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LostBrasil - Índice do Fórum  » ABC | Teorias e Especulações » A Terra Lôca

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 A Terra Lôca « Exibir mensagem anterior :: Exibir próxima mensagem » 
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Cyrano
MensagemEnviada: Segunda Fevereiro 18, 2008 23:25  |  Assunto: Responder com Citação





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É por aí mesmo Zangetsu, a previsibilidade de alguma coisa sempre esteve ligada à nossa capacidade de associarmos fatos passados à eventos futuros, coisa que seria o mecanismo da aprendizagem e de um ideal determinista, científico por assim dizer... mas é uma regra que só vale para um sistema ordenado e lógico tal como se pode observar num programa de computador.

Mas vale lembrar que minhas especulações sobre Cérberus seriam apenas um exercício de imaginação de minha parte, de modo que diferente do que a francesa disse, a coisa não seria um sistema de segurança para proteger a ilha, mas sim um sistema de segurança para proteger a linha do tempo.... um tipo de “programa de redução de danos” para qualquer tipo de intervenção na história da humanidade! Ôrra, pensei grande, hein? Huahuahuauaha.

Dessa forma, o que Cérberus teria a ver com o Lostzilla? Talvez tudo, talvez nada... pela minha hipótese “viajante”, se “aquilo” foi criado pelo homem e age por conta própria (sem ninguém por trás de um joystick) é porque possui algum tipo de inteligência artificial e isso talvez seja atemporal, isto é, não pertence à uma época como a nossa já que estudos sobre I.A. ainda engatinham por aí. Talvez, num suposto futuro se descubra que a única forma possível de se viajar no tempo não envolva matéria, mas sim informação e/ou algo mais virtual... se nossa compreensão da realidade não passa de impulsos elétricos circulando por nosso córtex cerebral e um provável “homo superioris” seja capaz de “telepatizar” esses dados para seu eu do passado, garantir que esses “pré-cognitivos” não façam besteira querendo alterar uma coisa ou outra, seria muito útil para evitar os paradoxos temporais.

Mas o lado racional que tenho sobre o Lostzilla ou que quer que essa coisa seja me remete ao começo de minhas divagações aqui, ou seja, Lostzilla poderia ser qualquer coisa: a fumaça preta, o paidoJack, o javali do Sawyer, o cavalo da Kate, o irmão do Eko, o amigo do Hurley... enfim, poderia ser um elefante rosa com bolinhas azuis... uma coisa é aquilo que julgamos ver, ou melhor, aquilo que nosso cérebro traduz para a gente sobre aquilo que vemos, outra coisa é o que, de fato, poderia ser considerado real... ou não... como no caso da “mulher que gira”:

http://corredor.wordpress.com/2007/09/20/mulher-que-gira/



Assim, eu diria que o Lostizilla é uma alucinação que depende do modo como cada um o vê... sabe, aquele lance da perspectiva? Pois é....

Mas antes que alguém me diga que não existe alucinação coletiva vou responder que isso é verdade... mas em termos. O que existe é paranóia coletiva, o que, de certo modo, pode ser responsável por fazer com que mais de uma pessoa possa compartilhar o mesmo tipo de alucinação e/ou delírio.

Assim, a primeira pessoa que “viu” o Lostzilla foi Locke, mas o careca viu algo “luminoso” e “belo”... se a gente contar com o fato que ele estava se sentindo o máximo por ter escapado ileso de um acidente de avião e ter voltado a andar, dizer que John viu Deus e fez uma daquelas “viagens alucinógenas boas” acaba sendo bem bem propício para aquela ocasião. Porém, houve uma “bad trip” posteriormente, quando finalmente o lostzilla mudou de forma e se tornou “black smokey”.

Isso somente ocorreu depois da chegada de Rosseau ao acampamento dos Losties. Assim sendo, paranóica foi a idéia que Rosseau colocou na cabeça dos Losties quando disse que os outros viriam depois que uma "fumaça preta" aparecesse no céu... daí que eles só tinham duas alternativas: ou fugir e se esconder ou ficar e morrer. Daí que para todo aquele povo associasse fumaças pretas com coisas “ruins” era só um pulinho.

Então, o pessoal que diz que o lostizilla muda de forma não está errado em afirmar isso, até porque cada um dos losties vê aquilo que seu inconsciente quer ver, e ao vermos o que o personagem está vendo justifica a paranóia coletiva dos fãs de enxergar fumaça preta em tudo quanto é canto, inclusive na turbina do avião (que por sinal estava pegando fogo, ora bolas). Logicamente, onde há fumaça, fogo... hummmm... fogo = flame .... mas isso já seria outra divagação que fica para depois.

pensou se a Rosseau dissesse que os outros chegariam depois que um elefante rosa com bolinhas azuis aparecesse? Pois é... a pior das “bad trips”, hehehehe.


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Zangetsu
MensagemEnviada: Terça Fevereiro 19, 2008 08:30  |  Assunto: Responder com Citação





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Elefante cor-de-rosa não, que absurdo! Essa teoria estava até indo bem, mas teve de descambar... como assim "vemos o que queremos?" Inclusive os fans? Que audácia!

E o que me diz disso, hein?
http://www.lostbrasil.com/viewtopic.php?t=21399&postdays=0&postorder=asc&&start=0&sid=8f2936ac9da531e82e5cad5de4a6a5a2

Não foi algo da imaginaç... ahn, como é? Reflexo na lente da câmera? O Sr. é um fanfarrão, todos sabem que a cor vermelha está associada à ... como assim delírio coletivo?
Como diria Peter Parker, sem imagem? Escreva umas mil palavras. Dizem por aí que vale a mesma coisa...

Essa coisa de delírio não existe. Vemos o que está. Se bem que no caso da mulher que gira, eu não a vi girando do lado contrário... não entendi qual é a dela... você a deu com um exemplo de que vemos aquilo que queremos. Porquê então disseram que ela gira. Eu vi ela fazendo somente um "Duplo Carpete Twist Invertido", mas girar que é bom nada não... vocês são loucos...


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Cyrano
MensagemEnviada: Terça Fevereiro 19, 2008 20:34  |  Assunto: Responder com Citação





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Ok, ok... eu retiro as bolinhas azuis do elefante, mas ainda assim vou deixá-lo rosa, hein? Rs.

