferença tributária e tarifária entre os dois países e também à variação cambial”.
Questionada, a empresa enviou nova explicação:
“As condições relacionadas aos contratos de exportação são temas estratégicos e abordados exclusivamente entre as partes envolvidas”.
Nenhum dirigente contesta o fato de o carro brasileiro ser caro. Mas o assunto é tão evitado que até mesmo consultores independentes não arriscam a falar, como o nosso entrevistado, um ex-executivo de uma grande montadora, hoje sócio de uma consultoria, e que pediu para não ser identificado.
Ele explicou que no segmento B do mercado, onde estão os carros de entrada, Corsa, Palio, Fiesta, Gol, a margem de lucro não é tão grande, porque as fábricas ganham no volume de venda e na lealdade à marca. Mas nos segmentos superiores o lucro é bem maior.
O que faz a fábrica ter um lucro maior no Brasil do que no México, segundo consultor, é o fato do México ter um “mercado mais competitivo” (?).
Um dirigente da Honda, ouvido em off, responsabilizou o “drawback”, para explicar a diferença de preço do City vendido no Brasil e no México. O “drawback” é a devolução do imposto cobrado pelo Brasil na importação de peças e componentes importados para a produção do carro. Quando esse carro é exportado, o imposto que incidiu sobre esses componentes é devolvido, de forma que o “valor base” de exportação é menor do que o custo industrial, isto é: o City é exportado para o México por um valor menor do que os R$ 20,3 mil. Mas quanto é o valor dos impostos das peças importadas usadas no City feito em Sumaré? A fonte da Honda não responde, assim como outros dirigentes da indústria se negam a falar do assunto.
Mas quanto poderá ser o custo dos equipamentos importados no City? Com certeza é menor do que a diferença de preço entre o carro vendido no Brasil e no México (R$ 15 mil).
A conta não bate e as montadoras não ajudam a resolver a equação. Apesar da grande concorrência, nenhuma das montadoras ousa baixar os preços dos seus produtos. Uma vez estabelecido, ninguém quer abrir mão do apetitoso “Lucro Brasil”.
Ouvido pela AutoInforme, quando esteve em visita a Manaus, o presidente mundial da Honda, Takanobu Ito, respondeu que, retirando os impostos, o preço do carro no Brasil é mais caro que em outros países porque “aqui se pratica um preço mais próximo da realidade. Lá fora é mais sacrificado vender automóveis”.
Ele disse que o fator câmbio pesa na composição do preço do carro no Brasil, mas lembrou que o que conta é o valor percebido. “O que vale é o preço que o mercado paga”.
E porque o consumidor brasileiro paga mais do que os outros?
“Eu também queria entender – respondeu Takanobu Ito – a verdade é que o Brasil tem um custo de vida muito alto. Até os sanduíches do McDonalds aqui são os mais caros do mundo”.
“Se a moeda for o Big Mac – confirmou Sérgio Habib, que foi presidente da Citroën e hoje é importador da chinesa JAC - o custo de vida do brasileiro é o mais caro do mundo. O sanduíche custa US$ 3,60 lá e R$ 14,00 aqui”. Sérgio Habib investigou o mercado chinês durante um ano e meio à procura por uma marca que pudesse representar no Brasil. E descobriu que o governo chinês não dá subsídio à indústria automobilística; que o salário dos engenheiros e dos operários chineses não são menores do que os dos brasileiros.
“Tem muita coisa errada no Brasil – disse Habib, não é só o preço do carro que é caro. Um galpão na China custa R$ 400,00 o metro quadrado, no Brasil custa R$ 1,2 mil. O frete de Xangai e Pequim custa US$ 160,00 e de São Paulo a Salvador R$ 1,8 mil”.
Para o presidente da PSA Peugeot Citroën, Carlos Gomes, os preços dos carros no Brasil são determinados pela Fiat e pela Volkswagen. “As demais montadoras seguem o patamar traçado pelas líderes, donas dos maiores volumes de venda e referência do mercado”, disse.