Mas não se trata de “vermos o que queremos”, pelo contrário, vemos aquilo que nosso cérebro traduz para a gente sobre a coisa vista, mas neste caso isso é um exemplo de como não podemos confiar plenamente em nossos órgãos sensoriais e uma ilusão de ótica como o da “mulher que gira” vem bem a calhar para exemplificar isso.

Deste modo, se somos capazes de fazer pleno uso de nossa percepção e ainda assim possamos estar errados sobre nossas percepções, que se dirá de pessoas que estejam alucinando? Daí que em ambas as situações existe um mecanismo parecido à esse falseamento da realidade que passa por nosso processador neurológico (o cérebro) e, como diria o senso comum, nossa mente é capaz de nos pregar algumas “peças” em certas condições especiais.... ou vai me dizer que você nunca teve medo do bicho papão que se escondia no armário ou embaixo da sua cama, no escuro?

Assim sendo, os fãs de Lost assistem a série pela ótica dos personagens, isto é, vemos aquilo que eles estão vendo e isso não quer dizer que o que eles enxergam é, necessariamente, algo verdadeiro. De certo modo, quando Locke induziu alucinações em Boone, por um certo período de tempo a gente poderia acreditar que o rapaz foi perseguido pelo Lostzilla e que o bicho havia matado sua irmã. Do mesmo modo, no filme “O clube da luta” a gente é levado a crer que Tyler Durdeen realmente existia. E por quê? A gente é sugestionado para acreditar nisso.

Sugestão é algo que um hipnotizador usa a seu favor com pessoas “sugestionáveis”... se você é uma dessas pessoas sugestionáveis (fáceis de se manipular, digamos...) não seria difícil que um desses hipnotizadores o fizesse comer uma cebola acreditando estar saboreando uma maçã. Pois é... o “poder da mente”! Huahuahuahua....

É algo assim tão simples (e ao mesmo tempo tão complexo) que alguns milagres se explicam, cientificamente falando, pelo poder da “autosugestão”. Em alguns meios é conhecido como “psicossomática” e com alguns experimentos comprovando esse fenômeno através daquilo ficou conhecido como “efeito placebo”.

Mas a minha hipótese pseudo-científica sobre a “expansão da mente humana”, que seria uma espécie de “eugenia”, poderia sim ter um aspecto real aí. Pelo lado lógico da coisa, essa expressão está muito ligada à farra lisérgica da década de 70 quando aquele monte de hippies acreditavam que o ácido seria responsável por abrir as “portas da percepção”, mas de uma certa forma, a genialidade sempre esteve na corda bamba entre a loucura e a razão.... e o estereótipo do “cientista doido”, ou de que “de médico e louco todo mundo tem um pouco” (Dr. Jekyll and Mr. Hyde), ajudaram o senso comum a construir essa idéia.

Um exemplo real disso poderia ser visto em John Nash, criador da “teoria dos jogos”, que apesar de ser um genial matemático sofria de esquizofrenia. “Uma mente brilhante” foi um filme baseado na vida dele e ilustraria essa questão sobre genialidade e loucura. Também, pode-se observar em alguns tipos de autismo, indivíduos capazes de realizar raciocínios lógicos fenomenais... porém, com um certo comprometimento em outras áreas (sociabilidade, por exemplo) que os colocam numa realidade à parte da nossa.

Então digamos que a fenomenal capacidade de se prever o futuro esteja ligado à essa possibilidade do aumento da cognição humana, mas os efeitos negativos disso seria, como eu disse anteriormente, a incapacidade do indivíduo não saber lidar com esse “dom” e passar a acreditar que esteja alucinando... num termo mais vulgar, “neguinho tá ficando louco”.

Os sintomas, por assim dizer, são bem parecidos, e um cara lógico, como o Jack, um médico a bem saber, faria um diagnóstico bem racional para tal situação. Tanto é que lá atrás, bem no começo da primeira temporada quando viu seu pai (supostamente morto) andando no meio do mato, quando perguntado por Locke como ele explicaria isso ele respondeu algo como stress pós-traumático e dias sem dormir. De um certo modo, essa “alucinação” o levou àquilo que estava procurando, ou seja, água e abrigo.

Também Locke, naquele afã todo de descobrir um meio de abrir a escotilha estava esperando que a ilha revelasse para ele o modo de conseguir isso... e a ilha, bom, ela mostrou algo não tão bom assim... um avião caindo e um Boone todo ensanguentado. Não sei se o careca era bom para interpretar essa linguagem simbólica, mas uma coisa é certa, o coitado do Boone morreu nessa história e um Locke desiludido surgiu....

Assim, a gente tem dois momentos da vida de John na ilha e seu encontro com Lostzilla: no primeiro momento tudo estava maravilhoso para Locke porque ele voltara a andar depois de escapar do acidente do avião... poeticamente falando, tudo era belo e luminoso (ou rosa, hehehehe), assim como lhe pareceu quando viu o “bicho” pela primeira vez. Todavia, seu estado psicológico era terrível depois da morte de Boone e a culpa que sentia era enorme... resultado? Ao encarar o Lostzilla pela segunda vez, a “coisa” quis levá-lo buraco abaixo.

Pois é... “bad trip” como eu disse. Alucinações, “boas” ou “más” dependem do estado psicológico de cada um. Curiosamente, “flashback” também é um termo utilizado para pessoas que sofrem de alucinações e/ou que fizeram uso de substâncias alucinógenas. Culpa e paranóia são fatores responsáveis pela maior parte desse tipo de experiência, e não à toa que “fantasmas do passado” possam vir a assombrar pessoas com uma “psiquê tão fragmentada... a ponto dela ouvir vozes ou ver coisas....

Desse modo é que sugeri que o Lostzilla pode ser qualquer coisa imaginável... afinal, ele muda de forma de acordo com a culpa de cada um ou da paranóia instigada por um medo persecutório. A idéia de validação da realidade por mais de um observador ter a mesma opinião sobre a coisa observada não vale por dois motivos:

O primeiro diz respeito à crença de cada um, de modo que o no tópico citado pelo Zangetsu, se pode verificar que mais de uma pessoa acredita que aquilo foi apenas um reflexo da luz na câmera e, da mesma forma, mais de uma pessoa (ainda que brincando) disse que era o Lostzilla. Quem está certo? Bom, vai saber.... neste universo coexiste gente crente e gente cética.

O segundo motivo é que a percepção da realidade é falseada e somos sugestionados a ver aquilo que querem que a gente veja. Por exemplo, Charlie está morto mas isso não impediu que Hurley o visse no hospício... e mais, outro paciente também viu a mesma coisa. A hipótese mais simples disso? Hurley alucinou o outro paciente. Outra hipótese tambem simples? O outro paciente também existe, mas como Hugo é um boca aberta sem igual deve ter comentado sobre seu amigo morto numa sessão em grupo com esse paciente. Também pode haver a hipótese mais incrível, mas que depende da crença de cada um, isto é Hurley vê gente morta e outros lunáticos também.

Mas convenhamos, alguém com um histórico clínico como o de nosso gorducho começar a ver alucinações é a coisa mais óbvia dessa coisa toda, ainda mais se contarmos com aquele lance de culpa e paranóia que com certeza Hugo deve carregar nas costas, ou melhor, na cabeça, sobre sua história passada na ilha.


Ps: Sobre a “mulher que gira”, a percepção que algumas pessoas podem ter é de que ela está girando no sentido horário. Outras pessoas irão dizer que ela faz isso no sentido anti-horário. Qual o certo? As duas formas.

Para ver ela girar no sentido oposto ao que você primeiramente viu existe um macete: acompanhe a perna dela que está no ar durante algum tempo e lentamente levante o olhar em direção à essa perna. Se tudo der certo você verá ela mudar de direção. Se você ficar cracke nesse macete faça o seguinte experimento: Feche os olhos e visualize a imagem... imagine então que ela vai estar girando no sentido oposto ao que você estava visualizando e abra os olhos. certo na maioria das vezes.

Algumas referências:

Psicossomática: http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicossom%C3%A1tica

Efeito placebo: http://pt.wikipedia.org/wiki/Placebo

Eugenia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Eugenia

John Nash: http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Forbes_Nash

Filmes:

Clube da Luta (Fight Club): http://pt.wikipedia.org/wiki/Clube_da_luta

Uma mente brilhante (A beautiful mind): http://pt.wikipedia.org/wiki/A_beautiful_mind


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Cyrano está offline  Ver o perfil do usuários Enviar Mensagem Particular
Zangetsu
MensagemEnviada: Quarta Fevereiro 20, 2008 14:26  |  Assunto: Responder com Citação





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Isso é, se o cara que disse pro Hurley que havia alguém olhando pra ele for "real"... pode até ser uma espécie de Dave...
Sobre "ver o que queremos", vou transceder (se é que posso utilizar esta palavra) para algo que estava pensando outro dia...
Cada teoria sobre Lost leva as pessoas a enxergarem a série de uma maneira que condiz com sua própria crença do que ela é.
Disso, eu tentei identificar três grandes ondas de "eugenia" entre os fãs:
No princípio, por termos uma idéia vaga acerca da ilha e começarmos a descobrir todas as "manchas" no passado de cada personagem, a teoria ou a opinião mais popular era a de que os sobreviventes estavam de fato mortos, e que agora, acompanhávamos seus pós-vidas no purgatório, umbral ou algo semelhante...
Essa idéia começou a ser substituída (ou transmutou-se mesmo, vai saber) de espiritual para mística, muito pelo crescimento do personagem Locke na série e o aparecimento de mais fatos curiosos sobre a ilha, mas principalmente, por mostrar certas interligações entre os personagens, inclusive, o fato de que não teria sido por acaso ou por coincidência que justamente estas pessoas tenham embarcado no 815. Não necessariamente mística, mas também uma outra idéia surgiu em meio a este quadro: o sonho coletivo ou particular de um dos sobreviventes (aqui, mais uma vez, o mais popular sendo Locke).
Estas teorias ganharam (ou perderam espaço) para uma outra onda de pensamento, um pouco mais desenvolvida e racional, quando nos foi apresentada a primeira escotilha, e com ela um certo tom de conspiração começou a surgir, onde uma certa entidade ou instituição (até agora eu sinceramente não sei a diferença) teria se instaurado na ilha, com o intuito de desenvolver pesquisas até agora ainda "secretas" quanto ao real propósito: a DHARMA.
Depois, e por último, acho que a nova onda de pensamentos que normalmente têm dominado a cabeça (e tirado o sono) dos fãs mais dispostos a elaborar teorias é a de que Lost é no fundo, uma série de sci-fi.
Não sei se isso é verdade, acho que pelas experiências passadas, prefiro esperar.
Mas de fato, isso que eu escrevi é uma opinião, algo que escrevi sem pensar (não literalmente, lógico) e acho que tudo o que foi dito aí sobre "indução de pensamento" ou "projeção mental", como diria Morpheus (Matrix), aocntece também com os fãs da série, ou não.
Somos levados, convidados, atraídos para isso: o que é Lost? (e incentivados, exemplo disso se vê no Universo expandido como em Lost Experience e Find 815).


Vamos, e que a viagem continue...

P.S.: Sobre as visões dos fãs ao longo do tempo, acho que isso também é representado por Charlote, Faraday, Miles e Frank, quatros pessoas com atributos diferentes e visões diferentes. Talvez, como diria o Fernando Anitelli, "tudo se junte em uma coisa só..."


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Cyrano
MensagemEnviada: Quarta Fevereiro 20, 2008 23:47  |  Assunto: Responder com Citação





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Pois é... a evolução das teorias sobre Lost parece mesmo um reflexo da evolução do pensamento humano. Parte de um princípio espritual e místico para um raciocínio lógico e científico, ainda que que este último possa ser ficcional... mas vá, nós colocamos um homem na Lua como imaginou Julio Verne e segundo um velho ditado, “tudo aquilo que um homem é capaz de imaginar outro é capaz de inventar”.

Mas no que diz respeito à história da humanidade e nossa evolução tecnológica o grande lance para que não tívessemos mais medo do escuro e de bichos papões foi a invenção do fogo... bom... na verdade o fogo não foi inventado pelo homem, mas o modo de fazê-lo e utilizá-lo para os mais diversos fins foi um grande salto para todos nós, principalmente naquela era pré-histórica onde “bichos papões” eram predadores com dentes bem afiados que não viam a hora de pegar um macaco pelado desprevenido.