Fazendo uma comparação grosseira, ele citou o mercado da moda, talvez o que mais dita preço e o que mais distorce a relação custo e preço:
“Me diga, por que a Louis Vuitton deveria baixar os preços das suas bolsas?”, questionou.
Ele se refere ao “valor percebido” pelo cliente. É isso que vale.
“O preço não tem nada a ver com o custo do produto. Quem define o preço é o mercado”, disse um executivo da Mercedes-Benz, para explicar porque o brasileiro paga R$ 265.00,00 por uma ML 350, que nos Estados Unidos custa o equivalente a R$ 75 mil.
“Por que baixar o preço se o consumidor paga?”, explicou o executivo.
Amanhã a terceira e última parte da reportagem especial LUCRO BRASIL: “Quando um carro não tem concorrente direto, a montadora joga o preço lá pra cima. Se colar, colou”.
fonte:
UOL Carros
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rafaelrss
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Sexo: Idade: 44Registrado em: Terça-Feira, 14 de Fevereiro de 2006 Mensagens: 5.436 Tópicos: 449 Localização: Salvador-BA
Grupos: Nenhum |
Nabuco escreveu: |
Quem tem que tomar uma atitude para baixar os preços dos automóveis é o governo.
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Nabuco escreveu: |
rafaelrss escreveu: |
Cansei de falar isso aqui.. mais tem sempre alguém que leva tudo para "Política" e blá blá blá. |
No final tudo acaba na política rafaelrss. |
Não Nabuco.. a CULPA é literalmente nossa.
Se um governo chegou ao poder democraticamente, eleito por uma maioria para o bem ou para o mau a culpa é Nossa.
Tão quanto se compramos carroças e estimulamos o mercado a isso, a culpa é NOSSA, afinal neste caso é a simples e pura lei de oferta e procura.
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Nabuco
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Sexo: Idade: 37Registrado em: Quarta-Feira, 22 de Março de 2006 Mensagens: 1.429 Tópicos: 19 Localização: Patrocínio/MG
Grupos: Nenhum |
rafaelrss escreveu: |
Não Nabuco.. a CULPA é literalmente nossa.
Se um governo chegou ao poder democraticamente, eleito por uma maioria para o bem ou para o mau a culpa é Nossa.
Tão quanto se compramos carroças e estimulamos o mercado a isso, a culpa é NOSSA, afinal neste caso é a simples e pura lei de oferta e procura. |
Concordo integralmente com você rafaelrss. Sua afirmação não vai contra a minha.
Hoje quem dita o preço dos carros é o mercado, é a tal lei da oferta e demanda. E quem tem poder para alterar esse cenário: o governo.
Elimine ou reduza drasticamente o imposto de importação de veículos e veja o acontece. O governo tem condições de alterar as variáveis da equação. Por que não altera?
rafaelrss escreveu: |
“Por que baixar o preço se o consumidor paga?”, explicou o executivo. |
Penso da mesma forma. É irônico e cruel para os consumidores mas o executivo está agindo de forma racional.
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Aloprado
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Sexo: Idade: 54Registrado em: Terça-Feira, 22 de Março de 2005 Mensagens: 1.966 Tópicos: 25 Localização: The Land of the Lost
Grupos: Nenhum |
... lei da oferta procura... simples assim...
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PedroJungbluth
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Sexo: Idade: 42Registrado em: Sexta-Feira, 7 de Abril de 2006 Mensagens: 4.627 Tópicos: 17 Localização: Curitiba Paraná
Twitter: @pedrojungbluth
Grupos:
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Esse momento histórico sempre surge. Se dependesse exclusivamente de consumidor e produtores, os carros jamais teriam sistemas de segurança, sistemas antipoluição, e além disso todos os países tem descontos especiais, carga tributárias ou diferentes regulamentos para estimular ou desestimular certos nichos, de carros economicos, pequenos, etc.