Digamos então que esse medo infantil das crianças que pedem para que seus pais deixem a luz do quarto acesa quando vão dormir acaba sendo um resquício daquilo que nossos antepassados primatas faziam para dormir tranquilos e assim, poder sonhar... sonhando, quem sabe um dia, com um futuro melhor.

Neste sentido, voltei longe para o passado... mas uma coisa é certa, melhor que a maçã que Eva e Adão comeram foi o churrasquinho que o “homo sapiens” aprendeu a fazer, pena que a cerveja só tenha surgido milhares de anos depois. Mas o que diabos isso tem a ver com Lost?

Bom, nós temos uma estação chamada “Flame”, não é mesmo? A razão de cientistas doidos batizarem estações de trabalho e/ou projetos com nomes um tanto quanto inusitados é porque existe aí uma linguagem simbólica que quando interpretada pode revelar alguma coisa sobre o que era feito lá e sobre o que se tratava.

Deste modo, minha interpretação sobre a Flame (que não precisa ser a única já que a gente estaria falando de uma linguagem simbólica) me remete à mitologia grega, até porque muitas outras estações também teriam um correspondente à essa referência mitológica.

Segundo os gregos, Prometeu roubou o fogo (que era uma coisa divina) para dar aos homens. Segundo a tradução, “Prometeu” significa “premeditação” e a idéia simbólica do fogo seria a de “conhecimento”. http://pt.wikipedia.org/wiki/Prometeu

Assim, a estação Flame não seria responsável apenas pelo sistema de comunicação da ilha, até porque eles tinham a Looking Glass e a torre de transmissão, embora a existência dessa estação em conjunto com essas outras atenderia uma razão lógica aí... para se ter conhecimento (premeditar, por assim dizer) sobre alguma coisa é necessário informação e a Flame fazia link com aquilo que ocorria no mundo exterior (afinal, atualmente a gente tem um sistema informatizado onde se você não é alguém@algumlugar.com você não é ninguém... e ainda assim, por outros meios, ainda acabará sempre caindo na rede de uma forma ou de outra...)

Se minha hipótese sobre o sistema Cérberus estiver correta, os dados oriundos do mundo exterior serviam para alimentar o programa que os utilizava para calcular o destino da humanidade e assim estabelecer um parâmetro para equalizar a melhor solução para isso... ufa! Falei difícil, hein?

Mas enfim, o que uma máquina não pode calcular é o fator humano, neste caso, o “erro” e a falibilidade do homem, em outros termos, nosso livre arbítrio. Se fizéssemos uma analogia do ser humano com o universo dos computadores a coisa ficaria deste jeito:

Tudo o que ocorre no Universo segue um padrão perfeito e exato tal como foi executado por... hummm... digamos... Deus (como diria Galileu Galilei, ""A matemática é o alfabeto com que Deus escreveu o universo.") . Nosso "programador" então instalou em diversos tipos de animais um "software" perfeito que, a grosso modo, chamamos de instinto. Os outros animais agem então por essa programação original e a coisa funciona perfeitamente bem para esses bichos que não precisam se preocupar com questões éticas e morais porque seguem as leis de sua natureza. No caso do homem Deus avacalhou... ele nos instalou uma OS (sistema operacional) cheia de bugs, tal como um Windows da vida, um verdadeiro CaOS... resultado? Somos seres imperfeitos e vivemos ambicionando a perfeição... e haja upgrade para isso.

Se você quiser fazer uma inter-relação com o filme Matrix, Neo era um erro no sistema, mas “erros”, assim como na regra máxima que um sistema lógico busca prever (“em toda regra há uma exceção” - Teoria do caos), seriam necessários para aperfeiçoar o sistema.

Desse modo, a busca por uma nova evolução do homem seria essa transcendência do “homo sapiens” para um “homo superioris”, ou seja, nossa busca incessante por um conhecimento superior que preencha esssa impefeição que temos de não podermos ver (ou saber) algo além de nossos cinco sentidos (visão, tato, audição, paladar e olfato) e além de nossas quatro dimensões (altura, largura, profundidade e tempo). E pensar que todo esse “mal-estar da humanidade” possa ter partido do fogo, ou na análise simbólica, da busca por um conhecimento “perfeito” (como diria a Dharma: “Caminho para a Verdade Superior”)

De um certo modo, talvez Jacob esteja certo em detestar tecnologia ou todo conhecimento oriundo dela... embora retornar ao nosso passado primitivo possa parecer algo um tanto quanto radical, pelo menos naquela época o homem se ligava muito mais à natureza e a respeitava antes de pensar em explorá-la a ponto de ameaçar não somente Gaia, mas toda a vida na Terra... pois é... Jacob é ecológico também e como diria minha avó mineira, fantasmas e outras criaturas assombrosas desapareceram somente depois que a luz elétrica surgiu. A evolução do conhecimento humano e de toda nossa tecnologia é o que garante que a gente não veja mais demônios por aí... o que a gente vê, hoje em dia e segundo nossa racionalidade pode acreditar, é que aquele povo estava ultrapassado ou que pirava em coisas sobrenaturais... hoje em dia “sabemos” que aquelas coisas eram apenas et's vindo do espaço sideral, huahuhauhauhuahuaha. Laughing


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Zangetsu
MensagemEnviada: Quinta Fevereiro 21, 2008 14:16  |  Assunto: Responder com Citação





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Eu não sei (e ninguém sabe ao certo) se o pensamento mítico deu lugar ao pensamento filosófico ou se transformou nele.
Sei que, de fato, as pessoas na ilha parecem ter sido escolhidas "à dedo", para que estivessem ali.
Porque Miles, Charlote, Frank e Daniel foram para a ilha se nem ao menos eram "qualificados" para isso? Segundo Dr. Matthew "Sebastian" Abaddon, porque eles possuem requisitos "especiais", ou pelo menos, deixou a entender isso...
Será que a ilha não "aceita" qualquer indivíduo? Não sei, mas sei que mandar um time de despreparados para uma "incursão em território hostil" não é uma estratégia (do grego, estrategia, do francês, estrategie, do árabe,...) muito coerente.

Logo, a ilha é um campo de testes...? A DHARMA fêz dela um campo ou ela é...


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Cyrano
MensagemEnviada: Sábado Fevereiro 23, 2008 18:30  |  Assunto: Responder com Citação





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Citação:
Logo, a ilha é um campo de testes...? A DHARMA fêz dela um campo ou ela é...



... o “paraíso perdido”, na minha opinião, é claro. Até porque teríamos ali a idéia simbólica bíblica sobre as duas árvores especiais que Deus colocou no jardim do Éden, a árvore da Vida e árvore do conhecimento, sendo que Adão e Eva comeram os frutos desta última e a danação recaiu sobre todos nós...

http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rvore_da_Vida_%28B%C3%ADblia%29
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81rvore_da_ci%C3%AAncia

Claro que isso não precisa ser interpretado ao pé da letra, mas se existe naquele lugar uma espécie de fonte da juventude e/ou imortalidade e ao mesmo tempo um aumento da cognição humana (ou pré-cognição), explicar esses fênomenos quer seja por seu lado simbólico, quer seja por seu lado místico, quer seja pela tentativa de explicar essas coisas por um aspecto científico e/ou pseudo-científico vai depender da perspectiva de cada um.

Um amigo meu aposta na Teoria de Gaia, que considera que o nosso planeta é tal como um organismo vivo:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hip%C3%B3tese_de_Gaia .

Segundo ele a ilha seria uma “mini-gaia” que interage "mais diretamente" com o homem na busca de uma homeostase, ou seja, um equilíbrio nessa simbiose entre os dois. De um certo modo, essa idéia ecológica sobre a ilha acaba sendo bem interessante, até porque, pela evolução humana, a coisa mais perigosa que anda sobre a Terra e que ameaça a vida de todos nós é o próprio homem e que (segundo vemos, tanto na ficção como na realidade) dificilmente consegue conviver consigo mesmo e com os outros. Assim, na ilha, se é que o Lostzilla matou alguém, o fez muito menos que os outros e os Losties, que contabilizam vários mortos em ambos os lados.... o que essa “mini-gaia” parece estar “pedindo” é que parem de explorá-la para fins errados.

Assim, a gente pode até falar sobre teorias conspiratórias aqui, porque o que move o mundo hoje em dia é algo bem simples... dinheiro.



Teoria da Conspiração A galinha dos ovos de ouro


A ciência se presta a ajudar o homem e todo nosso conhecimento cientifico serviu para alavancar a evolução das diversas áreas do desenvolvimento humano. Todavia, nesse processo todo, conhecer mais e mais a natureza nos levou à situações em que explorássemos cada vez mais seus recursos naturais (por contrapartida, até a natureza humana) em vistas dos lucros que poderíamos obter através de toda nossa tecnologia e blá, blá, blá...

A ideologia da Dharma, apesar de parecer uma coisa louvável (salvar o mundo) talvez estivesse praticando atividades anti-éticas na ilha, ou seja, aparentemente utilizava de cobaias humanas para seus experimentos, daí todo segredo sobre suas operações. No mundo real se sabe que a ciência, volta e meia pratica esse tipo de coisa com a lógica de que seria preciso sacrificar alguns indivíduos em prol da coletividade, tal como aconteceu em Tuskegge:

http://www.ufrgs.br/bioetica/tueke2.htm

Também, de se lembrar das experiências nazistas com judeus em campos de concetração na segunda guerra mundial e talvez, menos conhecidas, as experiências realizadas por japoneses com prisioneiros de guerra nessa mesma época, a “Unidade 731”, cujos “cientistas” escaparam da punição por fazerem um acordo com o exército norte-americano, neste caso, troca do conhecimento obtido em suas pesquisas pela liberdade desses monstros.

Conhecimento é poder... como bem se sabe. Assim, se os experimentos na ilha forneciam respostas sobre “milagres” que envolviam desde a cura de alguns tipos de câncer e alguns tipos de injúrias, além do que fornecia um método de retardo do envelhecimento e um aumento da capacidade cognitiva do homem, poderíamos dizer que a ilha era tipo uma “galinha dos ovos de ouro”. Em nossa reflexão sobre o tempo, vale lembrar que comumente se diz que “tempo é dinheiro”, desde é claro, que você saiba como administrar as duas coisas.

Segundo a Fábula de Esopo sobre a tal galinha milagrosa:


Citação:
Certa manhã, um fazendeiro descobriu que sua galinha tinha posto um ovo de ouro. Apanhou o ovo, correu para casa, mostrou-o à mulher, dizendo:

_ Veja! Estamos ricos!

Levou o ovo ao mercado e vendeu-o por um bom preço.

Na manhã seguinte, a galinha pôs outro ovo de ouro, que o fazendeiro vendeu a melhor preço. E assim aconteceu durante muitos dias. Mas, quanto mais rico ficava o fazendeiro, mais dinheiro queria. E pensou:

"Se esta galinha põe ovos de ouro, dentro dela deve haver um tesouro!"

Matou a galinha e, por dentro, ela era igual a qualquer outra.


Para a história de Lost a gente poderia imaginar a coisa de um modo um pouco diferente. Segundo nos parece, Alvar Hanso seria o “dono” da ilha (da “galinha” por assim dizer) mas diferente do fazendeiro da fábula ele criou uma fundação para explorar melhor o que acontecia na ilha e obter algo mais valioso que não somente os “ovos de ouro” que ela produzia... seu interesse, naturalmente, seria, à priori, o lucro advindo disso.

Se considerarmos o Lost experience, é sabido que a Hanso Foudation desenvolvia diversos projetos no mundo exterior tais como estudos sobre "eletromagnetismo", "projeto de extensão de vida", "iniciativa de previsão matemática" e coisas afins... isso sugeriria, de certo modo, que boa parte da tecnologia pesquisada na ilha estava sendo recambiada para ser desenvolvida fora de lá.

Embora se possa considerar que a Fundação Hanso dispunha de recursos próprios para essas pesquisas, no mundo de hoje se sabe que grandes coorporações só existem devido à fusões empresariais e agregamento de investidores... em outros termos, Alvar Hanso andou vendendo seus “ovos de ouro” e como a cobiça é coisa que geralmente atiça os desejos de outros, seria óbvio dizer que os investidores da Fundação Hanso gostariam muito de saber onde Alvar escondia sua “galinha”.