Na Itália, por exemplo, pessoas entre 16 e 18 anos só podem comprar motos 125cc no máximo. Isso faz terem lá as melhores esportivas desses motores, passando fácil de 180 km/h. No Japão, que tem carros menores que certas dimensões não precisa provar que tem garagem, dessa forma os microcarros lá são sucesso.
Aqui no Brasil, o desconto de imposto para carros 1.0 gera os carros mais gastões e inseguros para a população menos rica poder comprar.
Mas é aquele lance, temos muito Lobby, nisso concordo redondamente com o Nabuco.
Não tem como ser 100% liberal, isso é utópico demais, precisamos ter um estado forte pra remediar esses problemas.
Acho que imposto de carro popular deveria incidir sobre veículos baratos. Absurdo carros luxuosos de 40 mil com motor 1.0 pagarem imposto de popular.
Se coloca IPI ZERO pra carros que tenham preço final menor que 18 mil reais, amanhã teremos 20 modelos a disposição dos consumidores, pode apostar.
Só ue temos muito lobby. Precisa haver uma mudança, uma reforma, para que outros interesses do páis sejam colocados na frente, como o crescimento econômico, tanto pessoas quanto empresas deixam muito dinheiro em carros, e isso não e´bom para o país.
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Gourmet Erótico
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Sexo: Idade: 54Registrado em: Sexta-Feira, 24 de Junho de 2005 Mensagens: 2.537 Tópicos: 146 Localização: Secreta
Grupos: Nenhum |
PedroJungbluth, acho que sempre dá pra piorar, mas você está totalmente certo quando fala do consumidor. No fim das contas quase tudo se resume à falta de educação do consumidor.
Ninguém está preocupado em como vai pagar, em quantas prestações vai ter, qual o preço do combustível, ou se há necessidade de ter o carro, mas todos querem ter carrão. São coisas assim que alimentam o lucro brasil e uma tributação insana. Todos os índices indicam que a inadimplência está num ciclo crescente.
O consumidor brasileiro se considera malandro por natureza, mas é um dos mais otários.
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PedroJungbluth
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Sexo: Idade: 42Registrado em: Sexta-Feira, 7 de Abril de 2006 Mensagens: 4.627 Tópicos: 17 Localização: Curitiba Paraná
Twitter: @pedrojungbluth
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isso resume bastante. Até essa definição de carrão...
Bem, perguntaram pro Sergio Habib, presidente da Citroen do Brasil por que a marca não vende aqui o que vende na argentina, ele respondeu:
"argentino gosta de carro bom, brasileiro compra carro bonitinho"
Brasileiro quer carro que PAREÇA carrão. Se é bom ou não ele pouco se lixa, não pensa que depois tem que pagar manutenção e consumos absurdos, além de ter carros que geram muito pouco prazer ao dirigir...
Esses dias tive que viajar com uma Idea. Que lixo de carro! Nossa, (perto de Chapada dos Guimarães) um cachorro atravessou a estrada, tentei desviar, o carro é muito desequilibrado! balançou, escapou de frente e por 1 cm não pego o cachorro, e depois pra consertar... putz, que carro ruim de tudo, desprazeroso, que consumo absuro praquela porcaria de motor 1.4 (fez 8 na estrada de álcool).
Nossa, fiquei tão feliz de voltar para o meu Audi... Que obviamente eu comprei usado pela metade do preço que aquele idea custou
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Aloprado
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Sexo: Idade: 54Registrado em: Terça-Feira, 22 de Março de 2005 Mensagens: 1.966 Tópicos: 25 Localização: The Land of the Lost
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PedroJungbluth escreveu: |
Bem, perguntaram pro Sergio Habib, presidente da Citroen do Brasil por que a marca não vende aqui o que vende na argentina, ele respondeu:
"argentino gosta de carro bom, brasileiro compra carro bonitinho" |
Tenho um C4 e realmente nãio tenho NENHUMA queixa...
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