Pelo desenrolar da história, esses investidores poderiam ser vários tanto quanto se sabe sobre as empresas que estão relacionadas à Fundação Hanso, neste caso, a Widmore, a Heavy Paik Industries, a Maxwell, etc, etc... sem contar aí alguns interesses governamentais e olha lá. Afinal, para haver conspiração, dinheiro sempre estará envolvido....

Continuo outro dia traçando outros paralelos sobre toda essa coisa conspiratória.


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MaDeRa_
MensagemEnviada: Sábado Fevereiro 23, 2008 19:38  |  Assunto: Responder com Citação





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Cyrano escreveu:
No mundo real se sabe que a ciência, volta e meia pratica esse tipo de coisa com a lógica de que seria preciso sacrificar alguns indivíduos em prol da coletividade, tal como aconteceu em Tuskegge:

http://www.ufrgs.br/bioetica/tueke2.htm

O autor deste artigo José Roberto Goldim é meu professor aqui na UFRGS! hehehe Cool


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Cyrano
MensagemEnviada: Sábado Fevereiro 23, 2008 21:58  |  Assunto: Responder com Citação





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Pra você ver como é Madera, o mundo é pequeno e algumas referências que faço até atingem um círculo em comum, hein? Rs.

Embora eu não conheça o Goldim, minhas pesquisas sobre ética na área científica veio a dar no caso Tukesgee e na análise que seu professor fez sobre isso, até porque, para imaginar uma boa razão dos outros se considerarem os “mocinhos” dessa história toda é porque os “cientistas” da Dharma teriam agido de uma forma bem anti-ética por lá.

E por falar em referências, ao assistir “Eggtown” fiquei feliz de ver ao ver citado (agora no reino da ficção científica), Philip K. Dick, autor de “Valis” , livro que Locke leva à Ben em seu cárcere.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Philip_K._Dick
http://en.wikipedia.org/wiki/VALIS

Todavia não sejam leituras obrigatórias para se entender alguma coisa de Lost, toda essa literatura ficcional acaba sendo um bom ponto de partida para se “expandir a mente” sobre pistas colocadas na série... que se dirá do autor preferido dos produtores, Stephen King, ainda mais sobre “Carrie a estranha” e seus fenomenais poderes mentais e/ou sobrenaturais.

Por fim, outro artigo interessante que li por aí (também em termos de ficcção científica), traduz alguma coisa do que venho comentando anteriormente por aqui:

http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI1345234-EI6622,00.html

Ps. Sim... “Eggtown” também me inspirou a falar de galinhas que botam “ovos de ouro”, mas isso não quer dizer que uma coisa tenha a ver com a outra...


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Zangetsu
MensagemEnviada: Quarta Março 05, 2008 22:02  |  Assunto: Responder com Citação





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Galinha dos ovos de ouro... está mais é pra Frankstein mesmo...

Eletromagnetismo, Paranormalidade, "poder dos números", isto está mais é pra Teoria do Todo... mas, no sentido de que, têm tudo mesmo...


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Cyrano
MensagemEnviada: Quinta Março 06, 2008 01:51  |  Assunto: Responder com Citação





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Sabe, Zangetsu, às vezes é bom ter um leque variado de conhecimentos para compreender determinada realidade, do mesmo modo que às vezes, o excesso de informação pode acabar sendo prejudicial.

De certa forma, esse excesso de informação talvez seja o “mal do século” de nossos dias atuais... hoje em dia, qualquer garoto que termine o ginasial possui muito mais conhecimento do mundo que um ancião, na Idade Média. Também, muito mais opções do que se fazer na vida e alguns adolescentes simplesmente “piram” pelas várias oportunidades do que devam escolher fazer em suas vidas...

Parece meio desconexo com o que estou falando aqui, certo? Mas talvez nem tanto... as associações que tenho feito neste tópico é um reflexo do que sei de diversas áreas de conhecimento tais como Psicologia, Filosofia, Física, Biologia, Mitologia, cultura pop, filmes de ficção científica, histórias em quadrinhos, fábulas infantis, etc, etc... algo frankstein, como você mesmo constatou.

Nem sempre é possível correlacionar todas essas partes num conjunto harmonioso e inteligível para os outros, embora para mim faça sentido e, vez ou outra, alguém entenda alguma coisa nesta “Terra Lôca”. Rs.

Sendo assim, este “mal do século” acaba sendo problemático se a pessoa não souber filtrar o tipo de informação que ela precise. Para não dizer que isto é um “off-topic”, em Lost acontece coisa parecida, até porque um físico, um psicólogo, um especialista de qualquer outra área e até mesmo um telespectador comum vão ter visões diferentes sobre o que acontece ali e essa é a graça da história.

Na história da série, segundo minhas divagações e como vinha argumentando até então, talvez um conhecimento superior (do nosso possível “homo superioris”, tal como você o cunhou) que envolve dons tais como a da pré-cognição ou de “viagens temporais da consciência”, parece não valer de nada para o ser humano. Em outros termos: “de que adianta prever o futuro se não é possível fazer nada para alterá-lo?

Percebe a inutilidade disso? Que vantagem o homem tira de toda esse pré-conhecimento? De um modo prático, que vantagem a própria ciência tira de tudo aquilo que produz? Existe aquela máxima que fala que “para cada problema que a ciência soluciona ela produz mais dez... tal como a Hydra de Hércules, que para cada cabeça arrancada surgia outras duas no lugar. Todo remédio, por melhor que seja seu propósito ainda produz “efeitos colaterais”....

Percebe onde quero chegar? Informação demais, quando não se sabe como aplicá-la, acaba sendo inútil.... o que o ser humano precisa não é tão somente conhecimento, é consciência. Mas isso é uma análise posterior às minhas divagações aqui. Por enquanto tenho assistido os episódios desta temporada e procurado assimilar as informações que a série anda colocando para nós.... dei uma parada no tópico para refletir sobre o caminho que os produtores estão dando à Lost. Creio que voltarei outro dia, na entresafra da série, para retomar de onde parei.

Ps. Eu diria que, pelo menos para mim, acaba sendo mais produtivo se indagar porque um Desmond de 1996 foi para 2004 do que se questionar se foi possível ou não ele ter viajado no tempo... afinal, porque 1996? Por que não antes? Tipo... antes de ter conhecido Penélope? A constante seria variável... que coisa, não? Hehehehe. E qual seria a constante de Eloise, a rata? Hummmm.... dúvidas e dúvidas....


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Cyrano
MensagemEnviada: Quinta Março 13, 2008 20:35  |  Assunto: Responder com Citação





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Considerações sobre Consciência e Viagens no tempo


Quando surge um tema como “viagem no tempo” numa história é comum que a gente pense: “Uau! agora tudo é possível!

Em Lost, essa idéia então não seria muito diferente, mas existe um porém aí... aliás são duas premissas: “O futuro não pode ser mudado” e “o Universo sempre encontra um meio de corrigir as coisas”.

Putz... que merda, não? Então de que adianta alguém ter um poder assim se não pode usá-lo? Todo mundo que morreu irá morrer ainda que alguém pudesse voltar atrás para consertar isso. Por lógica, os produtores quiseram mostrar uma possibilidade impossível e estão brincando com a gente. Mas aí é que está, tudo vai depender de um ponto de vista específico para não haver paradoxos na “missão impossível” de fazer todo mundo acreditar que aqueles safados não estão mentindo para a gente.

Qual seria então essa solução? Simples: o futuro já foi alterado de alguma forma e o Universo está tentando corrigir isso.

O que estamos vendo na série condiz então com uma história alterada da realidade, diferente daquilo que deveria ter acontecido. Algum “viajante do tempo”, além de Desmond, deve ter feito alguma cagada na linha do tempo, no passado, e conseguiu, de alguma forma, alterar o futuro... e o “novo” futuro pode ser uma coisa bem sombria, hein... tipo aquelas coisas que se pensa do fim do mundo.

Talvez tenha sido a Dharma, quem sabe, que não sabia lidar com aquilo que estava mexendo e ao invés de melhorarem as coisas tornaram tudo pior. Poderia se dizer que matá-los seria uma boa justificativa para impedir que continuassem fazendo essas cagadas, mas vai saber.

Por sorte, o ser humano acredita nessas forças misteriosas da natureza que ora atribuem ao Universo, ora consideram partir de Deus... não que pedir a ajuda divina nos fará retornar ao paraíso, mas não custa nada acreditar que somente alguém onipotente e onisciente poderia salvar o mundo das burrices que os homens teimam em continuar fazendo.

Todavia, é certo dizer que se Deus existe, Ele bem que lavou as mãos sobre o destino dos homens depois do dilúvio (aproveitando aliás, aquele monte de água com a qual cobriu a Terra). Claro que Ele não se esqueceu de nós completamente, mas não iria mais agir diretamente sobre o livre-arbítrio que nos deu de fazer o que a gente quisesse... não à toa, tempos depois, mandou um intermediário, seu próprio filho, para sugerir uma mudança de rumo naquilo que a humanidade vinha traçando para si.

Funcionou? Ora, claro que sim! Matamos o Messias (o mensageiro), mas as palavras dele e a culpa por sua morte repercutem até hoje nas ações dos homens. Sabe como é, pessoas especiais são imortais, são heróis ainda que tenham que sacrificar suas vidas para salvar a de outros, ainda que os outros sejamos todos nós... consertar os erros da humanidade dá nisso mesmo.

Para saber o que deve ser feito, um herói deve ter consciência da situação onde se encontra. Consciência é uma forma de poder, e poder fazer alguma coisa à respeito é algo melhor ainda. Se essa consciência se transforma numa onisciência a coisa fica mais grandiosa ainda, até porque, um ser onisciente seria como Deus, isto é, alguém capaz de saber tudo, de tudo que aconteceu no passado, de tudo que ocorre no presente, e de tudo que irá se dar no futuro.

Percebe?

Então reze para que nenhuma pessoa com más intenções adquira esse “poder” porque se ela souber usá-lo a coisa poderia ficar bem feia se ela utilizá-lo para motivos egoístas... reze para que alguém com mais consciência (no sentido moral da situação) use isso para o bem e não para o mal.

Lost então, com essa questão de “viajantes do tempo”, me sugere que alguém usou e abusou dessa capacidade de voltar no tempo por propósitos pessoais que ainda vai acabar dando numa porquera que todo mundo irá desejar que não aconteça... neste caso, o fim do mundo. que essa não deveria ser a realidade do que vai acontecer porque alguém se meteu a besta de querer alterar a linha do tempo.

Assim, as premissas que falam que “o futuro não pode ser mudado” e que “o universo sempre encontra um jeito de corrigir as coisas” são complementares... pode surgir algum outro viajante no tempo, com mais consciência é claro, que vai colocar tudo nos eixos novamente. De repente, se alguém fizer isso, nenhum herói em Lost precisaria ter morrido na ilha, quiçá, ter embarcado no fatídico vôo 815 da Oceanic porque um herói maior fará isso por todos eles e, provavelmente, por todos nós.




Editado pela última vez por Cyrano em Sexta Março 14, 2008 18:59, num total de 1 vez
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Cyrano
MensagemEnviada: Sexta Março 14, 2008 18:58  |  Assunto: Responder com Citação





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Teoria Psicológica da viagem no tempo e outros fenômenos

Pois é... apesar da gente contar com Deus, talvez seja Deus que conte com a gente. Assim, os efeitos que acontecem com as pessoas naquela ilha seria um lance de ter consciência de si mesmo e da existência dos outros, e isso acaba sendo muito difícil porque somos apenas humanos.

De certo modo, nós não precisamos viajar no tempo para o passado para consertar alguma coisa, o passado é que vem até a gente e costumamos repetir os mesmos erros dentro de um ciclo vicioso que volta e meia faz retornar para a gente situações bem parecidas com aquelas mal-vividas... uma coisa psicológica, sabe.

São traumas, decepções, medos... culpa de coisas que nos perseguem fantasmas do passado, assombrações... tipo o pai do Jack ou Charlie, o “fantasminha camarada”, visitando Hurley no hospício. Assim, dizer que Desmond viajou no tempo de uma forma aleatória pode não ser tão verdade assim, afinal, ele voltou duas vezes para épocas onde poderia ter feito alguma coisa na sua relação com Penny e um bom motivo para isso seria a culpa por tê-la abandonado.

Se existe uma lógica nessas viagens no tempo e nas alucinações de outras pessoas é algo que está relacionado com alguma culpa que carregam... sabe como é, peso na consciência.

Frente à essas dificuldades que invariavelmente acontecem em nossas vidas você pode adotar uma de pelo menos duas posturas: ou você enfrenta e supera seus medos, ou foge deles como o diabo foge da cruz e a Kate fugia da justiça.

Se você enfrentar e superar a coisa toda, parabéns, você é um cara responsável e consciente de sua situação. Se você fugir... bem, a culpa vai te perseguir porque não importa onde você ainda irá carregá-la consigo. Se você não fôr um sociopata como o Ben e não sente culpa de nada do que fez, bom, começar a ouvir vozes e depois passar a ver coisas, dependendo de sua estrutura psíquica, poderia ser algo um tanto quanto normal, hein? Rs.

Mas assim, é claro que um ser humano em condições psicológicas normais não vai pirar só por causa das inúmeras culpas de erros cometidos no passado. mecanismos específicos que nos permite lidar com isso e tentar esquecer essas coisas é o que mais fazemos. Como diria a psicanálise, a gente joga isso lá para o inconsciente... mas isso não quer dizer que a gente simplesmente “apagou” toda essa nhaca.

Nossa memória é muito seletiva sobre aquilo que guardamos nela, de modo que geralmente é mais fácil nos recordarmos de coisas das quais gostamos e nos dá prazer e nos esquecermos (ou recalcar) tudo aquilo que seja ruim para a gente. Isso não quer dizer que o que não gostamos se perca para sempre, até porque, apesar de eu detestar tabuada, não me é difícil me lembrar dela quando preciso fazer algum cálculo que a envolva.

Com isso em mente peguemos um caso em Lost para analisarmos estas questões: Charlie.

Vamos supôr então que o roqueiro Também tenha feito uma dessas “viagens no tempo” de sua consciência e ela tenha se tornado atemporal. Se a gente seguir a linha normal das memórias de Charlie a gente percebe que ele tinha medo de água e nunca aprendeu a nadar. Após ter caído na ilha, alguns dias depois foi o primeiro a avistar uma das sobreviventes se afogando, e como ele mesmo disse: “Eu não sei nadar...

É de se imaginar então que a morte dessa mulher tenha tido um impacto para o roqueiro fazendo com que ele se sentisse um “inútil”, coisa que não seria difícil de acreditar dadas várias considerações sobre isso envolvendo sua história de vida... mas naquele caso, aquilo que era seu medo em sua infância se transformou numa culpa.

Claro que ele resgatou grande parte de sua dignidade quando conseguiu abandonar as drogas e Também quando tirou Jack do buraco nas cavernas, mas ainda assim, a impotência de que ele poderia ter feito alguma coisa quando a mulher se afogou deve ter ficado marcada em suas lembranças, em seu inconsciente...

Chegamos então à explosão da escotilha e à liberação da enorme concentração de eletromagnetismo que havia ali... se eu estou certo que a vigem no tempo está de algum modo relacionado à alguma culpa do “viajante”, eu colocaria a hipótese então que o Hobbit viajou para o momento de sua vida onde ele teria que superar seu medo da água e aprender a nadar... e foi o que fez.

Todavia, nessa linha do tempo alternativo, sua memória original (de que tinha medo da água e não sabia nadar) iria “competir” com essa “nova memória” (de que superou esse medo e aprendeu natação). No entanto, por algum tipo de economia psiquica, o medo e a culpa soam mais alto e no decorrer de sua vida a memória original ficou em primeiro plano e ele deve ter recalcado (esquecido) aquilo que então havia aprendido.

Assim, ao chegarmos novamente à situação em que Charlie avistou a mulher se afogando na ilha, o que estava inconsciente (de que ele aprendera à nadar) não chegou à sua consciência (não se lembrou) porque novamente o medo lhe impediu, e o principal, não havia significado naquilo e sua “inutilidade” era algo que acreditava sobre si mesmo devido à outros problemas em sua história de vida.

Com o passar do tempo a coragem que Charlie veio adquirindo por seus outros feitos (abandonar as drogas, salvar jack) auxiliou para que ele recuperasse sua auto-estima. Assim, após a explosão da escotilha ele poderia ter salvo Claire de se afogar, mas talvez morreria não por não saber nadar... mas isso a gente nunca irá saber porque outro “viajante” (Desmond), interviu em seu lugar.

Por fim, aquilo que ele havia aprendido em seu “novo passado” se tornou consciente num momento certo, quando mergulhou em direção à Looking Glass. Charlie estava consciente do que deveria ser feito e suas lembranças retornaram quando se propôs a querer lembrar quais seriam os maiores "hits" (sucessos) de sua vida... e aprender a nadar foi um deles.

Poeticamente falando, ele cumpriu seu destino e havia muito significado no que fez... ele tinha o amor de Claire e Aaron (uma família que sempre desejou), e deveria ter morrido afogado salvando-a da primeira vez. Morreu então exatamente como deveria ter morrido se Des não tivesse intervido, ou seja, afogado. Fazendo isso, ele teve sua redenção e sanou a última culpa que devia à si mesmo por Também não ter salvado a mulher que se afogou na praia quando ele poderia ter feito alguma coisa.

Esse então seria o percurso do herói... É preciso salvar à si mesmo antes de salvar a vida dos outros. Existem testes e provações pelas quais tem que passar para adquirir aquilo que é necessário para realizar um sacrifício desse tamanho, ou seja, adquirir consciência, superar seus medos e suas culpas. Existe um percurso natural para que isso se dê e a moral da metáfora da mariposa que Locke contou para Charlie,ááá na primeira temporada, justificaria esse pensamento.



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Zangetsu
MensagemEnviada: Quinta Maio 08, 2008 19:49  |  Assunto: Responder com Citação





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Perdoe o sumiço Capitão...



Ainda não li os dois últomos posts, mas sobre o "leque maldito do erudito conhecimento bendito", bem, verdade... cabe em meu MP3 a história do mundo... pena que em meu coração não cabe todo o amor do mundo... é, estou meio poeta de butequim hoje...

Para se compreender Lost (se é que se fez esta escolha ao invés de fazer jus ao título de entreterimento puro...) é realmente necessária uma bagagem no mínimo cultural muito grande... e de fato, cada olho vê conforme as lentes que o fazem enxergar (juro, esta é a última frase pseudo-poeto-filosófica de hoje...)

Por isso é que essa teoria é a melhor...

Levantar velas e proseguir a viagem...


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